Conheci Sofia no finalzinho das férias de janeiro, através de uma amiga. Essa amiga disse que Sofia estava se transferindo para a universidade em que estudávamos e procurava um lugar próximo para morar, mas não tinha achado nenhum que lhe agradasse e coubesse no orçamento. Assim sendo, a garota estava preocupada, pois as aulas começariam na semana seguinte e ela ainda não tinha se instalado.
Com a melhor intenção possível, disse à minha amiga que Sofia poderia ficar no meu apartamento, que tinha dois quarto e ficava perto da universidade, até encontrar um lugar para morar. Deixei bem claro que ela teria a maior privacidade e liberdade possível, pois eu estagiava durante o dia, estudava durante a noite e geralmente ficava com Ana durante os fins de semana. Minha amiga ficou muito agradecida, disse que no dia seguinte traria Sofia para me conhecer melhor.
Ana, porém, não gostou da idéia. Não éramos namoradas, pois, segundo ela, seria antiético, já que trabalhávamos juntas (eu era a subordinada e ela a chefe), mas mesmo assim Ana era mandona, exigente e ciumenta, não podia ver-me conversando com outra pessoa que já ia correndo saber quem era. Era nessas horas que eu, ironicamente, dizia:
- Namorar não pode, mas transar a noite inteira e ficar com ciuminho da estagiária pode, não é?
Ela nunca respondia, só fechava a cara.
Quando falei na possibilidade de outra garota vir morar no meu apartamento, ela ficou com raiva, não falou direito comigo durante dois dias.
Um dia depois, como havia prometido, minha amiga trouxe Sofia para eu conhecer, confesso que fiquei um pouco encantada com a garota. Seus cabelos ruivos e compridos, os olhos grandes e verdes, os lábios bem desenhados e vermelhos lhe davam um semblante de anjo inocente. Sua pele branquinha era coberta por algumas sardas que se espalhavam por toda a sua extensão. Era magra, alta, teria jeito para ser modelo se não fosse tão tímida. Nos gostamos de imediato e poucos dias depois ela já estava se mudando para meu apartamento.
Ela trouxe poucas coisas consigo, eu a deixei bem a vontade para arrumar o quarto como lhe agradasse.
Fomos nos conhecendo melhor com o passar dos dias. As aulas recomeçaram e eu chegava bem tarde em casa, mas Sofia sempre estava me esperando. Eu ia logo tomar banho enquanto ela preparava um lanche leve para comermos, gostávamos muito da companhia uma da outra, ficávamos conversando durante horas e, apesar de achar minha amiga muito linda, sempre tive um respeito especial por ela.
Certa noite, antes de irmos dormir, Sofia me pediu para trançar seus cabelos, não vi problemas em aceitar. Sentei-me no sofá, com as pernas um pouco afastadas, e pedi para que ela sentasse no chão, entre minhas pernas. Quando foi sentar, Sofia apoiou as mãos em minhas coxas, fazendo pressão à medida que ia se abaixando. Não pensei que isso iria surtir algum efeito em mim, mas meu corpo me avisou que estava errada, pois senti minha calcinha ficar molhada a cada milímetro que ela abaixava. Foi um movimento pouco rápido, mas para mim foi quase que em câmera lenta, tentei mandar minha excitação se controlar, mas era difícil com ela entre minhas pernas. Muitas coisas passavam por minha cabeça: “Sofia virava para mim e eu a puxava contra meu corpo”... Ou “Eu me agachando por trás e beijando a nuca de Sofia”... Ou ainda “Sofia me abrindo as pernas e enfiando os dedos”... Tentei afastar estes pensamentos o mais rápido possível, enquanto trançava seus cabelos avermelhados.
Trançar os cabelos de Sofia acabou se tornando um hábito. Todas as noites eu o fazia, ela nem precisava pedir-me, simplesmente sentava entre minhas pernas. Aquela proximidade toda me perturbava muito, ela era gostosa, dava vontade de comê-la inteira, meu corpo simplesmente não me obedecia, muito menos minha mente. Não sei se percebia alguma coisa, mas ela me parecia tão inocente que eu nem me preocupava. Quando a via deitada de bruços no chão, com um short minúsculo, estudando, com os cabelos presos e apenas algumas mechas soltas, ela levava a caneta aos lábios, dava mordidinhas e depois voltava a escrever, meu corpo berrava e eu me obrigava a desviar os olhos, não só por respeitar ela, mas também por respeitar Ana.
Outra coisa que me fazia desviar os olhos era saber que o mais próximo de uma experiência lésbica que Sofia poderia ter estado foi quando, em um fim de semana, ela chegou de uma festa e eu estava sentada no colo de Ana, com as mãos nos seios dela, por baixo da blusa, enquanto a beijava sofregamente. Lembro até hoje a cara que Sofia fez, ficou espantada, mas, curiosa, não desviou os olhos. Levantei do sofá rindo da situação e pedindo desculpas pelo acontecido, ao mesmo tempo em que puxava Ana pela mão, indo em direção ao meu quarto. Chegando lá, acreditei que Ana fosse começar a discutir comigo, como isso não aconteceu, joguei-a na cama e comecei a tirar-lhe a roupa e beijar-lhe o corpo, ainda imaginando o que poderia estar se passando na cabeça da deliciosa Sofia.
No dia seguinte, acordei mais cedo e fui até a cozinha preparar o desjejum, sabia que Ana gostava de café bem forte durante a manhã, então, resolvi fazê-lo. Sofia apareceu segundos depois, ficou um pouco corada quando me viu e disse:
- Pensei que não gostasse de café. Nunca te vi fazer
- Não é para mim, é para Ana. – respondi
- Desculpe por ontem. Se você tivesse avisado, eu teria...
- Não precisa se preocupar, não foi nada. – interrompi
Depois daquele dia, Sofia passou a se interessar mais pelo meu relacionamento com Ana. Vivia fazendo perguntas sobre tudo. Quando eu falava, ela parecia entrar em outro universo. Ela me ouvia sempre atenta, como eu dizia que Ana era a minha preferida, loira, cheirosa, tinha um corpo de dar inveja a muitas menininhas por aí, além de ser a mais tarada e gostosa que eu já tinha experimentado, Sofia, cheia de graça, apelidou a Ana de ‘loirona’. Quando eu comecei a contar-lhe sobre as boates que havia freqüentado e o que pensava quando via algumas garotas sentadas, ela me perguntou:
- O que pensaria se me visse sentada, lá?
- Eu pensaria que você é virgem! – respondi entre risadas
- Ah, estou falando sério. – rebateu ela, ficando corada e rindo um pouco
- Tudo bem. Eu acho que te veria deslocada num lugar assim, pois só lhe faltam as asas para virar anjo!
Ela ficava toda sem graça, corava ainda mais e ria com aquele jeitinho de projetar a cabeça para trás que eu achava uma graça.
VAI ATÉ Q PARTE ESSE CONTO ?
ResponderExcluirAMEI , VOU TE ACOMPANHAR , RS
Ele está dividido em 3 partes.
ExcluirTe aconselho a ler todos os contos da Carol ;)