sexta-feira, 23 de março de 2012

Despedidas Final

Passei o resto da tarde em um profundo estado de apatia. Não conseguia entender os motivos de Dafne ao omitir sua partida. Senti-me ofendida.
Ao anoitecer, liguei para Fernanda, que logo tentou me animar:
- Não seja pessimista. Além do mais, hoje é meu dia de folga, dia de sair, fazer a festa, curtir a vida! Falta na aula e vamos sair para dançar!
Para ela, todos os dias eram dias de festa.
Um pouco relutante, acabei por aceitar o convite de minha amiga, que logo estava em minha casa, falando sem parar.
- E a cara da sua tia quando me viu? – disse ela, rindo – Pensei que fosse me estripar!
E só ela conseguia me fazer rir em momentos deprimentes.
*
O relógio marcava 4 horas quando coloquei os pés dentro de casa. Tirei os sapatos e fui em direção ao sofá. A noite fora longa. Eu mal conseguia pensar em subir as escadas.
- Demorou – disse Dafne, enquanto acendia a luz, fazendo-me pular de susto – Pelo jeito estava se divertindo bastante com aquela... Com a Fernanda.
- Você nem imagina o quanto. – provoquei
Dafne prostrou-se à minha frente e, com ar enraivecido, disse que estava me esperando. Ignorando sua fala, percorri os olhos por seu corpo e senti-me tentada a beijar-lhe inteira. O robe entreaberto mostrava uma camisola de tecido fino e quase transparente. Estava sem sutiã, permitindo-me a visão dos seios redondos e tentadores. Desci um pouco mais o olhar, passeando por sua barriga, até chegar à minúscula calcinha rendada. Tive vontade de puxá-la para meu colo, mas lembrei do fato de que aquilo tudo, provavelmente, era para meu tio. Subi o olhar para seu rosto e tentei concentrar-me no que ela falava. Seus olhos estavam impassíveis de interpretação e seus lábios se moviam lentamente. Tais movimentos me faziam lembrar os momentos de êxtase que outrora estes mesmo lábios haviam me proporcionado.
- Me responde! – ordenou ela, raivosa
Sem saber do que ela estava falando, levantei do sofá e comecei a caminhar para a escada, ansiosa por deitar na cama e dormir.
Senti as mãos de Dafne me puxando com força, lançando meu corpo para o sofá, novamente. Com os olhos arregalados e questionadores, fiz menção de perguntar-lhe qual era o problema, mas Dafne sentou em meu colo e segurou meu rosto por entre as mãos.
- Você confia em mim? – perguntou ela
O contato de seu corpo com o meu parecia fazer meu ventre pegar fogo. Apoiei minhas mãos sobre suas coxas e apertei, inconscientemente. Senti a calcinha ficar molhada e minha boca encheu-se d’água quando percebi o quão perto sua boca estava. Tal caleidoscópio de sensações me fez perder a noção lógica. Sem entender o real propósito de tal questionamento, optei por continuar na doce satisfação de provocá-la:
- Meu tio confia cegamente em você e olha só o que você faz com ele.
Mal notei a decepção em seus olhos. Dafne fez menção de levantar-se, mas minhas mãos, famintas, seguraram-na firmemente. Sabia que estava prestes a perdê-la, por isso meu corpo implorava por ela. Precisava tê-la, pelo menos mais um pouco. Deslizei as mãos por seu corpo e levei os lábios até seu pescoço. Dessa vez fiz questão de chupar-lhe e deixar marca. Lentamente, fui tirando seu robe. Queria sentir a pele, memorizar cada curva, cada pedacinho de seu corpo. Dafne demorou a corresponder meus toques. Só percebi sua entrega quando ela tentou empurrar-me para trás e a força lhe faltou.
Com a língua, passei a atiçar-lhe o lóbulo da orelha e imediatamente um breve espasmo enrijeceu seu corpo. Suas mãos seguraram-se em meus cabelos e um gemido tímido escapou de seus lábios. Não demorou muito para que eu sentisse sua língua quente deslizando por meu pescoço. Um calafrio percorreu minha espinha, fazendo-me ficar ainda mais molhada.
Dafne tirou minha blusa e a própria camisola mais do que depressa. O contato de nossas peles parecia quente o suficiente para incendiar o sofá. Ela sugou meus lábios com delicadeza, enquanto tirava meu sutiã. Sua língua quente e macia passeou por minha boca e logo passou a entrelaçar-se com a minha. De olhos fechados, senti suas mãos envolverem meus seios, massageando-os lentamente, atiçando minha libido. Gemi de leve quando Dafne agasalhou minha língua com seus lábios e passou a sugá-la, carinhosamente.
Uma de suas mãos desceu por minha barriga, deslizando as unhas, provocando, até chegar ao meu ventre. Após desabotoar meu short, Dafne escorregou a mão para dentro de minha calcinha.
- Hum... Toda molhadinha, Carol? – gemeu ela, com um sorriso enorme estampado no rosto – Assim eu não resisto!
Ajoelhando-se no chão, Dafne tirou meu short e afastou minhas pernas. Lambendo os lábios, passou as mãos em minhas coxas e acariciou minha virilha. Escorreguei um pouco mais o corpo no sofá, querendo dar-lhe toda a liberdade possível. Dafne mordeu, de leve, minha coxa, fazendo com que cada vez mais calafrios passeassem por minha pele, eriçando meus pêlos. Com a língua, ela percorreu minha coxa, até chegar à virilha, onde passou a fazer movimentos circulares e delicados, levando meu corpo a um estado de loucura. Minha respiração ficou descompassada e eu tive vontade de puxar-lhe pelos cabelos e forçar seu rosto contra meu sexo.
Afastando um pouco minha calcinha, ela mordiscou-me a vulva, provocando, querendo tirar-me do sério. Um tesão arrebatador consumia meu corpo, a única coisa que eu desejava, naquele momento, era sentir a maciez da língua de Dafne estimulando-me o clitóris. Envolvi meus próprios seios com as mãos e fechei os olhos. Estava tentando retomar as rédeas da situação, mas a suavidade da língua dela entre minhas pernas estava me impedindo de ter qualquer pensamento racional.
Dafne estreitou um pouco minhas pernas e puxou a calcinha. Meu sexo já pingava de excitação e meu clitóris, intumescido, pulsava. A expressão de Dafne denunciava sua libidinagem. Abriu minhas pernas e fez com que eu as apoiasse na mesinha que estava atrás dela, deixando minha boceta completamente exposta. Senti um leve assopro vindo de seus lábios e novamente um líquido viscoso escorreu de dentro de mim. Para aumentar minha tensão, ela passou a língua nos lábios, umedecendo-os, e, em seguida, aproximou-os lentamente de minha vulva. Minhas mãos apertavam meus seios à medida que ela se aproximava.
Senti-me envolvida em uma vigorosa sensação de prazer, quando Dafne forçou a língua na entrada de minha boceta, na tentativa de me penetrar. Descargas elétricas pareciam percorrer meu corpo e de minha boca soou um gemido de alívio. Abri os olhos e dei um jeito de apoiar-me nos cotovelos para observar tal cena sedutora. Dafne estava de olhos fechados, enquanto da boca apetitosa saía a língua atrevida, que teimava em penetrar-me. Diante de tamanha volúpia, joguei a cabeça para trás e passei a concentrar-me na deliciosa sensação que a suave aspereza de sua língua me provocava.
Ela colocava e tirava a língua de dentro de mim, procurando não tocar em meu clitóris, fazendo-o pulsar de desejo de ser chupado, lambido, mordiscado. Passei a rebolar o quadril em sua boca, tentando saciar a vontade de meu grelinho, mas Dafne teimava em apenas penetrar-me com a língua. Respirando cada vez mais rápido e gemendo cada vez mais alto, agoniada com tamanha tortura, voltei a deitar no sofá e agarrei em seus cabelos com as duas mãos, de forma que pudesse forçá-la a me obedecer. Dafne olhou-me, maliciosa, e gemeu:
- Deixa de ser frouxa e pega com mais força!
Não resistindo a tal provocação, enchi as mãos com seus cabelos e obriguei-a a seguir com a boca para meu clitóris.
Sem rodeios, Dafne abocanhou-me de uma vez só, com uma voracidade alarmante, fazendo-me tremer por inteiro. Sua língua espremia-se contra meu grelinho, enquanto fazia movimentos de vai-e-vem. Gemidos escapavam de minha boca com maior freqüência, eu tentava controlá-los para que ninguém pudesse ouvir, mas era praticamente impossível segurar.
Quando sua língua passou a deslizar por toda a extensão de minha vulva, meu ventre passou a pegar fogo e eu sentia que iria morrer se Dafne parasse. Suas investidas alternavam-se entre lambidas do clitóris, estocadas de língua e chupões.
- Puta que pariu! – exclamei, ao sentir o orgasmo se aproximar
Espasmos me faziam contorcer os músculos do corpo e minha respiração ficava cada vez mais entrecortada. Forcei a cabeça de Dafne de encontro ao meu sexo, quase que desesperada. Sua língua não desgrudava de meu clitóris e suas mãos puxavam-me pela cintura.
Um orgasmo estonteante explodiu em minhas entranhas e eu me vi obrigada a tapar a boca com as duas mãos, tentando abafar os gemidos agoniados que me fugiam da garganta. Um rio de prazer passou a escorrer por entre minhas pernas, lambuzando a boca de Dafne, que fazia questão de deliciar-se com meu gozo. O corpo foi relaxando por entre breves espasmos convulsivos, que insistiam em apossar-se de mim.
Meu corpo estava praticamente inerte quando Dafne veio beijar-me com a boca lambuzada. Sua língua entrelaçou-se com a minha em uma deliciosa dança, onde eu podia sentir meu próprio gosto no sabor de sua boca.
Ajeitei meu corpo no sofá e Dafne sentou em meu colo, encaixando seu sexo em minha coxa. Seu rosto mergulhou em meu pescoço e logo senti seu quadril rebolando em minha perna. Um sorriso libidinoso formou-se em minha fronte, junto com uma onda de calor em meu útero. Dafne me incendiava inteira e minha vontade era fodê-la de todas as formas possíveis. O movimento de sua boceta molhada em minha pele causava-me arrepios. Com as mãos, segurei-a pelo quadril, querendo ajudá-la. Um gemido alto escapou da boca de Dafne, assustando a nós duas. Para tentar evitar que acontecesse novamente, ela colou seus lábios aos meus e voltou a beijar-me com paixão, enquanto sua vulva continuava a roçar em minha perna.
Descontrolada, Dafne mal conseguiu concentrar-se em nosso beijo, parando constantemente para controlar os gemidos por conta própria. Jogava a cabeça para trás e serpenteava alucinadamente o corpo. Vendo que ela abraçava-me com força, sentindo o gozo se aproximar, fiz com que ela parasse com os movimentos.
- Quero que goze em minha boca! – implorei
Um tanto quanto resignada, Dafne esforçou-se para acatar meu pedido e saiu de meu colo para deitar-se no sofá.
Foi minha vez de ajoelhar no chão e colocar-me por entre suas pernas. Porém seu desespero era tanto que mal me deu tempo para provocá-la, apenas segurou-me pelos cabelos e forçou minha cabeça de encontro ao seu sexo. Aquilo não me incomodou, muito pelo contrário, me fez desejá-la ainda mais. Para não desapontá-la, logo abocanhei seu grelinho e passei a sugá-lo vorazmente.
Dafne contorceu-se no sofá e agarrou-se a uma almofada para abafar os gemidos teimosos e agudos. Deslizei a língua por toda a extensão de seu sexo, sentindo sua umidade e quentura. Estacionei na entrada de sua boceta e senti a poça de prazer que havia se formado. Não resistindo à tamanha tentação, escorreguei a língua para dentro de sua concavidade.
O calor de seu corpo fluiu para o meu e seu gosto invadiu minha boca de forma indescritível, deixando-me arrepiada. Com movimentos de vai-e-vem, eu fodia Dafne incansavelmente. Suas mãos forçavam meu rosto contra seu sexo, fazendo-me ir cada vez mais fundo. Gemendo, Dafne pediu:
- Os dedos, Carol... Eu quero seus dedos!
Imediatamente obedeci. Subi a língua para seu clitóris e penetrei-lhe dois de meus dedos. Contorcendo-se inteira, Dafne afundou o rosto na almofada e passou a gemer desesperadamente. Orgulhosa pelo resultado obtido e sentindo que o orgasmo se aproximava, passei a fodê-la com força. Minha língua insistia em seu grelinho, enquanto meus dedos fodiam-na incansavelmente, de forma arrebatadora.
Gemendo frases desconexas, Dafne agarrou-se à almofada e pressionou-a fortemente contra o rosto, enquanto seu corpo contorcia-se em espasmos violentos, sacudindo-lhe o quadril. Sua respiração ficara pausada e irregular, denunciando seu estado de total descontrole. Não demorou muito para que eu sentisse as contrações de suas entranhas em meus dedos, anunciando seu gozo.
Após alguns gemidos, suspiros e tremores, seu corpo relaxou e Dafne jogou a almofada longe. Seu rosto voltara a ser angelical e um enorme sorriso enfeitava-lhe. Gulosa, minha boca ainda se encontrava entre suas pernas, sugando seu mel, saciando minha vontade de sentir seu sabor. Só voltei a beijá-la após o verdadeiro banho de língua que havia dado em sua vulva.
- Gostosa! – sussurrei, em seu ouvido
Sorrindo, Dafne abraçou-me afetuosamente e beijou-me a testa.
Ficamos um bom tempo deitadas no sofá, nuas, sem dizer palavra, sem temer a presença de alguém. Estava quase clareando o dia quando ela disse:
- Daqui a pouco eu tenho que ir.
Sem dizer nada, apenas comecei a juntar as roupas do chão. Não queria pensar no assunto naquele momento. Queria apenas dormir.
- Quer voltar comigo? Você pode estudar lá e... – ela começou a argumentar
Evitei ouvir o que ela tinha para dizer. Não queria ser uma sombra na vida dela, enquanto meu tio tomava o lugar de par perfeito. Virei as costas e fui para o quarto, sem olhá-la, sem despedidas. Ouvi sua voz chamar meu nome algumas vezes, mas apenas deitei na cama e dormi.
*
Acordei 9 horas da manhã, já com Dafne na mente. “Agora os dois já estão longe”, pensei.
Ao levantar, vi um papel branco perto da porta. Não precisei ler para saber de quem era. Deixei-o lá. Fiquei com medo de tocá-lo.
Ao sair do banho, desci as escadas para tomar o desjejum. Assustei-me ao me deparar com meu tio sentado no sofá, conversando com alguém no telefone, com um ar enraivecido. Aproximei-me de minha mãe e perguntei:
- Eles não deveriam ter ido embora?
- Parece que sua tia Dafne resolveu acordá-lo hoje cedo, terminou o relacionamento e foi embora. – respondeu minha mãe
Sentindo um frio na barriga, respirei fundo e voltei a questioná-la:
- Por quê?
- Não sei – disse ela – Às vezes, quando sentimos que as coisas não vão dar certo, a gente tem que fazer o que precisa ser feito.
Mal dando atenção para as palavras de minha mãe, voltei correndo para o quarto e peguei o bilhete do chão. Nele estava escrito:
“Amada Carol,
Eu te prometi qualquer coisa e você me pediu para que eu o largasse. Ontem você insinuou que não confiava em mim e hoje eu cumpri minha promessa. Eu deveria sentir-me orgulhosa e esfregar em seu lindo rosto que você não deveria me subestimar. Porém eu sinto-me como alguém que já esteve no topo, mas viu-se obrigada a renunciar tal privilégio. Pois aqui, com o coração em pedaços, não sei como te dizer que não consigo sequer pensar em guardar rancor de você. A única coisa que penso é em te ter ao meu lado. Não te exijo nada, nunca precisei, apenas te pergunto:
Você vem?
Dafne”
*
- E foi a primeira vez que eu disse “não” a ela. – informei
- Mas por quê? – perguntou, curiosa, Fernanda
- Porque, às vezes, quando sentimos que as coisas não vão dar certo, a gente tem que fazer o que precisa que ser feito.
C.R.

6 comentários:

  1. Esse final foi inesperado, ao menos para mim. Não esperava que Carol recusasse um relacionamento com Dafne. Cheguei a ficar perplexa. LOL!

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  2. Ai amei apesar qe no fim Carol recusou mais adorei principalmente o fim...

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  3. A Dafne não te convence mais, Carol? Eu acho ela muito indecisa e complicada!

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    1. Tem um momento que cansamos de certas pessoas e comportamentos e foi isso que aconteceu com a Carol

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