domingo, 16 de junho de 2013

Contrastes III



Avancei com minha língua em sua boca entreaberta e fui em busca da sua. Entrelaçamo-nos com uma voracidade sutil, enlouquecedora. Suguei seus lábios, contornei-os com a língua, dando leves mordidinhas carinhosas. Desci as mãos por suas costas, pousando-as em suas coxas, logo abaixo do bumbum. Maya gemeu de leve e sorriu, para então voltar a me beijar, só que de forma possessiva, exigente. Quem via o acontecimento pela câmera do elevador não deveria estar conseguindo distinguir qual boca era de quem.
Nossas respirações ofegantes e os estalos de nosso beijo eram os únicos sons que se ouviam, até que o apito do elevador quebrou tal mantra divino. As portas se abriram e ela interrompeu o beijo para me fitar. Quis decifrar-lhe o olhar, mas me pareceu impossível. Deixei-me levar quando ela me puxou pelo braço e lançou-me contra a porta de meu apartamento. Mal tive tempo de recobrar a noção espacial e ela já estava, novamente, devorando-me os lábios. Senti suas mãos me apalpando as nádegas, arrancando-me suspiros, até que encontrasse as chaves em meu bolso.
Maya, rindo, destrancou a porta e me fez entrar no apartamento. Encostei-me à parede da sala e ela aproximou seu corpo do meu, fitando-me séria, aparentemente impassível. Segurei seu rosto entre as duas mãos e mergulhei em seus olhos. Meu coração palpitava de forma tão intensa que parecia doer. Sua língua passeou, suavemente, pelos lábios e seus olhos se voltaram para minha boca, meu pescoço, meu decote. Não foi preciso enunciar uma única palavra. Seu desejo era o protagonista daquela cena.
Mordi o lábio inferior e, lentamente, desabotoei minha camisa. Maya me observava como uma predadora, faminta, que cerca a sua presa. Deixando apenas o sutiã como barreira, joguei a camisa em um canto e virei as costas para ela. Olhei-a por cima dos ombros e notei seu ar confuso, mas, ao mesmo tempo, libidinoso.
— Tira! – implorei, com voz provocante
Com um riso safado, Maya abriu o fecho de meu sutiã, livrando-me dele. Quase que imediatamente, senti seus lábios em minha nuca e uma de suas mãos me puxado pela cintura, enquanto a outra segurava, firmemente, um de meus seios. Um gemido agudo e desesperado escapou de minha garganta e meu ventre foi dominado pelo peculiar calor que a excitação provoca. Minha pele, quando em contato com a sua, parecia pegar fogo e um desejo desesperador se apossou de meu ser.
Senti sua língua em meu pescoço, descendo lentamente para a região de minha clavícula, onde seus dentes cravaram. Outro gemido me escapou e eu, aflita, apertei meu seio por cima de sua mão, enquanto sentia meu sexo ficar cada vez mais molhado. Como se lesse meus pensamentos, ela desceu uma das mãos, por cima da calça, e estacionou-a por entre minhas coxas. Abaixei a cabeça e apertei os olhos, pensando que, a qualquer momento, morreria de tanto tesão. Sua mão fez pressão em meu clitóris, ao mesmo passo em que seus dentes voltavam a atiçar minha pele, enlouquecendo-me.
— Quer me matar? – perguntei, ofegante
— Só se for de prazer – sussurrou ela, em meu ouvido – E para que isso se aconteça, que tal irmos para seu quarto?
Subimos as escadas praticamente correndo. Maya lançou-se na cama apoiou-se nos cotovelos, enquanto me observava indo em sua direção. Parando à sua frente,
desabotoei a calça e tirei-a lentamente, na tentativa de provocá-la.
Toda lasciva, ela pediu:
— Tire a calcinha, também.
Sorrindo, eu fiz sinal negativo com a cabeça.
— Então pode deixar que eu tiro! – impôs, sentando-se na beira da cama
O sorriso em meu rosto ficou ainda mais largo e eu me coloquei em seu colo, enlaçando-lhe a cintura com as pernas. Ela apossou-se de minha boca em um beijo desesperado. Lentamente tirei a sua blusa e senti uma excitação extrema ao ver que ela estava sem sutiã. Colei nossos corpos, querendo senti-la, sê-la.
Seus lábios desceram por meu pescoço e escorregaram até meus seios. Lancei o corpo para trás, dando-lhe total liberdade. Maya abocanhou-os, faminta, enquanto eu a segurava pelos cabelos, gemendo timidamente. Sua língua rodeava as auréolas de meus seios, para, em seguida, envolver os bicos intumescidos com os lábios e sugá-los carinhosamente, fazendo estalos. Suas mãos me seguravam pelas nádegas, possessivas. Eu sentia cada vez mais dificuldade para respirar, ao passo em que meu coração palpitava, irregular, em meu peito.
Afastando os lábios de meus seios por um instante, Maya segurou minha nuca com uma das mãos e voltou a me beijar. Com a outra mão, ela atreveu-se a afastar minha calcinha e deslizar o dedo por minha vulva. Contorci o corpo em um espasmo e ela sugou minha língua inteira para dentro de sua boca, me causando delírios. Meu sexo, completamente molhado, era incansavelmente explorado pelo dedo ávido de Maya, que insistia em me bolinar.
Sem aviso prévio, ela levantou-se e lançou-me na cama, para deitar o corpo sobre o meu logo em seguida. Decidida a tomar o controle da situação, rolei nossos corpos rapidamente, trocando nossas posições. Ela me presenteou com o sorriso mais lindo do universo e protestou. Calei-a com um beijo, sem me preocupar com nada. Queria possuí-la e assim o faria naquele exato momento. Afundei o rosto em seu pescoço e abocanhei-o vorazmente. Maya gemeu de leve, mordendo o lábio inferior.
Escorreguei a língua para seus seios e suguei-os quase que afetuosamente, enquanto, com uma das mãos, abria o zíper do short que ela usava. Ansiosa, coloquei a mão dentro de sua calcinha, alcançando-lhe o sexo úmido e quente. Senti seu corpo estremecer sob o meu e voltei a unir nossos lábios, abafando-lhe os gemidos.
Mais do que depressa, arranquei-lhe o short e a calcinha. Voltei a me encaixar por entre suas pernas e posicionei minha coxa de forma que pudesse massagear-lhe o clitóris. Com delicadeza, passei a roçar meu corpo inteiro no seu, enquanto minha coxa fazia pressão em sua vulva, que, de tão molhada, melava minha perna com seu mel. Maya agarrava em minhas costas, cravando as unhas, com força, em minha pele, fazendo arder. Seus quadris rebolavam, agoniados, querendo mais. Ela gemia,
pausadamente, em meu ouvido, como se tivesse medo de fazer barulho demais. Então, numa espécie de transe, ela gemia, parava, inspirava, trancava o ar e, depois, o soltava juntamente com um gemido agudo. Aquilo era tão sensual que eu sentia minha vulva encharcada, só de ouvi-la, e aumentava a pressão de minha coxa em seu sexo.
Foi assim que ficamos durante um bom tempo. Eu roçando meu corpo no dela, incitando sua libido, e ela gemendo, voluptuosamente, em meu ouvido, enquanto me arranhava as costas.
Quando notei que seu corpo anunciava o orgasmo, desci com a boca por sua barriga, sob protestos agoniados, até chegar ao umbigo. Deitei o corpo por entre as suas pernas e apertei suas coxas, enquanto contornava seu umbigo com a língua, brincando com seu piercing. Notei os pêlos de sua pele se eriçando e ela pegou-me pelos cabelos, fazendo-me erguer a cabeça. Seus olhos estavam extasiados, demonstrando toda a lascividade que dominava o seu corpo.
— Agora! – ordenou
Três sílabas totalmente dispensáveis, pois seu corpo denunciava o tamanho de sua loucura.
Mergulhei a língua em sua boceta, faminta, provando do seu prazer. Um gemido alto e aliviado ecoou pelo quarto, enquanto ela contorcia o corpo inteiro, enrijecendo, rapidamente, os músculos. Iniciei o movimento de vai-e-vem, às vezes alternando entre as penetrações e as chupadas em seu clitóris. Seu sexo estava quente, escorregadio... Delicioso! Enlacei suas coxas com os braços, fazendo com meu rosto ficasse completamente mergulhado por entre suas pernas. Abocanhei-a inteira. Precisava sentir seu gosto de forma que nunca mais o esquecesse. Esfreguei minha boca o quanto pude em sua vulva, lambuzando-me toda.
Maya já estava praticamente urrando de prazer quando resolvi substituir minha língua por meus dedos. Voltei a brincar em sua abertura, com o dedo, fazendo pressão, fingindo que ia penetrá-la. Quando ela se contorcia inteira, ansiosa, eu aliviava a pressão e fazia carinhos em seu clitóris. Maya ria uma risada gostosa e nervosa, tentando disfarçar sua decepção. Então eu repetia os mesmos movimentos, disposta a enlouquecê-la a qualquer custo.
— Está gostoso, amor? – perguntei, com voz inocente
Seu primeiro impulso foi balançar a cabeça positivamente, mas, em seguida, ela negou com veemência, confusa.
— Pare de me torturar, Carol – gemeu – Eu quero você agora!
Sua voz pareceria infantil se, por trás dela, não houvesse o tom rouco e libidinoso que eu tanto adorava.
— Se quiser mais disso – disse eu, interrompendo a frase para lamber-lhe o
clitóris, fazendo-a contorcer-se inteira – Vai ter que pedir com jeitinho!

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