Não!
Era a quinta vez que eu estava lhe
negando, mas era visível, em seus olhos, que ela não desistiria tão cedo. Com
uma expressão infantil transformando seu rosto, ela puxou-me pela cintura e
implorou, novamente, com voz suave:
— Por favor... Eu nunca te peço nada.
Quando te peço, você nunca faz!
Espremi os olhos, com um ar
reprovador.
— Não seja cínica, eu sempre faço
tudo o que você me pede! – refutei, contrariada
Não era exagero de minha parte
afirmar tal coisa, afinal, nos poucos dias em que estávamos juntas, ela
praticamente havia feito tudo o que queria de mim. Tentei ignorar suas mãos
apertando-me a cintura e sua boca, propositalmente, tão próxima da minha. Mas o
fato é que ela me causava arrepios enlouquecedores e nem, ao menos, precisava
me tocar. Dona de um sorriso arrasador, Maya não media esforços para me
convencer, me provocar. Às vezes, com um mero olhar, ela conseguia fazer todos
os pelos de meu corpo se eriçarem, como se seus olhos transmitissem correntes
elétricas capazes de me hipnotizar e me render... E eu não ousava reclamar.
Observei o bico decepcionado que
começava a se formar em seus lábios e tive vontade de roubar-lhe um beijo.
Porém eu me mantive séria, controlada, caso contrário eu jamais conseguiria
negar-lhe o pedido.
Senti suas mãos atrevendo-se por
baixo de minha blusa, apertando, com força, as minhas costas e colando, ainda
mais, meu corpo ao seu. Um suspiro de prazer escapou, involuntariamente, de
meus lábios e um risinho formou-se neles. Assim que notei, tentei,
imediatamente, disfarçar, mas foi tarde demais. Logo a expressão mais
libidinosa do universo tomou conta de seu rosto e ela continuou a provocar-me,
chegando a descer as unhas, vagarosamente, pela pele de minhas costas, sabendo
que aquilo me fazia delirar. Senti minhas forças se esvaindo e afundei o rosto
em seu pescoço, enquanto envolvia sua cintura com os braços.
— Você vai me levar, não vai, amor? –
perguntou ela, com voz provocante
Sem a menor coragem de abrir a boca
para respondê-la, apenas emiti um som gutural. Rindo de meu descontrole, ela
empurrou-me, vagarosamente, contra a parede mais próxima e pressionou seu corpo
contra o meu, limitando meus movimentos. Seus lábios roçaram nos meus,
afastando-se logo em seguida, fazendo com que minha vontade de beijá-la se
tornasse quase que doentia. Projetei a cabeça para frente, em busca de um
simples resquício da quentura e da umidade de seus lábios, querendo saciar a
minha fome. A fome que eu tinha dela e só dela.
Meus olhos rodopiaram quando uma de
suas mãos enganchou-se nos cabelos de minha nuca e seus lábios começaram a
deslizar por meu pescoço, acompanhados por sua língua molhada e quente. Um
calor quase insuportável dominou meu ventre,
para, em seguida, esvair-se por entre
as minhas pernas, deixando-me completamente molhada. Eu senti vontade de
implorar por seus dedos.
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