Enquanto isso Alicia sofria constantes ameaças das
detentas. A vida atrás das grades lhe eram um tormento, a lourinha passava
noite em claro, tinha medo de dormi e lhe acontecer alguma coisa. Não interagia
com ninguém, Camila através do dinheiro conseguiu alguns privilégios para a
estudante. Privilégios esse que causava muita inveja nas detentas, a estudante
tinha uma cela individual, passava a maio parte do tempo na tecelagem onde
trabalhava para diminuir sua pena e ganhar um pouco de dinheiro. Durante a
noite se pegava a ler, tinha pedido alguns livros a sua advogada, precisava
ocupar sua mente. Depois do banho a lourinha deitou na cama de cimento. Seu
corpo estava exausto. Sua mente girava em torno de duas pessoas. Como estaria
seu filho agora. Ela pegou uma foto em meio aos livros olhava cheia de
emoção menino com Larissa, passaram-se cerca de três meses, apesar da tristeza
sentia-se feliz porque sabia que o pequeno já havia conquistado coração da promotora.
Alicia adormeceu abraçada a fotografia.
A manhã do domingo começou agitada. Era dia de
visita, o dia mais esperado entre as detentas. Às oito horas em ponto as presas
saíram alvoroçada para o pátio receber suas visitas. Alicia permanecia deitada
em sua cela, uma tristeza pousou em seu coração, aquela manhã começou muito
triste, as lembranças de sua vó lhe perturbar a mente. Chorou copiosamente,
orou baixinho pedindo perdão, Alicia nunca sentira tão arrependida como se
sentia. A vida tinha lhe trazido muitos dissabores nos últimos meses. No meio
da manhã ela recebe uma visita inesperada em sua cela.
- E ai
princesa – falou Flora uma agente robusta. Ela entrou na cela de Alicia.
- O que você
quer?- indagou levantando-se.
A mulher lhe lançou um
olhar que Alicia logo reconheceu.
- As coisas
aqui são muito difíceis – disse rodando a presa – você é uma garota de sorte. –
afirmou – hoje é seu dia de sorte. – deu um sorriso sarcástico, a mulher passou
a mão nos seios de Alicia que automaticamente deu-lhe um tapa.
- Como ousa!
– disse a agente pegando bruscamente no braço da lourinha. – você pensa que só
porque é protegida do diretor vai cantar de galo aqui, quem manda nessa porra
sou eu – gritou. – vou lhe dá uma lição.
Flora era uma mulher alta tinha um e oitenta de altura,
corpulenta, tinha a fisionomia de um homem. Trabalhava naquela penitenciária,
desde que tinha seus vintes anos, abusava da sua autoridade para conseguir
favores sexuais. Oferecia algumas regalias em troca de sexo e obediência das
detentas, muitas delas morria de medo da agente. Desde que Alicia chegará ali à
mulher nutria uma forte tração por ela, todas as tentativas fracassadas em
persuadi-la pra ter sexo. Flora acabou nutrindo um ódio, mandara algumas detentas
arrumar confusão com Alicia muitas vezes à estudante conseguia ganhar o que
irritava ainda mais a mulher.
Ela tentou agarra a força
a estudante, Alicia não cederia deu-lhe um empurrão que ela acabou caindo, a
agente foi pra cima de Alicia tentando esbofeteá-la, por sorte Lucia passava
por ali e viu a cena.
- Parem!
Parem! – a mulher puxava Flora de cima de Alicia, a mulher estava possessa.
- Essa
vagabunda – xingava. – você ta fudida na minha mão... Ta fudida.
Alicia tentava voltar ao controle, antes de sair Flora faz um
gesto ameaçador. O corpo de Alicia estremeceu. Ela sentou-se na cama levando
suas mãos até o rosto.
- Não
tem jeito menina sempre se metendo em confusão. – disse Lucia.
Lucia era uma agente muito querida e amada pelas detentas,
sempre as tratava de forma humana. Trabalhava ai à quase vinte anos.
-
Desse jeito você não dura muito tempo aqui. – alertou com uma voz preocupada.
- Eu não fiz
nada. – sussurrou a lourinha com a voz tremula.
- Mesmo assim
cuidado. Agora se levante você tem visita.
Alicia olhou
confusa, de início parecia não ter ouvido direito.
- Você
tem visita.
- Acho que
não, não tenho ninguém.
- Bem tem
uma visita pra você, melhor ir.
Alicia permanecia no
mesmo lugar.
- Não
sei quem veio lhe visitar, mas sei que deve ser importante e ter forte
influência com Dr. Rogério porque ela espera você na sala particular.
Alicia então engoliu em seco, imaginou de quem se tratava.
Logo seu estômago deu uma reviravolta, suas pernas perderam a força
instantaneamente, Lucia percebeu que a mulher tinha desequilibrado a estendeu a
mão.
-
Vamos menina, não deixe sua visita esperando.
Alicia foi caminhando até a ala norte da cadeia onde
ficava o prédio da administração e a enfermaria. Suas pernas tremiam. Seu
coração batia tão acelerado que chegava a doer. Larissa já tinha tentado lhe
visitar, mas a lourinha sempre se recusava a vê-la, ela não queria submeter à
promotora a tal constrangimento. As duas mulheres param numa porta, logo a
guarda entrou saindo logo depois.
- Por
qui. – Alicia acompanhou. A mulher parou num pequeno corredor.
- É naquela
última porta. – Disse.
- Você não
vai comigo?
- Não,
aproveite, você tem até o final da tarde as 16h00min acaba a visita e você será
escoltada até sua cela.
Logo depois Lucia virou-se e saiu. Alicia ficou
quase cinco minutos parada diante da porta, estava tão nervosa sabia quem era
ela. Podia sentir seu perfume, com as mãos tremula ela colocou a mão na
maçaneta a girando com cuidado. Assim que abriu a porta, seus olhos captaram
aqueles olhos negros que tanto a encantava. Larissa sentiu o baque no coração.
Eram tantos sentimentos que as deixavam sem ação. Mas foi a ação de uma criança
que acabou com aquele momento.
- Mainha... – gritou Vinicius super feliz ao ver a mãe.
Foi então que Alicia saiu
do transe e percebeu que a promotora não estava só, seus olhos viraram para o
menino em segundos uma felicidade invadiu seu peito. A lourinha pegou seu filho
no colo, choros e sorrisos naquele momento. Larissa tentava disfarça a emoção
que sentia, como queria abraçá-la. Conteve-se, buscou as lembranças das coisas
ruins que Alicia tinha feito para frear suas emoções, disfarçadamente enxugou
umas lágrimas que tinha caído. Alicia permanecia ali de abraçada ao filho
chorando, foram longos minutos.
- Você
precisa se acalmar. – falou Larissa. – vem cá Vinicius. – chamou Larissa o
menino olhou para Larissa e não hesitou em obedecê-la. Larissa agachou ficando
na mesma altura que o menino encarando seus olhos que brilhavam de felicidade.
– ta feliz por ver a mamãe? – to sim . – abraçando a madrasta com carinho. –
mostra pra sua mãe o que você trouxe pra ela.
O menino então
correu para o monte de sacolas que tinha trazido com a morena.
Larissa
levantou-se ficando de frente a frente com Alicia, quando seus olhos se
encontraram não houve muralha alguma. Alicia se jogou nos braços da morena num
choro desesperado. Larissa não resistiu precisava tanto daquilo, as duas se
abraçaram forte chorando como crianças. Os pedidos de perdão amaciava o coração
ferido da advogada. Aos poucos seus lábios foram procurando os dela o beijo
salgado com sabor de lágrimas, ternos o suficiente pra despertar todo amor que
as uniam. Um beijo calmo, cheio de ternura, amor, onde suas línguas embarcavam
numa viagem fantástica, parecia que não existia nada além do que aquelas suas
almas que se amam. Mas não era bem assim, aos poucos a morena foi se afastando,
foi caindo em si, ao parar o beijo leu nos lábios da lourinha.
- Eu
te adoro de paixão...
Larissa então se afastou, olhou para Alicia mais uma
vez e baixou a cabeça, sentia-se tão triste. Só então as duas perceberam um
olhar curioso de um garotinho de quatro anos. A pergunta que deixou as duas
completamente desconcertadas.
-
Mamãe porque a senhora beijou na de tia Larinha?
As duas mulheres
ficaram vermelha afundada na vergonha e no desconcerto.
O menino continuava a encarar as duas mulheres,
Larissa sentou-se numa cama Alicia sentou-se ao lado dela. Uma olhava pra outra
sem saber o que dizer. As duas mães de primeira viagem. Tinham muito a aprender.
-
Mamãe não beijou na boca da tia Larissa. – falou em gaguejo, o menino cruzou os
braços encarando sério as duas.
- Eu vi, num foi
tia Larinha?
Larissa engoliu em
seco, preferia encarar um júri a que aquele menino questionador.
- Foi
sim. – finalmente afirmou.
- Larissa –
resmungou Alicia.
Vinicius olhou para Larissa depois para Alicia, parecia pensar, logo em seguida
perguntou.
- Eu
vou ter duas mamães como a Malu e o Lucas? – indagou cruzando os braços
esperando uma resposta.
Larissa achou curioso o jeito de Vinicius, ele
tinha quatro anos, era uma criança muito sensível e muito inteligente. Já tinha
feitos perguntas a ela sobre o por quê a Maria Luiza tinha duas mamães, Larissa
achava engraçado mais nunca lhe respondia. Nunca imaginou passar por uma
situação dessa. Os meses em sua companhia lhe despertaram
sentimentos maternos, o amava com todo coração, aprendeu a vê-lo como um filho
que sabia que não teria. Seu jeito a cativava ainda mais. Havia criado uma
relação de respeito e amor com ele. A morena olhava para Alicia via como ela
estava perdida. As duas não mediram a conseqüência daquele beijo. Mas era
importante falar com o menino. Deixá-lo na dúvida não seria bom. Assim
calculou.
- Não
sei como explicar – confessou Larissa sem conseguir encarar Vinicius.
- Vem cá
filho – chamou Alicia sentando o menino no colo – eu e a Larissa agente se
gosta muito e como agente se gosta muito às vezes acontece da gente beijar na
boca. – disse toda atrapalhada.
- Mamãe, eu
quero ter duas mamães também igual à Malu e ao Lucas.
Larissa sentiu-se emocionada com que acabara de
escutar. De forma instantânea viu seus olhos se encher de lágrimas. Alicia
apertou sua mão com carinho.
- E
você acha que a Lary vai querer ser a mãe de um super menino – a mulher fazia
cosquinha na barriga de Vinicius que ria de se acabar, minutos depois, ele
perguntou a promotora.
- Tia
Larinha – era assim que o menino chamava Larissa porque os pais de Larissa a
chamavam assim, ele acabou se acostumando – a senhora é minha mamãe também.
Larissa fez que sim com a cabeça, o menino a encheu de beijos.
- Eba, vou
conta pro Lucas e pra Malu, pra tia Duda, pra tia Isa, pra tia Camila, pra vovó
Guto. – o menino falava de todas as pessoas que se tornaram sua família.
Vinicius parecia ignorar onde estava. O menino
parecia super feliz ao ver sua mãe, ele tagarelava o tempo todo, Larissa contou
a Alicia tudo que se passara com ele desde que viera morar com ela. Muitas
vezes, ele ficou doente, contou-lhe que havia o matriculado na mesma escolha
que os filhos de Duda e Camila estudava. Ambos pareciam amigos tinham quase a
mesma idade o que facilitou muito a adaptação dele. Horas depois Larissa
mostrou a comida que sua mãe tinha lhe preparado.
- Sua
mãe já sabe? – indagou amedrontada.
- Não tinha
como lhe esconder, preciso dela ao meu lado. Eles adoram o Vinicius, o pequeno
os chama de vô e vó.
A lourinha abaixou sentia uma felicidade tão grande
de ouvir aquilo, apesar de tudo nunca perderam o apoio deles. Depois do almoço
Vinicius acabou cochilando o que gerou momentos de desconforto, pois era ele
que tomava atenção delas. Alicia olhava pro filho adormecido.
- Ele
é uma criança muito tranqüila.
- É sim. Eu
te disse, Vinicius é um bom menino.
- Como você
está? – indagou mudando de assunto, Alicia se remexia no canto da cama. Fugia
do olhar de Larissa.
- Estou bem.
- Não é o
que parece. Você é uma imbecil sabia, - disse Larissa sem se conter e puxando
Alicia para mais um beijo, beijos seguidos de outros e outros, era tanta
necessidade de está juntas. – vamos casar – disse.
- O quê? –
indagou completamente surpresa.
- Preciso
que você e eu nos casemos, já estou providenciando tudo.
- Eu não
estou entendendo.
- Vou entrar
com o pedido de guarda definitiva do seu filho, mas para o juiz conceder eu
tenho que provar que temos uma relação estável.
Alicia não
conseguia entender porque Larissa estava fazendo aquilo.
-
Estou fazendo isso pelo Vinicius Alicia, só por ele. – agora sua voz saia cheia
de amargura, Larissa mudou da água pro vinho. O sinal da sirene tocou
anunciando o fim da visita, Larissa então acordou o menino. A despedida foi
dolorosa pra todos.
Antes de ir Alicia
fez um pedido.
-
Queria vê-lo de novo. – disse tímida.
Larissa então notou marcas roxas nos braços de
Alicia, chegou mais perto e perguntou sobre os machucados a estudante desviou o
assunto. Enciúma a morena perguntou.
- Já
arrumou uma namorada foi?
Alicia sentiu raiva, que idéia estaparfudia, mas
resolveu ignorar, lembrava do ciúme da ex-namorada. Abraçou pela última vez o
filho, mesmo de contragosto as duas se despediram com um beijo apaixonado.
- Eu
sou apenas sua, sua boba. – sussurrou a lourinha no ouvido de Larissa.
As duas ficaram testa a
testa, Larissa não conseguia mover seus pés, um agente batia na porta
anunciando o fim da visita, um choro abafado.
- Como eu
queria te odiar... – disse. Conseguindo unir força e sair.
E assim ela e o menino se
foram. Logo Alicia voltou a sua cela, chorou copiosamente aqueles momentos
pertos dos entes que amava foi revigorante, seu coração sentia uma grande
esperança. Pode ver nos olhos daquela mulher o quanto ela ainda a amava, Alicia
estaria disposta a tudo para conquistá-la. Os dias foram mais difícil ainda,
saudade do filho, lembrança da mulher lhe causava mais desespero. Na quarta
feira Alicia era escoltada até a sala do diretor, ao entrar dá de cara com
Larissa e sua advogada, tinha também outras pessoas.
- Oi
tudo bem Alicia? – pergunta Camila.
- Tudo bom
dia. – cumprimentou a detenta.
Logo em seguida Camila explicou o que acontecia ali, mesmo achando de total
imprudência, Larissa consumou o fato de firma união estável perante a lei.
Depois de tudo assinado, as duas mal trocaram palavra, logo Alicia foi
conduzida até a tecelagem.
- Porque
você fez isso? – questionou a advogada – foi muito imprudente de sua parte,
Larissa por pouco você não respondeu um processo administrativo.
- Sou
inocente e a justiça sabe disso. Camila quero que faça um favor para mim.
Camila buscou os
olhos da amiga. O carro parou no sinal vermelho.
- Não
quero testemunhar no julgamento.
- Como? –
indagou surpresa.
- Não quero
testemunhar.
- Larissa
mais você é a vítima. Isso...
- Camila,
meu depoimento só pode prejudicar ainda mais Alicia, principalmente agora que
ela passa a ser minha companheira, a promotoria vai pedi aumento de pena.
Utilize o artigo 203 com sobreposto do 206.
- Sei como
devo proceder só que acho que não seria interessante, sua imagem... Todos
querem justiça por você Larissa.
- Alicia
esta numa cadeia Camila, tendo todo seu direito básico ferido, maus tratos,
violência física e moral, você não a viu o quanto ela esta magra, abatida, não
posso deixá-la lá. Não posso. – as duas ficaram em silêncio.
Depois do casamento
Larissa passou a visitar Alicia todos os domingos, no início a lourinha
sentia-se envergonhada, mas a visita da mulher e do filho era seu único
conforto. A cada quinze dias havia visita íntima. Alicia foi pega de surpresa
quando Lucia afirmou que a mulher tinha visita. Alicia foi escoltada até o
quarto, lá encontrou Larissa. A morena estava linda, vestida numa calça jeans e
camiseta branca, seus cabelos estavam comprido amarrado num rabo de cavalo.
Larissa estava nervosa havia demorado muito até se decidir, como fez o
requerimento de visita íntima surpreendeu até mesmo o diretor, mesmo sendo um
direito constitucional das detentas poucas usufruía desse direito. Muitas nem
sabia.
Os meses foram passando e o relacionamento entre elas tinham melhorado muito,
mesmo de contragosto a morena já não nutria raiva alguma por aquela mulher e
sim carinho e dependência. Suas visitas constantes lhe trazia conforto para o
coração, isso acabou refletindo dentro de sua casa, aos poucos Dona Laura e Seu
Augusto viram que seria impossível nutrir qualquer tipo de ranço por Alicia.
Mesmo diante do mal que ela havia causado. O amor pela filha era maior,
ultrapassando até mesmo esse rancor. Larissa amava Alicia, amava mais que
nunca, criava seu filho como se tivesse seu próprio sangue. Eles queriam que a
felicidade da filha fosse plena, aos poucos os dois senhores foram se
aproximando da nora, na primeira visita na cadeia houve muito desconforto.
Alicia estava muito envergonhada pediu perdão com todo seu coração. Os dois
aceitaram, assim como lhe abriu os braço para que ela entrasse na sua casa e em
sua família. Larissa soube da visita dias depois, ficou muito feliz com a
atitude dos pais. Sua união com Alicia agora não só era afetiva, mas também uma
obrigação jurídica. Queria ter mais que laços afetivos com ela. Ao ser
autorizada a visita íntima a morena se preparava, poucas vezes esteve a sóis
com a mulher, sempre levava o filho ou ia acompanhada dos pais.
Larissa chega à penitenciaria, ela
estava nervosa, agradeceu as boas relações que tinha com o diretor. Assim que
entrou, trocou o lençol da cama, havia trazido algumas coisas com sigo,
principalmente muitos mantimentos, Alicia andava muito abatida desde que chegou
ali perdera muito peso o que preocupava a mulher. Aguardava a chegada dela.
Podia ouvir passos no corredor, segundos depois um agente abre a porta e Alicia
entra.
- Oi!
– diz Larissa. Abrindo um sorriso apaixonado.
- Oi! –
responde um tanto surpresa.
- Como você
está? Trouxe algumas coisas, alguns remédios. Fiquei sabendo que você andou
tento febre. – disse aproximando da lourinha tocando-lhe sua testa.
- Como sabe?
- Sei de
tudo que acontece com você aqui dentro Alicia.
Alicia sorriu deixando
Larissa toda boba.
- Sentir sua
falta. – disse. Larissa baixou a cabeça.
- Também
sentir.
- O que faz
aqui?
Larissa encarou a mulher, ficou um minuto a
observá-la, a vontade que tinha era de beija-lhe, mas contêm. Larissa e Alicia
sentaram-se lado a lado, a lourinha perguntava como estava Vinicius a morena
fazia uma narração detalhada da semana do garoto.
-
Obrigado. – agradeceu – nada do que eu posso fazer vai recompensá-la pelo que
você está fazendo ao meu filho.
- Ele é um
bom menino. – disse.
Nesse momento os olhos se cruzaram, já não tinha
como conter a paixão que possuía seus corpos, Alicia segurou Larissa pela nuca
lhe dando um beijo de tirar o fôlego. Seus corações galopavam, seus corpos
queimavam de desejo, as duas precisavam de mais. Alicia beijava com paixão,
seus corpos grudados, suas mãos passeavam uma no corpo da outra arrancando
suspiros de ambas, aos poucos Alicia foi deitando por cima da morena se
encaixando entre as pernas. Larissa gemia de desejo arrancando as roupas da sua
mulher, precisava tê-la, em poucos segundos as duas estavam nuas, um corpo
fundido no outro, a pele quente, o cheiro embriagador de ambas. Alicia beijava
com sofreguidão, suas mãos acariciavam os seios firmes da morena. A aos poucos
os gemidos baixinho, o rastro dos lábios quentes de Alicia era como brasa nos
corpo de Larissa. A ponta da língua da lourinha contornava os bicos daqueles
seios morenos, o possuindo com prazer. Larissa invertia a posição, ficando por
cima, tinha urgência em possuir aquela mulher que tanto amava, seus lábios
fizeram uma viagem fantástica por todas as partes sensíveis daquele corpo,
explorou cada canto dele arrancando gemidos e gozos intensos. A penetrando com
vontade, lhe dando ondas e mais ondas de prazer, as duas se amaram, uma a
outra, procurando produzir a mesma satisfação que recebiam. Os corpos cansados
e suados, Larissa posou a cabeça no peito de Alicia, o silêncio absoluto só era
interrompido com o som de suas respirações. A morena podia escutar os fortes
batimentos de Alicia, que por sua vez embriagava com o cheiro dos cabelos da
morena. Ficaram assim, durante longas horas, não havia palavras, apenas uma
quietação. Nenhuma palavra era preciso. O olhar dizia tudo que os lábios não
eram capazes de dizer. Larissa buscou o olhar de Alicia, suas mãos contornavam
seu rosto, seus lábios lhe davam beijos delicados, um sussurro.
- Eu
te amo...
Aquilo foi o suficiente para lhe devolver a vida,
Alicia sentiu as palavras de Larissa, tanto que ansiava por isso. Passaram-se
quase dois anos desde que foi presa, há havia obtido o perdão de Larissa, agora
obtém seu amor. A lourinha não conteve as lágrimas, não de tristeza mais se de
felicidade. Larissa enxugou depois a puxou para mais um beijo, um beijo que
logo foi despertando seu corpo, a morena, se encaixou em Alicia, seus sexos se
tocaram gerando uma onda de prazer, seus corpos se movimentavam no mesmo ritmo.
O desejo aumentando, as duas se amavam mais uma vez. A manhã amanheceu
ensolarada. Alicia já tinha costume de acorda cedo, ficou observando a mulher
dormindo, quase não podia acreditar que ela tinha voltado para seus braços, sem
medo, sem reservas, isso a lourinha podia ter certeza, Larissa havia voltado
por completo. A lourinha tomou um banho no minúsculo banheiro que tinha no
quarto, deixou um pouco de água para Larissa se banhar, ao voltar ao quarto à
morena já tinha despertado, olhava para a janela.
- Bom
dia. – disse Alicia.
Larissa virou-se para olhá-la, respondeu com um sorriso.
Alicia se aproximou-se sentando ao seu lado. Parecia nervosa. Larissa buscou
seus lábios querendo tirar qualquer dúvida que a lourinha pudesse ter em
relação ao futuro das duas.
-
Eu... – tentou falar alguma coisa.
- Não
precisa dizer nada, eu quero você Alicia. – disse a morena, os olhos se
fundiram, as palavras sincera revigorava suas forças. – quero que acabe logo
tudo isso, quero apenas ter uma vida em paz com você e seu filho. Quero apenas
minha família.
Alicia não tinha
palavras. Abraçou a morena mais uma vez com um pedido de perdão.
- Eu
amo você... – disse a lourinha.
Depois de outro beijo apaixonado a morena foi tomar
banho, o banheiro em péssimo estado ela tentava ignorar a precariedade do
lugar, só imaginar que sua mulher estava em situação pior lhe enchia o coração
de angustia. Depois que Larissa tomou banho as duas sentaram-se para se
alimentar, a lourinha comeu muito, havia tempos que não se alimentava tão bem,
não por falta de alimento, pois Larissa lhe mandava de um tudo, nunca deixando
falta-lhe nada.
- Ainda
não acredito. – disse eufórica.
- Eu te amo.
– respondeu à morena dando um selinho.
- Você é
tudo pra mim. – disse Alicia sincera – quero pagar tudo que devo a sociedade e
começa uma vida com você e meu filho.
Logo Larissa mudou de
tom.
- Sua
situação não é muito fácil, Camila já lhe deve ter explicado.
- Você sabe
que sou inocente, nunca me envolvi nos negócios do Raul, juro pelo meu filho
Larissa.
- Não
precisa jurar, apesar de tudo não achei que você fosse culpada pelos esquemas
criminosos do seu ex-amante. – frisou – mas as provas mostravam ao contrário.
- Como elas
provam o contrário.
-
Documentos, todos os bens em seu nome, uma fortuna Alicia, como você explica
isso?
- Eu não
tenho nada, é verdade que Raul me cobria de luxo, mas ele nunca me deu nada de
concreto. Tenho absoluta certeza. Larissa, não sei de onde saiu todo aquele
dinheiro.
- Seu nome
está envolvido em mais do que você pensa.
- Nunca
participei dos negócios de Raul, nunca, confesso que já presenciei muitas
coisas erradas dele, vi muita gente entrando e saindo daquele escritório, mas
Raul fazia questão de me manter afastada.
Larissa viu que aquela conversar ia acabar com o
dia das duas e não era essa sua intenção queria passar o maior tempo possível
com Alicia. Os dias que estavam por vim seriam duro demais para a
presidiária. Resolveu mudar de assunto, porém a lourinha percebeu que a
esposa desviava o assunto.
- O
que me espera Larissa?