sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Sei que é você VII

Disse-me isso com um dengo na voz, não tive como resistir... Acariciei seus cabelos até ela pegar no sono, quando tive certeza sai da cama com movimentos cautelosos para que ela não acordasse, apanhei as roupas dela e a toalha que estavam no chão, coloquei as dela sobre sua cama, devidamente dobradas, vesti as minhas e estendi a toalha, antes de ir para a minha cama, passei alguns minutos parada em frente à dela, ainda admirando aquela face tranqüila, dormia como um anjinho. Deitei-me e não pude evitar sentir uma alegria percorrer minhas veias, apesar de temer a atitude dela no dia seguinte, depois de uma meia hora peguei no sono, ainda sentindo o calor do corpo dela na minha pele. Ao acorda olho pra cama ao lado, mas estava vazia sinto sua falta levanto vou até a cozinha, dona Laura catava o feijão. - Bom dia dona Laura cadê a Larissa? – disse ainda sonolenta coçando os olhos. - ela levantou a vista e me encarou deu um leve sorriso – Minha filha dormiu bem? Ela acordou cedo, foi logo caminhar quando voltou estava tão séria perguntei se tinha acontecido alguma coisa, disse que tinhas algumas decisões muito seria a tomar. - Que decisões – senti um frio no estomago. - Que iria morar com o Guilherme. Sentei de imediato numa cadeira um misto de tristeza me abateu aquele sentimento de perda, rejeição... - Mas ela saiu com as suas coisas? – as palavras saiam num sussurro. - Não, disse que quando chegasse do trabalho ia conversar conosco, já era hora minha filha, Larissa ama muito esse rapaz, há tempos namoram. Não conseguir segura as lágrimas que invadia meu rosto, levantei e sair da cozinha bruscamente não queria que me visse chorando jogou-me sobre a cama chorei copiosamente, uma dor no peito, não conseguia entende-la como ia morar com o Guilherme depois de ter sido minha, nada conseguia justificar tal comportamento. Milhões de coisas passavam por minha mente senti uma raiva misturada com amor, chorei intensamente, não percebi que dona Laura tinha entrado no quarto, senti suas mãos tocando meu rosto. - Minha filha, o que houve? Porque choras? - Nada – tentava enxugar minhas lágrimas. – Estou apenas com dor de cabeça, a senhora sabe como fico. - Já tomou seu remédio? - Tomei sim, daqui a pouco passa. - Minha filha não gosto quando fica triste desse jeito, vem cá vem! – dona Laura me abraçou me perdi naquele abraço acolhedor, chorei novamente. Ela saiu meia hora depois acabei adormecendo, no início da tarde dona Laura me chama, era o Danilo ao telefone, atendo mais sem entusiasmo algum. - Alô - disso com a voz rouca. - Tamires tudo bem. - Tudo. - E que voz é esse mulher? - Estava dormindo. - Hum sei... – pareceu desconfiado. – Amanha é sua entrevista já ta sabendo? - Dona Laura me avisou disse que ia comigo. - Certo, não se atrase pelo amor de Deus, Lúcia é muito rigorosa com horários, 09h00min em ponto no conservatório. - Não se preocupe estarei na hora marcada. Danilo obrigado por tudo, você não imagina o quanto isso é importante pra mim. - Não me agradeça Tamy, amigos são pra essas coisas, amanhã vou ai saber como foi. - Esta bem. - Beijos. - Beijos. Danilo desligou, a entrevista seria amanhã me sentia um pouco insegura, embora a Lúcia soubesse da minha historia tinha medo de não conseguir, afinal eu não se lembrava de nada, fui até o quintal dona Laura aguava as plantas falei sobre a entrevista no dia seguinte, esperei Larissa até tarde, ela não apareceu acabei sendo dominada pelo sono. Ao amanhecer escuto um barulho, era ela. - Bom dia. – disse ela. - Bom dia. – levantei e sentei na cama. – Te esperei ontem, você... - Dormi na casa do Guilherme. – disse ela, aquilo me deu uma tristeza abaixei a cabeça. - Você se arrepende? – indaguei. - Essas coisas não podem continuar acontecendo, Tamires, estou tendo um comportamento inaceitável. - Coisas Larissa? É assim que você classifica o que aconteceu entre agente? – perguntei meio magoada. - Oras Tamires somos mulheres adultas sei que me precipitei ontem, agir de forma irracional, não posso continuar não é justo nem com você nem com Guilherme, o que você quer de mim Tamires? - Eu quero você – falei com segurança. Olhando em seus olhos. Respondi com firmeza, ela ficou calada tinha tristeza no olhar, continuo colocando sua roupa na mala queria segura-la, fazê-la entender que podia fazê-la feliz, ela não podia ir embora. Mas ela foi, arrasando meu coração, foi embora sem olhar pra trás. Chorei mesmo sem querer, fui pro banho arrumei rapidamente era o dia da entrevista, acabei indo sozinha Larissa conversava com os pais, não queria atrapalhar, mesmo com receio de me perde pegue o ônibus. Danilo me esperava em frente, sua ansiedade foi maior assim que desci do ônibus ele me esperava na recepção meu deu uma saudação calorosa - Não agüentei tinha que dá meu apoio moral. – disse ao me abraça. – Chegou cedo. – disse ele ao consultar o relógio. - Temos um tempo, vem que vou te mostrar a escola. Danilo me apresenta a escola, ele parecia conhecer bem, chegamos à fala de canto, uma música maravilhosa toma conta do local, fico maravilhada com aquilo tudo, entramos na sala, uma mulher estava sentada ao piano. Observei cuidadosamente sua fisionomia, estava de costa, era jovem, seus cabelos ruivos longos, Danilo me puxou, 09h00min em ponto, me levou até a sala da Lúcia. A secretária anunciou nossa entrada, entro na sala com um frio na barriga. Danilo apertou minha mão em sinal de segurança. - Bom dia. – disse a mulher simpaticamente. - Bom dia Lúcia - Respondeu Danilo cheio de intimidade, abraçando a mulher. - Dan que saudade. – respondeu com a mesma intimidade. - Essa é a Tamires, a amiga que lhe falei. Vou esperar lá fora. Danilo nos deixou a SOS. - Bom dia dona Lucia. – cumprimentei timidamente. - Bom dia Tamires. Danilo disse que você ficou interessada em trabalhar conosco, mais que não tem documentos. - Pois é, sofri um acidente e acabei perdendo minha identidade por completo, graça a família Couto que praticamente me adotou estou viva. – tentei ser firme. - Fui informada da sua situação, mas você saber que pra trabalhar aqui precisará tirar documentos, se o ministério do trabalho resolver fazer uma visita ai já viu. - Entendo. - Ok. O restante da entrevista foi tranqüilo ela me fez inúmeras perguntas que soube responder depois me levou pra uma sala, pediu pra tocar para ela, não foi nada fácil, mas conseguia acompanhar todas as partituras a maiorias das músicas escolhida era clássicas, de Beethoven, Vivaldi, Chopin Lúcia ficou surpresa com meu desempenho, pois não errei uma letra qualquer. Passamos quase uma hora entre teste e outro, sair do conservatório satisfeita sabia que tinha me saído bem. Fique de ter uma resposta no final daqui pra quarta feira, de antemão me mandou providenciar minhas documentações. Fiquei super feliz. - Nossa nem vou perguntar se você se saiu bem né. – não tinha reparado que estava acompanhado. - Desculpe minha tamanha euforia. – a mulher me olhou e sorriu. Fico admirada com sua beleza, sua pele branca dava contraste com seu olho verde esmeralda, cabelos ruivos, longos e ondulados, seu rosto quadrado expressivo, desci minha vista para seu corpo era um pouco mais alta que eu, trajava uma calça jeans, e uma blusa de manga, com um decote discreto, voltei a sim com a pergunta de Danilo. - Como foi à conversa? - Foi boa mais o problema são a minha falta de documentos. – disse sem tirar o olhar na ruiva a minha frente. - Larissa esta cuidando disso. - É eu sei. – Danilo percebeu meu olha fixo na ruiva, logo nos apresentou. - Essa aqui é a professora Isabella. - Prazer Tamires. Ela logo perguntou. - Essa é a menina do bar? - É Isabella, ela mesmo a amiga que indiquei pra ser sua assistente, lembrei que você tinha me falado que estava sobrecarregada de trabalho conversei com Lucia e aqui estamos. - E como se saiu? – ela perguntou olhando-me fixamente nos olhos. - Acredito que bem. - Espero que consiga a vaga, Danilo falou maravilhas de você. - De certo exagerou. Todos nos rimos depois nos despedimos, fui pra casa numa ansiedade daquelas, repassei toda a entrevista e os testes com Lúcia, ela parecia ser uma mulher muito exigente, Isabella também não me saia da cabeça, engraçado seu nome me causava uma sensação estranha. Cheguei a casa me deu uma tristeza, não tinha a Larissa pra dividir minha alegria ela já tinha saído de casa, dona Laura dava banho em Meg, tratei de contar como tinha sido lá, ela pediu pra eu repeti umas três vezes até por si dá satisfeita, até tentei mais não conseguir acabei ligando pra Larissa para lhe contar como tinha sito, ela deu sinal de animação me disse algumas palavras de incentivos. Depois desligou, pois um cliente tinha chegado. O restante da semana passou devagar, um dia ou outro a Larissa vinha aqui mais sempre em visitas rápidas, ela estava muito diferente fazia o possível pra não ficar sozinha em minha companhia. Na sexta-feira o telefone toca. - Alô! - Alô, bom dia. - Bom dia. - Gostaria de falar com Tamires Couto. - É ela. - Olá Tamires, aqui é a Lúcia do conservatório Santa Maria. - Oi Lúcia tudo bem? - Tudo sim querida, estou ligando primeiro me desculpar pela demora tivemos uns problemas aqui, mas se você ainda estiver interessada na vaga de assistente da professora Isabella, a vaga é sua. Mal pude acreditar no que escutava, a vaga era minha dei pulos de alegria, minha voz denunciava minha empolgação no final da ligação ficou acertada pra começar na segunda feira. Assim que coloco o telefone no gancho. - Alô. - Oi Tamires. - Como sabe que sou eu? - Identificador de chamada e o som da sua voz. Aconteceu alguma coisa? - Arrumei um emprego. - silêncio – Foi? Que bom, na escola de música? - Esta tudo bem Larissa? - Tudo sim, me conta sobre esse emprego. Contei a conversa com Lucia por telefone, Larissa estava com a voz muito estranha parecia que tinha chorado, desliguei com um aperto no coração. Fiquei muito animada, disse a dona Laura e seu Augusto que tinha conseguido o emprego, a casa estava em festa, pois no domingo íamos comemorar o aniversário de dona Gloria, esperei Larissa aparece pra almoçar no sábado como ela havia prometido, mas ela não apareceu senti uma raiva fora do comum nesse dia minhas dores vinha de forma avassaladora, desmaie inúmeras vezes, terminei o dia no hospital. Acalmei-me apenas quando vi a morena entrando no quarto, ela tinha uma expressão diferente, não tinha o mesmo brilho de antes no olhar, parecia triste ou preocupada, conversamos brevemente, pois acabei passando muito mal e fui sedada, quando acordei não estava mais lá fiquei sabendo por sua mãe que o Guilherme veio buscá-la. Domingo de manhã volto pra casa, à tarde vamos pra casa de dona Glória a família toda estava reunida, tive a esperança de encontrá-la, que ela tivesse mudado de idéia invés de ir pro tal jantar e fosse pro aniversário da sua avó, minha esperança foi pelo ralo quando dona Laura se aproximou de mim. - Minha querida você esta bem? – perguntou cheia de preocupação. - Estou sim. - Tão pensativa... - Estava pensando na Larissa, ela esta tão estranha não é, será que ela não vem? – a mulher permaneceu em silêncio – Sinto falta das suas gargalhadas... Das suas bagunças... Da sua presença... - Tamires, sinto um carinho muito grande por você a vejo como uma filha, mas você precisa entender que o caminho dela é outro, ela gosta de você como uma irmã e deixou bem claro isso, se ela ta se afastando de você é porque não quer iludi-la, você precisa encontrar seu caminho menina, assim como ela ta trilhando o dela. Ela não vem, me ligou ainda pouco pedindo desculpa, ela vai ao jantar acompanhar o marido dela, como deve. Aproveite a festa menina. Dona Laura nada mais falou se levantou e me deixou pensando em suas palavras, não esperava que Larissa fosse lhe contar o que aconteceu entre nós, pelo visto falou, ela tinha razão precisava da um rumo na minha vida, estava começando a viver agora, por mais difícil que fosse precisava esquecê-la, nunca a teria novamente em meus braços, era hora de recomeçar; Aprender a viver sem ela é o primeiro marco. Larissa - Ai meu Deus, o que foi que eu fiz? Exclamei ao abrir os olhos, fiz uma retrospectiva da noite anterior, nenhum argumento explicaria minha atitude impensada, cedi aos meus desejos; Cometi um erro em dormi com aquela mulher que tanto gostava de mim, levantei com meu corpo desnudo ainda, percorri o pequeno cômodo de um lado para o outro, me sentia confusa. Uma traidora. Vesti-me com roupa de aeróbia sair sem que ninguém visse segui para o calçadão, corri até não haver mais fôlego, consciência pesada e um sentimento de culpa me pairava, essa situação estava ficando insustentável, o Guilherme estava sendo traído sob os próprios olhos. Apesar de tudo ele merecia meu respeito e a Tamires não merecia ser humilhada dessa maneira, minha cabeça fervilhava, precisava tomar uma atitude antes que alguém saísse magoado. Voltei pra casa encontrei minha mãe que vinha do mercado, nada falei, ela me olhava intrigada, Tamires continuava dormindo, me peguei observando-a por um momento, um sorriso formou-se em minha face, ela era linda. Afastei qualquer pensamento que me atraísse a ela. Tomei um banho rapidamente e me arrumei, fui para o escritório às pressas, já estava muito atrasada. Trabalho tinha mais cadê a concentração, fiquei perdida em meus devaneios, tantos pensamentos impuros daquela noite, levantei da cadeira inconformada por não parar de pensar nesse assunto, sai da minha sala e fui ate a copa tomar um copo de água, passei pela sala do Guilherme. Sua secretária não estava, abri a porta sutilmente fiquei parada, apenas observando-o, ele estava de costas para a porta com um papel nas mãos, não parecia ter notado minha presença. Que ingenuidade a minha. - Vai ficar parada ai na porta? - virou-se, tirou seus óculos de leitura e pôs sobre a mesa, sua voz estava tranqüila, um sorriso formou-se na face daquele homem tão belo. - Humm, andou esquecendo-se de se barbear foi? - falei em um tom zombador, o Guilherme sempre foi preocupado com aparência, dizia que para um advogado era sempre um cartão de visita, mantinha-se sempre muito alinhado no seu escritório, embora em casa gostasse do jeito despojado - Estou deixando crescer. - deu um sorriso sedutor. - Você fica muito sexy. -fui me aproximando - Porém, prefiro seu rosto bem lisinho. - ao olhá-lo de tão perto a saudade apertou, estávamos tão distantes e tão perto ao mesmo tempo. Víamo-nos apenas no escritório e sempre com aquele ar profissional. - Me leva pra almoçar? - ele olhou o relógio no pulso, franziu a testa, pensei que fosse recusar. - Dá tempo de comermos na casa da sogrinha. – sorriu. - Pensei em ir naquele restaurante japonês. - o abracei pela cintura, aspirei seu forte perfume, ele me envolveu em seus braços e procurou meus lábios, nos beijamos calorosamente. O desejo subiu o corpo e nos afastamos. -Vamos! Temos apenas uma hora. Tenho uma audiência logo mais. Chegamos ao restaurante uns vinte minutos depois de ter saído do escritório, decidimos ir a um restaurante francês. Guilherme se comportava como um verdadeiro cavalheiro, abriu a porta do carro quando chegamos, puxou a cadeira para que eu me sentasse me ofereceu a primeira taça de vinho, a todo o momento lançava um olhar sedutor em minha direção. Ele sabia ser romântico quando queria. Conversávamos coisas sobre o cotidiano, e quando toquei no assunto de trabalho me surpreendi com a reação dele. - Eu não quero falar de trabalho agora, não aqui, com você estando tão linda, bem na minha frente. Confesso que fiquei um pouco envergonhada, o tom de voz do Gui era tão ou mais sedutor que seu olhar, ele tocou minhas mãos e sorriu um sorriso sincero, senti um friozinho na barriga. A comida chegou e durante todo o almoço trocamos olhares apaixonados, percebi então que tinha cometido o grande erro voltando a ficar com a Tamires, pois ali, diante do Guilherme não sentia nenhuma dúvida do que eu realmente sentia por ele, apesar de todas as brigas, apesar de todas as discussões, eu o amava e a partir daquele momento decide que estaria disposta a fazer de tudo para que nossa relação desse certo. Depois do almoço comemos uma sobremesa deliciosa, a conversa seguia tranqüila, Guilherme me tratava como uma deusa fazia carinhos em minhas mãos, em meu rosto, sentei mais perto, ele colocou o braço em volta do meu pescoço, nossos olhares apaixonados. Quando saímos do restaurante ele passou numa floricultura fez questão de me presentear com um belo buquê de orquídeas, ele sabia o quando eu gostava de flores. Não posso negar que fiquei boba com aquele gesto, andávamos nos tratando com tanta frieza que aquele simples gesto amoleceu de vez meu coração. - Eu amo você! - me disse ao entregar as flores, passamos alguns instantes nos olhando, nos aproximávamos aos poucos, involuntariamente... - Guilherme, quero seu carro emprestado!! - falei se sopetão, Guilherme me encarou sem entender nada. - O que? - me perguntou com a expressão confusa. - Vou buscar minhas coisas na casa de mainha, me mudo hoje mesmo pra sua casa, isso é, se você ainda me quiser. - ele permanecia calado como se não estivesse acreditando. -Guilherme, vai ficar mudo ai? Vai me emprestar ou não o carro? - Claro... Claro! - falou com muita animação na voz. - O que lhe fez mudar de idéia? -perguntou curioso. - Nada. - respondi com firmeza, olhando em seus olhos - Apenas conclui que era hora de dar esse passo a diante, você tem razão, sempre tivemos uma vida de casados, esta hora de morarmos juntos e esse dia chegou. - ele me puxou pra um beijo apaixonado. Ele me deixou no escritório fiquei satisfeita com a conversa que tivemos. Passei o resto da tarde trabalhando no caso de dona Lucia, precisava me concentrar o máximo possível, pois em 15 dias teria uma audiência definitiva, precisava a todo custo ganhar essa causa, além de ser muito importante para minha carreira o resultado seria decisivo na vida daquela senhora. No final da tarde o motorista do escritório me entrega a chave do carro do Gui, pois depois da audiência ele resolveu ir pra casa, fui para casa com uma tristeza no coração. Dada as circunstancias era o melhor a se fazer, nunca pensei em sair da casa da minha mãe, eu e o Gui tínhamos uma relação tão boa cada um vivendo em sua casa, mas enfim, mudanças eram precisas, estacionei o carro em frente de casa, assim que abri a porta Meg chegou latindo e pulando nos meus pés, brinquei um pouco com ela antes de entrar, precisar criar coragem. Meu pai estava na sala vendo o noticiário, não vi a Tamires, melhor assim, cumprimentei meu pai e perguntei por minha mãe, ele disse que ela estava no quarto, então falei que precisava conversar com os dois naquele momento, ele me olhou desconfiado e então me segui até o quarto, minha mãe guardava as roupa no guarda roupa. - O que houve? – perguntou ao ver minha expressão. - Larissa tem algo a nos dizer. – disse meu pai sentando na cama. - Tomei umas decisões e preciso passa pra vocês. Tentei manter minha voz clara e objetiva embora estivesse tremendo por dentro, baixei a cabeça, comecei a falar. Tava mais que provado que não queria aquela situação minha tristeza era visível, meu pai ficou um tanto relutante quando disse que iria morar de vez com o Guilherme, já minha mãe reagiu bem parecia que já esperava por aquilo, se mostrou bastante compreensiva, assim que meu pai saiu, ela me pegou pelo braço. - Vamos conversar de mulher para mulher. – sua expressão era séria, já não conseguia conter as lágrimas que visitava meu rosto. - O motivo é essa moça? - arregalei os olhos, tamanha foi minha surpresa, gaguejei, mas acabei confessando. Minha mãe parecia saber o que se passa por dentro de mim. - Dormi com ela mainha. - a voz quase não saia - Comportamento inadequado eu sei, mas aconteceu. - senti-me envergonhada diante de minha mãe que me olhava com ar de reprovação. - Nunca tive preconceito com nada Larissa, sempre tratei da melhor forma possível seus amigos que são “desse jeito”, isso não quer dizer que eu aprove esse comportamento estranho, mas respeito, somos livres para escolhermos o que é melhor para nos. Sempre desconfiei dessa moça, é notável o interesse dela por você. Francamente Larissa, não esperava um comportamento tão errante de sua parte. – falava muito desapontada. - Eu sei. - respondo, não consegui encarar minha mãe, meus olhos encheram de lágrima, uma grande onda de arrependimento invadiu meu corpo e minha alma. - Escute, você é uma mulher casada e deve se dá ao respeito, não é certo enganar o Guilherme dessa maneira e essa moça também não tem culpa de gostar de você, ela esta doente o melhor a fazer e ir morar com seu marido de uma vez por todas, para não iludi-la. - É o que eu vou fazer mainha. Hoje mesmo me mudo pra lá. - Ótimo, eu e seu pai cuidaremos dela. Os papeis para a adoção, como anda? - Dr. Leonardo esta cuidando disso. - levantei para sair do quarto, quando abri a porta minha mãe falou: - Larissa, você se apaixonou por Tamires? - olho para trás e respondo. - Não mainha! - Esta bem. Minha mãe parecia não acreditar em minhas palavras, porém era o que eu estava sentindo, fui para meu quarto pegar minhas coisas, Tamires estava deitada parecia pensativa, me observava sem piscar, sentia uma vergonha de mim mesma diante dela, tentei ao máximo não encará-la, ao contrário dela seus olhos insistiam em acompanhar todos os meus movimentos, escuto sua voz fraca me fazer uma pergunta: Não queria conversar, na verdade queria fugir daquela situação tão constrangedora. Ela eleva o tom queria a todo custo uma resposta que não poderia dá, acabo me irritando com sua insistência, falo coisas que sei que a magoaram, não entendia o que ela queria de mim, mas sua resposta foi tão clara que me faltou á voz: - Eu quero você! Disse isso olhando nos meus olhos, continuei calada dou-lhe as costas e pego o restante das minhas roupas a deixei sozinha, fui embora da casa da minha mãe com um pesar no coração, suas palavras ecoavam em minha mente. Não queria magoá-la ainda mais, sabia que isso aconteceria, dirigi ate a casa do Gui, cheguei ao apartamento, extremamente abatida, para minha surpresa encontrei uma linda mesa posta, Gui preparou um jantar romântico para nós. Fiquei surpresa, encantada e a palavra certa, ele estava lindo, cheiroso, larguei as coisas na estante, ele pegou minha mão e conduziu a mesa, serviu o jantar que estava uma delicia diga-se de passagem, tudo perfeito. De repente tudo parecia como antigamente, antes da Tamires aparecer, sem brigas, sem desentendimentos, sem discussões, apenas eu e ele. A conversa durante o jantar foi muito agradável, tanto quanto a do almoço de mais cedo. Guilherme estava tranqüilo, romântico como nunca tinha visto, depois do jantar fomos para a varanda do apartamento dele, sentados e nos abraçamos, namoramos muito, ficamos em silêncio vendo as estrelas, por uma fração de segundos a face clara e encantadora daquela mulher me veio á cabeça, respirei fundo e em quanto continuava olhando as estrelas mergulharam no olhar triste de Tamires, pude vê-la ainda sentada na cama, seguindo cada gesto, a recordação dos momentos que tivemos da minha entrega quando ficamos juntas, fechei os olhos e sacudia a cabeça, achando que desse modo espantaria essas lembranças da minha mente. Quando abro os olhos, dou de cara com Gui me olhando com um ar sorridente. - O que foi? – perguntou intrigado diante do meu olhar perdido. - Nada. – forcei um sorriso. Guilherme segurou meu queixo, erguendo minha cabeça senti seu olhar malicioso sobre meu decote, ergueu uma das sobrancelhas. - Você esta linda! Perfeita. - apenas sorri, ele posicionou a mão em volta da minha nuca, tendo total controle sobre ela, passou a ponta do nariz pela pele frágil do meu pescoço, logo após senti sua língua deixando um rastro de saliva, senti meus pêlos arrepiarem com o contato, logo capturou um beijo forte, ardente, suas mãos agarravam minha cintura, sentia saudades daqueles momentos, daquele contato, não consegui pensar em mais nada a não ser em como era bom estar nos braços do homem que eu amava. - Vamos... Entrar... - antes de terminar a frase ele me puxa e me guia ate a sala, nossos corpos não se desgrudam, sinto o Gui diferente, a essa altura do campeonato ele já teria arrancando minha roupa, antes mesmo de chegar à sala, mas não, foi me conduzindo até o quarto, fez carinho no meu rosto em quanto desabotoava botão por botão da minha blusa, tirava cada peça de roupa do meu corpo, beijava meu pescoço, os beijos seguiam para o pequeno espaço entre meus seios, minha respiração já estava super ofegante, sentir novamente os lábios dele sobre minha pele quente fazia meu corpo inteiro arrepiar-se, era inegável o desejo que eu sentia por aquele homem. Não demorou muito para que ele tirasse toda minha roupa e se despisse também, sua pele quente roçando na minha fazia todo o meu desejo vir a tona, estava me entregando por completo a Guilherme de uma forma como nunca antes havia feito, os toques eram cada vez mais intensos, Guilherme se encaixou de uma forma perfeita, beijava meu pescoço, acariciava meus seios, podia sentir sua respiração forte em meu ouvindo, ele sussurrava palavras soltas que aumentavam meu desejo. Fizemos não apenas sexo, mas amor, pude sentir em cada toque o pulsar dos sentimentos dele, me penetrando com leveza, calma, suavidade, como nunca havia feito antes, me levando a um ponto ainda não explorado por nos dois, o ápice de qualquer prazer já sentido por ambos, aquele momento foi mais que perfeito, era daquilo que eu precisava, para ter certeza que não haveriam arrependimentos em relação a minha decisão, eu amava o Guilherme e naquele momento decide que era ao lado dele que eu queria ficar, construiríamos uma vida juntos. - Eu amo você! -o som meio embargado da voz dele encheu meus ouvidos e meu coração de alegria. - Também amo você! - disse em um tom de completa realização deixei escapar a frase Ele apenas me abraçou e passamos mais algum tempo ali, juntos em silêncio, curtindo aquele momento que seria inesquecível para nos dois, acabei cochilando em seus braços dele. Foi uma semana desde minha saída definitiva da casa da minha mãe, tentava manter contato diariamente, sempre falar com a Tamires pra saber como ela estava ela sempre dizia que sentia minha falta, tentei sempre mudar de assunto prometi ir almoça lá na casa de mainha no sábado, infelizmente não foi possível o Guilherme apareceu com um almoço com um cliente importante que vinha a cidade com sua esposa queria consultá-lo tive que acompanhá-lo. O almoço foi um tédio, eles conversavam sobre uma defesa que a Guilherme ia fazer a favor da empresa do Sr. Moreira, sua esposa parecia ser apenas uma figura, mal falava, tentei puxar assuntos algumas vezes, mas ela sempre olhava pro seu marido como se pedisse autorização para falar. Um tédio. No final da tarde fomos à casa da minha sogra, não tinha visto a inúmeras ligações da minha casa, tinha esquecido o celular no carro. Retorno, meu pai atende afobado me conta o que aconteceu com a Tamires, fico nervosa peço pro Guilherme para me leva ao hospital de imediato, ele torce o nariz, resmunga algumas coisas, não dou ouvido sinto uma angustia invadindo meu peito entro no hospital atropelando quem vejo pela frente, vou direto a sala de Dr. Raul. - Boa noite – diz o homem a me ver. - O que aconteceu? - Ela esta bem, venha. Dr. Raul me conduz até o quarto onde Tamires estava meus pais estavam sentados, entro no quarto ela abriu um imenso sorriso a me ver me aproximo da sua cama, pergunto como estava. Ela diz que esta bem, Dr. Raul me explica o que aconteceu depois ele sair nos deixando sozinha passo um tempo em sua companhia. Queria ficar mais tempo mais percebo a impaciência do Guilherme quando entra no quarto ele age de forma fria e indiferente, peço pra ele esperar lá fora, logo Tamires passa mal, ela começa a ter uma convulsão fico bastante assustada, Dr. Raul a seda. - O cérebro esta sobre carregado, os lapsos de memória estão aumentando é como ela tivesse acumulado anos e anos de lembranças sem ter. O caso é mais complexo que imaginávamos. – diz o médico com ar de muita preocupação. Sinto confusa pela primeira vez na minha vida não sabia que decisão tomar, Guilherme me levou para casa, fui o caminho todo calada. Quando nos preparamos pra dormi ele me procurou, mas minha cabeça girava em torno de Tamires, discutimos mais uma vez. No dia seguinte ela foi pra casa, não pude ir vê-la, em casa estava um alvoroço devido o jantar de comemoração de bodas de ouro do tio do Guilherme, passei o dia entre cabeleireiro e maquiador. Não tinha animo algum pra ir numa festa, mas não podia faltar. - Cadê minha gravata. – sou interrompida em meus pensamentos quando o Gui entra no quarto. - Olha aqui – vou até a cama e pego a gravata lilás, ele me olha dos pés a cabeça. - Você ainda esta assim? – diz com ar de reprovação – Larissa são 20h, quer chegar ao final da festa é? - Não Guilherme – aumento o tom de voz, me irrito - Falta apenas colocar o vestido, isso é rápido, que agonia é essa. Affzzz!!! – resmungo. - Então termina logo de se arrumar que detesto chegar tarde. Se não bastasse minha sogra agoniando meu juízo ligando a cada cinco minutos pra perguntar besteira, agora o Guilherme com sua pressa sai do quarto meia hora depois, estava belíssima, ele ficou deslumbrado largou o copo de uísque veio até a mim pegando em minhas mãos, me enchendo de elogio todo abobalhado. Ele dirigiu tagarelando durante o percurso, a minha falta de ânimo era visível. O manobrista abre a porta do carro logo Guilherme toma meu braço. - Sorria esta cheio de colunistas aqui. – sussurrou em meu ouvido. Permaneci com a cara séria, entramos no D.Angel, muitas pessoas chegavam também, cumprimentamos Dr. Cavalcanti logo na entrada, ele e sua esposa foram atenciosos conosco, depois seguimos em nossa caminhada avistamos muitos executivos, advogados, empresários pessoas muito importante da cidade, era uma festa de tamanho glamour, Guilherme andava de um lado pro outro não sabia a quem dava mais atenção, pra meu desgosto encontramos com seus pais. Ficamos um tempo com eles, minha sogra me arrastava de um lado pro outro apresentando suas amigas. Senti-me perdida no meio daquelas pessoas, a queria esta no aconchego da minha família á essa hora a casa da minha avó estaria repleta de gente, primos, tios, amigos pessoas acolhedoras. Aqui tinha que cumprimenta a todos com falsos sorrisos, a noite corria entediante, finalmente conseguir afastar um pouco da mãe do Gui, encontrei um grupo de advogados que trabalhava conosco, juntei-me a eles. A conversa rola agradável, ora ou outra o Guilherme se juntava a nós, embora preferisse esta na companhia de pessoas mais importantes. Tudo ia bem até eu percebe sinais de embriagues nele que passou a cobrar ciúme de Tadeu seu melhor amigo, estranhei sua reação Tadeu apenas fez um elogio do meu vestido, sua esposa também, mas o Guilherme não gostou, pra evitar mais constrangimento pedi desculpa e sair puxando ele. - Não acha que já bebeu demais por hoje! Você esta dirigindo esqueceu? – o repreendi quando pegou uma taça de champanhe e virou de uma só vez. - Não. – respondeu áspero. Sem me conter comecei a reclamar, seu comportamento era ridículo ficar com ciúme do Tadeu e também ficar bebendo misturando tudo que era bebida, ele não gostou e se irritou. - Vamos de táxi. – disse. Estava cansada e queria ir embora. - Não sou nenhum menino que não pode dirigir o próprio carro. – gritou. - Mas esta se comportando como tal, igualmente quando viemos da casa da sua irmã, viu o que aconteceu? – alterei o tom de voz. Cruzei os braços. - Você sempre fala como se a culpa fosse minha. – disse trincando dos dentes. Jogando a taça no chão. - Um acidente que poderia ter sido evitado se você tivesse me deixado dirigir Guilherme. Ele ficou calado, depois se afastou de mim. Voltou pro grupo de homens onde seu tio estava. Dona Gisela veio perguntar se estávamos brigando, não lhe respondi estava irritada, dei as costa e sair deixando minha sogra falando sozinha. Guilherme continuou bebendo, mais seu olhar não saia da minha visão, observando cada passo que eu dava. Fiquei irritada fui me afastando do jardim, ia embora. Sinto um puxão no meu braço. - Onde pensa que vai? – pergunta furioso. - Embora Guilherme. - desvencilho das mãos dele. - Não estou bêbado Larissa. – defende-se. - Você é um imbecil! – grito na cara dele. – Não deixar você fazer a mesma merda que há quase dois anos atrás. Seus olhos brilhavam de tanta fúria, me pegou pelo braço com tamanha força e saiu me puxando até o estacionamento, deu um grito com o manobrista que olhou assustado pra cena. - Se quer ir embora, pois vamos. – saiu cuspindo palavrões, enquanto me empurrava até o carro. - Você esta louco! – comecei a gritar, nunca tinha visto um comportamento assim da parte dele, fiquei assustada meu braço doía muito, ele abriu a porta do carro e meu jogou minha perna estava do lado de fora ele tentou fecha a porta grito de dor, ele levantou minha perna e jogou dentro do carro batendo a porta com tamanha força. - Você que me fazer de idiota, é? – começou a gritar enquanto entrava no carro, dando partida e saindo cantando pneu – Toda vez é isso Larissa – berrou – Toda vez que brigamos você insiste em dizer que estou errado, que a culpa daquela miserável ter aparecido naquela pista foi minha, antes ela tivesse morrido, talvez assim você parasse de me ver como o monstro, eu não tive culpa, foi um acidente. Tudo é ela, tudo é ela, estou cansando, você só vive para ela, quando você vai voltar a olhar pra mim em? Quando?! – suas palavras saiam com frustração, raiva, amargura. Chorava baixinho, não apenas de dor mais de decepção, ele calou-se ao ver que eu chorava, olhou pra mim não queria encará-lo vi uma tristeza em seus olhos também, assim que chegamos desci do carro, subi imediatamente, corri até nosso quarto me tranquei lá dentro, chorei até não haver mais força, minha perna doía muito, meus braços estavam roxo. Sentia um medo nunca sentido antes, levantei do chão fui até o banheiro tomei um banho demorado, sair do quarto mais calma, vesti uma camisola, fui até o corredor, pude ver o Guilherme sentado no sofá, tinha tirado a gravata, bebia, ele também estava chorando, senti uma dor muito grande no coração, voltei ao quarto, deitei-me na cama apelando pra que o sono chegasse sem demora, ele veio. Adormeci... Tamires A noite foi animada, foram mais pessoas do que o esperando, gente pra cá e pra lá, brincadeiras, risos e muita alegria naquele povo tão simples e acolhedor. Os familiares da Larissa me trataram como um membro da família, os pequenos corriam e pulavam de um lado pro outro. Entupir-me de doces e salgados, dona Laura nos chamou pra ir pra casa, pois já era tarde, a noite teria sido perfeita se a Lary estivesse presente, mas há essa hora ela estaria no tal jantar. Assim que chegamos fui pro banho, sentia-me cansada assim que me deitei adormeci. Tive um sonho bom, acordei com um sorriso nos lábios. Lembrei do sonho: a imagem de um menino pequeno loirinho dos olhos azuis bem claros tinha um jeito travesso, entrava correndo pelado na sala, brincava com seu avião, ele se escondia atrás das minhas pernas ao ver uma moça que vinha buscá-lo, ele gargalhava, depois corria pro piano sentava no banco e começava a bater nas teclas, não conseguia escutar o que ele dizia, meus olhos ficaram prendidos naquela imagem, seu sorriso iluminava qualquer escuridão, seus olhos encarando os meus, parecia tão real... Acordei sorrindo. Corpo descansado e mente tranqüila e a imagem daquele menino gravada em minha memória. Consultei o relógio era melhor eu tomar banho e me arrumar, não queria chegar atrasada no meu primeiro dia de trabalho, a dúvida foi sobre o que vesti, entre peça e outra escolhi uma roupa mais casual, uma calça social preta e uma blusa meia manga de botão branca, salto, soltei os cabelos, fiz uma maquiagem bem leve não queria chamar muita atenção. Fiz a última vistoria no espelho e seguir para cozinha, Dona Laura preparou um café da manhã reforçado, seu Augusto se ofereceu pra me acompanhar até o conservatório já que era caminho pro seu trabalho. Durante o percurso conversei com seu Augusto em intenção de diminuir a tensão que estava sentido. Saltei do ônibus andei um quarteirão até a escola, parei em frente a ela, olhei pro imenso casarão a minha frente, respirei fundo, ergui a cabeça e entrei, inúmeros alunos iam e vinham, fui até a recepção a moça me indicou que caminho seguir até a direção, chegou à secretária uma senhora sorridente me atendeu. - Bom dia! – cumprimentei. - Bom dia! – respondeu a mulher formando um sorriso na face. - Me chamo Tamires... - hum sei a nova professora. - Acredito que sim. - Vou avisa a dona Lucia que a senhorita já chegou. - Obrigado. Fiquei aguardando a secretária, minutos depois Lucia sai da sua sala, vem até a mim e me cumprimentar formalmente. - Seja bem vinda. – disse ela simpática. - Agradeço a oportunidade. - Vamos lá. Sigo Lucia, ela faz questão de me mostrar toda a escola que era bem maior que eu pensava, fiquei encantada com o local, durante sua apresentação a todos os ambientes ela tratava de me explicar todo funcionamento, regulamento daquele estabelecimento, esse passeio durou cerca de 40 minutos. Voltamos a seu escritório onde tratamos sobre minha carga horária, salário. Nossa conversar foi interrompida com um telefonema importante, ela se desculpou e disse que teria que dá uma saída, então pediu para Marcela sua secretária me acompanhar até a sala da professora Isabela. Acompanhei a mulher até o nível superior onde ficava as salas de instrumentos musicais, quando nos aproximamos da porta a sala estava barulhenta, era um ambiente amplo, com grandes janelas, o piso era de madeira bem ilustrada, logo reconheci a ruiva sentada numa mesa com inúmeras partituras nas mãos, percebeu nossa presença inúmeros rostos foram voltados para nós. Marcela adentrou no ambiente e eu fui seguindo-a. - Com licença – disse a mulher ao entrar na sala – Bom dia! – virou-se pra turma. - Bom dia – todos ali presente responderam. - Bom dia – disse também. - Bom dia! Isabela levantou-se imediatamente, pedia pra que seus alunos se senta-se e fizesse silêncio. Assim fizeram. - Bom dia! - deu um sorriso. - Bom dia! - Professora essa aqui é a Tamires... – a mulher olhou pra mim ela parecia confusa em relação ao meu sobre nome. - Couto – completei. - Essa é a Tamires Couto, será sua nova assistente. - Já fomos apresentadas – sorriu – Tudo bem. – me estendeu a mão. - Sim. – mais uma vez pode senti a maciez daquelas mãos delicada. - Que bom a Professora Lucia pediu pra trazê-la. Aqui esta boa sorte. – disse a mulher virando-se pra mim. - Obrigado – agradeci. Marcela saiu e Isabela me apresentou aos rostos curiosos que estava voltado em nossa direção, eram cerca de 15 alunos na idade entre 13 a 16 anos, fiquei um pouco acanhada, era uma turma de iniciante o que seria mais fácil aprenderia ao mesmo tempo que ensinava, ela pediu pra um aluno trazer uma cadeira e colocou perto da dela. Sentei e fiquei apenas observando, ela me deu uma rápida explicação logo depois deu início à aula começou com a origem da música clássica, à medida que ela ia explicando achei tudo aquilo muito interessante, parecia tão comum pra mim, ela explicava tudo com muita calma e paciência os alunos parecia compenetrado na aula, ora ou outra ela era interrompida com uma pergunta de algum aluno curioso, sua postura era impecável na sala de aula, brincava com alguns detalhes quando fazia menção a algum compositor. Eu apenas observo e tomava nota de algumas coisas que tinha ficado na dúvida, às 11h30min ela encerrou a aula, os alunos arrumavam suas coisas e saiam outros vinha até sua mesa tirar algumas dúvidas. Mas logo a sala ficou vazia. - Bem agora vem o trabalho de verdade – disse ela, dei meio sorriso – Tamires – chamou - Lucia disse que você toca muito bem, porém preciso medi seus conhecimentos pra saber como você pode colaborar com a aula. – sua voz saia num to de seriedade. - Na verdade sei muito pouco a parte teórica, não tenho lembranças, quando toco as notas parecem em flecho de luz, apenas toco. Você já deve saber que sofri um acidente... - Sei sim, Lucia me explicou sua situação acho que temos muito que conversar se não tiver compromisso agora poderíamos almoçar junto trocaremos algumas idéias. – sugeriu enquanto colocar seus papeis em sua pasta de couro. - Claro. – aceitei de imediato, adoraria conversar com aquela mulher. Seguimos até um restaurante que fica próximo ao conservatório, Isabela era muito simpática parecia ser uma mulher bastante aculturada, conversamos bastante sobre música e sobre arte também, um assunto que sempre me agradava, nem sei por que, ela me explicou sua metodologia de ensino e o que esperava de mim. Uma hora depois voltamos á escola ela disse que a próxima aula seria de canto, ela me passou as partituras das músicas e pediu que eu tocasse, fiquei bastante nervosa, ela me observava minuciosamente, atenta a cada nota errada corrigia-me na hora, eu parecia mais uma aluna. - Você precisa ficar mais atenta ao tempo de cada nota olhe – ela se sentou ao meu lado reproduzindo a música numa sincronia perfeita – Esta vendo – por um instante nossos olhares se cruzaram, senti uma coisa estranha dentro de mim, aqueles verdes esmeralda me deixaram abobalhada me controlei – Você toca muito bem, mas precisa conhecer o que esta tocando, precisa senti a música saber sua história – meus olhos nos desgrudavam daquelas esmeralda – Treino é isso que você precisa. – disse se levantando do banco. - desviei daquele olhar voltei a olhar pro piano – Às vezes fico confusa. - Imagino Tamires! – disse com uma voz suave – O que acha de termos umas aulas depois da última turma, ai poderíamos passa a aula posterior e você treina mais, posso tirar suas dúvidas. Balancei a cabeça em sinal de afirmação. - Vou te dar trabalho. – disse. - Vai valer à pena. Nos duas sorrimos, ela ficou me passando os tópicos da próxima aula. No início da tarde recebemos a outra turma, a aula foi tensa os alunos estavam eufóricos ao saber da formação do coral e a possibilidade de tocar num concerto da cidade. A aula terminou as 16h00min. Assim que todos os alunos saíram Isabela revisou algumas fichas, depois fomos pra nossa pratica. O tempo passou e nem demos conta consultei o relógio já passa das 18h00min ela não parecia preocupada, so deu por conta quando olhou pela janela e viu que a noite já tinha chegado pra nos fazer companhia. - Nossa já é noite. – disse ela espantada, apenas fiz que sim com a cabeça – Desculpe Tamires excedemos seu tempo, nem dei por mim. - Tudo bem. - Vamos encerra por hoje, amanhã trarei alguns livros sobre historia da música e outras coisas tenho certeza que pode lhe ser muito útil. - Obrigado. - Então até a amanhã. Levantei-me peguei minha bolsa e algumas anotações, apertamos as mãos depois dos cumprimentos sair da sala. Estava eufórica adorei o ambiente, os alunos, os professores, tudo, uma sensação de prestação de serviço, me sentia útil, mas sabia que teria muitos obstáculos a frente, música não era so tocar exigia muita técnica e conhecimento, coisas que eu não sabia se tinha. Fui até a parada de ônibus demorei pra pegar um, viam cada vez mais lotado, sem escolha entrei em um menos cheio, muita gente falando ao mesmo tempo, aquele apertado me dava agonia uma leve dor de cabeça ameaçava a chegar, 40 minutos depois desço do ônibus. Caminho até em casa ao chegar aperto a Campânia dou de cara com o rosto aflito de dona Laura preocupada por minha demora. - Minha filha o que houve para você demorar tanto? – perguntou dona Laura com angustia na voz. - Desculpe é que assim que terminou a aula a professora Isabela me passou algumas coisas. Contei entusiasmada tudo que havia acontecido me sentia tão feliz, queria contar pra Larissa também liguei inúmeras vezes em seu telefone celular, mas so dava desligado, acabei desistindo, tomei um banho e fui jantar minha barriga roncava, um banho gelado ajudou a relaxar bastante. O cheiro da comida gostosa invadia minhas narinas, comi até não cabe mais nada. Passei um tempo conversando com seu Augusto, aquela leve dor de cabeça estava ficando mais forte pedi licença com a desculpa de que iria me deitar, fiquei sentada na cama, levei a minha mão a têmpora, de repente imagens daquele menino do sonho me surgia a mente, uma dor aguda veio com força fechei os olhos de imediato, milhares de imagens ia ocorrendo como se tivessem me mostrando milhares de fotografias ao mesmo tempo, sabia bem o que isso significava, tentei controlar minha emoções engolindo a dor que vinha em toda parte frontal do meu cérebro, fui respirando fundo numa briga perdida com esses vendaval de lembranças, sempre sem nexo. A dor avança dando pancadas angustiantes sinto respingo de sangue cai na minha pele, levo a mão ao meu nariz, aparando o sangue que ali sai, as imagens surgia e se dissolviam numa velocidade impressionante, queria gritar de tamanha dor, mais conseguir conter, as poucos foram parando até ir embora. Esperei mais um pouco, minhas mãos estavam com muito sangue, agora so existia uma leve incomodo em minha têmpora, levantei e fui ao banheiro sem ser notada não queria preocupar ninguém, jogo água em meu rosto, fixo minha visão a minha imagem refletida. Vejo o menino diante dos meus olhos pela primeira vez escuto sua voz – Te adoro de paixão mamãe - aquilo me dá um calafrio e uma onde de sentimentos que não sei descrever. - Tamires telefone pra você – meus pensamentos são interrompidos com as batidas na porta. - Já vou – procuro a toalha enxugo meu rosto, olho pra ver se tem algum indicio de que eu havia passado mal, pois não queria preocupá-los, depois saio do banheiro e vou à sala. – Quem é? - Pergunto à pega o telefone da mão de dona Laura. - Alô! – diz a outra voz do outro lado da linha, meu coração no mesmo segundo dispara reconheceu de imediato aquela voz doce. – Lary! – exclamei abrindo um imenso sorriso. - E quem mais podia ser? – disse num tom de brincadeira – Como você esta? - Estou bem – dona Laura tinha sentado no sofá, fui caminhando até o terraço onde me acomodei na cadeira de balanço. – Te liguei logo cedo, mas você não atendeu. – disse num tom de tristeza. - Pois é, estava muito ocupada e acabei deixando o telefone pessoal desligado, quando vi as inúmeras ligações me preocupei, aconteceu alguma coisa? – seu tom de voz mudou agora parecia sério e preocupado. - Não, estou bem, apenas queria conversar um pouco com você. Larissa se aconchegou no sofá, sinal que a conversa seria longa. - Também queria conversar um pouco com você e ai como foi à festa na casa de vovó, e seu primeiro dia no trabalho? Tudo que eu queria era esta na companhia daquela mulher agora, narrei minuciosamente tudo que tinha acontecido nas últimas horas, falei com entusiasmos sobre a festa, contando o quanto era divertido seus familiares até as investidas incansáveis do seu primo adolescente a minha pessoa, Larissa gargalhava do outro lado da linha achando graça, as investidas de José o garoto de quinze anos que não parava de me cortejar. Suas risadas descontrolada foram silenciada com minha pergunta se soou importuna naquele momento. - Como foi o a festa, com a família do seu marido? – minhas palavras saíram num tom de ironia. Ouve um longo silêncio do outro lado da linha, podia senti a respiração forte dela. - Agradável. – respondeu deixando claro que não gostaria de falar sobre o assunto. Confesso que aquilo me intrigou Larissa era uma pessoa muito falante, uma festeira de plantão, esperei uma longa narrativa da noite tão esperada do Guilherme, seu tom de voz mudou, parecia sério até tentei insistir. - Agradável apenas isso? Conta você esta tão agitada com essa festa. Aposto que deve ter se divertido bastante. - Foi agradável, tinha pessoas agradáveis, foi uma noite como qualquer outra, um jantar como qualquer outro, não ocorreu nada de suma importância. – seu tom de voz chegou a soa arrogante, estava que claro que ela não queria falar daquela noite, então resolvi mudar de assunto. - Entendi! – falei – A aula foi fantástica tenho muito que aprender. Música não é tão fácil quanto parece – falei com entusiasmo ao lembrar a aula. - Não sabe o quanto fico feliz que você esteja se centrando em alguma atividade, mas tenho a receio sobre sua saúde. - Estou bem Larissa, hoje nunca me senti tão útil como me senti naquela sala de aula, estou reaprendendo as coisas, embora eu tenha a sensação de que possuo algum conhecimento não tenho certeza, estou redescobrindo e pra mim a música tem se tornado um marco. Tenho pessoas disposta a me ajudar nessa busca por mim mesmo, por busca de uma nova identidade. - Eu sei você é inteligente vai saber caminha sozinha e sempre estaremos aqui pra te apoiar, você agora é uma Couto. - Obrigado. – sentia uma imensa gratidão por essa família, não era so um sobre nome que eles estavam me dando, mas também um lar onde so reina um vazio e a escuridão. A conversa assim durou, encerrando com um convite em visitá-la em sua nova casa, mas automaticamente recusei declarando meu desconforto na presença do seu marido, ela também não insistiu ao contrário me prometeu passa o final de semana aqui em casa já que o Guilherme iria viajar e passaria alguns dias fora devido ao trabalho. Meu coração agora aguarda ansioso por esse momento junto aquela mulher que tanto gostava. Desliguei com o coração se acabando de felicidade. Naquela noite dormi numa tranqüilidade daquelas, mais uma vez meu sonho foi invadido por aquele menino agora não mais corria pelado pela casa, desenhava sem para mostrando-me sua arte. Na manhã seguinte fui pro meu segundo dia de aula, quando mais Isabela me contava sobre a música e seus mestres, minha mente tinha sede de conhecimento a final de todas as aula chegava meu momento do qual eu passa a ser aluna, cada dia chegava em casa com livros e livros, todas a noite ficava a ler, buscando suas essências pra minha surpresa ganhei mais um presente dentre de tantos, dessa vez foram os pais da Larissa, eles compraram um notebook fiquei maravilhada. Aquilo seria uma ferramenta muito importante pro meu aprendizado e eles perceberam isso, cada noite que chegava era mais agitada que a anterior contava tudo o que tinha aprendido a dona Laura e seu Augusto parecendo uma criança quando aprende uma coisa nova que mostrar pros pais, tadinhos tentava demonstrar interesse, mas era obvio que eles não entendiam muito bem, então recorria a Larissa que pacientemente ouvia tudo e me dava palavras de entusiasmo. Por fim minha semana chega ao fim, meu coração agora anseia outra coisa, era de manhã cedo ela não tinha chegado. Tristeza...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Sei que é você VI




Um Dia, Um Adeus

Vanessa da Mata


Só você prá dar
A minha vida direção
O tom, a cor
Me fez voltar a ver a luz
Estrela no deserto a me guiar
Farol no mar, da incerteza...

Um dia um adeus
E eu indo embora
Quanta loucura
Por tão pouca aventura...

Agora entendo
Que andei perdido
O que é que eu faço
Prá você me perdoar...

Ah! que bom seria
Se eu pudesse te abraçar
Beijar, sentir
Como a primeira vez
Te dar o carinho
Que você merece ter
E eu sei te amar
Como ninguém mais...

Ninguém mais
Como ninguém
Jamais te amou
Ninguém jamais te amou
Te amou...

Ninguém mais
Como ninguém
Jamais te amou
Ninguém jamais te amou
Como eu, como eu

            A voz de Tamires saia calmamente acompanhada com o toque do piano, numa sintonia impressionante, nossos olhares permaneceram fixo um no outro. Um misto de emoções dentro de mim queria desviar daquele olhar que parecia que estava vendo minha alma, a cada palavra me sentia embrigada com aquela voz, doce, gostosa, tão afinada, Tamires contou com uma emoção que deixou a todos boquiabertos. Às vezes ela fechava os olhos como se tivesse sentindo a música voltava a abri e nossos olhares se afundaram um no outro, meu corpo estremeceu por completo quando ela cantou a quarta estrofe.
            Inexplicável o que eu estava sentindo naquela hora. A música acabou com aplausos, assobios e gritaria pedindo mais, so então conseguir me desprender daquela mulher. Tamires se levantou do piano, mas uma senhora pediu pra ela tocar mais uma, percebi a tentativa frustrada da Tamy em explicar que não sabia se ia conseguir. Agi por impulso me levantei da minha cadeira fui até ela pedi:

   - Cantar pra mim – disse num sussurro. Juro por Deus que não sei como fui capaz de fazer isso. Ela me enviou um sorriso tímido, voltei a minha cadeira tremendo mais que tudo.

Sentei de volta a cadeira Dora e Clara me olharam confusas já os outros sua atenção era voltada ao piano, Tamires começou a tocar as primeiras notas. Ela cantou, cantou pra mim, ela baixava a cabeça depois levantavam, seus cabelos caia nos olhos, ela já não olhava pra mim, olhava pra todos os rostos ali presentes.

Ela une todas as coisas

Jorge Vercilo

Composição: Jorge Vercillo / Jota Maranhão

Ela une todas as coisas
como eu poderia explicar
um doce mistério de rio
com a transparência de um mar ?

Ela une todas as coisas
quantos elementos vão lá …
sentimento fundo de água
com toda leveza do ar

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar!
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar

Ela une as quatro estações
Une dois caminhos num só
Sempre que eu me vejo perdido
une amigos ao meu redor

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar !
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar

Une o meu viver
com o seu viver
Ela só precisa existir
para me completar


            Mas quando chegava ao refrão ela buscava meu rosto, era quando nossos olhares se fundiam num só. A música acabou e os aplausos, assobios e pedidos, por mais e mais, eu queria que ela cantasse mais, queria ouvi-la. Acho que a Tamy gostou do carinho do público ainda cantou mais duas músicas lindamente, pra fechar ela começou a cantar uma música bem conhecida de Maria Rita. Danilo era fã dessa cantora Tamy ia bem até sua expressão mudou, as notas saiam erradas, ela levou a mão a cabeça, sair apressada até onde ela estava Tony olhou confuso.


 - Você esta bem? – me abaixei - As dores... – foi o que ela conseguiu dizer até fechar os olhos, elevou à mão à cabeça, os meninos logo se aproximaram a levamos ao banheiro. Ela começou a colocar a mão na cabeça, balançando, gemendo de dor, seu nariz começou a expelir sangue. Até que ela desmaiou em meus braços. - O que ela tem? – perguntou Clara assustada. - Ela desmaiou, pra trás – mandou Dora – Preciso de algo com um odor forte. Sair apressada do banheiro atropelando quem entrava, fui até o balcão falei com um rapaz ele me arrumou álcool, voltei à mesa peguei um lenço em minha bolsa, voltei ao banheiro Dora colocou a cabeça de Tamy em seu colo, entreguei o álcool, ela molhou o tecido depois colocou no nariz dela pra que aspirasse, demorou alguns minutinhos para que Tamires despertasse, seus olhos vão se abrindo aos poucos, olhou confusa. - Você esta bem? – indagou Dora, ela se sentou. - Melhor vocês esperarem lá fora, ela esta bem. – falei com a voz tremula ainda, Clara, Alberto e Danilo saíram do banheiro, me virei para Tamires, ela abaixou a cabeça. - Desculpa... - Tudo bem – a abracei – Você esta bem? – voltei a perguntar ainda assustada vendo seu nariz daquele jeito. - Estou umas imagens... - Não vamos falar sobre isso – interrompi a abraçando ainda com mais força. - Acho que sua noite de estrela acabou. – brincou Dora. Terminei o abraço Dora se levantou, ajudei Tamires fazer o mesmo, não escutei Dora saindo do banheiro, assim que fiquei frente a frente com a Tamires voltei abraçá-la ainda mais forte, não conseguia entender o porquê daquela atitude, mas a vontade que tinha era de protegê-la, cuidar, queria poder tirar essas dores que vem atormentando sua vida. Afastei um pouco peguei o lenço liguei a torneira, minhas mãos tremiam, senti um misto de emoções diferente dentro de mim, não conseguia traduzir tudo aquilo; limpei onde havia sangue, fui surpreendida com o toque delicado da mão dela sobre a minha, foi como se eu tivesse levado um choque, ela deu um passo a frente, nossos corpos ficaram próximos, senti sua mão deslizando pela lateral do meu corpo, primeira à direita depois à esquerda. Devia recuar, uma irracionalidade tomava conta da minha mente, parecia que tinha chumbo em meus pés. Minhas mãos criaram vida própria me vi acariciando aquele rosto tão angelical era como se nada existisse em nossa volta. Mais um passo a frente, senti seu corpo colando ao meu, fiquei mergulhada naquele olhar, tentei fechar os olhos, pois, não queria encarar aquele olhar de puro desejo. Na faculdade aprendi a decifrar olhares e gestos, há muito tempo percebi o interesse dela por mim, porém nunca me vi ameaçada, ela sempre me respeitou, na verdade nunca pensei que pudesse ficar numa situação como essa. A confirmação veio em cada melodia que saia daquela boca, ela cantava pra mim e isso estava mexendo comigo. Já conseguia senti seu hálito fresco em minhas narinas, sua respiração ofegante, ela iria me beijar e eu não queria fazer nada pra impedir. Suas mãos apertavam minha cintura, seu olhar buscava qualquer sinal de aprovação do qual não vinha, fechei os olhos por alguns segundos... Suspirei... Acho que esse era o sinal que ela tanto queria sem demora alguma selou nossos lábios... Sussurrou: - Preciso de você, como preciso respirar... Voltei a fechar os olhos, não sei explicar com exatidão o que aquelas palavras causaram dentro de mim, apenas entreabri meus lábios, onde pude senti a maciez dos lábios dela, sua língua passeava dentro da minha boca de forma alvoroçada, um beijo de puro desejo contido, quente, forte, a medida que eu chupava sua língua, ela imprensava meu corpo ao dela, seus beijos urgentes foram me arrancando imensos suspiros, seus lábios deslocava da boca para meu queixo, suas mãos arranhava levemente minhas costa, meu sexo já mostrava sinal de desejo latente. Estremeci a cada sussurro safado que ela dava, minhas mãos permaneciam em seus ombros. Aos poucos ela foi me empurrando até a parede o encaixe não foi perfeito porque eu estava com uma saia na altura do joelho, impossibilitando ela se encaixar nas minhas pernas. Tamires estava dominada pelo desejo de me possuir, seus beijos quentes intercalavam entre pescoço, queixo, suas mãos ágeis tentavam desabotoar minha blusa. Bem que tentei conte-la seus lábios já chegava ao meu colo. Ela por pouco não rasgou minha blusa. - Tamy...- tentava empurrá-la um pouco. Senti suas mãos levantando minha saia, ela apertada a minha coxa com força, ela levou a mão e abaixou meu sutiã, meu seio foi tomando com paixão, sentia seus dedos forçando a lateral da minha calcinha estava imensamente molhada, segurei sua mão ela levantou seu rosto para me encarar. - Eu não... Nem conseguir terminar a frase porque ela me calou com um beijo mais calmo e envolvente. Toda tensão se foi, estava totalmente entregue, mais uma vez ela voltou a acariciar meus seios, descendo os lábios nele, mordendo, sugando, sua mão esquerda arranhava minha coxa, isso estava me deixando muito louca, gemi baixinho. Até. Até escutarmos uma risada escandalosa que eu logo identifiquei. - Uiiiii- disse Dora ao entrar no banheiro e nos pegar no flagra, empurro Tamires com força ela se desequilibra um pouco. Não sei definir o grau de vergonha que estava sentindo naquele momento. - Agora se explicar o porquê de tanta demora, acho melhor fechar a blusa antes que a Tamires caia de boca. – caiu na risada. Dora sabia fazer piada até nas horas minha constrangedoras possíveis e imagináveis, me virei pro espelho meu rosto estava numa vergonha so, feche os botões que ainda restava na minha blusa, não conseguia encarar Dora que permanecia rindo, joguei um pouco de água em meu rosto, respirei fundo, Tamires permanecia no mesmo lugar, ela apenas me observava, seu rosto estava vermelho parecia uma pimenta, engraçado como ela ficar envergonhada, ela vinha em minha direção quando me afastei imediatamente saindo do banheiro deixando as duas pra trás. Caminhei até a mesa, tentei agir o mais natural possível, os meninos perguntavam se ela estava bem expliquei que sim, cinco minutos depois Dora e Tamires voltam à mesa, faço o possível para não encará-la, ao contrário dela que insisti em olhar pra mim, me sinto desconfortável. - Bem já esta tarde – disse ao consultar o relógio. - Também acho, amanhã tenho que visitar um cliente cedo. – concordou Danilo. - Então vamos pedi a conta. – Falou Alberto se virando e pedindo a conta ao garçom. - Danilo aproveita e deixa Larissa e Tamires em casa. - Claro, deixa só eu ir ao banheiro que já vamos meninas. Pagamos a conta e formos embora, sentei no banco da frente, Danilo conversava animado ao telefone, ora ou outra eu olhava pra Tamires pelo retrovisor, ela tinha o olhar fixo na paisagem, durante todo o caminho não falamos um so palavra. Danilo estacionou o carro e nos despedimos dele, segui na frente pra abri o portão. Tamires vinda atrás entramos ela se colocou em frente da grade, tremi na hora seu olhar era o mesmo de poucas horas atrás. - Me dá licença. – sussurrei, ela virou-se pra trás de mim. Sentia sua respiração em meu ombro Meg começou a latir, ela então se afastou de mim entrando casa adentro, dei um pouco de atenção a minha cachorra depois entrei. Cheguei à sala e me joguei no sofá, minha cabeça trabalhava arduamente, relembrei tudo que tinha acontecido naquele dia a parti do momento que levantei da cama, busquei um motivo pra tamanha loucura que havia cometido naquele banheiro, tinha traído Guilherme com Tamires, pior é senti que a traição não existiu, agi de forma irracional nem podia culpar a bebida por isso uma vez que apenas tomei duas caipirinhas nevada. Não devia me deixar envolver por Tamires, ela estava fragilizada, seu interesse sexual por mim estava mais que provado, tinha que esclarecer as coisas com ela. Levantei e fui ao quarto, quando cheguei, ela já estava deitada, não deu pra ver se dormia, pois seu rosto estava virado pra parede, resolvi tomar banho e dormi, afinal depois de uma boa noite de sono ia ajudar a espairecer, peguei minha toalha e sair do quarto. Depois do banho fui à cozinha tomar um copo de água, dou de cara com minha mãe. - Que susto menina. – disse a me ver. - O que a senhora faz acordada a essa hora da noite? - Vim pegar água pra seu pai tomar o remédio, chegou agora? - Não faz um cadinho de tempo. - Sei... E como foi lá, se divertiram muito, e a Tamires? - Foi divertido sim mãe, ela ta dormindo amanhã eu te conto tudo, vou dormi também que estou caindo de sono. – menti, sono era a última coisa que estava, mas conhecia bem a curiosidade de minha mãe, nunca conseguir esconder nada dela. - Esta bem filha, vai dormi mesmo que esta muito tarde. – minha mãe me deu um beijo na testa, fui embora pro meu quarto. Voltei ao quarto ajeitava a cama para dormi, vejo Tamires virando para me olhar. Sentando-se na cama. - Estou apaixonada por você... – silêncio – Tentei lutar mais foi mais forte... Fiquei paralisada, sua voz saia de uma firmeza, ela se levantou da cama e veio caminhando até a mim, minhas pernas perdiam a força, meu estomago ficou congelado, mais uma vez parecia que meus pés tinham chumbo. Nossos olhos grudados um no outros, não era aquela mulher tímida que chegou aqui em casa, ela tinha um olhar fascinante, embriagante, já pude senti nossos hálitos se misturando, ela foi logo puxando minha cintura. Mas uma vez me vi entregue aquela mulher, seus lábios quentes, em contato com meu pescoço já foram arrancando suspiros, nos beijamos mais uma vez... Um beijo ardente repleto de desejo tinha uma pressa foi logo me derrubando na cama. Mantínhamos sempre o contato visual, vislumbrei ela arrancando sua própria blusa deixando seus seios amostra, logo depois o short e a calcinha ela estava nua, minha vergonha não permitiu desce minha visão até suas intimidades, ela logo se encaixou em minhas pernas. Tamires demonstrava tem uma experiência grande sabia bem o que estava fazendo tinha precisão em seu toque, beijava-me enquanto tentava arrancar meu short, acabei ajudando a se livrar dele, fiquei apenas de calcinha nunca tinha me visto tão excitada como estava naquele momento, sentir seu sexo melando minha coxa, seu olhar era de pura devassidão. Sento-se no meu quadril, olhava pra mim, mordi os meus lábios inferiores de tanto desejo, confesso queria ser possuída pela aquela mulher não estava me agüentando de tanto excitação, ela abocanhou meu seios o sugando com força, depois soprava me deixando ainda mais louca, seus lábios foram descendo pelo meu corpo deixando rastro de saliva onde passava, parou no meu umbigo ela contornou com a ponta da língua, pude senti a ponta do seu dedo em meu sexo, gemi baixinho... A cada gemido que eu dava mais ela judiava de mim. Ela voltou a me beija pude senti sei sexo sobre o meu, abri mais as pernas pra facilitar o encaixe, ela se esfregou um pouco, cravei minhas unhas em sua costa. Ela se levantou do meu corpo olhei pra ela incrédula. Pensei por um momento que ela ia parar. Ela se aproximou do meu ouvido e sussurrou. - Gemi bem gostoso pra mim... – olhou-me com cara de cachorro pidão. Sorrir da cara de safada dela, ela me deu um beijo breve e voltou para meus seios, não demorou muito desceu até meu sexo, não esperou nem um instante o abocanhou com todo seu desejo, ergui meu corpo pra trás, gemi, gemi diante do prazer que aquela mulher me proporcionava, ela foi aumentando o ritmo até que não conseguir mais conter chegou ao êxtase. Minhas pernas ficaram dormente, Tamy continuava a sugar meu sexo, uma nova onda de prazer foi se gerando, eu não tinha força pra nada, ela levantou-se capturou meus lábios, um beijo profundo, minhas mãos aos poucos foram deslizando em suas costas, acariciando seus cabelos, senti novamente ela se encaixa entre minhas pernas, nossos sexos em contato um com o outro, aos pouco ela foi remexendo o quadril, fui seguindo seu ritmo, ela encostou sua testa na minha, mordia os lábios inferiores até não agüentar mais e começa a geme baixinho, eu puxava seu corpo pra mais contato com o meu nossos gemidos foram tomando conta do quarto, ela remexia rápido aumentando o atrito em nosso sexo, até sentir seu corpo treme ela me beijou com força, nossos esparmos misturados um no outros, chegamos ao êxtase juntas, Tamires caiu por cima de mim, seu corpo suado, sua respiração forte em meu pescoço, fiquei a acariciar seus cabelos, não trocamos nem uma palavra ficamos envolvida uma no corpo da outra até adormecermos. - Larissa... Larissa... – escuto uma voz no meu pé do ouvido, meus olhos vão abrindo vagarosamente, Tamires lança um sorriso tímido, logo me vem à memória toda lembrança da noite anterior, Tamires se afastou um pouco, pude me sentar na cama, passo as mãos em meus cabelos desdenhados. Voltei a encarar Tamires que tinha um olhar confuso, sinto-me envergonhada não sabia o que dizer naquele momento, é ela que resolve quebrar o silêncio. - Você esta atrasada. – disse ao se levantar da cama, meu olhar acompanha seu movimento, observo seu corpo nu, minha vista fixa em uma pequena parte um pouco acima das suas intimidades, finalmente consigo ver com exatidão a tatuagem que ela tinha, levanto um pouco a vista a vejo Tamires corar diante do meu olhar ao seu sexo. - Te adoro de paixão “Duda”. Quem será Duda? – perguntei. Tamires se virou e procurou sua calcinha logo vestiu, depois voltou a minha cama onde se sentou ao meu lado. - Sempre me olho no espelho e fico me perguntando quem será Duda, um homem ou uma mulher, será meu nome... Tento lembrar alguma coisa, mas nada me vem borboletas, gosto de borboletas. – sorriu. Ao olha apequena borboleta tatuada na pele. - Improvável ser seu nome, deve ser alguém, o nome é unisex, seja quem for deve ser uma pessoa importante pra você tatuar. “Duda” – repeti algumas vezes. - Ontem poucos minutos antes de passar mal, eu vi uma menina lourinha, ela vestia um vestido azul bem clarinho com um laço bem bonito na cintura, seus cabelos eram tão claros, estava amarrado num rabo de cavalo com um lulu de uma florzinha, seus sapatos eram branco, ela estava sentada diante de um piano – Tamires abriu um sorriso, seus olhos se fecharam – A menina tocava uma música linda, às quatros estações de Vivaldi, tocava numa perfeição. - Onde essa menina estava Tamires? – perguntei. - Não sei, era numa casa muito elegante tinha um piano de calda lindíssimo preto, eu via bastante gente homens, mulheres, crianças, não pessoa pareciam ser familiares, eles interagiam com certas intimidades, o que mais me chamou a atenção foi uma mulher sentada numa poltrona de coro preta, tinha no colo um lindo bebê, seus cabelos eram tão loiros, bem lisinhos, seus olhos eram tão azul, um azul vivo, “Milinha” era assim que a mulher chamava o bebê, a menina do piano parecia cansada, ela tocava música atrás de outra e um homem alto dos olhos azuis da cor do céu sempre mandava ela toca mais uma. Ele levantou da cadeira e veio se aproximando a menina pareceu ter medo daquele homem, ele se aproximou e á colocou no colo, os olhos daquela menina eram tão pretinhos parecia duas jabitucabas, tinha um medo que apagava seu brilho - “Essa é minha princesinha”. – se gabava o homem com a menina sentada em sua perna. - Era você?- interrompi com minha pergunta. - Não sei. Logo as imagens evaporaram como se fossem sugadas, milhares de imagens vieram como sempre coisas sem nexos. De repente me vi num lugar acredito que era uma praça ou algo parecido tinha muita gente, muita gente, me vi abraçada com alguém que não lembro o rosto, mas lembro so seu cheiro, tinha o odor de colônia de bebê, ao longe tocava a mesma música que eu cantei quando Danilo me pediu, “Num corpo só”, as dores aumentaram até que não conseguir mais conter e apaguei.... - Tamires sempre que você tem uma lembrança você passa mal, acho melhor irmos ao hospital ver Dr. Raul. - Para quê Larissa ele vai dizer a mesma coisa, estou cansada de ser observada por tantos médicos, ser carregada de um lado pro outro fazendo exames sempre com resultado inconclusivos, o que preciso é me adaptar a essas dores. - Não! Você precisa é ir num médico, eles saberá o que fazer pra isso acabar. - Estou bem – disse num tom mais alto, como quem quisesse encerrar o assunto, segurei sua mão e apertei com força, seu olhar era apaixonado. Era hora de ter uma conversa seria, não podia deixa aquela situação continua, percebi que ainda estava nua, vir aquele olhar de desejo mais uma vez, quando menos esperei, ela sentou-se em meu colo, seus lábios logo capturavam os meus, sua língua invadia minha boca sem permissão acabei me entregando aquele desejo que estava começando a surgi. - Tamy espera... – tentava conte-la. Levantei seu rosto para me encarar. – Você tem um olhar muito safado sabia! – brinquei, ela deu um sorrisinho e voltou a me beijar, correspondi ao beijo até faltar o ar, depois me afastei um pouco, tínhamos a respiração pesada – Precisamos conversar. – percebi que sua expressão mudou. - Se arrepende? – perguntou Tamires, sua voz estava rouca. - Não. – respondi de imediato. - Então o que há? – permaneceu seria olhando diretamente em meus olhos. - Tamires, não posso ser hipócrita dando uma de arrependida quando não estou, foi bom. Mas sinto-me na obrigação esclarecer as coisas, nunca tinha tido experiência com mulheres, não sei explicar com clareza o que aconteceu, sinto um carinho por você muito grande, mas acredito que não seja da forma que você espera. – fiquei em silêncio por alguns segundos Tamires continuava a me encarar, seus olhos não pestanejavam, confesso que me faltava palavras para continuar aquela conversa. Baixei o olhar, toquei de leve sua mão, porém ela retraiu evitando o contato. – Não quero magoá-la, mas acho que isso esta acontecendo... – silêncio - Amo o Guilherme, não posso enganá-lo dessa maneira, infelizmente não posso corresponder a seus sentimos, não é justo com você nem com ele. Tamy – busquei seu olhar, Tamires nada falou levantou-se da cama de imediato - Tamires... - repeti mas ela não deu ouvido, logo se vestiu e saiu do quarto sem dizer uma só palavra. Meu coração doía, sabia que tinha a magoado aquela mulher, mas não podia menti o que aconteceu entre agente não podia se repeti em hipótese alguma. Fiquei um tempo no quarto me sentia envergonhada, não sabia dizer ao certo porque, levantei e resolvi ir trabalhar, quando ia ao banheiro passei pela cozinha Tamires estava sentada na mesa, seu olhar era vago, minha mãe tagarela ela não parecia da atenção a conversa. Meia hora depois saio de casa e vou pro escritório. - Bom dia Dra. Larissa. – disse a secretária toda sorridente. - Bom dia Ingrid – respondi seca, entrei em minha sala e desabei na cadeira, me sentia completamente estranha um misto de sentimentos que não conseguia definir, raiva, arrependimento, vergonha, me sentia mal. – Ingrid, preciso entrar em contato com a Dra. Dora. - Sim senhora. Uma hora depois. - Dra. Larissa, Dra. Dora na linha dois. - Obrigado – mudei de linha – Preciso falar com você. – tinha uma angustia latente na voz. - Bom dia pra você também amiga. - Estou mal, quer dizer nem sei como estou, preciso falar com você. - hum brigou com o Gui né! - Não, posso ir ai? - Agora amiga? Estou com a agenda lotada. - soltei o ar com força - Certo – disse desanimada. Silêncio. - Quando larga o que acha de nos encontramos lá no bar da praia? - Falta muito. – disse ao ver o relógio eram 09h00min da manhã. - ahh amiga! É tão grave assim? - Depende do ponto de vista de como você ver as coisas. - Pelo visto a coisa é seria em, quando você vem com esse papo de ponto de vista. - Ta bom amiga, 18h00min lá no barzinho. - Esta bem, te cuida ta! - Você também. Passei o dia inteiro numa angustia, sentia-me sufocada, irritada, por pouco não discutir com um cliente, consultava o relógio a cada cinco minutos. Hesitei em ligar pra casa, embora minha cabeça estivesse lá. Não conseguia me concentrar no trabalho de jeito algum, precisava sair espairecer, mandei Ingrid cancelar todos os meus compromissos, sair do escritório pouco depois do meio dia, minha barriga já dava sinal de fome, resolvi para num restaurante perto do trabalho do meu pai. Ele ficou surpreso a me ver, almoçamos juntos, fiquei com ele até chegar a hora dele voltar ao trabalho. Não sabia pra onde ir, pra casa era o último lugar que gostaria, meus amigos estavam todos trabalhando, me vi parada de frente ao hospital, não sei o que me levou ali, entrei, andei de um corredor pro outro, cumprimentei alguns conhecidos, parei na ala infantil, fiquei a admirar um grupo de jovem que estavam vestidos de palhaço, eles brincavam com as crianças. Uma moça se aproximou da porta e pediu para entrar, fiquei meio sem jeito mais logo me juntei ao grupo, não demorou nada pra uma menina senta ao meu colo, sua pele era negra, sua feição delicada, estava tão magrinha, tinha uma pequena boina na cabeça escondendo sua cabeça desnuda, mesmo diante de toda tristeza de sua doença a menina sorria, logo me pediu para ler um livro que carregava consigo, olhei pra chefe das enfermeiras que acompanhava meus gestos, ela fez que sim com a cabeça, logo me aconcheguei numa pequena cadeira de plástico, as crianças foram se amontoando em minha volta. Comecei a narra a historia “Alice no país das maravilhas” esse era o livro. Aos poucos fui me soltando, narrava e fazia gesto dos personagens, as crianças morriam de ri, uma paz tomou conta do meu coração. Passei a tarde inteira ali, quando sair já era quase 17h00min acabei esbarrando com Dr. Raul. Cumprimentamo-nos ele logo perguntou pela Tamires, sem conter lhe contei o que tinha acontecido, ele pediu para trazê-la, mas fui clara que ela não queria. Depois de escutar as mesmas coisas de sempre de Dr. Raul, pego o ônibus e vou à orla. Fico perambulando pelo calçadão, consultando a cada minuto o relógio, Dora estava 40 minutos atrasada, sentei numa mesinha num quiosque de coco. - A senhora deseja alguma coisa? – pergunta um menino. - hum, não obrigado – agradeci, o menino se virou – Espere traga um côco bem gelado. - Sim senhora. Já tinha desistido de esperar por Dora, o relógio marcava 19h00min e nada, sempre que ligava ela dizia que estava chegando, a raiva so aumentou. Mas logo passou assim que a vi se aproximando toda afobada. - Desculpa amiga, o transito dessa cidade esta cada vez pior. - Pensei que não vinha. – abracei. – Preciso tanto conversar com alguém. - Meu Deus o caso é muito sério... - Vem senta aqui. – a puxei pra cadeira ao meu lado, logo o menino se aproximou. - Trás duas águas de côco. – pedi. - Não trás cerveja. – corrigiu Dora. O menino logo voltou com duas latinhas de cerveja e dois copos. – O que houve? – perguntou enquanto tomava um gole da cerveja. - respirei fundo antes de começa a contar – Eu transei com a Tamires ontem à noite. – disse sem rodeio, a boca de Dora fez um formato de “O” tamanha foi sua surpresa. Silêncio. Ela permanecia boquiaberta. - Como assim? - finalmente falou alguma coisa. - Nem eu sei, quando a vi passando mal a vontade que tinha era de protegê-la, sinto um carinho tão grande por ela. - Essa mulher é afim de você e eu sempre te disse isso você que não me deu ouvido, viu a declaração ontem no bar, todo mundo na mesa percebeu ela cantava pra você, seus olhos não iam à outra direção se não a sua. E pelo visto você também não é? Ou pensa que esqueci o que vi naquele banheiro. - Não, quer dizer, ontem eu realmente me vi embriagada pela voz daquela mulher, e quando estávamos no banheiro, nos beijamos, foi algo inexplicável sabe. Estava fora de mim, àquela mulher tem uma pegada nossa senhora... – brinquei Dora não pareceu gostar da brincadeira, ela me olhava seria, bebia sua bebida calmamente enquanto eu falava – Por pouco não transamos ali mesmo, nunca tinha visto Tamires daquele jeito, fiquei confusa, ou melhor, mexida com o que aconteceu, quando chegamos em casa nada falamos sobre o que aconteceu, pensei que ia acabar ali, mas nada, ela se declarou pra mim, confessou que me amava, começou com um beijo quando vi fizemos amor... – soltei o ar com força, passei as mãos nos cabelos. Dora então falou. - Você se apaixonou por ela? – indagou com certa insegurança na voz. - Não, claro que não, foi uma transa, não me arrependo, foi maravilhoso, mas eu amo o Guilherme ai é que esta o problema, não quero perde-los também não quero magoar a Tamires, ela realmente gosta de mim. Não sei o que faço amiga. – minha voz era de desespero. - Complicado Larissa, alguém vai sair machucado nessa historia isso é fato, e pelo visto é a loira lá, não era pra você ter dormido com ela. - Eu sei... Agir de forma irracional... Tenho vergonha de voltar pra casa. - Tem vergonha de ter transado com uma mulher? - Não Dora, isso nada me incomoda, foi uma experiência incrível, mas não quero repeti, gosto do Guilherme, sinto feliz e completa com o prazer que ele me proporciona, sinto vergonha é de encarar a Tamires, fui tão cachorra com ela, não quero que ela pense que a usei. - E não foi o que fez... – disse cheia de ironia. - Chega Dora, não foi o que fiz não, o que aconteceu, aconteceu não posso enganá-la fingindo um sentimento que não existe, amo o Guilherme. - Então qual é o drama? - Ahhii to começando a me irritar, o problema que estou com medo de que as coisas mudem em relação à Tamires, não quero que ela se afaste de mim, sinto um carinho muito grande por ela não o carinho de mulher entende, é de amiga, amiga de verdade, do tipo que sentimos uma pela outra, foi um equivoco o que rolou. - Ela vai ficar magoada de todo jeito, ela gosta de você Larissa, mas depois isso passa, acho que você estava fazendo uma tempestade num copo de água, afinal ela também queria, vocês duas são duas mulheres adulta, saberá lidar com isso. – virou o copo. De fato a Dora tinha razão, ficamos conversando mais um tempo até que resolvo voltar pra casa. Tamires Quanta pretensão a minha pensar que Larissa podia se interessar por mim. “amo o Guilherme” essas palavras evacuavam por minha mente; meu coração sangrava, queria ver em seus olhos algum indício de dúvida em relação ao que falava, mas palavras saiam com clareza tinha uma sinceridade e seriedade em sua voz, me senti desnorteada. Faltava-me ar diante daquela rejeição, queria chorar, meu coração estava espremido. Amava com todo meu coração e os momentos que passamos foram intensos, não queria que acabasse, levantei da cama rapidamente, não queria ouvir mais nada já tinha entendido o recado, procurei minhas vestis, logo sair do quarto a deixando-a sozinha. Segui até a cozinha, minhas mãos estavam muito tremulas apanhei um copo com água precisava me acalmar, dona Laura coava o café, perguntou-me se estava me sentindo bem, apenas meneei a cabeça ela tagarelava, não conseguia presta atenção no que dizia. Sentia-me sufocada não conseguia entende porque ela me rejeitou. Fazia-me mil perguntas ela estava tão entregue aos meus toques, embora não falamos nada, mas nossos olhares diziam tudo. Demorou cerca de 40 minutos até vê-la saindo sem falar comigo uma tristeza foi invadindo meu ser, precisava ocupar minha mente, tratei de fazer os serviços domésticos da casa, assim que terminei tomei um banho demorado. Não quis almoçar, sentia-me muito angustiada, não iria chorar, uma dor de cabeça chegava pra me fazer companhia. Tomei minha medicação minha mente insistia em reproduzir cada detalhe da noite anterior até ficar exausta e me entregar ao sono. Levantei era umas 17h30min avisei pra dona Laura que ia da uma volta na praça, precisava respirar um pouco, fiquei observando as crianças brincando, não parava de pensar em Larissa um só segundo. Fiquei imaginando como seria daqui pra frente. Tinha tomado uma decisão: Não ia insisti, por mais difícil que fosse iria respeitar a atitude dela, encontrei com seu Augusto quando ele voltava pra casa, conversamos um pouco no curto percurso até em casa. - Hum... Essa carinha triste é por quê? – indagou colocando as mãos em meu ombro. - Não estou triste, apenas com um pouco de dor de cabeça. – respondi sem encará-lo. - ele me olhou com cara de desconfiado arqueando uma sobrancelha – Sei... Você sabe que pode contar conosco pra tudo não é? - dei um sorriso amarelo – Agradeço sua preocupação mais estou bem. - Certo! – me deu um abraço de lado. Forcei um sorriso, chegamos em casa dona Laura assistia a novela. As horas passavam e Larissa nada de chegar, fiquei preocupada ela sempre chegava por volta das 18h00min ou 18h30min, já era mais de 21h00min e nada, o Guilherme ligou algumas vezes em sua procura sinal que ela não estava com ele como dona Laura sugeriu, não tinha coragem em ligar para seu celular, consumida pela ansiedade resolvi ler um pouco enquanto a esperava. Ela entrou em casa em silêncio sua expressão era séria cumprimentou com um leve sorriso e foi direto pro quarto sem dar maiores explicações. Dona Laura estranhou, foi até o quarto da filha pra ver se tinha algo de errado. - Filha... – disse ela ao abri a porta do quarto. - Oi mãe. - Esta tudo bem? – perguntou com certa preocupação, Larissa sempre costumava chegar em casa esbanjando sorrisos mesmo como tinha tido um péssimo dia. - Esta sim, mãe, so estou muito cansada tive um dia difícil. – se explicou. - Guilherme ligou. - Imaginei – fez cara de desanimo - Vou tomar um banho e já, já eu ligo pra ele. - Quer que traga algo pra você comer? - Mãe não precisa – se levantou e foi até a mãe – Estou bem, so um pouco exausta – deu um abraço e um beijo na mãe, depois se despiu e foi pro banho. Fiquei a ler o livro embora não prestasse a atenção, estava criando coragem para vê-la, ela não parecia muito bem, vi dona Laura levando uma bandeja pro seu quarto, mas voltou com a mesma bandeja, sua cara era preocupada, perguntei se a Larissa estava bem, ela disse que sim mais que tinha ido dormi, pois estava cansada. Quando entrei no quarto ela já estava dormindo, fiquei parada em frente a sua cama admirando-a dormi. Como gostaria aconchegar-me em seus braços, senti o calor do seu corpo, amá-la, ser amada por ela. Virei pro outro lado e olhei desapontada para minha cama, troquei de roupa me deitei. O sono custou a vi, meus olhos não desgrudavam da cama ao lado, aquela mulher dormindo tranquilamente virando de um lado pro outro na cama, seu corpo quase desnudo cobriu com uma fina veste de uma camisola de seda. Torturante vê-la. Torturante vê-la. Na manhã seguinte Larissa adotou um comportamento do qual não esperava, acordou sorridente, logo me chamou para corremos na praia como todas as manhãs, depois de uma hora de caminhada voltamos pra casa, não parava de tagarela me arrancando inúmeros sorrisos, tomarmos café juntas depois ela se aprontou e foi pro trabalho. Larissa agia como se nada tivesse acontecido, não voltou a falar sobre o que aconteceu então resolvi fazer o mesmo. A semana passou rápido, fazíamos o possível para amenizar certos desconfortos. Ela andava muito preocupada com o trabalho, vivia de mau humor, o relacionamento dela com o Guilherme também não ia nada bem, já fazia um tempo que ele não ia mais lá, a última vez os dois tiveram uma discussão terrível escutávamos as gritarias da cozinha, lembro dela chorando muito, senti ainda mais raiva daquele homem estúpido. - Seu egoísta – gritava Larissa – Estou ficando cansada Guilherme, cansada... Ele foi embora a deixando arrasada a grande custo conseguir acalmá-la, Larissa chorava muito. Dois dias depois desse episódio. Era um domingo estava lavando a louça do café da manhã, tínhamos acordado tarde, dona Laura e seu Augusto tinha ido passa o dia na casa de uns familiares, Larissa entra na cozinha. - Tamy... – chamou Larissa ao entrar na cozinha, ela pegou um copo abriu a geladeira, ficou olhando pro seu interior. – Cadê mainha que não a vi hoje? – indagou enquanto enchia um copo com leite. - Ela saiu logo cedo com seu pai, você ainda estava dormindo, disse que passaria o dia na casa da sua avó ela esta super animada com o aniversário de dona Glória. Larissa encostou-se na pia perto de mim ficou me observando. Parecia que ela queria algo. - O que você quer? - sorrir, sempre que ela queria algo me ficava rondando, aprendi conhecê-la também, depois daquele episódio muitas coisas mudaram em relação a nos duas, eu particularmente estava cada dia mais apaixonada, os hábitos dela continuavam os mesmo, sempre muito carinhosa e cuidadosa comigo, me tratava como uma irmã, embora eu deixasse claro meu interesse por sua pessoa, mas não voltei a insisti, guardava dentro de minha todo o desejo que sentia por aquela morena, acabei sendo adotada por toda sua família que me tratava tão bem, me sentia muito feliz, já não importava se minha memória fosse voltar ou não, foram seis meses desde que Larissa me acolheu em seu lar. - Imagino, mainha adora uma festa queria te pedi uma coisa Tamy. – disse cheia de dengo na voz. - E precisa fazer essa cara de cachorro pidão. O que você quer? – falei em tom de brincadeira, ela sorriu depois ficou em silêncio por alguns instantes. - Vamos comigo ao jantar de Dr. Calvacanti. – disse ela bem rápido. - Você esta de brincadeira não é? – a fitei. - Larissa fez uma cara, sempre usava desses artifícios pra me convencer de alguma coisa. – Por favor! – implorava. - Não Lary, não me peça pra ir nessa tal festa, primeiro o Guilherme não me suporta, segundo também não simpatizo nada com ele, você sabe disso então não insista. - Vocês dois precisam acabar com essa antipatia. Tamires vamos comigo, por favor. – insistia. - Sinto muito, seus pais me convidaram pra festa da sua avó. - afffzzz... – resmungou - O que tem demais me acompanhar? Não me dou muito bem com a família do Guilherme é um bando de gente metido a besta – fez uma careta engraçada. - Então não vai, deveria ir pra festa de dona Glória. - Bem que gostaria, Guilherme ia ter um AVC se não o acompanhasse, terá muitas pessoas importantes, ele não admitiria ir sozinho a esse jantar. - Sinto muito. Ela deu um suspiro de decepção, terminei de lavar a louça, Larissa as enxugava em silêncio. Ela tinha se chateado devido minha recusa, mas era fora de cogitação ir à festa da família do Guilherme, puxei conversa, mas ela parecia não querer mais papo, confesso que aquilo me entristeceu terminei de arrumar a casa e fui tomar banho quando sair do banheiro, ela propôs sairmos pra almoçarmos num restaurante. Já que o Guilherme tinha ligado e avisado que ia pro jogo do Sport que ia ter na cidade e independente do resultado ia beber com os amigos. Fiquei aliviada em não ter a presença daquele sujeito em casa, minha alegria era notória. Ela nos levou a um aconchegante restaurante que fica no shopping, foi uma tarde gostosa aproveitei aquele momento pra conversar sobre algumas mudanças que estava querendo fazer em minha vida. - Lary ! - chamei sua atenção – Preciso falar com você. – ela me olhou. - Diga! - Preciso trabalhar! – ela apagou o sorriso na face e ficou seria – Larissa; sinto-me uma inútil queria fazer algo da minha vida, ajuda também nas despesas. - Ela me fitou – Te falta algo Tamires? – sua voz era grave. - Não, claro que não mais... - Você ainda esta sem memória, esqueceu? - Continuarei sem ela, já aprendi a conviver com isso, a probabilidade da minha memória volta esta cada vez mais remota, me conformei, quero ter uma vida, um trabalho, um relacionamento! Essas coisas. Entende? – coloquei minhas mãos sobre a sua. Larissa ficou um tempo em silêncio como se tivesse estudando a situação gostaria de saber o que passava em sua mente, ela respirou fundo até voltar a falar. - Você pretende trabalhar em quê? Não sabemos o que você fazia antes do acidente. - percebi que tinha que ter bons argumentos pra convencer aquela mulher, ela não iria deixar-me trabalhar assim tão fácil. – Sei tocar piano – respondi com segurança. - Tocar piano Tamires! – balançou a cabeça em sinal de negação, com um sorriso frustrado nos lábios. - Sim tocar piano, Danilo veio me fazer uma visita ficamos conversando falei pra ele o desejo que tinha de trabalhar, ele disse que podia me ajudar, falou que tinha uma amiga que era dona de um conservatório de música. Ontem a noite ele me ligou disse que Lúcia sua amiga ficou interessada e marcou uma entrevista e uns testes pra ver como me saio. - Você pretende da aula de piano é isso? – ironizou aquilo me irritou. - É Larissa! – aumentei o tom de voz um pouco, ele percebeu minha irritação - Se eu passar nos teste sim, pra poucos alunos, não sei direito porque ainda não falei com a Lúcia. - Tamires uma coisa é você tocar num barzinho so pra descontrair outra coisa é você dá aula pra pessoas, você não tem memória como pretende fazer isso? Você também não tem documentos, ainda estou resolvendo essa questão... - Eu sei Larissa – interrompi - Você não entende quando estou tocando simplesmente meus dedos criam vida própria, as letras das músicas vêm como se eu já as conhecesse, não sei explicar apenas consigo, Danilo me levou numa loja de instrumento musical, bastou eu sentar diante de um piano pra tocar. - Sei não viu... Sei não... Você inventa cada uma, preciso pensar. – ela passou as mãos nos cabelos depois voltou a pegar o cardápio – Mainha não vai deixar você sabe do cuidado que ela tem com você, às vezes ela esquece que você é uma mulher adulta. – disse enquanto folheava o cardápio. - Já conversei com ela – Lary me olhou surpresa devolvendo a cardápio a mesa – Inclusive foi ela que me deu a maior força, disse que iria comigo quando fosse fazer os testes, mas antes queria sua opinião sobre o assunto, você acha ruim? - ela respirou fundo antes de falar - Confesso que não me agrada nada você trabalhando, mas se você se considera capacitada pra desenvolver tais atividades tudo bem, mas precisamos saber a opinião do seu médico. Abri um imenso sorriso levantei e abracei Larissa ela ficou assustada mais correspondeu, nossos corpos se colaram e uma corrente elétrica passou, nos encaramos olhos nos olhos, uma onda de desejo corria em meu corpo o doce perfume daquela mulher entorpeciam meus sentidos, automaticamente fui aproximando meu rosto. Não importava onde estávamos nem a quantidade de pessoas que nos observava, a respiração dela foi ficando ofegante, meu olhar descia a sua boca, acho que ela percebeu o que eu estava preste a fazer, tentei beijá-la sem pudor virou o rosto bateu no canto da boca. Depois ela me empurrou sutilmente. - Safada... – disse brincando, mas parecia muito envergonhada logo se sentou na cadeira, mesmo diante da sua pele morena bronzeada era perceptível seu rubor – Isso é assédio sabia. – gargalhou. Voltei a sentar me afundando na cadeira, fiquei azul de vergonha, Larissa sorria ainda mais, não conseguia entender porque ela reagia assim, tudo levava na brincadeira. - Desculpe-me. – gaguejei, abaixando o olhar para não encará-la. - Não precisa ficar que nem um pimentão. – apertou a pontinha do meu nariz. – Aquela senhora ali arregalou os olhos achando que você fosse me beijar. - permaneci calada. – Temos que evitar esse tipo de coisa, as pessoas não estão acostumada em ver essas demonstração de afeto não é mesmo? Dei um sorriso amarelo, ela fez sinal pro garçom e fizemos o pedido, almoçamos tranquilamente, conversamos sobre diversas coisas, ela contava com entusiasmo sobre o curso preparatório que pretendia fazer. Larissa era uma mulher de ambição maior, queria prestar concurso para promotoria do estado. Depois de um delicioso almoço resolvemos pegar um cinema, tomei a liberdade de convidar Danilo e Dora gostava muito da companhia deles, eram pessoas muito agradáveis, Dora chegou muito tarde por pouco não perdemos a seção, Lary ficou debochando dela. Vimos uma comédia romântica, nos acabamos de ri. - O filme foi ótimo – falou Danilo animado ao sairmos da sala. - É finalmente Larissa escolheu um filme que presta – zombou a Dora já que a Larissa não era muito boa para escolher filme, lembrei do episodio de quando ela resolveu ver um filme de terror, parecia uma menina de tão assustada que ficava. - A tarde foi boa, mas temos que ir embora. – disse Danilo. - Se vocês quiserem as levo para casa. - Ótimo, tchauzinho amiga – Dora nos cumprimentou, saímos do shopping até o estacionamento. Durante o percurso Danilo falava animado sobre o emprego no conservatório, fiquei animada, pois ele falou que estava tudo certo só dependia da entrevista a Larissa não gostou muito do que ouvia, pois sua cara estava seria ela já tinha deixado claro sua objeção sobre esse assunto, no caminho inteiro permaneceu calada olhando pela janela. Ao chegarmos em casa mal se despediu do Danilo, saiu do carro e nem me esperou, achei estranho sua atitude me despedi calmamente dele e depois entrei em casa; dona Laura e seu Augusto não tinha chegado ainda, Larissa estava na sala com seu computador no colo, me aproximei e sentei ao seu lado, ela continuava a olhar pra pequena tela. Perguntei o motivo pra sua mudança de humor tão repentina, ela apenas me ignorou, largou o computador no sofá e saiu para seu quarto. Fiquei um tempo a pensar, não sabia o que tinha feito pra tê-la chateado. Quando voltei ao quarto já tinha tomado banho, vestia apenas uma camiseta e um short de algodão, pegue minha toalha e fiz o mesmo. Nada melhor que um banho pra relaxar, volto ao quarto ela encontrava-se sentada na beira da cama estava cabisbaixa, viro-me para me trocar, sinto seu olhar a me observar, Larissa se levanta e vem em minha direção, continuo de costa ela coloca suas mãos em minha cintura, meu coração acelera dou um passo pra trás queria sentir o calor de seu corpo, pego uma de suas mãos e a beijo carinhosamente, sinto sua respiração em minha nuca ficando cada vez mais forte, Larissa afasta meus cabelos, seus lábios vão de encontro ao meu pescoço, recebo alguns beijos meu corpo todo treme, me viro, nossos olhares se cruzam sem demora puxo Larissa colando nossos corpos sem demora a beijo calorosamente, conduzo até a sua cama sem parar o beijo, deitando seu corpo com calma e pondo o meu por cima do dela, me encaixo entre suas pernas, o beijo calmo me da uma sensação de tranqüilidade e ternura... Ela corresponde a cada toque, cada movimento do meu corpo sobre o seu. Minhas mãos deslizam pela lateral do seu corpo, ela acaricia meu rosto, sinto seus dedos tocarem meus lábios ainda presos aos dela, interrompo o beijo e abro os olhos... Encaro os dela, meigos e carinhosos, estava totalmente entregue aquele momento... Volto a beijar-la, deslizando os lábios por seu pescoço e seus ombros, com minhas mãos vou retirando sua camiseta calmamente, ela não resisti em nenhum momento e até me ajuda e retirar a resto de sua roupa. Logo retira minha toalha... Nossos corpos agora completamente nus se encaixam, sinto meu sexo roçar levemente no dela que já me dá sinais de excitação... O beijo antes calmo e tranqüilizado torna-se provocante, sinto minha pele queimar, o desejo de possuí-la não me cega por completo, em um momento, penso em como ela reagiria na manhã seguinte, se voltaria a me rejeitar isso seria duro de mais pra mim... Antes de concluir meu pensamento sinto seu corpo girar sobre o meu, ela volta a me encarar, sorri... Um sorriso que ilumina toda e qualquer duvida que eu tenha... Ela se inclina e deposita um beijo na pontinha do meu nariz, um em cada lado do meu rosto, outro no meu queixo... E continua a seqüência de beijos pela pele frágil do meu pescoço, descendo por meus ombros, por meu colo... A ponta de sua língua tocar o bico do meu seio que já estava enrijecido, o calor de sua boca faz meu corpo tremer, seus toques delicados me levam a um grau de excitação antes nunca vivido por mim, nossos olhares permanecem conectados por todo tempo... Sua boca deixa um rastro de desejo por meu corpo... Dá pequenas mordidinhas em minha barriga... Tento mudar de posição, mas recebo um olhar de negação... Sua boca continua deslizando já esta bem próxima do meu sexo, lança olhares provocativos pra mim... Fiquei até um pouco sem jeito... Meio envergonhada, ela parecia se divertir vi um sorriso safado no canto da boca. Passou a ponta da língua sobre meu sexo que já estava bastante molhado, fazia movimentos calmos, explorava com delicadeza, começou a sugar com força, sugava e lambia... Coloquei minhas mãos sobre sua cabeça, dando pequenos puxões em seu cabelo, ergui um pouco mais o corpo para facilitar os movimentos, automaticamente comecei a movimentar meu quadril, senti uma língua me penetrar vagarosamente, gemi baixinho, arranhando sua nuca, forcei sua cabeça sobre meu sexo, pedi pra penetra-me com mais força, ela segurou minha cintura dando pequenos apertões, não demorou muito pra sentir o êxtase daquele momento mágico... Larissa escalou meu corpo, dando selinhos em algumas partes, deitou-se ao meu lado, minha respiração estava ofegante, ela beijou meu rosto e alinhou seu copo no meu. Minha mão fazendo carinho em sua cintura, deslizando ate sua coxa. Larissa estava calada, parecia pensativa... Pensei em dizer algo, mas tive medo de estragar tudo... Sua mão veio de encontro a minha, segurando-a, pós entre suas pernas... Surpreendi-me com seu gesto... Ela se alinhou mais ainda, roçando seu bumbum em meu sexo, passei a acariciar o seu, sentindo-a ficar molhada... Ela girou o corpo ficando de frente pra mim, pos a perna sobre meu quadril, me encarava de um modo como nunca havia feito antes... Voltei a acariciar seu sexo, ela continuava me encarando... Já estava completamente molhada, meus dedos deslizavam com facilidade, penetrei um deles e pude ver sua expressão de prazer. Não deixou de me encarar nem por um segundo, passei a fazer movimentos fortes e rápidos, ela cravou as unhas em meu ombro os segurava com força, passou a comandar a velocidade com que eu a penetrava... Apertava meu ombro, exigindo que fizesse mais rápido, aproximou seus lábios dos meus... Beijou-me com intensidade, não demorou muito também para sentir seu gozo entre meus dedos, no ápice do prazer, ela mordeu meu lábio inferior seu corpo relaxou, voltei a beijá-la... Contemple um sorriso delicado escapar ao fim do beijo... Voltamos a ficar abraçadas, quando achei que ela já havia pegado no sono, tentei desgrudar meu corpo do seu, mas ela me segurou... - Fica comigo... Até eu pegar no sono!