segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Por Amor II

Dois meses depois


   - Oi pai.

   - Filho! – os dois homens abraçam emocionados.

   - Vou te tirar daqui pai! Juro que vou te tirar daqui, depois vou acabar com a vida daquela cadela.

        Malbec tinha um semblante pesado, embora estivesse na cadeia sua vida atrás das grades não era das piores, lá encontrou muitos criminosos que lhe deviam favores. O traficante tinha suas regalias, porém ele não estava bem, sentia falta de sua liberdade. Por dentro estava consumido em desespero, os anos agora lhe pesavam, sentia-se cansado. Para ele estar preso era pior que a morte, ja tinha traçado seu destino. Ali marcou o destino de muitas pessoas que sofreriam num futuro próximo.
   - Você é o novo rei! – disse o velho – Você meu pupilo é quem manda agora naquela porra!
   - Pai!
   - Volte para casa e assuma meu lugar! Faça o que tenha que fazer! Você que está no comando agora. – afirmou o homem.
         Pupilo era assim que aquele homem gostava de chamar o filho, o abraçou carinhosamente, despediu-se em silêncio. Raul não conseguiu compreender a atitude do pai. Agora seu passado tornará seus pesadelos. Todo sofrimento que causou a muitas famílias, se multiplicaram dentro de si, Malbec se entregou a angustia e desistiu da vida. Naquela mesma noite foi encontrado morto em sua cela, tinha se enforcado. Raul recebeu a notícia da morte do pai, foi tomado pelo desespero. A dor deu lugar ao ódio, procurou culpado para aquele sofrimento. Jurou vingança, aquela que tinha lhe proporcionado tamanho dissabor.
         Enquanto trabalhava em outro caso Larissa recebe a notícia o homem tinha se suicidado na cadeia.
   - Sua morte não terá sido em vão meu pai! – dizia o homem chorando diante do caixão do pai. – Vou vingá-lo. Nunca mais aquela mulher terá paz.
         Raul jurou vingança. A dor que sentia era tamanha, jovem aos 25 anos de idade, muito cedo iníciou na vida do crime. Sempre esteve as sombras do pai. Agora com sua morte, precisava assumir seu lugar. Comandava um império. Um homem de muitas mulheres, porém a única que assumia era a jovem Alicia, uma moça pobre sem muitas escolhas, os dois viviam juntos a algum tempo, ela sabia de sua vida criminosa, além de tudo era um homem infiel e violento. Mesmo assim se via submissa aquele homem, laços a prendiam a ele.
      Raul tinha plano, se dedicou nos meses seguintes em solidificar ainda mais seu império, sem esquecer seu maior objetivo que era acabar com a vida daquela que ele considerava responsável pela morte de seu pai. Estudava cada passo da Larissa. Sabia seus horários, os lugares que freqüentava, as pessoas com quem se relacionava, finalmente tinha conseguido o que queria. Estava a um passo de executar sua vingança.

Capítulo dois

O plano

   - E ai, ta tudo certo para hoje à noite? – perguntou para a mulher sentada a sua frente.
   - Claro. Tudo em cima. – a mulher deixou escapar um sorriso no canto da boca
         Suelén era uma das amantes de Raul, uma ruiva alta de corpo escultural. O homem teve a idéia de fazer a amante se aproximar de Larissa, já que depois de uma grande pesquisa, descobriu que ela era gay. Raul tinha homens vigiando Larissa 24 horas por dia e um detetive particular pode lhe passar informações sobre todo passado da morena.
        O homem não queria perder nenhum detalhe, quanto mais demorava em executar sua vingança maior será o ódio que o consumia. A ruiva aceitou o convite feito por Raul se aproximaria de Larissa, o que Raul deseja era que as duas tivessem um caso, isso era apenas a primeira fase de seu plano.
       Suelén usava um vestido preto, deixando a mostra suas curvas. Por uma coincidência forçada, participaria de um congresso sobre direito penal onde Larissa era palestrante. Se fazendo passar por estudante de direito, a ruiva tentava a todo custo de aproximar da promotora, no final da palestra resolver ir até a morena que cumprimentava alguns amigos. Depois de muita insistência de sua parte, algumas indiretas e olhares lançados de forma tentadora, à única coisa que a ruiva conseguiu foi um cartão com os números e email de Larissa. Instruída por Raul, a ruiva queria mais, tentou de forma sedutora chamar Larissa para uma saidinha, mas a morena foi bem clara e direta.
   - Desculpe, não estou disponível. – a voz firme e suave, fez com que a ruiva finalmente desistisse.
        De volta à casa a ruiva informou que plano não havia dado certo e teve que enfrentar a ira do homem.
   - Você é mesmo uma vagabunda imprestável. – gritou.
   - Eu fiz o melhor que pude. Você que deve ter se enganado, ela não deve ser sapata como poderia resistir a mim? – fez uma pose sexy totalmente vulgar.
   - Sai da minha frente sua vagaba não quero mais ver sua cara.
   - Mas Raul, eu preciso do dinheiro que você me prometeu. – o homem se aproximou da ruiva, acariciou sua nuca entrelaçando sua mão nos fios de seus cabelos, aproximou os lábios do ouvido dela e sussurrou:
   - Você quer dinheiro... Então vai rodar a bolsinha lá no calçadão, sai agora da minha frente antes que te mate, sua vaca! – empurrou a mulher com força contra a parede, a pobre coitada saiu correndo da sala.
   Olhos atentos e bem escondidos presenciaram toda a cena de Raul e a ruiva.
        Alicia estava cansada, apesar de ter um lugar que aparentava ser importante na vida do traficante, na verdade só era mais uma. Queria mais que um título de mulher oficial, para isso teria que mostrar ao homem que podia confiar nela. Queria deixar de ser a mulherzinha passiva que tudo sabe, mas nada faz. No dia seguinte acordou cedo, foi até o escritório onde Raul se reunia com alguns de seus comparsas, pediu para ficar sozinha com ele, disse que tinha algo sério a lhe falar.
   - Tudo bem, seja rápida, não estou em um dos meus melhores dias. – o homem falou friamente.
   - Eu sei, vou ser clara e objetiva como você gosta. – respirou fundo – Eu sei do seu plano, contra a promotora.
        Raul arregalou os olhos, apesar de manter Alicia como sua “mulher”, seguia os ensinamentos do seu pai, manter a esposa sempre longe de seus negócios.
   - Como, o que foi que você disse?
   - Antes de ficar nervoso, me escute, uma mulher como essa tal promotora nunca iria se interessar por aquela vagabunda que contratou. – Raul não parecia acreditar no que sua mulher dizia. O plano contra a Larissa era coisa guardada a sete chaves, como descobriu.
   - Como você sabe?
   - Não sou burra, escute ela é uma mulher fina, chique, experiente, deve ter sacado logo que ela era uma pilantra. – Raul permanecia calado até ouvir a seguinte frase – Eu posso ajudar você.
   - Hahahahaha. – gargalhou em voz alta – Você? – Raul menosprezava a capacidade de Alicia, achava que só era uma mulher bonita, isenta de qualquer intelecto.
   - Por que não? Pelo menos, mais inteligente do que ela sou, e é claro bem menos vulgar. Eu sei que consigo. Aquela vadia vai entrar na minha. – tentava expressar segurança.
   - Como você pode ter certeza? – duvidou mais não rejeitou a possibilidade.
   - Eu me garanto e você sabe disso. – Alicia deu um sorriso confiante.
   - Eu não sei... Você vai ter que trepar com aquela vadia.
Alicia fez cara de nojo.
   - Vai ter coragem galega, de trepar com aquela vadia?
Alicia pensou por um momento, sabia que teria que fazer isso, mas o desejo de liberdade era maior.
   - Nem sempre trepar quer dizer sentir prazer.
 O homem balançou a cabeça negativamente.
   - Talvez, pode ser uma boa idéia, apesar de não gostar nenhum pouco de saber que aquela vadia vai comer minha mulher.
   - Ela nunca vai suspeitar de mim.
   -Tá, você me convenceu.
   - Mais tem um, porém.
   - Um, porém? – o homem a olhou curioso.
   - Eu quero o dobro do que você ia pagar aquela idiota.
   - Você está doida mulher!
   - Se eu não fizer o trabalho direito nem precisa me pagar, agora se eu conseguir o que você quer. Quero o dobro.
Raul ficou pensativo por alguns instantes.
- Ok!


        Alicia voltou para casa animada, sabia que aquele era o primeiro passo para sua independência. Raul nunca deixou que nada lhe faltasse, sempre lhe deu do bom e do melhor, mas ela estava cheia daquela vida, queria mais, muito mais.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Por Amor

A manhã começou fria naquela quinta feira, Larissa mal tinha dormido. Sua cabeça fervilhava, nunca imaginou que fosse chegar ao estrelato tão cedo no Ministério Público. O tempo passa que nem percebemos. Aos 32 anos era uma das promotoras mais jovens daquele escritório, seu destaque era tamanho. Hoje peça importante de um dos casos que houve maior repercussão no estado nos últimos anos. O julgamento chegava ao seu quarto dia. Coloca Malbec Ramos na cadeira dos réus não foi nada fácil, considerado rei do tráfico numas das favelas mais perigosa do Recife. Um homem que diziam ser intocável, articuloso e de alta periculosidade. Mandante de inúmeros assassinatos. Esse homem não costumava deixa vestígios. Temido na comunidade, ninguém ousava dizer qualquer coisa a seu respeito. Porém a sorte mudou para esse criminoso. Matou um homem a sangue frio. Antigo desafeto. Gerando indignação, a população que ficou inconformada por ter perdido seu líder comunitário. O único que lutava para melhoria daquele povo pobre de poucas escolhas.
        As investigações estavam cada vez mais tensas, no início não havia nenhuma testemunha, a população estava em silêncio. Larissa era a promotora do caso, deu duro mais em fim o homem deu um passo em falso, aquele homicídio mudaria o rumo de tantos anos de impunidade. Foram dois anos até conseguir prova concreta para colocar aquele criminoso na cadeira dos réus.  



Capítulo um

    Julgamento


      Passaram-se 4 horas de debates exaustivo, Raul assistia ao julgamento do pai. Um rapaz de 25 anos filho de Malbec, abandonado pela mãe quando tinha 5 anos, muito cedo seu pai ensinou à arte do crime. Embora não tivesse ficha criminal, foi doutrinado para seguir os passos daquele que para aquele jovem era um herói. Seus olhos refletiam ódio ao assistir o discurso daquela promotora que pedia pena máxima.

***

Promotora

   - Vamos parar com essa estória que o réu está falando a verdade. De que apenas deu um golpe na vítima. – pausou se virando pros jurados. – o réu diz em seu interrogatório que estava bebendo no mesmo bar que a vítima. Assim presenciando uma briga da mesma com outra pessoa. Diante daquela circunstância ele foi apartar os dois homens. Uma vez fazendo isso – pausou fitando o rosto do réu - a vítima irritado com sua intromissão partiu pra cima dele apertando seu pescoço, deixando com hematomas. Então o senhor Amauri se afastou. Segundo testemunha do bar para pegar um pedaço de garrafa quebrada ou alguma coisa que pudesse usar como arma. Isso demorou cerca de cinco minutos, ele estava com um pedaço de garrafa de cerveja quebrada, quando voltou, o réu já tinha saído, a vítima foi atrás do réu o encontrando no caminho. Então o réu pegou um pedaço de pau e deu uma pancada na cabeça da vítima que caiu. O réu foi embora deixando a vítima no chão sem saber se ele tinha morrido ou não. – Larissa falava em tom de ironia, aquilo foi o depoimento que Malbec tinha dado no inquérito policial. - Porém senhora e senhores, em momento algum o réu diz em seu depoimento que a vítima veio com um pedaço de vidro nas mãos querendo atacá-lo, como ele podia esquecer tal detalhe? Se o senhor Amauri não mostrava ameaça, porque atacá-lo de forma tão violenta? Sendo o primeiro golpe com o homem de costa. Nada pior do que atacar um homem sem dá oportunidade dele se defender. Senhores jurados, saibam que os laudos cadavéricos, descrevem muito mais que uma simples lesão?! Muito pelo contrário, são encontradas pelo menos sete lesões. – Larissa levou o cavalete para o centro do tribunal deixando os júris horrorizados com as fotografias da vítima - O réu disse que não houve testemunha e que só deu um único golpe, para se defender. Ai lhes pergunto: defender de quê? Se o próprio réu disse em seu depoimento que a vítima estava desarmado. Onde foi parar o pedaço de garrafa que estava em posse da vítima quando saiu do bar? – breve silêncio - Muito simples senhoras e senhores, a garrafa que estava com a vítima foi encontra a cerca de 50 metros do bar. Provavelmente o senhor Amauri recobrou a lucidez e resolveu ir para casa, desistindo de enfrentar aquele homem cruel que vinha contaminando a comunidade em que morava.

   - Protesto meritíssimo a promotora está dando apenas suposições de um morto.
   - Promotora! Não fale pelos mortos.
Larissa fez que sim para o juiz.
   - Bem diante da ficha criminal do senhor Ramos, acreditar que ele queria apenas se defender de um homem desarmado é o mesmo que acreditar na história da carochinha. – ironizou Larissa, causando burburinho na sala. – Então senhoras e senhores cada um acredita no que quiser.

     Os jurados ficam inquietos em suas cadeiras, diante das fotografias juntos as descrições detalhadas que Larissa faz com base nos laudos médicos. O réu começa a suar frio.

   - Como pode ver senhores jurados, a gravidade dessas lesões, não são uma como insiste dizer o réu. Uma simples pancada, mas setes lesões que levou esse pai de família à morte. Segundo opinião médica a vítima sofreu muito antes de morrer. Isso porque o real motivo que levou esse homem a morte. Foi sua lutar para acabar com o narcotráfico na comunidade, irritando o homem que se via ameaçado diante da influência que o senhor Amauri tinha com os moradores daquela comunidade. Esse homem é um assassino! – enfatizou Larissa apontando para o réu.
   - Protesto meritíssimo! – fala o advogado de defesa. – Foi um único golpe... – o advogado foi interrompido.
   - Senhores jurados, não ver que o defensor está tentando desviar a atenção. – falou Larissa com um sorriso nos lábios para o advogado. – o promotor chega aqui não é para mentir para os senhores. Há mais de uma lesão, eu não posso como promotora do Estado. Representante da sociedade, esconder esses fatos. São várias lesões, não uma como o defensor insiste em dizer. Os laudos médicos mostram isso. – falou Larissa com segurança. – essa é a diferença do Ministério Público para a defesa, eu estou comprometida com a verdade. Enquanto o defensor em absolver o réu. Venho, com base das provas dos autos, afirmo que esse senhor assassinou a sangre frio o senhor Amauri Bezerra dos Santos e também é responsável ela chacina da comunidade planetas dos macacos onde 12 pessoas morreram. Acusou-o de tráfico de drogas, sendo encontrada em sua propriedade quase meia tonelada de cocaína pronta para consumo, estou aqui senhora e senhores para pedi a pena máxima. A defesa pode contar à estória que quiser, e os jurados acreditam se quiser. Mas tenho certeza que os jurados vão está do lado da verdade, afirmo que este homem é culpado por todos os delitos aqui apresentado. – finalizou Larissa. Cheia de convicção.

   - Sua vadia! – gritou o homem na platéia. 

  Larissa voltou a sua cadeira, recebeu o olhar confiante de Dr. Adalberto que também estava no caso.

   - Vamos ganhar essa, você foi muito bem. – disse o homem baixinho.

      Larissa sentia segura, sabia que tinha feito um bom trabalho.
O advogado de defesa passou duas horas e quarenta minutos em seu discurso, tentando a todo custo provar inocência do seu cliente. O julgamento entrou madrugada à dentro. Finalmente a decisão do júri.

   - O réu é declarado culpado por cinco votos a dois – diz a voz firme do juiz, levando agitação no recinto. – condenado há 30 anos pelo homicídio do senhor Amauri Bezerra dos Santos, em regime fechado, 15 anos pelo crime de tráfico de drogas... – à medida que o juiz lia a sentença o Ministério Público comemorava a vitória.

      Depois de dois anos de longo trabalho, finalmente Larissa sentia-se feliz, a justiça tinha sido feita. Estava satisfeita consigo mesmo. A sensação de seu trabalho cumprido. Na saída do fórum inúmeros jornalistas, todos queria uma entrevista com a jovem promotora que conseguiu leva a prisão um dos piores criminosos do Estado.
     O ódio consumia o coração do jovem Raul Ramos. Único filho de Malbec chorava a condenação do pai. O considerava um criminoso perfeito que nunca seria pego. Gravou o rosto da mulher que destruiu sua vida. O julgamento levou repercussão nacional. Larissa já não comemorava sua vitória, tinha outros casos de suma importância também, despistou os holofotes e dedicou-se ao trabalho.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Série Las Aparicio





Minha mãe não compreende o meu fascínio pela língua espanhola. He He. Os países que falam espanhol tanto como o México e a própria Espanha vêm introduzindo casais lésbicos em suas tramas e não fazendo um seriado só com lésbicas não que eu ache ruim, porém é sempre bom ver os personagens inseridos na trama ficando o mais próximo da realidade. E sim ainda continuo apaixonada pela Liz Gallardo.
A série Las Aparicio conta a história da vida de três irmãs de uma família apenas de mulheres, as que se casam ficam viúvas e só tem filhas. Uma fica viúva e vira executiva do dia pra noite na empresa do falcido. A outra é uma devoradora de homens e a terceira é a Julia que namora um jogador mas descobre que sente algo além da amizade pela sua melhor Mariana que é lésbica.












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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Sei que é você Final

Larissa e Tamires ficaram a milímetros uma da outra. Isa se aproximava para beijá-la, mas a morena desviou. Isa olhou de um jeito triste. Voltou pra casa decidida. Luiza passava por um momento muito delicado de sua vida. Estava tomada pela frustração e medo. Sentia-se muito pressionada não so pela Larissa, mas também pela família. As coisas tinham mudado radicalmente. Não podia ignorar todo o sentimento que sentiu ao conhecer seu filho. Outra curiosidade lhe abateu. Queria também conhecer a pequena Maria Luiza, já tinha visto inúmeras fotos da pequena, ela muito se parecia com o pai. Lucas mais uma vez conquistou sua amizade. Isa se sentia muito segura e a vontade com sua companhia, ele tinha lhe explicado que foi a própria Luiza que lhe pediu que fosse pai de seu filho com a Duda. Lucas honrado pela a proposta logo aceitou, já tinha sido doador de Amanda. Lucas era um pai pra não colocar defeito, extremamente afetuoso com os filhos. Era completamente louco pelas crianças, com a convivência com a Maria Luiza, acabou conquistando também o pequeno João Gabriel que sempre sentia falta de uma presença masculina em sua vida. Logo quando perdeu o avô Antony em meio de sua tristeza pediu para chamá-lo de pai. Lucas o acolheu com todo o amor, carinho e o respeito que podia oferecer, não fazendo distensão de nenhum dos filhos. Isa ligou para o amigo. Precisava de um conselho de fora. Lucas a convidou para jantar. O jantar foi longo. Luiza parecia angustiada, Lucas tentava descontrair até se surpreender com o pedido da loira. - Lucas queria que me contasse em riqueza de detalhe como era minha vida com a Maria Eduarda. Pelo visto você conviveu muito com nos duas pra eu lhe pedi pra ser pai de um filho nosso. - Nos tornamos muito amigos mesmo Luiza. Contarei tudo que sei a respeito de vocês Assim Lucas o fez, contou tudo que tinha presenciado. Todas as alegrias e todos os infortúnios que as duas tinham passado antes e depois do casamento. Isa a medida que escutava, mas se mostrava interessada. No final da noite Lucas a deixou em casa. Luiza passou a noite a pensar em tudo que ouviu do amigo. Tinha uma decisão a tomar. Na manhã seguinte procurou a mãe as duas conversaram Isa a abraçou com carinho agradecendo o apoio que ela estava lhe dando. Depois ligou para Larissa tinha uma necessidade de ouvir sua opinião talvez na esperança de que a morena voltasse a trás e pedisse pra voltar invés disso ela a incentivou a dá essa oportunidade da sua verdadeira família. Nove horas da manhã o celular toca insistentemente. Duda xingou, olhou no visor não reconheceu o número. - Alô! – sua voz estava grossa. - Desculpe se a acordei. Duda deu um pulo da cama ao reconhecer aquele sotaque. - Não, não esta tudo bem... – pausou – Aconteceu alguma coisa? - Não, Maria Eduarda gostaria de conhecer seus filhos, quer dizer meus filhos. O coração de Duda disparou com o que acabou de ouvir. Começou a gaguejar no telefone. - Como? - Quero vê-los. – pediu Isa, sua voz demonstrava segurança. Duda pensou um pouco. Resolveu arriscar. - Não quero que eles se sintam rejeitados por você, principalmente o João. Se realmente quer conhecê-lo terá que morar aqui em casa. – disse Duda. Isa ficou um tempo em silêncio. Sua respiração parecia irregular. Duda achou que foi longe demais com o pedido. - Tudo bem. Duda quase caiu pra trás com o que acabou de ouvir. - Você esta falando sério? - Acho que não pareço brincar diante de uma situação dessa? – disse Isa ríspida. - Desculpe. Quando pretende vir? - Não tenho seu endereço. - Não se preocupe mando o motorista ir lhe buscar - Esta bem estou morando na casa da minha mãe. No final da tarde espero o motorista é o tempo de arrumar algumas coisas. Duda não conseguia conter a euforia que estava sentindo. - Maria Eduarda de ante mão quero lhe informar uma coisa. - Diga. – Duda prendeu a respiração. - O fato de aceitar morar em sua casa não quer dizer que estou lhe aceitando. Quero conhecer meus filhos, o sentimento que sinto por eles estão confusos ainda, mas sinto que é mais forte do que qualquer coisa. - Não se preocupe vou mandar arrumar um quarto pra você. - Ok então! Isa colocou o telefone no gancho, não sabia se era o melhor a fazer, mas precisava descobrir o que essas pessoas significavam em sua vida. O dia correu a passos lentos, vagarosamente ela arrumava sua mala, não pretendia levar muitas coisas, pois não tinha certeza de que passaria muito tempo sob o mesmo teto que sua ex-esposa. Depois do almoço resolveu dá uma caminhada na praia. Correu até não ter mais fôlego, buscou força em seu interior para continuar com aquilo. Nunca se sentiu tão triste, depois do banho resolveu deitar, as lágrimas vinham mesmo se querer. Um filme foi passando em sua mente. Tudo que tinha vivido desde que abri os olhos naquele quarto de hospital até então. - Ninguém pode me obrigar a amá-la. – sussurrou ao lembrar-se da Duda. – Eu não a conheço... A maior frustração de Luiza era essa. Se via obrigada a esta rcom uma pessoa e amá-la só porque fez parte de seu passado. Seus devaneios foram interrompidos com as batidas da porta do quarto. - Filha! – chamava Heloisa. – Maria Eduarda já esta aqui. Ela veio lhe buscar. - Estou indo, mãe! Isa levantou foi ao banheiro não queria que percebesse que tinha chorado. Caminhou até a sala sem pressa, logo avistou aquela menina mulher a sua espera. Duda abriu um largo sorriso. Isa fixou naquela imagem. O sorriso da Maria Eduarda lhe causava certas sensações. Simplesmente a cativava. - Você chegou cedo. – falou Isa olhando o relógio no pulso. Duda não se continha em ansiedade, assim que desligou o celular não parou um segundo, gritou pela casa de alegria, ligou pra tia contando a novidade, mandou cancelar toda sua agenda pro resto da semana. Andréia não gostou, mas sabia que enquanto ela não resolvesse suas pendências pessoais não teria rendimento no hospital, então lhe deu uma licença. Duda mandou arrumar o quarto de hospede que ficava ao lado do seu, claro que acreditava que seria por pouco tempo, ia fazer o possível para conquista a mulher mais uma vez. Porém sabia que tinha que manter a paciência, Luiza a desconhecia so o fato de aceitar a viver com ela e os filhos era um passo muito grande. Esperaria o tempo que fosse necessário, seu amor por Luiza era mais forte que qualquer infortúnio que surgissem. A vida estava lhe dando uma outra oportunidade não iria desperdiça. - Desculpe, me adiantei demais – Duda tinha nervosismo na voz Isa percebeu. - Vou pega minhas coisas. – disse Isa saindo da sala. Heloisa conversou brevemente com a nora, pedia que ela agisse com prudência. Duda a tranqüilizou. Isa não demorou muito voltou à sala, tinha apenas uma bagagem. O caminho tornou-se longo não so pelo transito terrível, mas também pelo silêncio absoluto. Duda ficou toda sem jeito Isa observava cada movimento da morena. - Que idade você tem? – indagou Isa quebrando o silêncio. - Fiz 26 na semana passada 16 de julho. - Parabéns. – cumprimentou a loira. Nada mais disseram Duda resolveu ligar o som. Uma música foi tomando conta do carro, Duda logo percebeu que a loirinha não gostou do forró que tocava, então pediu que ela trocasse para alguma coisa a seu gosto. Isa pegou em sua bolsa um cd. Uma melodia tomava conta do ambiente. Paciência Lenine Mesmo quando tudo pede Um pouco mais de calma Até quando o corpo pede Um pouco mais de alma A vida não para... Duda ficou surpresa quando escutou a primeira estrofe. - É você cantando... – falou toda abobalhada ouvindo a voz da lourinha no som do carro. - Gosto dessa música, estava aprendendo a tocar e a cantar no tempo certo, antes de vim pra cá, Larissa sempre gostou de me ouvir cantando, grave um demo pra ela. Nos finais de semana costumávamos sair pra um restaurante lÁ nossos amigos sempre insistiam pra eu toca. – Isa tinha um brilho no olhar. - Sua voz sempre foi magnífica, temos um piano em casa, você sempre gostou de tocar para abstrair. – disse Duda. Enquanto o tempo acelera e pede pressa... Eu me recuso faço hora e vou na valsa... A vida é tão rara... E quando todo mundo espera a cura do mal... E a loucura figi que isso tudo é normal... Eu finjo ter paciência... O mundo vai girando cada vez mais veloz... A gente espera do mundo o mundo espera de nos... Um pouco mais de paciência... Será que é tempo que lhe falta pra perceber Será que temos esse tempo pra perde E quem quer saber a vida é tão rara... tão rara Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma... Até quando o corpo pede um pouco mais de alma... Eu sei...A vida não para...não parar... Será que é tempo que lhe falta pra perceber Será que temos esse tempo pra perde E quem quer saber a vida é tão rara... tão rara Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma... Até quando o corpo pede um pouco mais de alma... Eu sei...A vida não para...não parar... Não falaram mais nada, foram o resto do caminho escutando algumas músicas que a própria Luiza cantava. - Chegamos! – informou Duda entrando num casarão. Isa não pode deixar de se impressionar com a mansão que a morena vivia. - Sua casa é muito bonita. – disse diante da casa. - Nos mudamos depois que eu engravidei, aqui teríamos mais espaço pras criança, você passou quase 6 meses reformando essa casa, você que a escolheu, a decorou, cada peça nessa propriedade é arte sua. É nossa casa Luiza. Minha casa sua casa. Maria Eduarda conduziu para dentro. A casa era enorme dona de uma decoração impecável, sem perde a simplicidade como era o gosto das duas. João Gabriel que esperava ansioso a chegada da mãe logo correu ao seu encontro. Seguido por sua irmã mais nova que ficou toda feliz ao ver Duda. Isa abraçou o menino em desespero como aguava por aquele abraço. Chorou copiosamente, uma emoção invadiu seu corpo, os dois ficaram longos minutos ali abraçados. Até que a loirinha percebeu um olhar curioso lhe observando. Malu olhava curiosamente para a mulher que abraçou seu irmão. Isa se recompôs enxugou as lágrimas fitando a menina. - Essa aqui é a Maria Luiza. Quando você se perdeu eu estava grávida, nem teve a oportunidade de conhecer sua filha. – Isa abriu um sorriso todo bobo admirando o rostinho da menina nos braços da Duda. - Ela é muito linda. - Filha essa aqui é sua mamãe Isa... A pequena Malu olhava desconfiada para Isa. Suas mãozinhas contornavam o rosto da loirinha, que sentiu uma felicidade indescritível. - Mamãe ixaaa – gritou a menina abrindo aquele sorriso. - Ela tem teu sorriso. – falou Isa abobalhada. A menina se jogou nos braço de Luiza que por pouco não tinha a segurado. - Esta doida filha! – exclamou Duda assustada. – Tem meu gênio também. – informou a morena. Isa abraçou a menina com carinho maravilhada com aquela alegria que estava sentindo diante dos filhos. Malu e João davam a maior atenção, ela ficou horas ali, Malu trouxe todas as suas bonecas chamando a atenção da loura, João tagarelava sem parra Duda morria de ri. Os dois só desgrudaram a noite depois de mostra toda a casa inclusive a casa do cachorro. - Eles são parada. – falou Duda brincando com a hiperatividade dos filhos. - São lindos. Parabéns. - Fico feliz que tenham gostado deles. Vamos jantar aqueles dois devem ter esgotado suas energias. Isa riu. Durante todo jantar o assunto não era outro, ela queria saber tudo a respeitos dos filhos desde seu nascimento até a idade atual. Pediu pra morena lhe mostrar os álbuns de fotos, vídeos caseiros, tudo. Duda se mostrava animada com o interesse da mulher aquilo levou horas e horas na sua companhia até Isa se sentir cansada pediu para dormi. - Esse é seu quarto. – mostrou Duda. - Obrigado Maria Eduarda. - Seja bem vindo amor... O dia tinha sido agitado, sua mente sentia-se cansada, em poucas horas tinha vivo emoções muitos forte, aquela casa lhe traziam sentimentos diferente. O banho foi demorado, o sono não vinha, sua mente repassava cada segundo do seu dia. Enquanto isso Duda caminhava de um lado para outro, estava agitada, uma euforia dentro de si. Ainda não acreditava que a Luiza estivesse de volta. Por tantas noite chorou sua perda. Mas agora ela esta ali ao alcance de suas mãos, mas precisava conter sua ansiedade não podia arrisca em perdê-la mais uma vez. Seu coração não suportaria. Nos dias seguintes, Luiza se sentia mais confortável a sua nova condição, Duda estava sempre por perto. Isa passava o dia inteiro na companhia dos filhos cada dia os amava mais, a Malu a tinha cativado de forma assustadora, um amor incondicional brotou em seu peito mesmo sem achar que fosse capaz. Duda sentia feliz em ver Isa com as crianças, tentou se aproximar, como sentia saudade. Suas noites tinha se tornado cada dia mais difícil, desejava Luiza como nunca. Já Luiza ainda se sentia em dúvida, tentou procurar Larissa inúmeras vezes, mas sem sucesso, Lary preferiu se manter afastada, pois sabia que seria difícil para Duda conquistá-la se ela se mantesse por perto. Ela não se sentia tão triste, pois sabia que estava fazendo o certo, contava não apenas com o apoio da família como também dos amigos que fez na cidade. Amanda, Camila, Bella, Lucas e a própria Heloisa se tornaram muito amigos da Larissa. Diante de tanta recusa da advogada Isa finalmente disse para si mesmo que ia parar de insistir deixaria que as coisas tomassem rumo próprio. Um mês desde que a loira tinha se mudado, Duda resolveu passar um final de semana com ela e os filhos na casa de praia. Na sexta feira pegaram estrada, Isa pediu para ir dirigindo, Duda em indicava o caminho. No outro carro o motorista levava a babá e dois amigos do João Gabriel. Chegaram a casa. Isa adorou-a. Logo teve inúmeros flashes do lugar, principalmente lembranças com a própria Duda, mas preferiu ficar calada. As duas acabaram tento que dormi no mesmo quarto. No meio da noite Duda não se agüentou acabou abraçando a loirinha, que se deixou abraçar, mil sensações passaram pelo seu corpo ao sentir o corpo da morena grudado ao seu, mas controlou-se. Na manhã seguinte todos se arrumam pra ir à praia. O dia teria sido perfeito se Duda tão tivesse armado um escândalo ao ver Isa tirando sua saída de banho. - Você esta doida é? – gritou Duda. Isa a olhou assustada. - O que ouve? – perguntou sem entender. - Esse biquíni escroto que veio. Luiza você é uma mulher casada, mãe de duas crianças, isso são trajes de vir à praia. Isa não agüentou olhou o próprio biquíni não viu nada demais. Suas bochechas coraram ao perceber que algumas pessoas que estavam na barraca ao lado as observavam. - Não tem nada demais meu biquíni a Larissa que me deu. Duda começou a reclamar, a raiva se tornou graça pelo jeito que a morena brigava aquilo soou tão familiar. Pela primeira vez Isa reparou na mulher que brigava com ela, Duda realmente embora tivesse ainda aquele rosto de menina, tinha um corpo de mulher, Isa desceu a vista pelo corpo da morena admirou cada curva, Duda reconheceu aquele olhar. - aba..aba... – falava Malu querendo ir pra água. - Agora não. – falou Isa. A menina começou a chorar. - Peixinho que ir pra água, mamãe Isa leva. Espera só um pouco. Isa não queria mais discutir com a Duda, principalmente porque as pessoas estavam olhando, pegou a pequena Malu na mão, junto com uma bóia caminhou até a água. Malu adorava a praia, Isa gostava de chamá-la de peixinho, as duas brincavam até que a morena foi se aproximando Isa acompanhou, tinha um olhar safado. - Amor trás ela aqui pra eu colocar protetor. – pediu Duda do jeito mais natural possível Isa gostou da forma que foi chamada, mas não comentou. Isa trouxe Malu. Mesmo contra todos os protestos Duda colocou protetor solar na menina que brincava na sua bóia. Depois ficou por trás de Luiza espirrou protetor na palma da mão e levou até as costas da loira, que se contraiu todinha ao senti a mão macia da morena. Duda ao perceber que aquilo tinha causado algum efeito se aproveitou, deslizou a mão pela lateral do corpo da loirinha. Depois se virou para frente, os castanhos se fundiram nos olhos negros, Duda passou protetor delicadamente no rosto dela, deslizando para o ombro, descendo para o colo dos seios, Duda pode ver os pêlinhos da loirinha ficarem eriçados, ousou ainda mais descendo até a barriga, Luiza sentiu um frio na barriga, aquele momento foi interrompido quando Malu jogou água no rosto de Duda. Isa deu uma gargalhada nervosa. Duda voltou à barraca com um sorriso vitorioso, era a primeira vez que tocava a mulher e pode percebeu que ela gostou, pois não houve protesto. O dia corria animado Malu não queria sair da água, Gabriel brincava com os amigos. Duda ficou furiosa quando um grupo de rapazes parou diante de Luiza a chamando de gostosa. Ela só faltou bater neles. Isa por mais que tentasse achava muito engraçado a reação da morena toda vez que ela recebia uma cantada. - Isso é o que dá vir com esse pedaço minúsculo de pano. Podia vir com um maiô, é bem mais elegante. – retrucava Duda enquanto voltavam pra casa. Duda saia do banho quando Isa entrou no quarto. - Desculpe. Duda nunca sentiu vergonha de ficar pelada na frente da mulher. Mas dessa vez ficou diante daquele olhar descarado. Isa viu a tatuagem igual a sua. Duda se vestiu rapidamente. - Podíamos sair à noite, tem um restaurante que você adora. – sugeriu a morena. - Claro. A tarde foi mais tranqüila, Malu tinha se cansado foi dormir cedo, João e os amiguinhos jogavam bola na quadra. Às 8 horas Duda e Isa saíram para jantar, foram num restaurante que a Luiza adorava. A noite foi bastante agradável, Isa não conseguia desviar o olhar da mulher a sua frente, Maria Eduarda ficava totalmente sem jeito. No final da noite ela insistiu que fossem a uma baladinha, Isa topou. Antes tivessem ido para casa, Luiza teve um comportamento inesperado, estavam numa boate da cidade, a loira começou a flertar com a DJ. Duda morreu de ciúme com o descaramento da mulher a noite terminou numa briga daquelas. - Você é muito ciumenta sabia! – falou Isa perdendo a paciência com o escândalo da morena. - Ciumenta! – gritou – Luiza você deu em cima daquela piranha na minha cara e quer que eu reaja como? - Estava apenas conversando com ela. - Não Luiza, pensa que não vi você olhando para o decote dela. E seus olhares insinuantes. Isa deu uma risada que irritou ainda mais Maria Eduarda que estava com toda razão. - Sou sua mulher deveria me respeitar – tinha um tom amargo - Você nem olha pra mim. – gritou Duda. Já chorando. - Você não me interessa Maria Eduarda, será que não percebeu. Se estou aqui é pelos meus filhos! Luiza foi dura em seu comentário, percebeu que tinha ido longe demais, queria magoá-la mesmo sem saber o motivo, tinha conseguido, Duda encarou os olhos negros, aquilo foi como um soco no estômago. Ela chorou diante de Luiza, que na mesma hora arrependeu-se do que disse. Duda saiu a deixando sozinha... Isa começou a chorar também. Sentiu uma coisa estranha dentro de si. Teve inúmeros flashes, pela primeira vez teve uma lembrança nítida dela com a Duda, aquilo a apavorou. Duda saiu sem rumo, parou no primeiro bar que encontrou, bebeu todas, chorou copiosamente. Seu coração doía. Doía mais do que quando pensou que tinha perdido a Luiza. Isa não conseguiu dormir, estava preocupada já eram 4 da madrugada e ela não tinha chegado. Ligou inúmeras vezes para o celular, mas Duda não atendia. Duda chegou na manhã seguinte, sua cara não estava da melhores, pediu para os empregados arrumarem tudo porque iam voltar. Isa nada falou. A viagem de volta não podia ter sido pior. Assim que chegaram em casa, Duda pediu para falar com Luiza. - Não posso impor minha presença a ninguém... – Duda não conseguia conter as lágrimas foi difícil chegar essa decisão, mas pensou em Luiza e queria sua felicidade. – Eu realmente a amo Luiza, você lutou muito para ficar comigo... Mas se seu amor se perdeu, não posso fazer nada... Quero vê-la feliz... Estou sendo egoísta te prendendo a mim... Se acha que a Larissa pode lhe dar o que não estou sendo capaz de lhe dá então vá... Seja feliz, Malu e João sempre vão ser seus filhos... – Duda tinha pesar na voz, mas abriu seu coração, era o melhor a fazer, sabia que dificilmente seguiria sua vida adiante, mas para ver Luiza realmente bem, faria qualquer sacrifício. Duda a deixou sozinha era a única coisa que podia fazer. As palavras de Luiza doeram demais, sentia-se fracassada, não conseguiu resgatar o amor que existia entre as duas e isso a deixava arrasada. Não conseguia ficar em casa estava doendo demais seu coração, precisava de colo, buscou os braços da amiga Amanda. Aquilo teve um efeito estrondoso em Luiza, ela chorou. Chorou como nunca, milhões de coisas passavam em sua cabeça, as lembranças da Duda, seu jeito doce de tentar se aproximar. Tudo aquilo causavam conflitos que a loirinha não conseguia controlar, no fundo sabia que não queria acabar. As horas iam passando, ela se sentia perdida, sufocada, vagava pela casa, cada pedacinho daquele lugar lhe dava uma sensação tão boa. Parou diante o piano, começou a tocar melodias tristes como se quisesse por para fora toda sua tristeza. Tocou durante horas, incansavelmente, tocou músicas que nunca tinha visto as partituras, pelo que ela lembrava. Aquilo era a única coisa que a confortava. Cantou uma música da sua cantora favorita. Lembrou-se de Duda em cada palavras, seu coração chorava. Trajetória Maria Rita Não perca tempo assim contando história Pra que forçar tanto a memória Pra dizer Que a triste hora do fim se faz notória E continuar a trajetória É retroceder Não há no mundo lei que possa condenar Alguém que a um outro alguém deixou de amar Eu já me preparei, parei para pensar E vi que é bem melhor não perguntar Porque é que tem que ser assim Ninguém jamais pôde mudar Recebe menos quem mais tem pra dar E agora queira dar licença, que eu já vou Deixa assim, por favor Não ligue se acaso o meu pranto rolar, tudo bem Me deseje só felicidade, vamos manter a amizade Mas não me queira só por pena Nem me crie mais problemas Nem perca tempo assim contando história.. . As lágrimas invadiam o rosto de Luiza, seu coração acelerou tão forte, permanecia de olhos fechado cantando e tocando, sentiu aquele perfume doce. Duda escutou do jardim aquela melodia, sabia que a loirinha sofria também, entrou em casa a viu no piano, sabia que ela cantava pra ela, sentiu cada letra da música. Sentou-se ao seu lado dela. Isa terminou de toca a última cifra, as duas não se encaravam, ficaram em silêncio por longos minutos. Duda tocou nas mãos tremulas de Luiza, que chorava silenciosamente. - Estou com medo... – falou Luiza baixinho... – Tenho medo disso tudo... – Isa agora encarou os olhos de Duda, que estava cheios de água. – Não sei o que sinto... – confessou. Duda colou sua testa na da Isa. Permaneceu em silêncio, também sentia medo, aquela mulher estava tão diferente do que era, os olhos se encontraram, as respirações das duas se misturavam, Duda precisava sentir-la... - Me dá uma chance. – sussurrou Duda. – Não posso te deixar ir... Te amo tanto minha tarada. Luiza deu um sorriso bobo, aquele adjetivo lhe parecia familiar. A resposta foi o encontro dos lábios, ela fechou os olhos, primeiro o toque dos lábios, as bocam se abriam mutuamente, Duda a beijou com todo seu amor. Um beijo longo, calmo, onde as línguas dançavam numa valsa lenta. Ao sentir aquele beijo uma corrente de adrenalina correu o corpo de Luiza. Não! Não era aquele beijo caloroso, intenso que costumava trocar com Larissa, era diferente, tinha um sabor embriagante que fazia seu corpo vibrar, seu estômago parecia um ice Berg, quando mais sentia mais desejava. Isa experimentou um beijo único. Duda se afastou um pouco precisava de fôlego, mas a loirinha queria mais, voltou a beijá-la. Sempre no mesmo ritmo que a morena conduzia. Depois de trocas de beijos. Duda procurou o os olhos de Luiza. Isa já tinha um brilho diferente agora, passou vê-la com outros olhos, os olhos do coração. - Me dá uma chance... – foi Isa que pediu agora. Duda em meio das lágrimas abriu aquele sorriso que costumava abalar com todas as estruturas da loirinha no passado. - Eu te adoro de paixão... – disse a morena seu coração explodia de felicidade. As duas voltaram a se beijar. Duda foi puxando Isa para o quarto, o quanto desejou aquele momento. Os beijos agora era cada vez mais quentes O corpo de ambas já exigia mais... Porém não era isso que Luiza queria, ela queria apenas contemplar aquele beijo que incendiava seu corpo. As duas dormiram. Duda ao acordar reparou que a mulher não estava na cama. Isa tinha acordado cedo estava com a cabeça cheia, procurou Larissa. Larissa se sentiu feliz em ver que Luiza tinha agora um brilho no olhar, ouviu com entusiasmo tudo que a amiga contou, sabia que não demoraria muito para a médica conquistar o coração da loira de vez. - Eu te amo. – falou Luiza a Larissa. Larissa abriu um sorriso. - Eu também te amo. - Será que fiz a escolha certa? – por um momento duvidou. - Eu te amo Tamy, para mim e para minha família você sempre será a Tamy. Sempre estaremos aqui para apoiá-la e amá-la. Serei não apenas sua amiga mais sua irmã, a amo como pessoa e como o ser humano maravilhoso que é. Ela vai te conquistar, e você sabe disso. Abra seu coração, deixe esse novo sentimento que esta nascendo dentro de você cresça a ame sem medo. Estarei sempre aqui. - Ela é especial, me faz sentir coisas que nunca senti antes, nem com você, me deixa louca só com um simples beijo, isso tudo me assusta Lary. Sinto-me nua diante dela. Larissa deu um sorriso safado. - Nua é, você não disse que não transaram. - Falo no sentido figurado sua boba. – brincou. – ela une todas as coisas. – Isa deu um sorriso apaixonado. - Meu Deus você esta apaixonada... – gritou Larissa. Isa ficou calada, sabia que a morena estava certa, por mais que tentasse afastar Maria Eduarda, suas grosserias eram sempre atendidas com doçura da parte da morena. Jogou suas armas. Deixou-se amar... Isa voltou para casa renovada Larissa esclareceu qualquer dúvida que pudesse sentir. Ontem viveu uma experiência única, não ouve sexo, mas os momentos que passou com Maria Eduarda foram mágicos, seus beijos era os mais deliciosos que já experimentou seus carinhos, sentia-se completa mesmo com tão pouco. - Onde você estava? – perguntou Duda parecia angustiada, pensou que tinha sido abandonada pela loira. - Fui ver a Larissa. Duda fez cara feia já ia brigar, mas Isa a puxou para um beijo. - É tão bom... – disse a loirinha parando o beijo. Duda riu. - Você vai me deixar? – Duda tinha medo na voz. Luiza não respondeu invés disso deu um sorriso safado, foi empurrando a morena de volta ao quarto. Os beijos pareciam intermináveis, Duda se via louca de tanta excitação à loirinha a provocava de todas as formas. - Te amo – sussurrava. Isa sentia seu corpo vibrar, nunca experimentou uma sensação tão prazerosa ao ouvir uma simples frase, os beijos ficavam cada vez mais intensos, Duda podia sentir seu sexo molhado. Isa se afastou um pouco tomando um pouco de fôlego, sem desprender o olhar foi tirando suas próprias roupas deixando a morena extasiada de tanto tesão. Ela permanecia quieta observando as ações da loirinha que parecia se exibir para a mulher a sua frente. Isa ficou apenas de calcinha e sutiã. Sentou-se por trás de Duda a abraçando, a morena sentiu todos seus pêlos se eriçarem. - Gosto do seu cheiro – sussurrava Isa ao mordiscar e beijar a nuca da morena enquanto suas mãos acariciavam os seios delicadamente. - Me faz tua mulher de novo – pedia Duda em meio de tanto desejo. Seu sexo latejava tanto que chegava a doer. - Você é tão linda... Me faz sentir sensações tão boas... Tão intensas... Sua pele... O que você tem para te desejar dessa forma ? Duda virou-se para trás Isa que fitou seus olhos. - Sou o único amor de sua vida... Você pode até não lembrar mais está sentindo... Nunca tive ninguém além de você amor... Luiza sabia que o que acabara de escutar era verdade, o que sentia era muito diferente do que sentia quando estava com a Larissa, existia um algo mais... Algo que nem mesmo ela conseguia explicar. Suas mãos deslizavam por aquele corpo, redescobrindo-o, queria conhecê-la, descobrir todos os seus pontos fracos. Isa precisava possuir aquela mulher, tomo-a em seus braços. Virou-se para frente seus olhos se encontraram, a loirinha queria um encaixe perfeito, seu corpo vibrava ao sentir o corpo daquela mulher, Duda gemeu ao sentir o sexo da lourinha sobre o seu. Isa procurou seus lábios a beijou com urgência, as duas começaram a se movimentar, seus corpos pareciam um, os movimentos foram ficando cada vez mais forte, suas respirações se misturavam os gemidos tomaram conta do quarto não demorou muito as duas entraram num orgasmo intenso. Ambas ficaram em silêncio. Duda fazia carinho nos cabelos da lourinha. - Foi tão bom... – falou Luiza encarando a morena. - Te adoro de paixão... - Minha abelhinha... Isa pode sentir o coração de Duda bater mais forte, não entendia porque falara aquilo mais sabia que devia significar alguma coisa pra ela. Duda foi ao êxtase ao ouvi chamá-la de abelhinha, Isa sempre a chamava assim como terminavam de fazer amor. Não pode conter as lágrimas que já caiam em sua face. Isa a olhava, não sabia o que dizer ao invés das palavras a beijou, um beijo terno, logo seus corpos se incendiaram, automaticamente Isa foi descendo seus lábios queria explorar ao máximo aquele corpo. Duda sentiu sua pele queimar, Isa foi descendo para seus seios, lambei e mordiscou a morena gemia baixinho, a lourinha foi se abaixando tinha outra sede, não tardou, abocanhou o sexo de Duda com gula, chupo-a com vontade, a morena explodia de tanto tesão, não demorou muito pra chegar ao êxtase mais uma vez. Ela puxou a loirinha para cima queria beijá-la. Logo após um beijo caloroso ela também queria, sentia saudade, queria voltar a senti o gosto da mulher que tanto amava, empurrou Isa trocando de posição com ela. - Sinto tanta saudade... – falou Duda beijando a loura enquanto suas mãos arranhavam a barriga da loura. Isa arranhava suas costas. – Quero te chupar amor... Duda não perdeu tempo, foi beijando e lambendo todo corpo da loira, acariciou seus seios, lambeu e mordei o biquinho rosado da lourinha que mordia os lábios estava ficando louca, Duda foi descendo com a ponta da língua chegando a seu umbigo, Isa implorava para que ela desça mais. Duda olhou pra mulher e deu um sorriso safado, foi até o ouvido da lourinha sussurrando algumas coisas obscenas, ela tinha uma vantagem sabia do que a mulher gostava de ouvir. Isa se via louca. Duda a penetrou devagarzinho, Isa começou a rebolar. A morena foi aumentando o ritmo sempre que sentia que ela estava preste a gozar parava. - Não faz assim guria... – falava com a voz rouca. Duda resolveu acabar com aquele sofrimento prazeroso, começou a penetrar ora forte ora fraco, beijou seu sexo, pode sentir seu odor, sua língua foi entrando tímida, Isa cravava as unhas na própria coxa, Duda começou a lamber de baixo pra cima podia senti aquele gosto. - Gostosooo... – gemia Luiza. Duda não agüentou começou a chupá-la com vontade, penetrava sua língua o máximo que podia, Isa gemia cada vez mais alto, a morena começou a penetrá-la com os dedos, chupava seu ponto mais sensível, aumentou o ritmo logo sentiu aquele espasmo, Luiza gozou intensamente. Duda se embriagava com o gosto daquela mulher. Depois foi escalando aquele corpo. - Abelhinha... – falou Isa rindo toda boba... Duda ficou toda boba... - Te amooooo... – repetiu inúmeras vezes beijando o rosto da loirinha que morria de ri. As duas passaram a manhã inteira naquele chamego. Depois desse dia muitas coisas mudaram. Luiza pela primeira vez desde que tinha saído do coma se sentia completa, a convivência com as crianças e com a Duda se tornou um remédio cicatrizante para seu interior. Passou a viver com Duda não como estranha e sim como sua esposa. A morena não podia esta mais feliz, aos poucos tinha conseguido conquista a confiança de Luiza, assim como seu carinho e sua admiração, não demoraria chegar ao seu coração. Passou-se um ano Duda e sua família entendeu que teriam que conviver com a Tamires/Luiza, ela nunca mais voltaria ser quem era ninguém podia dizer se sua memória fosse voltar ou não. Dr. Brito fez tudo que foi possível, o tratamento curou suas dores, mas não deu clareza a seu passado, apenas o tempo poderia devolver a luz do seu passado. Para Luiza aquilo já não importava, aprendeu a construir sua historia, agora não lhe parecia pesado nas costas, podia conviver com isso, assim como ensinou as pessoas que a amava a conviver também. Sua relação com a Larissa muito se solidificou, teria uma dívida eterna com aquela mulher e sua família, eles lhe deram um lar, onde não havia nada, lhe ensinaram a ter esperança. Quando já havia perdido. Luiza fazia questão de visitá-los de 15 em 15 dias, com o tempo Duda e as crianças criaram um vinculo de afeto e de respeito aquelas pessoas. Dona Laura e seu Augusto tinha não só ganhado uma filha mais também dois netos. A lourinha se manteve presente num trecho muito difícil para Larissa. O julgamento do Guilherme foi penoso, Lary sentiu muito a condenação do homem que ainda o amava. Naquele jogo de acusações e defesa no final a condenação. Guilherme foi condenado pelo acidente causado a Luiza, pegou 5 anos de reclusão, sua carreira tinha sido destruída por um simples descuido no volante. Mas o destino é implacável o pior ainda estava por vim. A justiça pode até demorar mais um dia ela vem, em breve seria Larissa do outro lado do tribunal, ele responderia pelas agressões e ameaças a sua ex-mulher. Por pouco aquela guerreira não fraquejou, sofria, porque apensar de tudo ainda o amava. Sabia que não conseguiria esquecê-lo ele foi de suma importância em sua vida. Mas Larissa não olharia para trás tinha feito uma escolha, tinha o apoio da família e de sua amiga irmã. Sua vida profissional não poderia esta melhor, canalizou todas as suas energias em seu objetivo, iria passa no concurso, seria uma promotora como sempre foi seu sonho. Amanda e Camila esta numa nova fase de suas vidas, as duas amadureceram e aprendeu juntas, hoje Camila cogitava a possibilidade de um segundo filho como era desejo da sua mulher. Apesar de nova sentia uma grande vontade de engravidar. Amava muito a Amanda e sabia que as duas estavam preparadas pra ter outro filho, bastava Lucas aceitar. No final das contas estavam todos felizes. A vida gosta de pregar peças, quando tudo parece tranqüilo o destino tende a injetar uma dose de adrenalina em nossas veias mudando o rumo de nossa historia. Mas a vida é isso! Apesar de sua beleza carrega em si seus inúmeros infortúnios, so os forte conseguem passa por ela e realmente viver. Luiza e Duda mostraram isso, tinham uma vida perfeita aos olhos de todos, mais uma casualidade mudo o curso de sua historias. Mas como diz uma diva que sempre admirei “as coisas só acontecem quando tem que acontecer”. É difícil chegar ao fim. Mas não é ao fim que chegarei colocarei apensa mais uma vírgula. Afinal não se vivem felizes para sempre. - Te adoro de paixão.... - Sussurrou Isa enquanto a mulher dormia. Duda apenas sorriu, era tudo que seu coração precisava ouvir. Sua perseverança conquistou o que antes parecia impossível... Para ela cada dia é uma nova reconquista... Reconquistaria o amor de sua vida quantas vezes fossem necessárias... Quando o amor é verdadeiro qualquer espera vale apena... Noite de sábado a casa estava agitada, amigos e familiares reunidos, era casamento de Heloisa finalmente ela resolveu tocar a vida, estava linda, apaixonada no altar dizendo sim para o homem que a conquistou. Rodeada de todos os filhos, netos e amigos. Luiza sentia-se imensamente feliz, uma alegria única. - E ai Larissa quando será sua vez, fiquei sabendo que Dr. Gustavo anda correndo atrás de você. – brincou Camila. - Nem tão cedo, estou feliz sozinha! – disse a morena. - Que desperdicio. – falou Andre irmão de Amanda que tinha passado a noite inteira jogando charme para advogada. - Luiza olhou pra amiga. - Não acha que tá bom de arrumar um namorado! - Gente porque ninguém acredita. Sabia que não é preciso esta com alguém para ser feliz. – disse a morena. – Estou feliz solteira e pretendo ficar assim por algum tempo. - Hum quer dizer que tenho chance? – falou André. Olhando intensamente pro olhos de Larissa. A morena simplesmente sorriu. Duda e Luiza esbanjavam sua paixão. A loura tinha queria fazer uma surpresa, justamente naquela data fazia um ano desde casou-se novamente com a Maria Eduarda. Ela fez sinal para Camila. - É agora? – perguntou Camila baixinho. Isa fez que sim, deu um selinho na mulher e pediu licença. Duda acompanhou os movimentos da mulher. Camila e Luiza se dirigiram a orquestra que tocava na festa. Testou o microfone chamou a atenção de todos. - Boa noite! Queria pedi um pouco da atenção de vocês. Todos se voltaram para o palco. O grupo de amigos se levantou e se aglomeraram em frente sem entender nada. Camila sentou-se ao piano. - Hoje é uma noite especial, não so para minha mãe como para mim também. – disse Isa sua voz saia forte. Duda olhou sem entender nada. – Como vocês sabem a mulher que esta aqui hoje não é a mesma que vocês devem ter conhecido um dia. Não conheço a metade das pessoas aqui presente, mas sei que vocês são pessoas importantes para mim, e é em meio de vocês que queria compartilhar minha felicidade, hoje sou uma mulher feliz, tive a sorte de ter pessoas que hoje são minhas famílias. Queria agradecer aqueles que me acolheu, que me cuidou, me deu comida, mas a cima de tudo me amou sem medo. Sou grata a essa família que tanto amo – sua voz esta meio embargada olhava pra Larissa e seus pais com carinho os amavam. - Também queria agradece a família maravilhosa que possuo. Deus tem sido generoso comigo. O agradeço todos os dias. – agora ela olhou diretamente para Duda - Hoje faz um ano minha abelhinha, um ano... Você não desistiu de mim... Mesmo diante de todas minhas grosserias, mesmo depois de todas as minhas rejeições, você não desistiu de mim... - Nunca desistira Isa... Te reconquistaria quantas vezes fossem preciso. – falou Duda chorosa. - Hoje não posso exercer a profissão que escolhi. Mas posso fazer aquilo que amo... Queria em meio dessa canção expressa tudo que sinto... Queria que todos soubessem. Isa olhou pra Duda, Camila começou a tocar... Eu preciso dizer que te amo CAZUZA Quando a gente conversa Contando casos, besteiras Tanta coisa em comum Deixando escapar segredos E eu não sei que hora dizer Me dá um medo, que medo Eu preciso dizer que te amo Te ganhar ou perder sem engano Eu preciso dizer que te amo Tanto E até o tempo passa arrastado Só pra eu ficar ao teu lado Você me chora dores de outro amor Se abre e acaba comigo E nessa novela eu não quero Ser teu amigo(que amigo...) É que eu preciso dizer que eu te amo Te ganhar ou perder sem engano Eu preciso dizer que eu te amo, tanto Eu já nem sei se eu tô misturando Eu perco o sono Lembrando em cada riso teu Qualquer bandeira Fechando e abrindo a geladeira A noite inteira Eu preciso dizer que te amo Te ganhar ou perder sem engano Eu preciso dizer que te amo, tanto Duda chorou diante da declaração de amor da mulher... Isa contou para ela, gritou aos quatros canto seu amor pela aquela menina mulher... Nada era preciso mais dizer. A vida das duas seguiu entre alegrias e infortúnios, mas o amor de ambas era a força que tiravam para passar por todas as dificuldades que surgissem. Epílogo 4 anos antes.... Noite se sexta-feira.... ] - Luiza, não é aconselhado você pega estrada agora, olhe lá fora. - Dirijo com cuidado, Duda esta me esperando, já ligou diversa vezes chorando. Prometi que assim que acabasse o congresso eu voltaria para casa imediatamente. - Sim, mais é arriscado, você não imagina como a BR deve esta perigosa nesse temporal. Com certeza a Maria Eduarda vai entender. – Andréia tentava converse-la a todo custo. - Não, vou embora agora enquanto é cedo, Duda anda muito estressada, tenho medo que aconteça alguma coisa com ela e com o bebê. Esta muito carente chora noite e dia, a senhora sabe... - Cuidado, Dirija com prudência. - Não se preocupe agente se ver na clinica. Luiza se despediu de Andréia e saiu, mesmo com aquela chuva pegou estrada. Dirigia tranquilamente escutando suas músicas seu celular tocava sem parar. - Amor eu já estou chegando... – disse mais a ligação tinha cortado. Muitos relâmpagos, a chuva ficava cada vez mais forte Luiza sentia-se muito casada, tinha tido uma semana muito cheia, mais foi bastante proveitosa, lembrou-se da mulher e do filho, como sentia saudade, tentou ligar mais não tinha sinal, seu coração pedia pra ouvir a voz da mulher que tanto amava. Duas horas se passaram, Luiza se esforçava para enxergar alguma coisa, acendeu a luz interna do carro, viu um facho de luz no meio da pista ao longe, diminuiu a velocidade, a medida que foi se aproximando via com mais clareza, seus olhos avistaram uma mulher, gritando no meio da chuva, fazendo sinal. Parecia desesperada, logo adiante tinha um corpo deitado no chão. Luiza ágio de forma irracional, seus instintos médicos falaram mais alto do que sua razão, não avaliou as circunstâncias, encostou o carro, a mulher gritava no vidro, estava chorando, Isa percebeu que suas roupas estavam manchadas de sangue, logo deduziu que houvera um acidente ali. Desceu do carro imediatamente. - Meu marido! Tá machucado. - O que houve? – indagou Luiza - Caímos da moto, tem muito sangue! – falava a mulher, chorando. - Sou médica! - Pelo amor de Deus me ajude!!! – pedia a mulher desesperada puxando Isa até o corpo do homem. - Claro, claro. Luiza agiu ingenuamente, caminhou até o homem logo viu uma poça vermelha provavelmente sangue, se agachou até o corpo, tentou tirar o capacete do homem. Houve uma surpresa. - Calminha sua vadia. O homem puxou uma arma de seu casaco, a mulher encostou um revolver no pescoço de Isa. A cena parecia surreal, Luiza ficou paralisada não acreditou no que estava acontecendo, o homem se levantou e tirou o capacete, a mulher puxou Isa pelos cabelos a obrigando se levantar. - Quietinha. – disse a mulher. Isa encarou nos olhos. Aquelas verdes esmeraldas lhe deram uma onda de pavor. O homem correu até o carro, enquanto a mulher tentava arrancar o anel e aliança de Luiza. - E esse cordão. Isa segurou o cordão, não deixaria que ela o roubasse, tinha grande estima por aquela jóia, tinha ganhado da mulher quando completaram 1 ano de casamento. Não! – gritou Isa. A mulher ficou furiosa arrancou o cordão de Luiza que foi para cima dela, as duas brigaram feio até que ouve um eco. - Sara vamos! – gritou o homem. A mulher saiu levando as jóias. O carro saiu em disparada. Luiza olhou para um lado e para o outro, no início não sentia nada. Foi caminhando até sentir uma forte dor perto do peito, tateou o próprio corpo suas mãos estavam manchadas de sangue, tinha levado um tiro. Os poucos carros que passavam não responderam ao seu sinal, caminhou por horas no breu... Sem enxergar nada a sua frente, no meio daquela chuva. Sangrava muito logo foi perdendo as forças, perambulou pela BR até ver o clarão... Os ladrões usaram o carro de Luiza para fazer um assalto num posto de gasolina não ocorreu o que eles planejaram, houve uma perseguição policial. - Esses filhos da puta! – gritava o homem enquanto atirava nos carros logo atrás. A mulher conseguiu desviar da polícia pegando uma estrada velha que dava acesso a barragem, no nervosismo acabou perdendo o controle caindo no barranco. O carro acabou se incendiando. O carro so foi encontrado dias depois por um pedestre que caminhava naquela área, quando a polícia rodoviária chegou encontraram apenas dois corpos, o do homem ainda dava para ver seu rosto, mais o dá mulher por ironia do destino estava irreconhecível. - Encontramos isso no local. – o policial entregou a corrente a Antony. Antony logo reconheceu, era herança de família Duda havia herdado da avó que tanto a amava, ela nunca tinha tirado do pescoço, quando fez um ano de casada com Luiza, queria lhe dá algo que tivesse uma real importância para ela, lhe entregou a correntinha. Antony não agüentou ver o corpo, estava muito feio, mas no dedo da mulher viu uma aliança, as tirou tinha escrito Duda e Isa. Um desespero possuiu sua alma, como contaria tamanha fatalidade a sua filha. Não queria prolongar aquele sofrimento, não queria que fizessem teste de DNA, para ele a vida tinha tirado o amor de sua filha, que sofreria muito. Usou de toda sua influência para que aquilo se acabasse o mais rápido possível. O corpo foi transferido para Recife o assunto encerrado. E todos choraram a dor de um engano. Foi no início que chegamos ao fim....

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Música boa de se ver

Forever Mine

O clipe “Forever Mine”do cantor NISSU é uma homenagem a um casal de amigas. A letra dessa música fala do relacionamento delas e o mais legal desse clipe é que as duas participam do vídeo que retrata o cotidiano do casal.


 Para conhecer mais sobre o cantor Nissu:

http://www.facebook.com/officialnissu

http://www.youtube.com/user/Nissuofficial

http://www.twitter.com/Nissuofficial

Sei que é você XIV



   - Tudo bem senhor.

            Amanda saiu daquele consultório com um grande problema nas mãos, sabia a dor de cabeça que teria com a Maria Eduarda, respirou fundo, procurou forças para enfrentar sua amiga briguenta, saiu no hospital a sua procura. Não a encontrou, ela já tinha ido embora. Amanda procurou a mãe, Andréia tinha a mesma opinião que Amanda, sabia que em hipótese alguma Duda poderia continuar sendo médica de Luiza.

   - Você apenas falou a verdade.
   - Mas mãe Duda deve esta querendo me fuzilar, ela esperava pelo meu apoio.
   - Amanda parece que quanto mais falo mais vocês duas não aprendem. Aqui tanto você quanto Maria Eduarda são médicas. Enquanto vocês estiverem com esse jaleco e nas dependências desse hospital vocês são apenas duas profissionais que visão unicamente o bem estar e a saúde do paciente. E a paciente em questão pediu para Duda ser substituída por você.  

Amanda entedia bem o que a mãe queria dizer.

   - Luan já tinha cogitado essa possibilidade, mas estava com uma resistência, depois que Luiza fez o pedido ele não tinha mais desculpa, ele confia no seu profissionalismo. Duda compreendera isso. – Andréia deu o assunto por encerrado.

            Amanda voltou ao trabalho, o dia foi longo e cansativo acabou entrando numa cirurgia que durou horas. Chegou em casa tarde da noite, estava exausta. Duda a esperava.
   - Você é uma traíra. – disse Duda ao ver a amiga entrando na sala.
            Amanda não tinha forças para brigar, deixou que sua amiga jogasse toda raiva que estava sentindo, no final abraçou a amiga com carinho dando seu ombro para que ela chorasse. Duda sofria, sofria mais que nunca, aquela situação estava ficando insustentável, chorou copiosamente.
   - Vamos achar uma forma de fazê-la lembrar. – disse Amanda sua voz gerou uma tranqüilidade na amiga.
   - Mas eu estou fora, como posso ajudar?
   - Duda! Como profissionais da saúde temos obrigação de aprender tudo, mas todo mundo sabe que minha área não tem nada haver com nervos, cérebro nem nada referente, quero entender isso aqui, venho dedicado toda minha residência para descobrir o maior número de mistério que se passa aqui. – Amanda apontou no peito de Duda. – Eu e Luiza sempre demos duro naquele hospital, assim como você sempre deu pra conseguir o destaque que conseguiu, posso esta no caso da Luiza, mas você é bem mais competente que eu, vamos fazer juntas esse trabalho.
   - Vou te ajudar miguxa, em tudo. – disse Duda enxugando as lágrimas.
   - So não se aproxime da Luiza, porque se isso acontecer você pode romper o fio que as ligam.
   - Tudo bem. Você me ajuda? – pediu – Não consigo sozinha.
   - Você não esta sozinha... Somos uma única família Maria Eduarda. Você é minha irmã esqueceu!
Amanda abraçou mais uma vez a amiga. Ali seria o início de uma longa caminhada.

Enquanto isso...

            Assim que Larissa chegou em casa, Luiza aproximou-se estava muito agitada seu dia tinha sido cheio. Depois do café, Heloisa levou a filha a uma consulta mesmo contra sua vontade. Saíram de lá e foram ao shopping onde Heloisa tem seu ateliê junto com sua loja, Luiza adorou o trabalho da mãe, sem menor constrangimento pediu a mãe para empregá-la. Os funcionário pareciam ter visto fantasma ao ver Luiza entrando pela porta, Heloisa já tinha alertado aos funcionários e pediu pra que eles agissem com naturalidade. Isa passou a tarde inteira na loja da mãe, ria, brincava, Heloisa chegou a chorar discretamente, seu coração nunca se sentiu tão feliz como estava se sentindo. Ela conseguiu conquistar a filha por completo, Isa a amava como nunca tinha amado a mãe antes, Heloisa tornou-se um porto seguro, tinha carinho, confiança e muito respeito pela mãe. Isa chegou e abraçou a mãe com carinho. Heloisa ficou emocionada.
  
   - Te adoro de paixão mãe.
   - Também te adoro de paixão guria.

            Isa foi almoçar com Isabella sua prima e com Lucas que não se agüentou e procurou a amiga de longa data. O almoço não podia ser melhor, Lucas e Luiza agiam como muita proximidade.
   - Quero que você conheça a minha mulher. – falou.
Isabella e Lucas se entreolharam Isa percebeu.
   - Sei que deve ser estranho pra vocês, dizem que eu era muito apaixonada por aquela doutora. Mas não lembro.
   - Você sempre foi apaixonada por Maria Eduarda. – disse Lucas.
   - Na verdade Luiza, a Duda foi à única pessoa que você já amou na vida.
Isa não gostou do que ouviu, foi pra casa cabisbaixa.
Adiando o inevitável!
Depois do jantar as três conversavam animadamente, Larissa aproveitando a oportunidade, já que Luiza estava tão bem humorada, resolveu falar com quem estava trabalhando. Isa não gostou do que ouviu, logo mostrou sua indignação, no momento de raiva chegou a culpar a mãe, dizendo que tinha armado toda aquela situação para que ela e Larissa mudassem de vez para a cidade. Heloisa calmamente explicou que não sabia das atitudes da filha.

   - Camila desde pequena tem adoração por você, a muitas coisas do seu passado que você precisa saber. – Heloisa tinha uma expressão triste - Na hora certa, você saberá.
   - Camila a ama Tamires, de uma chance a ela! – pediu Larissa.
   - Aquela guria! – Luiza falou com um sotaque pesado, Larissa gargalhou.
   - Eita que gaucha arretada! - Disse Larissa abraçando-a - Vamos convidá-la para jantar conosco. - falou Lary, Isa olhou desconfiada. - Ela passou a tarde inteira com a cara de gato abandonado só faltou se oferecer.

Heloisa sorriu, sabia que era bem capaz de sua filha suplicar por isso.

- É serio amor!
Luiza estava se sentindo pressionada, embora sentisse falta de Camila, não queria vê-la. Ainda estava tudo muito confuso.
   - Ainda não! – falou baixinho
Enquanto isso:
   - É um absurdo, um grande absurdo!!! –Gritava Duda com Lucas.
   - Não amoré, é antiético. – disse Lucas
   - Sou médica daquela mulher, não podem me tirar no caso.
   - Duda...
   - Ela esta aqui, esta aqui e nem ao menos posso vê-la. –chorava
            Os dias foram intensos na vida daquelas pessoas, Luiza se sentia cada vez mais a vontade na presença da mãe e da prima, durante uma consulta com Dr. Brito, tratou de manter uma certa distancia por mais que Amanda tentasse ser simpática, ela entendia a frieza da cunhada.
   - Camila esta sofrendo muito com sua indiferença. –falava Amanda em quanto examinava Luiza.
   - Faça unicamente seu trabalho, Dra. Amanda. – disse seca.
Amanda parou o que estava fazendo, e encarou a mulher a sua frente.
   - Não Luiza, não posso fazer apenas meu trabalho, vejo minha mulher chorando noite e dia, por sua causa, Camila sempre nutriu um grande carinho por você. Não é possível que você não sinta nada.
Luiza começou a sentir-se mal, teve flashes intensos, acabou desmaiando.
   Horas depois...
Acordou, sentia-se fraca, a cabeça latejava, seu olhos se focaram na pessoa a sua frente, seu coração começou a bater de forma descompassada.
   - O que vai fazer? – indagou Isa assustada.
   - Quero apenas checar seus batimentos. – Duda caminhou para o lado da cama, afastou um pouco do tecido e posicionou o estetoscópio, Luiza sentiu sua pele queimar ao sentir o toque daquela mulher. Seus olhos examinavam minuciosamente o rosto da médica, Duda pode ouvir os batimentos acelerados de Isa. Ela ergueu o rosto de Luiza com um pequeno toque, os olhos se cruzaram, um misto de emoções invadiu o corpo de ambas, Duda procurou forças para não perder o controle, depois de examinar sua pupila afastou-se, Isa ainda a encarava, seu olhar era confuso.
   - Melhor descansar. – disse Duda, dando passos para trás. – Sente alguma coisa?
Duda desviou o olhar para o prontuário.
   - Dor de cabeça. – respondeu - Onde esta a Larissa?
Duda a olhou de forma triste.
   - Ela já foi avisada.
A conversa foi interrompida por Dr. Brito. O homem a olhou surpresa.
   - Ela esta cansada e sua pupila esta dilatada. – apressou-se a dizer.
   - Obrigada Dra. Lins, eu assumo daqui.
Duda saiu do quarto, assim que fechou a porta, conseguiu respirar.
   - Meu Deus, me dê forças. – pediu, Duda engoliu as lágrimas e voltou ao trabalho, podia ouvir os cochichos de seus companheiros de trabalho. – Vão trabalhar seus desocupados.
   - Você esta bem? – perguntou Larissa preocupada
   - Estou!
   - Camila esta ai, veio comigo, esta muito aflita.
   - A mande entrar.
            Larissa ficou surpresa, esperava mais resistência de Isa. Camila entrou e sua irmã a recebeu com um sorriso nos lábios.
   - Saudades guria. – disse Isa.
Camila abraçou a irmã em quanto chorava.
   - Quero que você faça parte da minha vida. Gosto de você guria.
A loirinha não sabia se ria ou se chorava.
   - Janta lá em casa hoje á noite?
   - Sim. –Luiza respondeu com um grande entusiasmo.
            Isa recebeu alta, sentia-se melhor, ao sair avistou Maria Eduarda que se aproximava dela. Larissa conversou cordialmente com Duda enquanto Isa permanecia calada apenas observando. O jantar foi agradável a loira ficou completamente encantada com o sobrinho Lucas, quanto mais tempo ficava mais gostava da companhia daquelas pessoas. Nas semanas seguintes Isa teve inúmeros pesadelos chegou a ser socorrida umas três vezes, se recusava terminantemente fazer a cirurgia. Ela sentia medo, medo da morte, medo do que viria caso recuperasse a memória. Sua recusa gerou brigas intermináveis com sua mulher. Larissa não aceitava a recusa de Luiza. O clima ficava mais tenso.
   - Se vocês realmente gostam de mim como dizem que gostam vão ter me aceitar mesmo sem memória, não quero saber quem fui. Estou feliz assim. Não vou fazer cirurgia nenhuma. Esse assunto esta encerrado. – gritou Isa para seus familiares durante um jantar.
            Ninguém voltou insistir nesse assunto, pelo menos por ora. Dr. Brito resolveu seguir outra linha de tratamento que acabou dando certo. Isa já não tinha aquelas dores intensa, seus flashes de memória se tornaram cada vez mais inexistente. Sentia-se mais tranqüila. Três meses depois as coisas foi entrando nos eixos, finalmente ela e Larissa se mudou pra seu apartamento. Isa começou a trabalhar no ateliê da mãe o que lhe fazia muito bem, aos poucos foi se soltando entre os funcionários que param de vê-la como um fantasma. Outra coisa que foi mudando foi seu relacionamento com a Larissa que acabou sendo abalado. Em meio de sua felicidade Isa se sentia insegura em seu casamento, notou que estava distante da mulher. Larissa estava cada dia mais envolvida com o trabalho, no fundo ela estava chateada por Isa não ter aceitado se operar.
   - Oi!!! – falou Isa abraçando a mulher que estava cozinhando.
   - Oi. - respondeu.
   - Ainda chateada? – perguntou Isa mesmo sabendo da reposta.
   - Até quando você vai se esconder? – perguntou Larissa encarando a mulher. Isa recuou desviando o olhar.
   - De novo não! - resmungou.
   - É seu filho Luiza.
   - Não estou pronta.
   - Você nunca estará.
   - Larissa as coisas não são tão fáceis.
   - Passei a tarde inteira na companhia daquele menino, não sabe o que esta perdendo.
   - Camila não tem esse direito.

             Larissa jogou o pano de prato na mesa e saiu da cozinha. Estava irritada. Há três semanas ela acabou conhecendo o pequeno João Gabriel, durante uma visita que fez a Heloisa o menino tinha vindo passa o dia com a avó. João logo simpatizou com Larissa. Ele era um menino inteligente e muito esperto. Muito se parecia com a mãe. Depois de longas horas Lary voltou pra casa, lembrou-se de uma visita inusitada que recebeu dias antes em seu escritório.

Dias antes...

   - Olá! Boa tarde, gostaria de falar com a Dra. Larissa Couto.
   - A senhora tem hora marcada?
   - Não, mas diga é a Maria Eduarda Lins. Ela me recebera.

A secretária afastou-se e foi até a sala. Minutos depois voltou.

   - Senhora Maria Eduarda, por favor, Dra. Larissa vai recebê-la.
           
            Duda acompanhou a secretária até a sala de Larissa. Assim que entrou a morena se aproximou para cumprimentá-la. Duda não pode deixar de olhar Larissa dos pés a cabeça. Sentiu-se desanimada Larissa era uma mulher extremamente atraente, sua simpatia e sua simplicidade era o que mais cativava as pessoas. Deu o braço a torce com o tempo acabou ficando mais próxima dela, já que Larissa tinha se tornado além de professora uma grande amiga de Camila.

   - Confesso que estou surpresa com sua visita. – disse Larissa – Tudo bem?
   - Imagino! – falou Duda. – Espero que não esteja atrapalhando.
   - Fique tranqüila, não esta atrapalhando. Sente-se.

   As duas se cumprimentaram cordialmente. Depois Duda sentou Larissa sentou-se na cadeira ao lado.

   - Então?- indagou Larissa curiosa com aquela visita.
   - Precisava falar com você. – Duda tinha um tom de voz de nervosismo Lary percebeu.
   - Falar comigo! Certo do que se trata?

            A conversa foi longa, Maria Eduarda abriu seu coração, Larissa escutou pacientemente tudo que a Duda falava, ora e outra se mostrou surpresa ao saber do passado da mulher com quem vivia, também ficou muito comovida ao saber dos infortúnios que ambas passaram para poder ficar juntas. Larissa sentiu cada palavra que Duda lhe dizia, podia ver o sofrimento e o desespero nos olhos daquela mulher.

   - Sinto muito... – respondeu com sinceridade.
   - Luiza não é apenas a única mulher que amo, mas também a mãe dos meus filhos. – dizia com a voz embargada.  – Não é fácil criar dois filhos sozinha. Mesmo tendo todo apoio do Lucas é que pai da Maria Luiza ainda é muito complicado. João Gabriel nunca se recuperou da perda da mãe, até hoje ele sofre por não ter Isa por perto. Ultimamente ele tem muitos problemas de relacionamento, tem pesadelos constantes. Ele chama por Luiza em seus delírios. Não sei como, ele a viu no shopping. Tentei dizer que era uma pessoa parecida com a mãe. – pausou Larissa ofereceu um pouco de água. – Aconteceu com meu filho o mesmo que aconteceu comigo. Ele viu Luiza, agora o pequeno esta achando que esta louco. João Gabriel tem dez anos, sempre foi uma criança saudável, mas ultimamente anda muito triste.

   - Não deve ser fácil pra ele que é tão pequeno.
   - Desde que Luiza reapareceu tenho o preparado para lhe contar que sua mãe na verdade não esta morta. Vou contar pra ele, Larissa. Meu filho tem o direito de saber.
   - Isa não se sente pronta para conhecê-lo. – ficou em silêncio - Embora...
   - Embora o quê?
   - Luiza tem vontade de conhecer o menino, mas esta com medo.
   - Você precisa me ajudar. – pediu.
   - Não sei como posso ajudá-la Maria Eduarda, não posso obrigar Tamires aceitar uma família que ela desconhece.
   - Quero minha mulher de volta Larissa!
Larissa engoliu em seco.
   - Você a ama? – perguntou Duda, estava séria.
   -Tamires é muito especial para mim, temos um relacionamento...
   - Fiz uma pergunta clara e objetiva, você a ama?
   - Eu gosto...
   - Estou perguntando se a ama Larissa? – Duda aumentou o tom.
            Larissa não sabia o que responder, sentia um imenso carinho por Luiza, até uma paixão arrebatadora mais toda aquela atração, todo aquele carinho estava longe de um amor de verdade.
   - Eu a amo mais que minha própria vida. – disse Duda – Ela também me ama, pode esta esquecida, mas aquela mulher me ama. Ela mais que ninguém lutou bravamente pra ficar comigo... O destino não nos colocaria duas vezes no mesmo caminho se não tivesse uma razão para isso. Posso fazê-la enxergar Larissa, posso fazê-la me amar como sempre me amou.
   - Eu... Eu... – as palavras de Duda causaram uma turbulência na emoção de Larissa.
 Duda percebeu o impacto de suas palavras. Enxugou as lágrimas e falou claramente.
   - Preciso que você a deixe.
   - Não posso fazer isso. – contestou Lary.
   - Você pode sim. Se não a ama deixe que eu faça isso. Luiza é uma mulher sofrida, a muito custo voltou a acreditar no amor, ela merece que alguém a ame com toda a força do seu ser. Você não pode fazer isso.
   - Eu amo ela. – faltou segurança na voz.
   - Não ama! – gritou Duda. – Pode gostar dela, mas não a ama. Luiza esta ludibriada por você, confundiu a gratidão com amor, você é a única pessoa que pode fazê-la olha para dentro. Dentro dela. Larissa dê uma chance a Luiza...
   - Porque você acha que ela não pode ter esquecido definitivamente você. Porque acha que ela não pode me amar de verdade? Os sentimentos mudam Maria Eduarda. – tentou argumentar.
   - Você tem razão Larissa, os sentimentos mudam. Mas amor de verdade apenas se ama uma vez. Aquele que bate e que fica, não importa quantas pessoas passem em nossa vida. Se tenho essa certeza toda, foi porque aquela mulher que hoje nem lembra meu nome me ensinou a isso. Acredito no amor que me uniu a aquela doce prostituta.
Larissa ficou sem argumento, sua cabeça fervilhava.
   - Maria Eduarda não sei o que pensar. – se entregou.
   - Luiza só começara olhar pra sua família se você a deixar. Deixe pelo menos ela ter certeza do que realmente sente.
            Duda e Larissa encerram a conversa. Desde desse dia as coisas mudaram para Larissa. Larissa sentia-se confusa, sentia-se triste diante de toda aquela situação começou a colocar em dúvida seu relacionamento com a Tamires. O sofrimento daquela jovem mulher a incomodava se colocou em seu lugar inúmeras vezes. Não sabia o que fazer. Num final de semana viajou a Natal, precisava da mãe, tinha difíceis decisões a tomar. Isa ficou apreensiva, algo a deixava em alerta. Queria viajar com Larissa mais Larissa pediu para viajar sozinha.
  - Não sei o que fazer mãe!
   - Você sabe o que fazer, minha filha.
            Larissa sentiu seu coração pesado. Embora as dúvidas já tinha decidido seu destino no instante que deixou se aproximar de Amanda e da Duda. Buscou força para o que estava por vi. Sua decisão causaria muita tristeza. Diante desse impasse percebeu a importância que Luiza representava em sua vida. Era apaixonada por Isa, mas sabia que aquela mulher merecia mais. Chegou em casa no domingo teve uma surpresa, o apartamento estava muito desorganizado estranhou lembrando da mulher que era extremamente organizada. Escutou os choros abafados. Foi até o quarto Isa estava encolhida na cama, chorava.
   - O que aconteceu? – perguntou Larissa se assustando.
Isa abraçou Larissa que força.
   - Não me deixa... – implorava. – Eu não quero te perder...
            O coração de Larissa ficou apertado, há minutos atrás tinha decidido ter uma conversar definitiva com Tamires. Mas agora vendo ela assim tão indefesa não tinha coragem de deixá-la. Larissa demorou a noite toda acalmando a mulher, as duas acabaram fazendo amor.
            Na manhã seguinte tinha um clima estranho. Isa olhava para Larissa com cara toda desconfiada.
   - Esta se sentindo melhor? – indagou Lary tentando quebrar aquele clima estranho.
   - No sábado eu o encontrei.
A morena olhou confusa. Os olhos das duas se cruzaram então ela entendeu.
   - Não estou entendendo.
   - Sábado eu o vi Larissa. – os olhos de Isa encheram de lágrimas. – Estava sozinha me sentia muito triste, estava com medo de que você me deixasse, queria conversar com alguém. – tomou fôlego – Então resolvi fazer uma visita a minha mãe, so que ela não estava em casa, o porteiro disse que tinha saído para casa da Camila junto com a Bella. Acabei indo pra lá ia fazer uma surpresa. So que quando cheguei lá tinha uma festa de aniversário. Aniversário de um primo da Amanda. De longe avistei um garoto loirinho, dos olhos azuis, assim que me viu ele parecia assustado, se escondeu atrás da Maria Eduarda. Naquele mesmo instantes milhares de flashes tomaram conta da minha mente, muitas lembranças daquele menino foram ficando clara. Acabei desmaiando. Sai da casa da Camila transtornada. Lembro do menino correndo atrás de mim me chamando de mãe. Já não tinha o olhar assustado.  
   - Amor! - Larissa abraçou a loira.
   - Senti tanto medo quando meu olhar cruzou com o olhar daquele menino. Uma força maior me mandando recuar. Se você estiver comigo eu posso vê-lo.
   - Estarei sempre como você Tamires. – Larissa abraçou Isa com carinho.
            Depois do café Larissa deixou Isa no trabalho e seguiu pro escritório, assim que chegou encontrou com a Maria Eduarda no saguão ela parecia muito nervosa.
   - Bom dia. – cumprimentou Larissa ao chegar.
   - Bom dia. – respondeu à recepcionista - Larissa! – chamaram.
Larissa mais uma vez não se mostrou surpresa ao ver Maria Eduarda ali.
   - Bom dia Duda.
   - Oi, bom dia, preciso falar com você!
   - Eu sei... Vamos para minha sala.
   Larissa e Duda subiram até o escritório.
   - Acabei de saber. Ela o conheceu.
   - É. Agora o rejeita.
   - Ela não o rejeita so esta com medo.
   - João Gabriel já foi rejeitado antes por Luiza e não imagina o sofrimento que aquele menino passou. Agora estou vendo acontecer à mesma coisa, não posso deixar acontecer. Larissa agora mais que nunca você precisa se separar de Luiza.
   - Sinto muito Duda mais não posso fazer isso.
   - Porque não?
   - Porque eu prometi que nunca a deixaria. – falou Larissa num tom alto, sentia-se frustrada. – A deixa ela ser Feliz comigo.
   - Eu deixaria Larissa se eu tivesse certeza que você realmente a ama. – os olhos de Larissa ficaram cheios d’água, estava ficando cansada. – O amor que sinto é tão grande que a felicidade dela esta a cima da minha, se a felicidade dela é você eu abriria mão do meu amor por ela.
   - Eu não a amo. – confessou Larissa sua voz saia embargada. – Tamires é uma mulher extraordinária, nos damos bem como casal, nos damos bem na cama, mas é só pele. – Duda fez uma cara feia ao ouvir a última frase – Sinto um carinho imensurável por aquela mulher, uma gratidão por te ajudado a salvar meu pai. Sou apaixonada por sua pessoa mais não a amo. Quero ficar com ela, mas não sei se serei capaz de amá-la como você a ama. Não posso magoá-la Maria Eduarda. Ela gosta de mim.
   - Termina com ela Larissa. Devolve-a pra mim. – implorou Duda.
Larissa não ia perpetuar aquela situação só estava adiando o final. Enxugou as lágrimas e olhou bem nos olhos da Duda.
   - Deixarei que ela decida. Mas Duda se ela escolher ficar comigo, juro por tudo que é mais sagrado, vou mover céus e terra pra amar aquela mulher como merece.
   - Se ela me escolher? – perguntou Duda parecendo àquela menina de 20 anos que se apaixonou por Isa.
   - Se o amor de vocês for tão forte como todos dizem que é. Vou me sentir a mulher mais feliz do mundo por ter devolvido a Luiza pro seu verdadeiro amor.
Duda deu um sorriso torto, foi até Larissa e abraçou. Seu coração sentia-se aliviado.
   - Você terá que conquistá-la sozinha. – informou Larissa. – Não posso deixá-la, não necessariamente.  
   - Larissa.
   - Duda, você terá que agir com calma, farei o possível para introduzi-la na vida da Tamy. Você terá que conquistá-la.
   - Tudo bem já fiz isso uma vez. So queria te pedi uma coisa. – Duda fitou.
   - O quê?
   - Não durma mais com minha mulher.
Larissa deu uma gargalhada.
   - Meio difícil não é?
Duda fez uma cara feia. Larissa então a tranqüilizou.
   - Tudo bem.
   - Sem sexo Larissa. Conheço a Luiza muito bem, sei do fogo daquela mulher. – Larissa deu outra risada, o pouco que conhecia a Duda percebeu que ela era uma mulher bem ciumenta.
   - Vou tentar! – respondeu.
   - Como assim vai tentar? Como Isa vai te esquecer se você continua transando com ela.
   - Como você mesmo disse...
   - Larissa não me faça bater em você.
Larissa riu.
   - Esta bom vou tentar resistir a Tamires.
Ali Larissa e Duda selaram uma grande amizade lá na frente.
     Larissa tinha um grande desafio a seguir, não seria nada fácil introduzir Duda na vida da Tamires, mas para isso contava com a ajuda da família. Os dias se passaram as coisas foram esfriando entre a morena e a loira, Larissa já não sedia os desejos da Luiza, o que gerava algumas brigas. Isa não conseguia entender a frieza da mulher. Sempre tiveram uma vida sexual tão ativa. Agora ela mal podia tocar na morena que ela sempre vinha com uma desculpa.
   -O que esta acontecendo Larissa? – perguntou Luiza irritada.
   - Não estou afim Isa... Estou morrendo de dor de cabeça... – tentava se desculpa.
   - Você nunca esta afim. Me diz o que esta acontecendo que não estou entendendo. Sempre nos damos tão bem agora... – Isa tinha tristeza na voz. – Você esta fria comigo. Já não somos aquele casal...
Larissa encarou aqueles olhos negros triste.
   - Acho que não esta dando mais certo Tamy... – a voz de Larissa estava tremula. Há muito tempo vinha adiando aquela conversa.
   - Não faz isso... – pediu recuando.
   - Acho que precisamos de um tempo. – falou Larissa segurando o choro.
   - Não...
   - Tamy, as coisas mudaram não finja que não se importa com sua família que eu sei que se importa. Você precisa se reaproximar do seu filho, das pessoas que fizeram parte de sua historia. – Lary se referia a Duda.  
   - Você esta terminando comigo por causa deles?
   - Não Luiza! Estou terminando porque as coisas mudaram só você que não quer aceitar isso, mesmo que não queria nem goste você é casada com a Duda. Teve uma historia com ela, isso muda as coisas. Me sinto mal diante dessa situação, sinto como se estivesse roubando você.
   - Eu gosto de você Larissa. – gritou - Não pode me obrigar gostar daquela mulher.
   - Talvez até goste, mas tenho dúvidas Tamy... Sinto muito... – Larissa já não segurava as lágrimas que foram invadindo sua face.
   - Mesmo que você me deixar não vou voltar com aquela mulher. Não vou... – esbravejou saindo do quarto.
          A separação foi inevitável. Luiza saiu daquela relação ressentida, estava extremamente magoada por Larissa ter desistido dela. Criou ainda mais raiva por Maria Eduarda, Isa acabou indo morar com a mãe. Nas semanas seguintes Isa entrou numa tristeza profunda estava inconformada por ter perdido a Larissa. Larissa também não ficou nada bem com o rompimento percebeu que gostava da loirinha mais do que imaginava.
   - Me arrependi sabia. – falou Larissa enquanto almoçava com Camila e a Duda.
   - Nem venha Larissa Luiza é minha mulher.
   - Deus sabe o quanto estou me segurando para não procurá-la e pedi que me perdoasse.
Uma onda de pavor tomou conta de Duda.
   - Você gosta da minha irmã não é Lary?
   - Descobrir que gosto mais do que eu pensava, Camila. Sinto falta das gargalhadas, das brigas devido minhas bagunças, de nossas corridas no calçadão, sinto falta da companhia, sinto falta do sexo. Aii como é bom.
Duda deu umas tapas nas costa de Lary.
   - Sua pervertida, pare de falar de como minha mulher é boa na cama.
Camila e Larissa deram uma gargalhada.
  - Eu espero que você a faça feliz viu. Se não vou pegar ela de volta pra mim. – ameaçou Larissa em tom de brincadeira, mas Duda ficou em alerta.
       Na semana seguinte Luiza foi à clínica tinha uma consulta marcada. O destino lhe fazia algumas reservas, depois que saiu da sala de dr. Brito foi movida pela curiosidade, saiu caminhando pelos corredores dos hospitais, aquilo lhe parecia tão familiar. Chegou à pediatria, seu coração foi acelerando. Um menino corria pelo corredor e esbarrou nela. Os olhos de ambos se cruzaram, Isa sentiu seu coração acelerar de forma desordenada, um filme foi passando em sua frente, inúmeras imagem daquele menino sugiram tão claras. Ele deu um passo pra trás, seus olhos pareciam hipnotizado, refletiam medo, alegria. Sua voz saia rouca. Um misto de emoções ocuparam o coração dos dois.
- Mamãe Isa... – disse o menino seus olhos já enchiam de lágrimas.
Luiza permanecia perplexa.
- Mamãe Isa... – repetia o menino dessa vez abraçando o corpo da mãe com toda sua força que possuía.
        Ao senti aquele pequeno corpo contraído com o seu Isa desabou num vendaval de emoções, abraçou o menino e chorava copiosamente. A alegria que sentia era indescritível. Ambos choravam sem parar. Duda não podia acreditar no que seus olhos estavam vendo. Segurou na parede para não cair. Ficou observando aquela cena que parecia surreal. Foi se aproximando vagarosamente. Isa percebeu a presença de Duda. Levantou o olhar para encará-la.
   - É o meu filho – perguntou ainda com a voz chorosa.
Duda abriu um sorriso que iluminou a escuridão dos olhos de Luiza. Que mergulhou naquele sorriso.
   - É sim, é o seu filho.
           João Gabriel não parecia confuso embora estivesse um pouco assustado com aquela situação. Um mês antes Duda com a ajuda de Heloisa contaram ao pequeno o que aconteceu de verdade. A psicóloga ajudo-as explicar para o menino.  Depois de muitas sessões de terapia, muito dialogo com a Duda o menino finalmente conseguiu entender. O difícil era conter o seu desejo de ver a mãe já que Luiza tinha resistência. Duda sentiu medo de que o filho fosse rejeitado mais uma vez pela mãe biológica já que ele desenvolveu grandes problemas psicológico em rejeição.
   - Ele esta doente? – Isa teve uma atitude inusitada. Ajoelhou-se e começou a examinar o menino Duda achou muito engraçado.
   - Já estou bem mãe! – falou o menino de desvencilhando da mãe. Isa olhou envergonhada. – mainha Duda me disse que a senhora sofreu um acidente e que perdeu a memória. Nem se lembra da gente. – disse o menino seus olhos brilhavam e felicidade, voltou a abraça Luiza.
   - Tia Larissa disse que a senhora me ama muito mesmo que não se lembre de mim.
   - Ele conhece a Larissa. – explicou Duda.
   - Pelo visto a Larissa conquistou a família inteira. – disse Isa sarcástica.
   - Não é a toa que você foi fisgada por ela. – ironizou Duda.
João Gabriel permanecia abraçado a Luiza, parecia que tinha medo de que ela fugisse.
   - O que ele tem?
   - Uma virose apenas. Esse pivete anda tomando muito sorvete vai ficar gordo.
   - Mamãe quando é que a senhora vai voltar para casa?
Isa sentiu um embrulho no estômago. Não sabia o que responder.
   - Quando você vai voltar pra casa? – foi Duda quem perguntou dessa vez.
   - Preciso ir. – Isa tentou se soltar.
João Gabriel começou a chorar, Isa sentiu seu coração doer ao ver aquele menino chorando.
   - Moro na casa da sua avó, quando sentir saudade vá me visitar. – falou.
   - A senhora não me quer não é! – falou o menino cheio de raiva. – vá embora então... - o menino empurrou Luiza e saiu correndo. Nesse mesmo instante Isa teve uma lembrança que lhe deixou apavorada, lembrou de um menino de quatro anos idade, ela estava sentada no piado ele se se aproximou seus olhos estava vermelho de tanto chorar.
- não quero que seja minha mamãe... – dizia o menino empurrando suas pernas.
Naquele mesmo instante Isa foi atrás do filho, Duda a segurou pelo braço.
   - Ele já foi rejeitado por você uma vez. Não vou permitir que faça de novo. – disse Duda seriamente. Isa então recuou. Duda saiu atrás do filho.
        Aquele encontrou abalou muito Luiza, ela voltou pra casa muito triste chorou a tarde inteira, sentia falta de Larissa. Por ironia do destino Larissa lhe ligou, percebeu o quando Tamires precisava dela. Saiu do escritório mais cedo, Isa foi para seu apartamento. Passaram a tarde inteira conversando. Isa chorava copiosamente, descreveu tudo que sentiu ao ver aquele menino. Contou da lembrança que teve, lembrança essa que lhe deixava um gosto amargo na boca.
   - Luiza. Vá morar com a Maria Eduarda. Fique perto do seu filho.
Isa encarou Larissa confusa não entendia o que ela quis dizer.
   - Prove para si mesmo que seu passado não tem mais importância. Se dê a certeza de suas novas escolhas. Olhe pra dentro Tamires.
   - Larissa.
   - Sabe o que penso. Que você esta com medo de se redescobrir. A médica dedicada que sempre foi. A mulher apaixonada que é pela Duda. A mãe extraordinária... Você esta com medo de se conhecer.
Isa ficou longos minutos em silêncio.
   - Não sei se consigo.
   - Você é mais forte que pensa.