segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A bibliotecária Parte IV

- Agora não! Outro dia. – disse Luana, interrompendo meus devaneios
Tentei insistir, mas ela deu a entender que estava “naqueles dias”. Então resolvi ficar na minha.
Como havíamos marcado de ir dançar com alguns amigos, passei o resto da tarde tentando me distrair comprando roupas novas e indo ao salão de beleza, futilidades que eu não costumo praticar, mas tudo valia para aliviar minha mente e meu corpo. Quando o relógio marcou 23:00 horas, Luana estava buzinando em frente à minha casa.
Chegamos ao local e encontramos nossos amigos. Tentei namorar um pouco com Luana, mas ela estava muito sensível e manhosa - nenhuma característica que eu admire muito -, para não me irritar, acabei por deixá-la de lado. Depois de algumas horas, fui até o bar para comprar um copo de refrigerante. Quando estava voltando para o grupo, vi que tinha uma moça morena conversando com o pessoal. Apesar da escuridão, tive certeza de que era Fernanda. Senti meu coração acelerar e meu corpo parecia ficar mole. Esperei ela se afastar do grupo e fui até lá. Encostei-me no balcão que estava atrás de nós e passei a observar Fernanda, que estava na pista de dança. Ela estava terrivelmente gostosa, trajava uma mini-saia branca e uma blusa de “gola boba” preta, que caia por um de seus ombros. Minha boca chegava a salivar diante de tamanho monumento da natureza. A pele morena parecia tão macia e Fernanda era tão cheirosa que me agoniava não poder tocá-la. Seu corpo se movia de acordo com a música, os quadris se soltavam, ela jogava os cabelos e levantava os braços. Exalava sensualidade por todos os poros. Cheguei a sentir ódio da garota que a havia tocado na biblioteca.
- Carol, não estou bem. Acho que vou para casa! – disse Luana, me dando um susto
- Quer que eu te acompanhe? – perguntei, morrendo de vontade que ela negasse
- Não precisa. Depois você pega carona com um dos meninos. Vou indo. – despediu-se ela, antes de me dar um beijo
Pode parecer terrível de minha parte, mas eu achei ótimo ela ter ido embora mais cedo. Fiquei observando Fernanda por um tempo e fui buscar mais refrigerante no bar. Quando voltei, apoiei os braços no balcão, ficando de costas para a pista. Senti alguém aproximar-se e me segurar pela cintura.
- Se beber muito, vai acabar ficando tonta! – sussurrou bem próxima ao meu ouvido
Fechei os olhos por um instante e me virei. Fernanda estava tão perto que eu sentia vontade de gritar.
- Se continuar assim, eu terei que te levar para casa. – complementou
Pensei em dizer que não tomava bebidas alcoólicas, mas a idéia de Fernanda me levando em casa foi tentadora demais.
- Eu estou bem. Não precisa se preocupar. – respondi enrolando a voz propositalmente
Fernanda riu e se colocou ao meu lado.
- Você já tem 18 anos? – perguntou
- Já.
- Hum, menos mal. Já te disseram que aparenta ser mais velha do que é?
- Já, também.
- E já te disseram que está mais gostosa que o habitual, hoje?
Reuni coragem e abusei do fato de ela pensar que eu estava um pouco bêbada.
- Não. Mas como pode dizer uma coisa dessas se ainda nem provou?
Um sorriso safado se formou em seus lábios, me arrancando suspiros.
- Você fica mais interessante quando está tomando esse negócio. – disse ela, entre risos
Aproximei meu corpo do dela e cochichei em seu ouvido:
- Você nem imagina o quanto.
Subi uma de minhas mãos por sua coxa, assoprei-lhe o ouvido e beijei-lhe o pescoço. Todo o seu calor parecia ter sido transferido para o mim. Percebi um leve tremor percorrendo seu corpo.
- Acho melhor te levar para casa, antes que você me obrigue a cometer uma loucura.
Ao dizer isso, ela me puxou pelas mãos e avisou a algumas pessoas que estávamos indo embora.
Fernanda acompanhou-me, de mãos dadas, até o estacionamento. Quando chegamos em frente à minha casa, fiz questão de que Fernanda me levasse para dentro, mas ela se recusou a entrar, ainda mais quando eu disse que meus pais não estavam. Só concordou em me levar quando eu disse que estava passando um pouco mal. Na garagem, ela abriu a porta e eu a empurrei contra o carro e colei meu corpo no seu. Vi seus pêlos do braço ficarem eriçados e comentei com ela.
- Você que me dá arrepios. – disse-me
- Hum... Arrepios, é? Daqueles que deixam a gente molhada? – perguntei, voltando a enrolar a voz
Seus olhos verdes brilhavam e sua língua umedeceu os lábios.
- Não faz isso, garota. Não posso fazer nada com você. – pediu
Sem dar ouvidos, puxei sua nuca e dei-lhe um beijo. Sua boca era quente, macia, gostosa. Os movimentos de sua língua encaixavam perfeitamente com os meus.
- Parece que alguém mentiu só para me roubar um beijo. – disse ela
- Do que está falando? – perguntei
- Seu hálito. – respondeu-me, enquanto sorria
Percebendo a minha falha com relação a este pequeno detalhe, devolvi o sorriso. Ela apertou-me pela cintura e empregou mais vontade ao beijo.

Um comentário: