Ainda um pouco perturbada, me aproximei novamente de Stela, que conversava animadíssima, com duas moças. Entre risadas, as duas apresentaram-se e logo disseram que haviam nos visto no show. Após as formalidades, cochichei no ouvido de Stela que iria esperar Ana em outro lugar.
- Não, Carol. Por favor, espera aqui comigo! Não vai me deixar sozinha. – implorou ela
Sem saber como negar, acabei por ficar conversando com uma das moças enquanto Stela se jogava inteira para cima da outra. A garota com quem eu conversava, de fato, era muito bonita: estatura mediana, corpo curvilíneo, cabelos castanhos e olhos cor de mel. Porém, seu léxico era repleto de gírias e a mentalidade era infantil. O bom humor salvou sua presença de ser enfadonha. Conversamos por, aproximadamente, 20 minutos e eu já sabia basicamente toda a sua história. Stela já estava matando sua curiosidade de beijar uma mulher com a outra moça e eu me segurava para não repreender a que me acompanhava, quando ela fazia carinho em minha mão ou me segurava pela cintura. Quando fui procurar o celular, com a intenção de ver a hora, desviei os olhos para o outro lado da rua e vi o carro de Ana estacionado. Senti um calafrio percorrer minha espinha e avisei Stela que estava indo embora. Antes de ir, minha parceira de diálogo puxou-me firmemente pela cintura e depositou um “selinho” em minha boca. Sem saber o que fazer e rezando para que Ana não tivesse visto, fui em direção ao carro de cabeça baixa e pensando em uma maneira de escapar, como uma criança assustada.
- Está aí há muito tempo? – perguntei, ao entrar no carro, sem encará-la
Ana ligou o automóvel e permaneceu quieta. Desviei o olhar para seu rosto, em busca de uma resposta e reconheci a imagem impassível que ela costumava usar na empresa: o olhar fixo em algum ponto que ninguém sabe onde fica, a boca imóvel e os óculos descansando no desenho perfeito do nariz.
- Não. – finalmente respondeu
- Quanto tempo? – perguntei
Silêncio.
- Tempo suficiente. – disse ela
Sem saber o que dizer, optei por ficar calada.
Durante o caminho de volta, Ana permaneceu extremamente monossilábica. Cinicamente, eu lhe perguntava o motivo, ela só sabia responder: “Nada!”. Chegando ao prédio em que eu morava, insisti para que ela subisse comigo.
- Não quero. – respondeu
Tentei convencê-la durante um bom tempo, até que insisti uma última vez:
- Ana, sobe comigo. A gente conversa lá e você me diz o que há de errado!
Sem pensar duas vezes, desmanchando a imagem de mulher inflexível, Ana lançou-me um olhar furioso, estacionou o carro e saiu.
- Ah, você quer saber o que há de errado? – disse ela, enquanto abria a porta e me puxava para fora – Eu vou te dizer!
Segurando-me, firmemente, pelo pulso, Ana levou-me para dentro do prédio. O porteiro fez menção de levantar-se, mas eu, entre tropeços, fiz sinal negativo. Dentro do elevador, ela me disse:
- Sorte sua que aqui tem câmera.
Novamente senti um calafrio percorrer a espinha e permaneci quieta. Chegando ao nono andar, ela voltou a segurar-me pelo pulso e praticamente lançou-me para a porta, ordenando que eu a abrisse logo. Como era interesse de ambas as partes evitar escândalos, obedeci.
Joguei as chaves no sofá e Ana me puxou para o quarto. Assim que entramos, ela bateu a porta com força, jogou-me contra a mesma, fazendo parecer que meus pulmões explodiriam, e perguntou o que eu tinha na cabeça.
- Você quer me deixar louca? – gritava ela
Assustada, arregalei os olhos e me perguntei de onde aquele ser havia surgido. Ana batia na porta como se fosse derrubá-la. A cólera ruborizava-lhe o rosto e as veias saltavam de seu pescoço, enquanto ela falava sem parar. Eu nada respondia, infantilmente ficava quieta, com os braços cruzados. Ela apontava o dedo e dizia que aquilo não era coisa que se fizesse. Estranhei tamanha fúria, pois fidelidade nunca foi algo tão discutido e cobrado por nós, muito pelo contrário, Ana até me dava liberdade demais. Seu corpo se projetava para cima de mim, como se quisesse me fazer sumir. A sensação de parecer tão menor que ela me invadiu, novamente. Eu tentava interrompê-la, explicar o que havia acontecido, mas ela elevava ainda mais a voz, ficando cada vez mais rouca.
- Quem era aquela retardada que estava praticamente te comendo lá? – perguntou, irada, exagerando o que havia visto – O que você estava fazendo com ela?
- Pára de gritar, Ana! Ela só estava me fazendo companhia. – respondi, procurando não elevar o tom de voz
- Eu vi o tipo de companhia que ela estava fazendo para você – refutou
Tentei empurrá-la para longe, mas suas mãos envolveram as minhas, imprensando-as contra a porta. Senti um pouco de medo, mas cansada de tentar dar uma explicação, me calei e passei a me concentrar em outra coisa que não fosse sua voz, evitando, assim, meu próprio descontrole. Estranhamente, aquela atitude de Ana estava me excitando. O seu rosto tão perto do meu, seus fios de cabelo que escapavam da presilha, a respiração alterada, os lábios cada vez mais vermelhos e apetitosos... tudo estava me enlouquecendo. Senti um calor em meu útero e eu desejei que Ana calasse a boca e me possuísse naquele exato momento.
Sem saber como negar, acabei por ficar conversando com uma das moças enquanto Stela se jogava inteira para cima da outra. A garota com quem eu conversava, de fato, era muito bonita: estatura mediana, corpo curvilíneo, cabelos castanhos e olhos cor de mel. Porém, seu léxico era repleto de gírias e a mentalidade era infantil. O bom humor salvou sua presença de ser enfadonha. Conversamos por, aproximadamente, 20 minutos e eu já sabia basicamente toda a sua história. Stela já estava matando sua curiosidade de beijar uma mulher com a outra moça e eu me segurava para não repreender a que me acompanhava, quando ela fazia carinho em minha mão ou me segurava pela cintura. Quando fui procurar o celular, com a intenção de ver a hora, desviei os olhos para o outro lado da rua e vi o carro de Ana estacionado. Senti um calafrio percorrer minha espinha e avisei Stela que estava indo embora. Antes de ir, minha parceira de diálogo puxou-me firmemente pela cintura e depositou um “selinho” em minha boca. Sem saber o que fazer e rezando para que Ana não tivesse visto, fui em direção ao carro de cabeça baixa e pensando em uma maneira de escapar, como uma criança assustada.
- Está aí há muito tempo? – perguntei, ao entrar no carro, sem encará-la
Ana ligou o automóvel e permaneceu quieta. Desviei o olhar para seu rosto, em busca de uma resposta e reconheci a imagem impassível que ela costumava usar na empresa: o olhar fixo em algum ponto que ninguém sabe onde fica, a boca imóvel e os óculos descansando no desenho perfeito do nariz.
- Não. – finalmente respondeu
- Quanto tempo? – perguntei
Silêncio.
- Tempo suficiente. – disse ela
Sem saber o que dizer, optei por ficar calada.
Durante o caminho de volta, Ana permaneceu extremamente monossilábica. Cinicamente, eu lhe perguntava o motivo, ela só sabia responder: “Nada!”. Chegando ao prédio em que eu morava, insisti para que ela subisse comigo.
- Não quero. – respondeu
Tentei convencê-la durante um bom tempo, até que insisti uma última vez:
- Ana, sobe comigo. A gente conversa lá e você me diz o que há de errado!
Sem pensar duas vezes, desmanchando a imagem de mulher inflexível, Ana lançou-me um olhar furioso, estacionou o carro e saiu.
- Ah, você quer saber o que há de errado? – disse ela, enquanto abria a porta e me puxava para fora – Eu vou te dizer!
Segurando-me, firmemente, pelo pulso, Ana levou-me para dentro do prédio. O porteiro fez menção de levantar-se, mas eu, entre tropeços, fiz sinal negativo. Dentro do elevador, ela me disse:
- Sorte sua que aqui tem câmera.
Novamente senti um calafrio percorrer a espinha e permaneci quieta. Chegando ao nono andar, ela voltou a segurar-me pelo pulso e praticamente lançou-me para a porta, ordenando que eu a abrisse logo. Como era interesse de ambas as partes evitar escândalos, obedeci.
Joguei as chaves no sofá e Ana me puxou para o quarto. Assim que entramos, ela bateu a porta com força, jogou-me contra a mesma, fazendo parecer que meus pulmões explodiriam, e perguntou o que eu tinha na cabeça.
- Você quer me deixar louca? – gritava ela
Assustada, arregalei os olhos e me perguntei de onde aquele ser havia surgido. Ana batia na porta como se fosse derrubá-la. A cólera ruborizava-lhe o rosto e as veias saltavam de seu pescoço, enquanto ela falava sem parar. Eu nada respondia, infantilmente ficava quieta, com os braços cruzados. Ela apontava o dedo e dizia que aquilo não era coisa que se fizesse. Estranhei tamanha fúria, pois fidelidade nunca foi algo tão discutido e cobrado por nós, muito pelo contrário, Ana até me dava liberdade demais. Seu corpo se projetava para cima de mim, como se quisesse me fazer sumir. A sensação de parecer tão menor que ela me invadiu, novamente. Eu tentava interrompê-la, explicar o que havia acontecido, mas ela elevava ainda mais a voz, ficando cada vez mais rouca.
- Quem era aquela retardada que estava praticamente te comendo lá? – perguntou, irada, exagerando o que havia visto – O que você estava fazendo com ela?
- Pára de gritar, Ana! Ela só estava me fazendo companhia. – respondi, procurando não elevar o tom de voz
- Eu vi o tipo de companhia que ela estava fazendo para você – refutou
Tentei empurrá-la para longe, mas suas mãos envolveram as minhas, imprensando-as contra a porta. Senti um pouco de medo, mas cansada de tentar dar uma explicação, me calei e passei a me concentrar em outra coisa que não fosse sua voz, evitando, assim, meu próprio descontrole. Estranhamente, aquela atitude de Ana estava me excitando. O seu rosto tão perto do meu, seus fios de cabelo que escapavam da presilha, a respiração alterada, os lábios cada vez mais vermelhos e apetitosos... tudo estava me enlouquecendo. Senti um calor em meu útero e eu desejei que Ana calasse a boca e me possuísse naquele exato momento.
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