terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Tia Dafne Parte I

Estávamos em uma boate qualquer, o som estava alto, as pessoas estavam dançando, interagindo. As luzes formavam um caleidoscópio extasiante e, de tempos em tempos, uma cortina de fumaça cobria a pista de dança. Eu observava aquele cenário com certo desinteresse, como se não fizesse parte dele, mas, ao mesmo tempo, eu queria gravar tudo o que estava acontecendo. Dafne, uma garrafa de tequila e eu... Isso era o meu mundo naquele momento.

Gosto de me manter sóbria, mas ela havia insistido tanto para que eu a acompanhasse na tequila, simplesmente não pude resistir. Afinal se ela já me descontrolava naturalmente, que mal poderia haver? Eu bem o sabia, mas optei por iludir a mim mesma.

Sua eloqüência era característica nata. Desde que nos conhecemos, eu não conseguia dizer “não” para aqueles olhos lindos, que, de tão enigmáticos, eu não conseguia decifrar nem a cor. Era namorada de meu tio. Tinha vinte e sete anos, impecavelmente educada e muito atraída por ciências exatas. Quando a vi pela primeira vez, senti que já a conhecia. “Deve ser de outra vida”, supôs Dafne.

Sempre odiei vê-la como parenta. Meu tio, durante um almoço familiar, sugeriu que eu a chamasse de “tia Dafne”. De imediato, minha vontade foi quebrar uma garrafa de vinho em sua face. Não só pelo fato de considerá-lo um calhorda, mas por ter me sentido extremamente estranha com aquela possibilidade.

A aparência de Dafne, de fato, chamava a atenção. Tinha cabelos castanho-claros, não muito compridos, com algumas mechas loiras espalhadas por entre os fios. Os lábios rosados quase sempre carregavam um sorriso irônico, como se ela pudesse enxergar todos os nossos defeitos e rir-se deles. Mas seus olhos nunca pareciam os mesmos. Eu era enlouquecida por seus olhos. Ninguém, no mundo, os tinha tão lindos.

Vê-la de biquíni era uma tortura. Toda vez que isso acontecia, minhas coxas espremiam-se uma contra a outra, numa tentativa frustrada de conter a excitação. Seu corpo era como uma escultura barroca, tamanha a riqueza de traços. Os seios eram médios pareciam encaixar perfeitamente em minhas mãos. A cintura fina terminava em quadris largos. As pernas eram bem torneadas, sempre dando a impressão de uma maciez absurda. Dafne despertava-me a vontade de senti-la de todas as formas possíveis. Apreciá-la lenta e detalhadamente. Sua essência deixava-me inebriada. Minha mente cegava por vontade de tocá-la, mas, ao mesmo tempo, temia qualquer tipo de contato, pois apesar de eu odiar meu tio, isso não mudava o fato de que Dafne era sua namorada.

Ali, naquela danceteria, eu sentia uma estranha sensação de liberdade. Éramos duas anônimas no meio de tanta gente. Eu não precisava disfarçar quando meus olhos caíam em seu decote, ou desviar de seu toque, temendo que alguém pudesse notar minha reação. Ela trajava um vestido preto, não muito curto, não muito longo. Sua barra roçava na metade das coxas, deixando-me invejada por tamanha regalia. O decote em V era um pouco mais atrevido, privilegiava seu colo bonito e os seios firmes. Quando ela dançava, eu me perguntava se ela dançava por causa da música ou a música só estava tocando por causa dela. Dafne esbanjava sensualidade, era como se estivesse nua. As curvas de seu corpo se destacavam por entre as das outras mulheres e ela, com uma lascividade quase que inconsciente, movia o corpo conforme o ritmo do som... e do pulsar de minhas veias. Suada, com o cabelo preso em um elástico e a franja rebelde caindo-lhe sobre o olho, ela veio até mim.

- Vamos? – perguntou enquanto jogava, graciosamente, a franja para trás

Ao tentar levantar, senti o efeito da bebida. Tonteei por alguns instantes e apoiei-me em seus ombros. Dafne era toda risos, encantando-me com as covinhas de suas bochechas.

- Melhor tomarmos um táxi. – disse ela

- Primeiro você precisa me ajudar a sair daqui. – respondi, rindo

Ela envolveu minha cintura com um dos braços e apoiou um dos meus em seu pescoço. Cruzou os dedos com os meus e fomos, abraçadas, até a porta de saída. Minha tontura não era mais culpa exclusiva da tequila. Senti o tom macio de sua pele e percebi o quanto seu rosto estava próximo do meu. Estremeci.

Ao entrarmos no táxi, deitei a cabeça em seu ombro. Seus dedos passeavam por entre os fios de meus cabelos e eu tentava decifrar-lhe os pensamentos, sentindo seu perfume. O motorista olhava-nos pelo espelho retrovisor com estranheza, seus lábios expressavam um sorriso malicioso. Ignorando-o, Dafne debochou:

- Desculpe-me, se eu soubesse que você era tão fraquinha para bebidas, não teria insistido. Esqueci que você é um bebê.

- Tenho dezenove anos, não sou criança. Além do mais, não bebi só por sua causa. – menti

Dafne gargalhou, desacreditando em minhas palavras. Sua risada era tão agradável que eu evitei falar até que ela parasse por completo.

Após pararmos em frente à minha casa, onde ela também estava hospedada, descemos do carro e o motorista despediu-se:

- Boa diversão, garotas!

Trocamos olhares desconfiados e começamos a rir histericamente. Meu corpo balançava enquanto eu tentava equilibrar-me no salto do sapato. Eu não sabia se Dafne ria de mim ou do motorista. Eu não sabia nem do que eu mesma estava rindo.

Quando conseguimos retomar o controle, Dafne voltou a me abraçar pela cintura e caminhamos em direção à porta. Ao chegar perto da porta da casa, encostei-me em um pilar para tirar os sapatos, pois não queria acordar ninguém.

- O que será que ele estava pensando? – perguntou Dafne, referindo-se ao motorista, enquanto se aproximava para me ajudar

- O idiota deve ter pensado que você e eu somos namoradas. – respondi

Dafne soltou os cabelos passou a ajeitá-los com as pontas dos dedos.

- Por que idiota? Sou tão dispensável que você não consegue nem pensar na idéia de ficar comigo? – perguntou ela, rindo

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A fúria de Ana Parte Final

Pude perceber que ela ainda estava dominada pela raiva, mas a excitação crescia em meu corpo, como se fosse uma forma de prendê-la a mim. Naquele instante, era impossível enxergar a mulher serena e madura que ela sempre fora. Ela estava me mostrando outra pessoa: ciumenta, indiscreta, inquieta e absurdamente provocante. Talvez aquela cena inédita, aquela Ana que eu nunca havia visto, fosse o real motivo de minha excitação. Eu não entendia mais nada do que ela dizia, apenas olhei fundo em seus olhos e me perdi.
Ana afastou-se de mim por um instante, seus dedos passaram entre os fios dos cabelos e ela disse que ia para casa. Deixei escapar um sorriso malicioso, que não passou despercebido. Ana fez menção de voltar a brigar, mas eu, imediatamente, puxei-a pelo braço e a joguei contra a porta, com a mesma força que ela havia me jogado. Com os olhos arregalados e sem entender, ela não resistiu quando a segurei pelos cabelos e levei os lábios até seu pescoço. Sem dizer palavra, mergulhei em seu perfume e senti a textura quente de sua pele com os lábios e língua. Não querendo dar o braço a torcer, Ana tentou empurrar-me, porém seu fracasso denunciou não só a falta de força, mas também a falta de controle. Vendo-se sem saída, ela conseguiu sussurrar: “Sai!”. Mas a sua voz arrastada e rouquenha acabou por me fazer sorrir ainda mais.
- Minha namorada é tresloucada e eu nem sabia – sussurrei, provocante, em seu ouvido – Vou ter que dar um jeito de acalmá-la, agora.
Segurei-a pelos cabelos da nuca e a beijei. Explorei cada canto de sua boca, entrelacei minha língua na dela e chupei-lhe os lábios. Dando-se por vencida, Ana envolveu-me com os braços e passou a corresponder, com avidez. Ela me prendia fortemente pela cintura, quase com brutalidade, deixando meu corpo muito colado ao seu. Eu sentia seus mamilos eretos roçando nos meus, suas unhas arranhando minhas costas, seus lábios sugando minha língua. Sem que eu notasse, meus dedos já brincavam em seu decote, desabotoando a camisa que ela trajava. Arranquei seu sutiã e passei a massagear seus seios com as mãos. Ansiosa por provocá-la, eu desci os lábios até os seios intumescidos e abocanhei-os faminta, um de cada vez. Com as mãos enganchadas em meus cabelos e encurvando as costas, Ana gemia timidamente, oferecendo-se ainda mais. Deslizei uma das mãos por sua barriga e a posicionei entre as pernas, onde passei a massagear suavemente seu clitóris, ainda por cima da calça. Com a língua, contornava-lhe as auréolas róseas dos seios e, em seguida, mordiscava delicadamente.
Irrequieta, Ana afastou minha mão e só voltou a colocá-la após abrir a própria calça, mas, dessa vez, por dentro da calcinha. Arrepiei-me ao senti-la úmida e escorregadia. Deixei escapar um breve gemido, enquanto minha roupa íntima ficava ainda mais molhada. Deslizei meu dedo para além do clitóris e o mergulhei em sua concavidade, fazendo-a jogar a cabeça para trás e urrar de prazer. Enquanto impunha meu corpo para dentro do dela, o rosto permanecia mergulhado em seu busto. Ela sussurrava obscenidades e segurava firmemente meus cabelos quando queria trazer-me próxima a seus lábios, numa tentativa de abafar os gemidos mais agudos.
Morta de vontade de sentir seu sabor, eu puxei Ana até a escrivaninha e fiz com que ela ficasse de costas para mim. Ela apoiou os braços na mesa, enquanto eu tirava, vagarosamente, sua calça, beijando cada milímetro que era descoberto. Abri suas pernas e posicionei-me. Afastei sua calcinha úmida para o lado e me deleitei com a imagem de sua vulva rosada, implorando por minha boca, levando embora o resto de meu autocontrole. Com uma voracidade desconcertante, envolvi seu clitóris com a boca e deslizei minha língua por toda a sua extensão, fazendo com que Ana cuspisse um palavrão. Dediquei-me insistentemente ao clitóris, fazendo movimentos circulares com a língua, sugando, fazendo estalos, prendendo-o entre os lábios. Ana só sabia gemer e bater na mesa com a palma da mão. Quando passei a provocá-la com o dedo em sua entrada, que estava escorregadia de tesão, ela abriu-se ainda mais e apoiou uma das pernas na cadeira, como se quisesse ser devorada.
Correspondendo à tamanha insinuação, passei a lambê-la com força e completamente. Escorregava a língua e lambuzava a boca. Com a sanha de um animal e, ao mesmo tempo, a graciosidade de uma rainha, Ana rebolava o quadril em meu rosto, implorando por mais, cheia de volúpia. Meu corpo só sabia responder com lambidas e chupões cada vez mais intensos. Minha língua, atrevida, penetrava sua concavidade, sentia sua quentura. Minhas mãos apertavam suas nádegas e coxas, as unhas arranhavam a pele macia e quente. Foi nesse caleidoscópio de toques, beijos, suor, saliva e raiva que Ana explodiu em um impetuoso orgasmo, com o corpo tremendo desesperadamente e gemidos descontrolados fugindo de sua boca.
Continuei com a boca entre suas pernas, sorvendo o líquido quente que escapava de seu sexo, esperando que ela se controlasse. Voltei a ficar em pé e beijei suas costas. Quando ela ficou de frente para mim, suas pálpebras pareciam pesadas e seu olhar se mostrava lúbrico. Sob uma espécie de transe, tentei beijá-la, mas fui impedida. Ana me segurou com firmeza e empurrou até a cama. Mal esperou que eu deitasse e jogou-se em cima de mim. Começou a tirar minha roupa com uma pressa descomunal, enquanto, vorazmente, sugava os meus lábios, que ainda estavam lambuzados com seu néctar. Entre seus braços e pernas, me senti cercada. Eu me sentia claustrofóbica e ao mesmo tempo, excitada com sua imagem prepotente e voluptuosa sobre mim. Ana mordia-me os lábios sem dó e suas mãos passeavam por meu corpo como se quisessem gravar as minhas formas. Ela me apertava, apalpava, arranhava, toda lasciva. Com a língua, começou a passear vagarosamente por todo o meu ventre e contornar o umbigo. Audaciosa, Ana afastou minhas pernas e passou a língua em minhas coxas e virilha, arrancando-me gemidos mais agudos. Sua língua aproximava-se de meu clitóris e meu corpo tremia. Quando ela abocanhou minha vulva, tive a impressão de que iria perder os sentidos, tamanha a sensação de prazer.
Seus lábios envolviam meu clitóris e sugavam-no como se a vida de Ana dependesse daquilo. Sua língua invadia meu corpo e explorava cada detalhe do meu sexo. A excitação era tão grande que eu sentia meu mel escorrer entre as pernas, juntamente com a saliva de Ana. Eu a olhava e me deparava com aquela imagem linda, que era ela satisfazendo meu corpo. Os olhos ficavam fechados na maioria do tempo e, às vezes, ela tirava os fios de cabelo que insistiam em cair em seu rosto. Quando voltei a fechar os olhos e afundar a cabeça nos travesseiros, ela parou. Ana sabia e gostava de provocar. Virei os olhos e enganchei os dedos entre os fios de seus cabelos, forçando seu rosto em direção à minha vulva, mas Ana era teimosa. Segurou-me pelos pulsos e voltou a me beijar, com menor brutalidade.
Ana levou uma das mãos até minha virilha e ficou passando as unhas, levemente, fazendo com que até os mais minúsculos pêlos de meu corpo ficassem eriçados. Nessa hora, eu já me encontrava absolutamente encharcada de tesão e não me restava um pingo de racionalidade, eu era apenas a criação de meus instintos. Implorei por ser tocada e disse absurdos para minha namorada que, já dominada pela excitação, cessou a resistência e mergulhou dois de seus dedos em minhas entranhas. Explodindo de prazer, ergui, inconscientemente, meu quadril da cama e desabei novamente. Ana me penetrava profunda e vagarosamente, fazendo com que eu me deliciasse e aproveitasse cada milímetro de seus dedos, enquanto sua boca se dedicava a morder meu pescoço e fazer chupões em minha pele.
Sem hesitar, Ana cravou as unhas em meu pescoço e arrastou-as até meu busto, deixando marca, cortando-me a pele, fazendo arder. De certa forma, aquilo fez com que meu corpo se acendesse ainda mais. Lendo meus pensamentos, Ana aumentou a força e a rapidez dos dedos, como se quisesse me partir em duas. Eu podia senti-la massageando a parte superior de minhas entranhas, clamando pelo orgasmo. Meu corpo convulsionava e o suor brotava em minha pele. Seus olhos encontraram os meus e denunciaram toda a euforia que ela estava sentindo, junto comigo. O gozo chegou intenso, avassalador, prolongado. Meus gemidos escaparam da garganta como gritos desesperados. Minhas mãos, imediatamente, puxaram o corpo de Ana para junto do meu. Agarrei-a com braços e pernas, como se tentasse fluir todo o desejo que em mim habitava, para o corpo dela. O suor de meu corpo se misturou com o dela. O seu perfume impregnou o meu corpo. Minha saliva juntou-se à dela, durante o longo beijo que trocamos. Através dos dedos dela, éramos uma só.
Ficamos agarradas por um bom tempo. A cabeça de Ana repousava em meu ombro e eu fazia carinho em seus cabelos. Nenhuma palavra fora dita. O único barulho que reinava era o de nossas respirações. Senti-me um pouco tensa, imaginando se ela havia esquecido a briga de mais cedo. Decidida a quebrar o silêncio, Ana pigarreou e perguntou:
- Em que, ou em quem, está pensando?
- Estou lembrando-me da hora em que pensei que você iria me esquartejar. – gracejei
A risada gostosa de Ana invadiu o quarto e a tensão passou de imediato. Olhando em meus olhos, Ana me fez jurar que nunca mais veria a tal garota do show. Após esclarecimentos e pedidos de desculpa, fomos para o banho. Senti os arranhões arderem com a água morna e só então me lembrei que Ana havia cravado as unhas em minha pele. Saímos do boxe e ela disse que iria preparar algo para matar nossa fome.
Peguei o roupão e, em frente ao espelho, vi quatro marcas vermelhas, que se estendiam de meu pescoço até o busto. Com os olhos arregalados, virei o corpo, com a intenção de ver as costas. Estas estavam inchadas e arranhadas por todos os cantos. Aproximei-me do espelho e levantei o queixo, deparando-me com três chupões: dois do lado direito e um do lado esquerdo. Todas aquelas marcas me davam a imagem de quem havia sido espancada. Antes que eu a chamasse, Ana entrou no banheiro, com um sorriso sacana nos lábios. Quando abri a boca para reclamar, ela roubou-me um beijo. Empurrei-a e vi outro sorriso enorme estampado em seu rosto, dando-lhe um ar infantil.
- Isso é para as pessoas verem que você é só minha! - disse ela, ainda mostrando os dentes alvos
Completamente desarmada, envolvi seu pescoço com os braços e voltei a beijá-la. Em minha cabeça, eu pensava que coisa nenhuma conseguiria devastar a alegria que eu sentia por ter Ana ao meu lado, espalhando carmesim entre meus dias.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A fúria de Ana Parte II

Ainda um pouco perturbada, me aproximei novamente de Stela, que conversava animadíssima, com duas moças. Entre risadas, as duas apresentaram-se e logo disseram que haviam nos visto no show. Após as formalidades, cochichei no ouvido de Stela que iria esperar Ana em outro lugar.
- Não, Carol. Por favor, espera aqui comigo! Não vai me deixar sozinha. – implorou ela
Sem saber como negar, acabei por ficar conversando com uma das moças enquanto Stela se jogava inteira para cima da outra. A garota com quem eu conversava, de fato, era muito bonita: estatura mediana, corpo curvilíneo, cabelos castanhos e olhos cor de mel. Porém, seu léxico era repleto de gírias e a mentalidade era infantil. O bom humor salvou sua presença de ser enfadonha. Conversamos por, aproximadamente, 20 minutos e eu já sabia basicamente toda a sua história. Stela já estava matando sua curiosidade de beijar uma mulher com a outra moça e eu me segurava para não repreender a que me acompanhava, quando ela fazia carinho em minha mão ou me segurava pela cintura. Quando fui procurar o celular, com a intenção de ver a hora, desviei os olhos para o outro lado da rua e vi o carro de Ana estacionado. Senti um calafrio percorrer minha espinha e avisei Stela que estava indo embora. Antes de ir, minha parceira de diálogo puxou-me firmemente pela cintura e depositou um “selinho” em minha boca. Sem saber o que fazer e rezando para que Ana não tivesse visto, fui em direção ao carro de cabeça baixa e pensando em uma maneira de escapar, como uma criança assustada.
- Está aí há muito tempo? – perguntei, ao entrar no carro, sem encará-la
Ana ligou o automóvel e permaneceu quieta. Desviei o olhar para seu rosto, em busca de uma resposta e reconheci a imagem impassível que ela costumava usar na empresa: o olhar fixo em algum ponto que ninguém sabe onde fica, a boca imóvel e os óculos descansando no desenho perfeito do nariz.
- Não. – finalmente respondeu
- Quanto tempo? – perguntei
Silêncio.
- Tempo suficiente. – disse ela
Sem saber o que dizer, optei por ficar calada.
Durante o caminho de volta, Ana permaneceu extremamente monossilábica. Cinicamente, eu lhe perguntava o motivo, ela só sabia responder: “Nada!”. Chegando ao prédio em que eu morava, insisti para que ela subisse comigo.
- Não quero. – respondeu
Tentei convencê-la durante um bom tempo, até que insisti uma última vez:
- Ana, sobe comigo. A gente conversa lá e você me diz o que há de errado!
Sem pensar duas vezes, desmanchando a imagem de mulher inflexível, Ana lançou-me um olhar furioso, estacionou o carro e saiu.
- Ah, você quer saber o que há de errado? – disse ela, enquanto abria a porta e me puxava para fora – Eu vou te dizer!
Segurando-me, firmemente, pelo pulso, Ana levou-me para dentro do prédio. O porteiro fez menção de levantar-se, mas eu, entre tropeços, fiz sinal negativo. Dentro do elevador, ela me disse:
- Sorte sua que aqui tem câmera.
Novamente senti um calafrio percorrer a espinha e permaneci quieta. Chegando ao nono andar, ela voltou a segurar-me pelo pulso e praticamente lançou-me para a porta, ordenando que eu a abrisse logo. Como era interesse de ambas as partes evitar escândalos, obedeci.
Joguei as chaves no sofá e Ana me puxou para o quarto. Assim que entramos, ela bateu a porta com força, jogou-me contra a mesma, fazendo parecer que meus pulmões explodiriam, e perguntou o que eu tinha na cabeça.
- Você quer me deixar louca? – gritava ela
Assustada, arregalei os olhos e me perguntei de onde aquele ser havia surgido. Ana batia na porta como se fosse derrubá-la. A cólera ruborizava-lhe o rosto e as veias saltavam de seu pescoço, enquanto ela falava sem parar. Eu nada respondia, infantilmente ficava quieta, com os braços cruzados. Ela apontava o dedo e dizia que aquilo não era coisa que se fizesse. Estranhei tamanha fúria, pois fidelidade nunca foi algo tão discutido e cobrado por nós, muito pelo contrário, Ana até me dava liberdade demais. Seu corpo se projetava para cima de mim, como se quisesse me fazer sumir. A sensação de parecer tão menor que ela me invadiu, novamente. Eu tentava interrompê-la, explicar o que havia acontecido, mas ela elevava ainda mais a voz, ficando cada vez mais rouca.
- Quem era aquela retardada que estava praticamente te comendo lá? – perguntou, irada, exagerando o que havia visto – O que você estava fazendo com ela?
- Pára de gritar, Ana! Ela só estava me fazendo companhia. – respondi, procurando não elevar o tom de voz
- Eu vi o tipo de companhia que ela estava fazendo para você – refutou
Tentei empurrá-la para longe, mas suas mãos envolveram as minhas, imprensando-as contra a porta. Senti um pouco de medo, mas cansada de tentar dar uma explicação, me calei e passei a me concentrar em outra coisa que não fosse sua voz, evitando, assim, meu próprio descontrole. Estranhamente, aquela atitude de Ana estava me excitando. O seu rosto tão perto do meu, seus fios de cabelo que escapavam da presilha, a respiração alterada, os lábios cada vez mais vermelhos e apetitosos... tudo estava me enlouquecendo. Senti um calor em meu útero e eu desejei que Ana calasse a boca e me possuísse naquele exato momento.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Estupro: o que é, como não fazer

Nem vou me aprofundar na história do BBB, pois ainda estou muito indignada de como tudo foi tratado. Eu sei o que eu vi no vídeo e não posso chamar de "o amor é lindo" como Pedro Bial.

Esse texto abaixo não e meu foi retirado do site Papo de Homem (http://t.co/12xhnvMy ). É um texto inteligente do Alex Castro recheado de ironias por favor não se ofenda.

Estupro: o que é, como não fazer

Ontem à noite, houve um estupro ao vivo no BBB. Ou talvez não. Ou talvez sim. Afinal, o que é um estupro?
Definir agressões de modo restrito é o melhor modo de esvaziá-las.

Se estupro for só entre estranhos em becos desertos com violência física, então quase nada é estupro. Nós, homens, podemos forçar a barra com nossa amiga bêbada e depois dormir de consciência limpa.

(O mesmo argumento vale pra racismo, pra homofobia, etc. Se racista é só quem lincha negro e chama de macaco, então quase ninguém é racista, problema resolvido. Por que esses negros ficam se fazendo de vítima, hein?)
Estamos há séculos ensinando as meninas como se vestir e como agir – para a segurança delas, claro! Mas talvez fosse a hora de ensinar os meninos como não-estuprar.

Quando ensinamos nossa filha a não usar saia tão curta, não é que estamos perpetuando uma prática milenar patriarcal de controlar o corpo das mulheres! Nãããão! É porque queremos o bem delas, pôxa!

Mas, dentre esses pais que controlam as saias das filhas com tanta ênfase e afico, quantos já usaram a MESMA ênfase e o mesmo afinco para controlar os hormônios e os impulsos dos filhos? Para ter uma conversa franca e aberta sobre estupro e escolha?

Como já sabiam os portugueses e espanhóis que passaram pela América salpicando nome de santo por todos os lados, definir é poder. Quem define o que é estupro, racismo, homofobia já está a meio caminho andado de ganhar a discussão.

Se homem engravidasse, aborto seria não só permitido e disseminado como ainda inventariam toda uma narrativa cultural para enobrecê-lo: que quanto mais abortos mais garanhão (“já comi trinta e abortei vinte e cinco, rárá!”); que o primeiro aborto seria um rito de passagem (“meu filho é um hominho, já fez o primeiro aborto!”), até mesmo que a dura decisão de abortar seria prova de macheza e caráter (“quando o Clint fica assim caladão e sério é porque está pensando em todos os abortos que já fez, que másculo!”).

Seria importante os pais conversarem com os filhos sobre estupro justamente porque não é fácil definir estupro. Se não é fácil em uma conversa civilizada na sala, então é mais difícil ainda de madrugada, no fim da festa, com álcool na cabeça e hormônios em fúria, entre duas pessoas que são tão falhas e fracas, tão covardes e indecisas quanto qualquer um de nós já foi tantas vezes.

Sim, é verdade: às vezes a gente não sabe o que quer, às vezes a gente muda de ideia, às vezes a gente diz que quer mas não quer. Mas também é verdade que às vezes a gente agride e é agredido, violenta e é violentado. E aí? Como saber com certeza? Como definir? Em que momento “ai, ai, não, não” vira “não, não, vou chamar a polícia”?

Nunca temos certeza de nada nessa vida, mas recomendo a seguinte regra: em caso de dúvida, não estupre.

Está em poder dos homens erradicar a prática do estupro. Só depende de nós – e não das saias das meninas.



Créditos: Site Papo de Homem http://t.co/12xhnvMy

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A fúria de Ana Parte I

Era sexta-feira, o dia mais esperado da semana. Dormíamos agarradas, as pernas e braços entrelaçavam-se em um abraço de corpo inteiro. Acordei sentindo o perfume entorpecente de seus cabelos, que impregnava os travesseiros, tirando-me a vontade de levantar da cama. Após me deleitar com a imagem serena do sono profundo em que Ana se encontrava, desvencilhei-me de seus braços e fui direto para o banho. Sabia que ela acordaria mais tarde do que o habitual, pois eu a havia deixado exausta no dia anterior. Um tanto quanto orgulhosa, resolvi preparar o desjejum por conta própria, não gostava de chegar atrasada no trabalho, ainda mais acompanhada dela.
Voltei para o quarto e ouvi o barulho do chuveiro, sinal de que Ana já estava acordada. Escolhi uma calça, uma camisa e um paletó, mas só vesti a calça. Abri a porta do banheiro e senti um calafrio percorrendo a espinha quando vi Ana ensaboando o corpo. Por mais natural que fosse vê-la nua, eu sempre ficava admirada. Exatos 1,75 metros de altura, seios fartos e arredondados, olhos acinzentados, lábios generosos e avermelhados, cabelos loiros que chegavam até os ombros, cintura fina, quadris largos, coxas grossas. Inteligente, bem resolvida, poderosa... Tantos adjetivos que chegavam a intimidar. “Tanta perfeição, tanta beleza!”, pensei.
Ela olhou-me e sorriu. Coloquei-me em frente ao espelho, peguei a escova e passei a pentear os cabelos, com a intenção de prendê-los. Ana saiu do boxe e enxugou os cabelos.
- Bom dia! – exclamei
Ana nada respondeu e, com o corpo ainda molhado, abraçou-me pela cintura, enquanto mordia meu pescoço. Minha pele arrepiou-se. Ela me envolveu com seus braços e as mãos escorregaram por todo o meu corpo. Apesar da pequena diferença de altura (seis centímetros), Ana me fazia sentir como se fosse muito mais baixa que ela. Imprensou-me contra a pia e continuou a mordiscar meu pescoço e ombros. Cada movimento denunciava sua lascividade. Senti seus seios intumescidos roçando em minha pele e logo meu sexo começou a ficar molhado. Despertando os instintos mais primitivos, seus dedos passaram a brincar com meus seios, ainda por cima do sutiã. Já denunciando minha fraqueza, minha respiração ficou entrecortada.
Gemidos tímidos escapavam de nossos lábios. Ela arranhava minha cintura, roçava seu sexo em meu bumbum, sem tirar a boca de meu pescoço. A boca, as mãos, a língua, os gemidos... Tudo nela me fazia perder o controle. Era um universo fechado, excluído, onde só nossos desejos e instintos reinavam, nada mais.
Ana, faminta, me tocava, mordia, apalpava, apertava. Meus olhos viravam e o suor anunciava meu estado de loucura. Ela desabotoou minha calça e, atrevida, enfiou uma das mãos, ansiosa por chegar a meu clitóris e sentir minha umidade. Descobriu um de meus seios e passou a apertá-lo. Minha cabeça se projetava para trás e eu tentava controlar os movimentos das mãos, impedindo-as de arranhá-la inteira. Ana passou a me penetrar com um dos dedos, delicadamente. Quando meus gemidos se tornaram mais freqüentes, ela me prendeu ela cintura e passou a esfregar-se em meu corpo com maior vontade. Atreveu-se a penetrar mais um dedo em mim, que demonstrei aprovar tal atitude com urros e gemidos. Mais violenta, descontrolada, Ana bufava em meu ouvido, aumentou a força dos dedos, me fazendo derreter em um prolongado orgasmo. Senti o corpo de minha namorada tremer logo atrás de mim e seus dentes cravando em meus ombros. Sua força se esvaiu aos poucos e ela desabou, sentando-se no vaso sanitário. Puxou-me para seu colo, deu-me o primeiro beijo da manhã, com o refrescante hálito de menta, sorriu e disse:




- Bom dia!
Depois de uma hora e meia, chegamos à empresa e voltamos a ser patroa e estagiária, dona Ana e Caroline, cada uma com suas respectivas responsabilidades. Só voltávamos a nos tratar como namoradas durante os raros intervalos. Nossa relação era sabida por muita gente, incluindo superiores, mas ninguém nunca fora corajoso o suficiente para questionar. Comentários maldosos nem sequer chegavam aos meus ouvidos, muito pelo contrário, homens e mulheres até me olhavam de forma diferente, quase libidinosa. Eu praticamente podia ler seus pensamentos e me divertia com eles. Nunca havia imaginado que namorar a patroa poderia ser tão sensual aos olhos de outrem.
- É hoje o show, não é? – perguntou Ana, durante o intervalo para almoço
Notei o ar aborrecido em sua voz e quase me arrependi de ter aceitado o convite de minha amiga para ir a tal show. Ana nunca escondera que achava Stela efusiva, indisciplinada e uma péssima companhia. Eu procurava não estar com as duas ao mesmo tempo, mas desde que começamos a estagiar, Stela e eu ficamos muito próximas, pois era interessante trocarmos impressões e experiências. Por Ana, quase recusei o convite, porém dois lugares na área VIP e uma cantora de MPB fantástica me fizeram dizer “sim”.
- É hoje, sim. Tem certeza de que não quer ir? – arrisquei
Ana fuzilou-me com o olhar por um instante e respondeu:
- Tenho. Você sabe que não gosto desse tipo de evento.
Concordei e logo mudei de assunto, procurando não aborrecê-la ainda mais.
Chegando o final do dia, Ana levou-me até meu apartamento e foi embora, pois não queria encontrar-se com minha colega. Não demorou muito para que Stela chegasse. Com seu jeito espalhafatoso, ela começou a falar sem parar e fazer cenas de drama, dizendo que iria desmaiar se a cantora chegasse pertinho do local onde estávamos. Eu achava graça no jeito de Stela, mas, ao vê-la, qualquer um poderia entender o que Ana queria dizer ao chamá-la de efusiva e indisciplinada.
Saímos de casa quando o relógio acusou 20 horas. Não demoramos muito para chegar ao local e agradeci aos céus por Ana não ter aceitado minha oferta, pois o lugar estava lotado e ela odeia multidões. Olhando em volta, pude notar claramente que o público, em sua maioria, era homossexual. Quando comentei o fato com Stela, ela logo se animou, pois se dizia bissexual, mas nunca havia ficado com outra moça. O show começou às 21 horas e eu passei boa parte do tempo rindo de minha colega, que gritava loucamente o nome da cantora e até dizia certas baixarias em momentos inconvenientes, obrigando-me a pedir que se controlasse.
Ao término da apresentação, Stela já se encontrava quase sem voz e um tanto despenteada. Assim que saímos do local, buscando um lugar mais silencioso, afastei-me de minha colega e liguei para Ana para pedir que fosse me buscar, conforme havíamos combinado. Ao reconhecer sua voz deliciosamente sonolenta, fechei os olhos por um instante e imaginei seu corpo esguio coberto por uma camisola de tecido fino e transparente. Tal imagem era tão apetitosa que cheguei a sentir uma leve vertigem.




quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

10 clipes de Beijos Lésbicos

Vou colocar aqui a minha lista dos melhores clipes com beijos lésbicos.

1° I Can Hardly Wait by Complicated Universal Cum . Acho que se prestei atenção uma vez na música do clipe foi muito ....




2° Like a Virgin VMA de 2003.Foi melhor número do VMA de todos os tempos só podia ser com Madonna.





3° Noite do Prazer - Caludio Zoli . O nome da música ja diz tudo.





4° Uma Noite e Meia Aline Rosa e Daniela Mercury. Nunca tinha reparado que Aline Rosa era interessante ... Daniela Mercury que o diga.




5° Luen - Confesso que não sei muito sobre essa cantora, mas com certeza o seu clipe merece estar na nossa humilde parada.




6°Libertad- Chiristian Chavez & Anahi Não sou nenhum pouco fã dos Rebeldes ou ex Rebeldes ao contrário da Karoll que morre de amores pela Anahí.




7°hoje eu acordei feliz - Charlie Brown jr Clipe antigo do Charlie Brown se você acha a música deles ruim avance até o final do clipe.




8° All The Lovers - Kylie . Mais um clipe que faz a linha ninguém é de ninguém .



9 ° I Gotta Feeling -The Black Eyed Peas .Fergie achava você tão bonita...O clipe se passa em uma festa e a música todo mundo conhece




10° All The Things She Said- t.A.T.u. Sendo uma farça ou não foi um dos primeiros clipes com beijo lésbico exibido na programação normal da MTV . Confesso que eu gostava desse clipe

sábado, 7 de janeiro de 2012

Música boa de se ver Antonia feat Tom Boxer - Morena

Antonia feat Tom Boxer - Morena

Ai ai esse clipe é muito gostoso de assistir.



O DJ e produtor romeno de música eletrônica Tom Boxer lançou esse single junto com Morena que é o novo pseudônimo da belíssima cantora Antonia.