quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Olympics of Ice 2014 Russian

A Rússia vem sofrendo nos últimos tempos por ter uma política governamental homofóbica, tanto que os Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecerá em Sochi, ano que vem, tem forte campanha de boicote por alguns atletas, por ser um país aonde os homossexuais não tem liberdade e respeito. Abaixo um vídeo da organização All Out da campanha #LoveAlwaysWins, fazendo um chamado para que o Comitê Olímpico Internacional se posicione contra a lei ‘anti-gay’. 



domingo, 17 de novembro de 2013

Casamentos Lésbicos no Brasil

2013 foi o ano dos casamentos lésbicos

Larissa e Lili jogadoras de vôlei de praia.




Daniela Mercury e Malu Verçosa  





A atriz Maria Zilda também declarou estar casada com Ana Kalil  




A ganhadora do the voice Ellen Oléria se casou com Poliana Martins.  



Maria Gadú e Lua Leça  





A Angélica Morango se casou com a Rabyta ;)


 

sábado, 2 de novembro de 2013

Homofobia é Crime !!!

O ator e diretor Aloísio de Abreu resolveu iniciar uma campanha pela criminalização da homofobia. Ele reuniu personalidades como os atores Marcelo Serrado, Beth Goulart e Cissa Guimarães, a apresentadora Fernanda Lima, o diretor de Tv Ricardo Waddington e a chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha, em um vídeo com depoimentos e questionamentos sobre a falta de punição para este tipo de crime  no Brasil.


 



sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Flores Raras

Flores Raras A história de amor entre Elisabeth Bishop (poeta americana vencedora do Prêmio Pulitzer em 1956) e Lota de Macedo Soares (“arquiteta” carioca que idealizou e supervisionou a construção do Parque do Flamengo). Ambientado no Brasil dos anos 50 e 60, quando a Bossa Nova explodia e Brasília era construída e inaugurada, o longa acompanha a história dessas duas grandes mulheres e suas trajetórias inversas.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

The Fosters


Produzida pela cantora e atriz Jennifer Lopez, The Fosters mostra os desafios e alegrias de uma família composta por duas mães, que criam filhos adotivos junto com um filho biológico.
O casal vê sua família, que já é grande, virar de cabeça para baixo quando adotam mais uma garota difícil de lidar. Uma das mães é uma policial e a outra é uma professora de escola particular. Elas têm um filho biológico e já tem adotados um casal de adolescentes gêmeos. O seriado é mais focado nos adolescentes, mas as mães e o seriado são fofos.
Quando o piloto foi anunciado no ano passado, chegou a sofrer boicote por um grupo conservador nos Estados Unidos que não aceitava a “redefinição do casamento e da família ao ter duas mães criando os filhos juntas”. Em resposta, a ABC acabou atrasando a estreia da série, mas afirmou que ela era perfeita para a rede de televisão e teria os mesmos relacionamentos “profundos, de coração, próximos e autênticos” que os telespectadores estavam acostumados.








Mais do seriado aqui no Séries FD: http://ads.tt/9JAT

sábado, 13 de julho de 2013

Contrastes Final



Chegamos ao elevador em silêncio, apenas trocávamos olhares. Acredito que as palavras eram desnecessárias, mesmo com os trejeitos enigmáticos. Era como se nos bastássemos aos ouvir a respiração da outra, ao saber que estava ao lado e estava bem. Pelo menos isso me bastava... E me enchia de vontade de tê-la novamente. Meus movimentos de puxá-la pela nuca e roubar-lhe um beijo foram quase que automáticos. Ela também não recuou, apenas se deixou levar por minhas carícias, enroscando sua língua com a minha, sugando meus lábios e segurando minha nuca, numa espécie de disputa sobre quem obedeceria quem, quem comeria quem, quando, no fim, ambas estavam totalmente entregues ao desejo insigne e latente que, praticamente, se assemelhava à presença de uma terceira pessoa. Suas mãos já me estavam bolinando os seios, enquanto a minha se atrevia a acariciar seu sexo por cima da calça.
Quando o elevador chegou ao nosso andar, desgrudamos os lábios e nos deparamos com uma vizinha confusa nos observando. O cachorrinho preto, preso a uma coleira, nos olhava de igual forma, como se compartilhasse com a dona a confusão. Eu e Maya voltamos a rir e fomos em direção ao apartamento, enquanto sentíamos os dois olhares atentos nos acompanhando.
— Além de me ouvir gemendo feito louca, a vizinha, agora, me viu sendo agarrada no elevador – debochei, ao fecharmos a porta – Vou ficar mal-falada nesse prédio.
— Aposto que ela ficou morrendo de vontade de estar entre nós. – disse Maya
— Isso seria um problema, pois não suporto que ninguém toque na minha namorada, afinal ela é uma gata no cio que não pode ver mulher. – provoquei, petulante
Mostrando-se contrariada com minha afirmação, ela agarrou-me pelos cabelos e disse:
— Vou já te mostrar quem é a gata no cio, filha da puta.
Dito isso, uma vertigem se apossou de meu ser, antes mesmo de seu corpo avançar contra o meu e me imprensar contra o braço do sofá. Eu simplesmente adorava o sentimento claustrofóbico que me dominava quando ela me agarrava em algum canto onde eu não tinha (e não queria ter) a mínima chance de escapar. O sentimento desesperador de falta liberdade assemelhava-se muito ao sentimento mortificante de falta dela. Suas mãos fortes me apertavam as nádegas, as coxas, os seios, a cintura, a nuca, os braços. Sua língua percorria cada espaço descoberto de pele, deixando um rastro úmido. Maya praticamente foi à loucura quando arranquei minha blusa e ofereci os seios para seus lábios famintos. Sua boca parecia querer me engolir. Ela sugava-os com volúpia, esbaforida como um náufrago chegando a terra. Um sorriso escancarou-se em meu rosto enquanto eu encurvava mais as costas, a fim de mostrar-lhe que meus seios eram inteiramente seus.
Uma de suas mãos escorregou para dentro de minha calça, alcançando minha umidade. Só o reencontro de seus dedos com minha boceta já me fez reviver o prazer que ela me fizera sentir há pouco tempo, na garagem, arrancando-me um gemido de prazer. Após alguns segundos, contrariada, ela resmungou que minha calça era muito justa e ajoelhou-se para tirá-la. Sua boca cobria de beijos cada milímetro de pele descoberto, com todo o cuidado do mundo. Ao ver a mancha gigante de minha umidade em minha calcinha, ela gemeu:
— Quero muito te chupar inteira, agora!
— E está esperando o que? – provoquei
— Você pedir.
Olhando-a de forma desafiadora, espremi os olhos. Ela, em contrapartida, abriu um sorriso safado e lambeu os lábios, tentadora. Levantou-se, tirou a calça e a blusa, para, depois, voltar a se ajoelhar. Maya fechou os olhos e fez cara de vagabunda enquanto sua língua se dirigia para minha virilha, deslizando por toda a sua extensão. Após uma pausa para umedecer os lábios e voltar a fazer cara de puta, ela se dirigiu ao outro lado e me lambeu novamente. Tive a impressão de que litros e litros estavam escorrendo por entre as minhas pernas e que iria morrer se não sentisse sua língua me fodendo inteira naquela hora. Fechei os olhos com força e gemi alto quando ela deslizou a língua sobre minha calcinha, pressionando meu clitóris. Abri bem as pernas e fiz menção de puxar sua cabeça com as duas mãos, mas ela logo se desvencilhou e, como era mais forte, segurou meus pulsos, voltando a lamber minha boceta por cima da calcinha.
Absurdamente molhada, senti vontade de sentar em sua boca e esfregar meu sexo incansavelmente em sua boca, até inundá-la com meu gozo. Maya se divertia com meu sofrimento, puxava, com os dentes, o tecido da calcinha para o lado, esbarrando em meu clitóris, passando os lábios suavemente por ele. Às vezes separava bem os lábios e soltava ar quente pela boca, me fazendo ir ao céu e voltar. “A filha da puta está brincando comigo!”, pensava eu. A provocação última foi quando, de forma quase que imperceptível, Maya deslizou a língua por toda a extensão de meu sexo, fazendo-me quase gritar de tesão.
— Eu quero que você me chupe, quero que você me foda, quero que você me coma inteira e agora, se não eu morro! – esbravejei, tomada por um descontrole impossível de se descrever
Não pude ver a sua expressão, mas ouvi seu risinho sem vergonha de quem havia conseguido o que queria. Não me aborreci. Apenas fiquei esfuziante por, finalmente, poder sentir sua língua percorrendo toda a minha boceta molhada, fazendo-me urrar de desejo.
O que ela me proporcionava era um dos mais profundos prazeres que poderia existir. Sua língua passeava pelo meu clitóris, pela minha virilha, por minha vulva inteira e, deliciosamente, enfiava-se dentro de mim com toda a lascívia possível. Eu abria, cada vez mais, as pernas, querendo senti-la toda dentro de mim. Com as mãos, eu massageava meus próprios seios, enquanto gemia incessantemente. Arqueei o corpo para trás a ponto de fazê-lo escorregar do braço do sofá. Maya, gulosa, acompanhou meu movimento, mal tirando sua boca de meu sexo. Seus lábios sugavam meu clitóris inteiro para dentro de sua boca, me fazendo serpentear o corpo no sofá. Suas mãos arranhavam minhas coxas e, quando sua língua estava ocupada me fodendo, massageavam-me o clitóris.
Ao sentir o orgasmo se aproximar, comecei a agarrar o sofá e puxar seus cabelos. Sua língua limitava-se a esfregar meu clitóris, em um vai-e-vem que me parecia deliciosamente infinito. Meu corpo contorcia-se, suava, movia-se conforme seu ritmo, e ela permanecia ali, me lambendo, se esfregando. Tudo o que eu conseguia pensar era: “Não para, não para!”. Segundos depois, eu pude notar que já estava gritando meus pensamentos.
O orgasmo chegou tão forte que perdi o fôlego enquanto meu corpo contorcia-se inteiro, convulsivo de prazer. Gritei seu nome tantas vezes e puxei tanto seus cabelos que até eu me estranhei. Meu corpo enrijeceu de forma que precisei esperar o terremoto inteiro passar, para poder voltar ao normal. Senti as coxas molhadas e Maya me lambendo toda.
Permaneci imersa na onda de plenitude que me dominara até que minha respiração se acalmasse. Maya deitou o corpo sobre o meu, levou os lábios até minha boca e me beijou de forma possessiva.
— Gostosa! – disse, com voz rouca – Te amo demais, sabia?
Com um sorriso satisfeito, enchi seu rosto com delicados beijos, como se tivesse medo de machucá-la. Seu rosto afundou em meu pescoço e eu passei a acariciar seus cabelos. Não demorou muito para que eu sentisse sua respiração pesada em meu pescoço. “Bebês dormem cedo”, pensei, divertida. Naquele momento, eu sentia que a amava mais que tudo. Atentei-me ao seu respirar até durante o máximo de tempo possível, durante o meu resfolegar. Gostava de ouvi-la respirar e precisava disso. Do ciúme de horas atrás, não havia nem rastro; e foi com esse pensamento que eu adormeci com ela, espremida num sofá e sendo deliciosamente prensada pelo peso de seu corpo.
*
Fomos comprar nosso desjejum. A manhã cheia de carícias maliciosas e respirações ofegantes havia atrasado nosso dia lotado, especialmente programado para fazermos nada além de ficarmos juntas.
Entramos na padaria de mãos dadas, enquanto ela ria das marcas de mordidas e arranhões em meu pescoço.
— Gata no cio também morde e arranha, amor! – foram as palavras dela, risonhas, quando descobri, em frente ao espelho, minhas mais novas marcas
Minha vingança foi, no mínimo, satisfatória. Deixei-lhe não só marcas e arranhões, mas, também, havia lhe proporcionado momentos enlouquecedores, que só foram interrompidos para que não morrêssemos de fome.
Como era de se esperar, Fernanda estava sentada em uma das mesas. Sempre tomava café ali, não importava de onde viesse. A minha surpresa foi ver que ela não estava desacompanhada.
— Vocês foram embora tão rápido ontem – disse Gisela
Fingindo que não havia escutado, voltei minha atenção para Fernanda, com quem conversei por alguns minutos. Intrometendo-se, Gisela comentou, com os olhos voltados para Maya:
— Hoje vai ter uma festa ótima, caso seja do interesse de vocês.
Dirigi o olhar para Maya, que não me deu atenção.
— Não dá, amanhã a Carol trabalha. – respondeu ela
— Então acredito que o convite seja só para você! – acrescentou Gisela, maliciosa
Antes que eu tivesse tempo de encontrar uma faca, minha Maya respondeu:
— Desculpe, mas eu não saio sem minha namorada!
Deixando Gisela, Fernanda e eu estupefatas, ela puxou-me pelo braço para ir embora.
O sorriso mais besta do mundo estampou-se em meu rosto e eu tinha a impressão de que ele não se desmancharia por nada no mundo. Não dissemos nada durante a viagem de volta para casa, mas, mesmo assim, eu estava feliz. Quando chegamos, sentei em uma poltrona e a fiquei observando enquanto ela tirava os sapatos e colocava as sacolas na mesa. Eu amava tanto que sorria, sozinha, só com a lembrança de que ela era minha.
— Não adianta fazer essa cara de puta satisfeita, eu vou querer uma ótima recompensa por ter feito isso. – disse ela, com lascívia nos olhos, interrompendo meus devaneios
Rindo de sua atitude, bati com uma das mãos na coxa e chamei:
— Vem cá, bebê!
Ela veio, sentou em meu colo e envolveu meu pescoço com um dos braços, oferecendo os lábios para um beijo, entregando-se irrestritamente a mim. Não me contive mais. Imergi em seu beijo e me deixei à mercê dos preciosos contrastes: eu quase junkie e ela toda fitness, eu tão Clarice e ela tão Martha, eu sempre orgulhosa e ela sempre compreensiva, eu toda contida e ela toda feroz, eu me perdendo e ela me encontrando...

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Constrastes VI



Senti uma mão pousando sobre um de meus ombros e girei o corpo bruscamente, dando de cara com um rosto confuso.
— Amor, o que está acontecendo? – perguntou Maya
Fingindo que não a havia escutado, virei as costas e saí andando, tentando enganar a mim mesma com a idéia de que queria que ela me deixasse em paz, quando, na verdade, tudo o que eu queria era que me prendesse em seus braços e não soltasse nunca mais.
Ouvi seu suspiro de indignação e apertei o passo quando notei que ela não me seguia. Senti medo de que fosse embora, ou que voltasse para Gisela, mas permaneci impassível. Logo ouvi seus passos apressados atrás de mim e uma satisfação imensa se espalhou pelo meu ser, mesmo com a raiva que eu sentia.
— Carol! – chamou, impaciente
Sem parar de andar, esbravejei:
— Vai fingir que não sabe por qual motivo estou assim?
— Mas eu não sei!
— Então vá perguntar para a Gisela.
Quando estava quase chegando, senti um puxão em meus cabelos e, logo em seguida, uma força jogou-me contra o carro.
— Meu Deus, Caroline! O que você queria que eu fizesse? – perguntou Maya, indignada, com o rosto enrubescido
Eu achava estranho quando ela me chamava pelo nome. Nosso tratamento se resumia a apelidos melosos e de entendimento só nosso. Senti vontade de correr, gritar, chorar e abraçá-la com todas as forças.
— Queria que você não tivesse dado trela para aquela...
— Mas eu não dei, Carol! – interrompeu-me, irritada, como se estivesse com vontade de me matar
— Então por que não a respondeu?
— Você não me deu chance!
Não querendo ouvir e tentando fugir da admissão de meu erro, abri a porta do carro e entrei. Mal percebi quando ela correu para a outra porta e sentou-se ao meu lado.
Dirigi em silêncio durante boa parte do caminho, tentando pensar em uma forma de iniciar uma conversa sem, ao menos, dar a impressão de que era aquilo que eu queria. “Não seria mais simples você se desculpar, Caroline?”, pensei, com meu lado mais sensato. Porém tal pensamento foi por água abaixo quando meu lado orgulhoso tomou conta e eu resolvi que não era a única culpada. Observei-a pelo canto dos olhos e senti vontade de apertá-la quando notei seu ar enraivecido. Seu cenho franzido dava-lhe uma expressão de criança zangada, fazendo com que meu coração quase se derretesse por inteiro. Pelos trejeitos que lhe dominavam a face, pude notar que estava mordendo a mucosa da boca, ansiosa. Desci os olhos para seu corpo e minha boca encheu-se d’água. Nossas brigas pareciam intensificar um fogo avassalador, que me enlouquecia de vontade de tê-la.
— Não fica assim comigo! – resmungou ela, manhosa, quebrando o silêncio
— Assim como? – perguntei, cínica
— Você sabe como!
— Estou normal.
Suspirando, Maya encostou a cabeça no banco e fechou os olhos, tentando não se descontrolar. Senti a boca seca ao ver seu pescoço estendido, como se implorasse por minha boca. Seu pescoço me parecia mais apetitoso do que qualquer outro. Fazia-me salivar de vontade de mordê-lo. Ela, inteira, me fazia salivar de vontade de mordê-la, chupá-la, comê-la de todas as formas possíveis. Tirei uma das mãos do volante e a escorreguei para uma das coxas. Apertei-a com força, como se aquilo pudesse me tirar toda a tensão que sentia ao estar ao seu lado e não poder tocar.
Assim que avistei o prédio, senti o alívio me invadir. “Isso é tortura! Ela gosta de me torturar! É gostosa e sabe muito bem disso!”, resmunguei mentalmente, como se estivesse tentando me lembrar a raiva que senti há pouco.
— Posso ficar com você? – perguntou ela, quase que ronronando
— Não prefere ir para a casa da Gisela? – provoquei
Com a cara amarrada, ela saiu do carro e bateu, com força, a porta. Satisfeita, também levantei. Quando fiz menção de sair da garagem, Maya tomou o controle de minha mão e fechou o portão. Lancei-lhe um olhar confuso, sem entender quais as suas intenções, mas tal confusão não durou muito tempo.
Maya veio em minha direção, fazendo-me dar alguns passos para trás e encostar ao carro. Suas mãos prenderam meus punhos e, aproximando-se de meus
ouvidos, ela sussurrou:
— Quando é que você vai entender que você é a única?
Mal tive tempo de absorver a frase e seus lábios já estavam buscando os meus, gulosos. Senti o gosto suave de sua boca e a maciez de sua língua me entorpecendo. Trancei minha língua com a dela e não demorei a sentir seus dentes, nada delicados, mordiscando meus lábios. Ela estava com raiva. Aquilo, por algum motivo, me excitava. Passei, também, a morder-lhe os lábios, faminta, como se aquela fosse uma forma de extravasar a angústia que havia sentido.
— Você é minha única – repetiu, por entre os beijos – Eu só quero você... Inteira... Mais ninguém!
Seus lábios desceram para meu pescoço e suas mãos soltaram meus punhos, agarrando-me pela cintura. Enganchei, desesperada, os dedos por entre os fios de seus cabelos e um gemido me escapou da garganta. A tortura estava chegando ao fim e tudo o que se passava em minha mente era o fato de que eu a amava com toda a minha energia vital, a ponto de me sentir completa com o seu mais singelo toque.
— Já me perdoou? – perguntou ela, com voz manhosa e rouca
— Não! – provoquei, mentirosa
Afastando o corpo do meu, Maya me fitou com tanta intensidade que cheguei a me sentir tonta. Eu a queria tanto. Com todas as forças, de todas as formas. Eu simplesmente a queria e era orgulhosa demais para admitir aquilo em voz alta.
Ela virou-me de frente para o carro e pressionou seu corpo contra minhas costas. Seu rosto afundou em meu pescoço, com sua boca mordendo-me a pele quente, e uma de suas mãos escorregou, abusada, para minhas coxas. Um sentimento desesperador, como naqueles sonhos em que você tenta correr, mas não sai do lugar, formou-se em minha garganta e quando ela começou a desabotoar minha calça, ele desceu para meu peito, passou pela barriga, ganhou força no ventre e desmanchou-se por entre minhas pernas. Os gemidos já haviam se tornado constantes, apesar de baixos, para não chamar a atenção. Maya afastou-se, por um momento, de meu corpo e abaixou minha calça, juntamente com a calcinha, com uma rapidez quase que desesperada. Quando ela voltou a agarrar-me pela cintura e avançou, ferozmente, com uma das mãos para minhas coxas, eu apertei minhas pernas, como se aquele fosse um último sinal de resistência. Ela forçou a abertura por alguns instantes, mas quando viu que não conseguiria, seus lábios desceram pelo lóbulo de minha orelha, escorregou por meu pescoço e ombros, para, só então, sussurrar, com voz ardente, em meu ouvido:
— Eu quero te comer!
Assustadoramente excitada com aquela simples frase, que, na verdade, nada tinha de tão simples, considerando o fato de que eu poderia ter deixado que meu gozo se desmanchasse inteiro por minhas pernas só por ouvi-la, gemi em tom de protesto (ou em tom de súplica, não sei bem) e imediatamente afastei as pernas.
Maya nada disse, apenas voltou a morder meu pescoço e escorregou os dedos para dentro de mim. Gemidos escaparam de mim e dela, sendo impossível saber qual dos dois estava mais intenso. Eu sentia sua respiração descontrolada em meu pescoço, enquanto seus dedos me fodiam com força e incansavelmente. Todo tipo de resistência ou raiva já havia sido subjugado pelo desejo febril que me tomava conta. Ela me dominava de tal forma que me parecia impossível agir de outro jeito que não se resumisse a uma servidão irremediável e extrema.
A pressão que ela fazia dentro de mim, seu ritmo, a forma com que apertava meus seios e minha cintura, o jeito despudorado de sussurrar putarias em meu ouvido, seu perfume, seus gemidos e, até mesmo, a temperatura de seu corpo... Tudo me fazia sair de mim e permanecer à deriva em suas vontades. Eu inclinei o quadril para trás, ao perceber que ela se roçava em mim, querendo provocá-la. Às vezes ela agarrava meus cabelos e me mandava gemer mais alto, mais forte. Eu a obedecia e roçava ainda mais minha bunda em seu sexo, enquanto sentia cada milímetro de seus dedos entrando e saindo de dentro de minha boceta, arrancando-me espasmos e arrepios.
O gozo veio rápido, tão intenso em força quanto em sentimento. Meu prazer escorreu por minhas coxas, melou seus dedos e fez com que ela passasse a mão inteira em meu sexo, a fim de lambuzar-se. Segurei os gritos o máximo que pude e encurvei o corpo para frente, sentindo uma fraqueza dominar-me as pernas, fazendo-as implorar por amparo. Maya segurou minha cintura com força e virou meu corpo para ela. Sua mão subiu até minha boca, encharcada, e nossas línguas dividiram dedo por dedo, como se aquela fosse uma maneira de partilhar do prazer que eu havia sentido minutos atrás.
— Vamos subir! – disse ela, apressada, interrompendo a calmaria
Dividida entre prazer e insulto, apenas vesti minha calça, ajeitei minha blusa e peguei a bolsa, enquanto ela abria o portão da garagem e saía, ordenando que eu a seguisse. Mesmo que contrafeita, obedeci. Ao passarmos em frente à guarita do porteiro, tive um breve sobressalto ao lembrar-me das câmeras espalhadas pelo local. Ignorei. Pelo sorriso safado que lhe dominou o rosto, Maya havia percebido a mesma coisa. “Algum porteiro vai dormir feliz esta noite”, pensei, enquanto agarrava-a pela cintura de forma dominadora.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Contrastes V



Olhei-a com ar divertido, achando graça em sua revolta. Tentei puxá-la pela cintura, mas ela se esquivou e saiu andando, enquanto dizia:
— Pois fique em casa sozinha, porque eu estou indo me trocar e quero ver quem é que vai me impedir – esbravejou – E você que tente trancar a porta para ver se eu não grito, na janela, que fui seqüestrada!
O sorriso desapareceu de minha fronte. Eu a conhecia o suficiente para saber que ela seria capaz de fazer o que havia ameaçado.
Por volta de uma hora depois, estávamos entrando na boate, enquanto eu dava à Maya todas as recomendações:
— Se você ver alguém estranho, não fique olhando muito. Também não olhe muito se ver alguém bonito, porque além de apanhar do acompanhante, vai apanhar de mim. Em hipótese alguma retribua o sorriso de uma mulher e, prometa-me, nunca vá ao banheiro quando estiver desacompanhada. Aquilo é um covil!
Maya ouvia tudo, achando muita graça em minha preocupação. Com muito esforço, fiz com que ela vestisse uma calça. Ela gostava de shorts. Demais até, para o meu gosto. Mas mantive minha posição de namorada ciumenta e, pelo menos isso, eu consegui que ela fizesse.
Assim que entramos no estabelecimento, ela olhou tudo ao seu redor, curiosa. Eu a segurava pela cintura de forma protetora, como se temesse que alguém, sequer, a tocasse. Fui abrindo caminho até chegarmos à mesa que Fernanda havia reservado. Ela não precisou abrir a boca para eu adivinhar que estava prestes a me debochar.
— Ora, ora, ora. Eu que pensava que nem o diabo conseguiria fazer você trazer uma namorada para este antro de perdições! - ironizou
Fuzilei-a com o olhar e Maya, praticamente cúmplice de minha amiga, sorriu de forma sarcástica.
— Fazer o que? Eu sou irresistível! – brincou
— Sim, você é! Portanto trate de se comportar. – voltei a alertá-la
Ignorei a expressão irônica de Fernanda e sentei no sofá, fazendo com que Maya ficasse por entre nós duas, é claro. Não que Fernanda fosse tão confiável assim... Enfim.
Conversamos por um bom tempo, trocando impressões sobre os mais diversos assuntos (fúteis) do mundo, até que as duas se perderam por entre seus papinhos de “garotinhas fitness” (como Maya dizia). Aquilo, para mim, sedentária assumida, era um terror. Se eu ouvisse a palavra “integral” mais uma vez, sairia correndo dali.
— Também adoro sanduíche de pão integral com atum. – disse Fernanda
Pronto. Agora eu tinha que sair correndo.
— Amor, eu vou buscar algo para beber, quer alguma coisa? – perguntei
Ela olhou-me, sorrindo, e negou, mostrando o copo cheio.
— Já volto. Comporte-se. – preveni
Senti uma pontada de insegurança ao ter que deixá-la sozinha e quase pedi para que ela fosse comigo, mas resolvi não ser tão louca. “Estou preocupada à toa... Para variar”, pensei, rindo de mim mesma.
A fila do caixa estava tão grande que eu demorei, pelo menos, 15 minutos. Eu odeio filas. Sem contar que 15 minutos longe dela, em um lugar como aquele, era terrível para mim. Não que eu seja grudenta. Na verdade, eu sou grudenta, mas de um grude saudável, já que sei me controlar. Mas ela me descontrolava e esse era o problema. Meu pensamento dava tantas voltas que eu me proibi de pensar e fui em direção à mesa.
Senti uma pontada na espinha quando vi a moça deslumbrante que estava sentada ao lado de Maya. Era morena, com olhos cor de âmbar e ar ferino. Ela levantou do sofá para se apresentar:
— Gisela.
Ignorei sua mão estendida. Olhei para Fernanda, que não sabia se ria ou se ficava séria. Empurrei, delicadamente, a moça para o lado e sentei-me ao lado de Maya, vermelha de raiva. A moça me olhou com um risinho sarcástico no rosto e sentou ao lado de Fernanda.
— Essa é minha amiga mal-educada Carol – disse Fernanda – Gisela é minha prima – informou-me
Gisela riu.
Foi ódio à primeira vista.
Meu braço estava em volta de sua cintura, meu punho fechado com força, a ponto de fazer com que a palma de minha mão começasse a suar. Maya parecia imune ao meu ciúme, mas eu tinha certeza de que Gisela o percebia bem.
Ela falava sobre algo muito entediante, assim como ela. Mentira. Gisela não era enfadonha. Sabia conversar muito bem e cada suspirar seu parecia possuir uma espécie de encanto. Se não fosse tão sensual, talvez, eu não me sentiria tão ameaçada. Seu vestido era tão curto que eu me perguntava se ele era uma blusa e se ela estava vestindo um short por baixo. As pernas eram muito bem torneadas, fortes. Se eu não estivesse tão intensamente colérica, provavelmente estaria apreciando suas cruzadas de pernas. Os seios não eram grandes, mas eram interessantes. Pareciam encaixar perfeitamente em seu corpo. Aliás, seu corpo inteiro parecia estar em perfeita sintonia, dando-me a impressão de que nada contribuía para que minha autoconfiança se expandisse.
Agarrei-me à possibilidade de minha namorada odiar o sotaque porto alegrense de Gisela, ou, quem sabe, não gostar de seu perfume, ou odiar qualquer outra coisa mínima. Contudo, no fundo eu sabia que única pessoa com quem ela gostava de implicar por motivos bobos era eu. Não que eu achasse isso ruim, muito pelo contrário, sempre fui meio viciada em suas implicâncias, afinal que pessoa no mundo, além de meu amor, conseguia me perturbar e se manter adoravelmente linda? Ninguém, ninguém. “Se Maya odiasse, só um pouquinho, algo em Gisela, eu já me sentiria menos desconfiada, mais feliz, menos enraivecida e até mais bonita! Eu poderia andar sobre as águas e...”.
— Vocês não dançam? – perguntou Gisela, interrompendo meus devaneios
Permaneci quieta, encarando-a. Maya, irritantemente simpática, respondeu:
— Sim! Mas não agora.
— Por quê?
Irritada com a insistência, interrompi:
— Porque eu não quero! – “...porra!”
Tentando me provocar, Gisela voltou os olhos para Maya.
— Caso você queira dançar, eu estou bem disposta.
Com os olhos arregalados, furiosa, troquei olhares com minha namorada, como se dissesse: “Ei, acorda, ela está esperando você dizer o “Não!””. Em resposta, seu olhar dizia: “Eu não sei o que falar!”, deixando-me decepcionada.
— Quer ir, vai. – resmunguei
Maya olhou-me confusa, fazendo sinal negativo com a cabeça, e disse:
— Não, quero ficar aqui com você.
— É, estou vendo.
Levantei-me e saí andando, deixando-a para trás.
Durante o caminho para o estacionamento, senti um mal-estar, como se me tivessem dado uma surra. Parei e me apoiei em uma parede, respirei fundo. Sim, eu havia exagerado (como sempre). Não, ela não merecia ser deixada para trás. Mas eu não conseguia entender sua hesitação em negar um pedido tão óbvio. Aquilo me doía como se fosse uma traição carnal. Era-me inaceitável a idéia de dividi-la com outra pessoa. Eu a precisava inteira.