segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Pimenta Gaúcha Parte II

Fiquei irritada com a intimidade com que ela me tratava, pois mal a conhecia. Porém, a proximidade do corpo dela me perturbava de outra forma. Quando ela havia sentado ao meu lado, eu não tinha notado o quanto seu corpo era desejável. Ela estava trajando uma saia curta e florida, de tecido leve e um top branco. Seios médios, cintura fina, pernas grossas, braços fortes... Com certeza deveria ser praticante de algum esporte. Seu corpo exalava um cheiro bom de perfume oriental, daqueles bem exóticos que te envolvem e esquentam. Perguntei-me: ‘’Como pude não notar?’’

- Vais ficar sem falar comigo, agora? – perguntou

- Não. Só estava indo até a cozinha, não estava fugindo de você. – falei a primeira coisa que me veio na mente

Olhando-me nos olhos, Lorena me soltou e voltou para a areia sem dizer palavra, enquanto eu me dirigi ao banheiro, na esperança de não ser interrompida enquanto pensava no assunto.

Fiquei de frente para o espelho, encarado a mim mesma, me sentindo confusa por não saber o que pensar. Lembrei-me do dia anterior à ida de Ana, ela me chamava pelo telefone a cada minuto disponível, nem que fosse só para me arrancar um beijo. Toda vez que eu abria a porta de sua sala, ela já estava esperando, mal me dava tempo de entrar. Puxava-me pela cintura e começávamos a verdadeira troca de chupões que eram nossos beijos. Quando saímos do trabalho, ela não me deixou ir para a universidade, me levou para a sua casa e começou a me despir na garagem, enquanto saíamos do carro. Sua mão passeava por todo o meu corpo, arrancando suspiros de meus lábios e me fazendo apertar-lhe cada vez mais o corpo. Quando chegamos ao quarto, todas as nossas peças de roupa já haviam caído pelos cantos da casa, o único trabalho que Ana teve foi o de me jogar na cama e se enfiar entre minhas pernas para começar a chupar-me com uma voracidade que nunca havia feito. Suas unhas encravavam em minhas coxas enquanto sua boca percorria insistentemente minha vulva. Meu corpo arqueava-se na cama e minhas pernas afastavam-se cada vez mais. Ana passou a enfiar-me os dedos e insistir com a língua em meu clitóris. Segundo depois eu já estava me desmanchando em gozo na sua mão, enquanto gemia alto, chamando seu nome.

A combinação dessas lembranças com a visão do corpo de Lorena resultou em um fogo que me consumia rapidamente. Não pensei duas vezes, abaixei o short que estava usando, sentei-me no vaso com as pernas abertas e comecei a me masturbar ali mesmo, rezando para que ninguém aparecesse.

Saí do banheiro por volta de dez minutos depois, arrumando o nó do top que usava. Quando levantei os olhos, Lorena estava encostada na parede do corredor, com os braços cruzados e o mesmo sorriso malicioso no rosto. Senti minha face enrubescer e minha mão passou nervosamente pelos cabelos. Encarei-a tentando descobrir se tinha ouvido algo.

- Como demorou, estás passando bem? – perguntou

- Só precisava ficar um pouco só. – respondi

- Ah, entendo. Por que não foi para um dos quartos? – disse enquanto se aproximava de mim – É bem melhor para se isolar, ninguém perturba.

Novamente aquele perfume me invadiu as narinas, parecendo me abraçar e esquentar o corpo. O jeito com que seus olhos percorriam meu corpo parecia me despir. Lorena deu mais alguns passos em minha direção, enquanto eu recuava.

- Não me importa que fique no meu quarto, é bem confortável – continuou falando

Ela aproximou-se mais um pouco, quando tentei recuar, senti a parede em minhas costas.

- Se você quiser, eu te acompanho – completou

Lorena levantou um dos braços e apoiou a mão na parede, na altura de meu pescoço. Eu sentia meu coração bater tão forte que me perguntava se ela podia ouvir. Respirei fundo.

- Não precisa, já estou bem. - informei

Lorena sorriu, passou a mão por meus cabelos, contornou meus lábios com o polegar e disse:

- Tua namorada não devia te deixar solta, assim.

Afastou o corpo do meu, virou as costas e saiu andando.

Algum tempo depois, reencontrei Samara que a esta altura já estava com a fala embargada.

- Não posso ficar, é melhor voltar para casa. – eu disse a ela

- Que nada, sua boba. Dorme aí.

- Quem é a dona da casa? – perguntei

- A Lorena.

- Por isso mesmo não posso ficar.

Samara ficou ainda algum tempo tentando me convencer a permanecer na festa, mas eu sabia que não haveria condições. Se dando por vencida, Samara me informou que minha bolsa havia sido levada junto com as outras para um dos quartos, no andar superior. Tentei perguntar em qual deles estava, mas ela mais enrolava que falava, então resolvi procurar por mim mesma.

Subi a escadaria que dava acesso aos quartos e fui abrindo porta por porta, procurando o tal armário que minha amiga havia descrito. Quando finalmente o encontrei, fiquei surpresa por ver que minha bolsa não estava junto com as demais.

- Espero que não se importe que eu tenha mudado sua bolsa de lugar... foi por segurança – disse a voz com o forte sotaque gaúcho, me assustando

Virei o corpo, sobressaltada, e vi Lorena encostada no batente da porta.

- Você é o que? Um fantasma? Está louca? Que susto! – reclamei enquanto levava a mão ao peito.

- Bah! Não queria te assustar – disse ela, rindo muito – Venha... te levo até sua bolsa.

Lorena saiu andando, acompanhada por mim. Ela parou de frente para uma porta e a destrancou. Quando entramos no quarto, logo vi minha bolsa em cima da cama de casal. Apressei-me para pegá-la e quando a toquei, senti o corpo de Lorena se encostando ao meu, me abraçando por trás. Suas mãos eram grandes, fortes, pareciam me envolver inteira, meu corpo gritava a cada milímetro que elas percorriam. Lorena afastou meus cabelos da nuca e começou a beijá-la, ao mesmo tempo em que descia as mãos para minhas coxas e me arranhava, seu toque parecia fazer minha pele arder, me fazia ficar toda arrepiada.

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