domingo, 5 de fevereiro de 2012

Tia Dafne Parte II

Senti meu rosto começar a enrubescer e espremi o corpo contra a coluna que estava atrás de mim, querendo sumir.

- Não é isso. É que, tecnicamente, você é minha tia. – respondi

Ela arregalou os olhos azulados e aproximou-se mais.

- Então se eu não fosse “tecnicamente” sua tia, você...?

Meu corpo voltou a tremer e meu coração parecia querer pular de meu peito. “Por que ela está fazendo isso?”, perguntei-me. Dafne esperava, ansiosa, por uma resposta. Desconcertada, passei uma das mãos pelos cabelos e desviei os olhos. Puxando-me pelo queixo, ela fez com que nossos olhos se encontrassem. Suas sobrancelhas estavam erguidas e o habitual sorriso havia sumido de sua fronte. Como se tivessem vida própria, meus olhos desviaram-se para seu decote e, quase que imediatamente, voltei-os para seu rosto, assustada. O sorriso voltou a formar-se em seus lábios.

- Parece que a tia Dafne não é a única por aqui que está tendo pensamentos libidinosos. – sussurrou ela, colando seu corpo ao meu

Ela olhava-me, esperando uma atitude. Um turbilhão de pensamentos invadiu minha mente e eu optei por ignorá-los. Seu olhar me fazia isso. Eu não podia dizer “não” a ela.

Mergulhei em um perigoso universo tátil. Enquanto sua língua quente explorava cada canto de minha boca, suas mãos se agarravam em minha cintura. Abri os olhos por um instante e, sem interromper o beijo, observei-lhe os traços dos olhos que, agora, estavam fechados e tão próximos de mim. Senti uma imensa emoção tomando conta de meu corpo, como se o coração fosse explodir. Envolvi sua cintura com os dois braços e apertei-a com toda a força, querendo mostrar-lhe o caleidoscópio de sensações que estava habitando meu ser. Afundei o rosto em seu pescoço, respirando de forma descompassada.

- Você está bem? – perguntou ela, afagando meus cabelos

- Te quero tanto que até dói! – respondi

Dafne fez com que eu olhasse para seu rosto e disse:

- Você me tem aqui, agora.

“Ela não entendeu”, pensei. Ignorando minha própria decepção, voltei a puxar-lhe pela nuca e colar seus lábios aos meus. Minha mente remoia o pensamento de que tê-la por um instante seria melhor do que nunca poder tocá-la.

Sua pele roçando na minha fazia com que meus instintos falassem mais alto que a razão. Dafne segurou-me pelas bochechas e inclinou minha cabeça para trás, deixando meu pescoço à mercê de sua língua quente e escorregadia. Enrosquei-me a ela com pernas e braços. Seu quadril encaixou-se entre minhas coxas e suas mãos se atreveram por baixo de minha saia.

- Vamos entrar, vamos? – perguntou ela, entre sussurros, no meu ouvido

Arrepiei. Sem esperar por uma resposta, Dafne pegou os sapatos do chão e foi abrindo a porta.

Já dentro de casa, ela jogou o calçado para um canto e voltou a me puxar pelo braço. Senti-me como uma espécie de fantoche em suas mãos. Fomos cambaleando, trocando beijos, no escuro, até a escada. Caí sentada em um dos degraus e quase que imediatamente ela enlaçou-me com as pernas e sentou em meu colo. Minhas mãos subiram seu vestido e deslizaram pela curva da cintura. Eu pressionava os dedos contra a maciez de sua pele, querendo memorizar suas formas. Envolvi ambos os seios com as duas mãos e ela jogou a cabeça para trás, com a respiração descompassada. Seus quadris rebolavam suavemente e nem mesmo o incomodo dos degraus em minhas costas faziam com que meu fogo abrandasse. Quando lhe mordi o pescoço, ela deixou escapar um gemido que ecoou pela sala.

- Menina louca... Vamos para o quarto antes que eu comece a fazer um escândalo! – gemeu Dafne

Levantamos e subimos a escada em segundos. Ao chegar no corredor, acendi a luz e Dafne, entre risadinhas e sussurros obscenos, apertou-me contra a parede e, aumentando a esfregação em mim, disse:

- Que vontade de te foder aqui mesmo!

Arregalei os olhos, estupefata pelas palavras sujas que haviam saído de uma boca tão perfeita e delicada. Era a primeira vez que a ouvia falando um palavrão. Sorri. Olhei para a porta do quarto em que meu tio estava dormindo e senti uma estranha e intensa satisfação me consumindo. “Estou com a sua namorada, seu imbecil”, pensei.

Sem pensar duas vezes, troquei de posição com Dafne, jogando-a conta a parede. Levantei seu vestido e deslizei uma das mãos para dentro de sua calcinha. Estava doente de vontade de sentir sua umidade. Deslizei os dedos em sua boceta escorregadia e logo ela gemeu. Não resisti. Queria senti-la, sê-la. Escorreguei dois dedos para dentro dela, que imediatamente soltou um gemido mais grave, tapando a boca em seguida. Tentou desvencilhar-se de mim, mas segurei-a com força. Quase me descontrolei ao sentir a quentura de suas entranhas. Havia um vulcão em erupção entre minhas pernas e eu só pensava em possuí-la.

- Carol!... Você está... louca? – perguntou ela, pausadamente, entre gemidos

Ignorei suas palavras e passei fazer movimentos de vai-e-vem com os dedos. Dafne agarrou-se em minhas costas com as duas mãos, enquanto afastava ainda mais as pernas. Seus dentes ora cravavam em meu pescoço, ora mordiam meus lábios, em uma demonstração clara de descontrole. Aumentei a velocidade do movimento dos dedos. Outro gemido. Passei a sugar sua língua, seus lábios, seu pescoço... Mais gemidos. O suor brotava de seus poros e seus dedos engancharam-se entre os fios de meus cabelos.

- Você é louca... Louca! Não faz isso. – disse ela, puxando-me ainda mais de encontro ao seu corpo

Segurei-me para não rir de sua confusão. Parecendo esquecer-se de onde estava, ela começou a gemer descontroladamente. Colei minha boca na sua, tentando abafar os gemidos mais agudos. Quando ela anunciou que estava quase gozando, imediatamente parei. Tirei os dedos, que agora estavam absurdamente molhados, de dentro dela e tentei me afastar um pouco. Dafne puxou-me com força e passou a esfregar o corpo contra o meu.

- Por que você parou? – perguntou ela, entre gemidos desesperados

Nada respondi, apenas observei a forma com que ela se colava ao meu corpo. Por um instante, pensei que meu tio fosse acordar para ver o que estava acontecendo. Intimamente eu desejei que ele o fizesse. Ele não fez.

Voltei a concentrar-me em Dafne, que continuava a questionar a minha pausa. Na verdade, eu queria vê-la sofrer um pouco. Meu descontrole era culpa dela. Meu descontrole era culpa dela com ele. Por isso eu queria fazê-la implorar... E ela implorou. Com as próprias mãos, mostrou-me o caminho para voltar a comê-la. Ela não parecia mais a mulher madura e dona de si. Parecia uma puta. Uma bela de uma vagabunda implorando por prazer. Eu dei-o para ela. Tapei sua boca com a mão que estava livre e passei a fodê-la com força. Seu corpo parecia febril e tremia inteiro. Seus gemidos tornaram-se soluços abafados. Suas mãos agarraram-se no tecido de minha blusa e logo eu senti suas contrações em meus dedos e os espasmos percorrendo todo o seu corpo. Todo o prazer que ela estava sentindo, fluiu para meus dedos.

Suas pernas fraquejaram por um instante. O corpo ficou mole, como se estivesse bêbedo. Quando fui beijá-la, percebi o sorriso enorme que estava lhe enfeitando o rosto. Era a coisa mais linda que eu já havia visto.

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