sábado, 1 de junho de 2013

Contrastes Parte I

Não!
Era a quinta vez que eu estava lhe negando, mas era visível, em seus olhos, que ela não desistiria tão cedo. Com uma expressão infantil transformando seu rosto, ela puxou-me pela cintura e implorou, novamente, com voz suave:
— Por favor... Eu nunca te peço nada. Quando te peço, você nunca faz!
Espremi os olhos, com um ar reprovador.
— Não seja cínica, eu sempre faço tudo o que você me pede! – refutei, contrariada
Não era exagero de minha parte afirmar tal coisa, afinal, nos poucos dias em que estávamos juntas, ela praticamente havia feito tudo o que queria de mim. Tentei ignorar suas mãos apertando-me a cintura e sua boca, propositalmente, tão próxima da minha. Mas o fato é que ela me causava arrepios enlouquecedores e nem, ao menos, precisava me tocar. Dona de um sorriso arrasador, Maya não media esforços para me convencer, me provocar. Às vezes, com um mero olhar, ela conseguia fazer todos os pelos de meu corpo se eriçarem, como se seus olhos transmitissem correntes elétricas capazes de me hipnotizar e me render... E eu não ousava reclamar.
Observei o bico decepcionado que começava a se formar em seus lábios e tive vontade de roubar-lhe um beijo. Porém eu me mantive séria, controlada, caso contrário eu jamais conseguiria negar-lhe o pedido.
Senti suas mãos atrevendo-se por baixo de minha blusa, apertando, com força, as minhas costas e colando, ainda mais, meu corpo ao seu. Um suspiro de prazer escapou, involuntariamente, de meus lábios e um risinho formou-se neles. Assim que notei, tentei, imediatamente, disfarçar, mas foi tarde demais. Logo a expressão mais libidinosa do universo tomou conta de seu rosto e ela continuou a provocar-me, chegando a descer as unhas, vagarosamente, pela pele de minhas costas, sabendo que aquilo me fazia delirar. Senti minhas forças se esvaindo e afundei o rosto em seu pescoço, enquanto envolvia sua cintura com os braços.
— Você vai me levar, não vai, amor? – perguntou ela, com voz provocante
Sem a menor coragem de abrir a boca para respondê-la, apenas emiti um som gutural. Rindo de meu descontrole, ela empurrou-me, vagarosamente, contra a parede mais próxima e pressionou seu corpo contra o meu, limitando meus movimentos. Seus lábios roçaram nos meus, afastando-se logo em seguida, fazendo com que minha vontade de beijá-la se tornasse quase que doentia. Projetei a cabeça para frente, em busca de um simples resquício da quentura e da umidade de seus lábios, querendo saciar a minha fome. A fome que eu tinha dela e só dela.
Meus olhos rodopiaram quando uma de suas mãos enganchou-se nos cabelos de minha nuca e seus lábios começaram a deslizar por meu pescoço, acompanhados por sua língua molhada e quente. Um calor quase insuportável dominou meu ventre,
para, em seguida, esvair-se por entre as minhas pernas, deixando-me completamente molhada. Eu senti vontade de implorar por seus dedos.

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