Minutos antes da invasão dos policiais na favela.
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O quê? – gritou Raul não acreditando no que acabou de ouvir. – mete chumbo ordenou.
Antes de cometer mais uma burrice. Raul é arrastado por Beto para fora do pequeno barraco, sem nenhum tipo de dificuldade os dois fogem antes que a polícia invadisse o lugar, Rodrigo é deixado para trás, o garoto entra em pânico. Poucos minutos antes da polícia entrar na casa, ele foge pela porta dos fundos. Mas já era tarde, machucados devido à surra que levou do traficante ele tem dificuldade para se locomover entre as vielas da favela.
De repente ouve um policial lhe dar voz de prisão, automaticamente ele congela, não consegue mover um músculo do corpo, deita no chão e permanece imóvel até que o policial se aproxima e algema o garoto.
Não satisfeitos com a coletiva os jornalistas ainda procuram informações com a família de Larissa.
- Nos pedimos um pouco de calma e de compreensão da parte de todos, estamos muito abalados com tudo que ocorreu, e também como vocês estamos esperando, os médicos se pronunciarem – diante do alvoroço em frente ao hospital Junior tentava ser educado pedindo a colaboração dos jornalistas.
Por medida de segurança Duda isola Larissa numa ala do hospital onde apenas os médicos e a família têm acesso. Larissa é atendida por Andréia já que Duda e Amanda tem ligação direta com a paciente por questão ética.
- Eu quero vê-la. – Luiza insistia
- Amor você sabe que não pode.
– Andréia interrompe a conversa das duas.
- Poupem-se dessa discussão, a partir de agora que tomo conta do caso da Larissa, o que já deveria ter feito há muito tempo, vocês duas estão ligadas a paciente diretamente.
- Paciente?
- Isso mesmo Luiza, antes de qualquer coisa Larissa é nossa paciente e temos que por em frente sempre o seu bem estar, por isso eu cuidarei dela de agora em diante.
- Eu preciso vê-la! - Luiza insistia.
- Luiza não!
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Eu tenho muito respeito pela senhora – Luiza se aproximou – Mas devo a minha vida aquela mulher, e só vou me sentir mais tranqüila depois que eu ver que ela está bem - encarava os olhos de Andréia, estava determinada – Eu vou entrar ali, nem que para isso eu tenha que passar por cima da senhora. Tudo que eu sou e o que eu tenho hoje eu devo a ela!
Andréia não teve mais argumentos mesmo violando inúmeros códigos éticos permitiu que Luiza ajudasse no atendimento a Larissa.
- Aqui ela é uma paciente. – falou Andréia a Luiza antes de elas entrarem.
Luiza podia não ter recuperado a memória até o dia de hoje mais nunca havia perdido seu dom. A lourinha ficou horrorizada pelo estado físico que a morena estava. Engole as lágrimas. A paciente é conduzia a outra sala. Uma bateria de exame é feita. Andréia olha preocupada para uma chapa do tórax de Larissa.
- Vamos ver o que temos aqui? – indaga Andréia ao observar a caixa torácica. Mulher respira fundo avaliando as outras chapas.
- Olha isso aqui! – fala a lourinha – essa mancha escura!
- ela deve ter recebido muitas pancadas em sua costela costal, com a parede torácica exporta seu pulmão pode ser sido danificado o que explica esse sangramento. Ela precisa entrar na sala de cirurgia agora.
Andréia concordou de imediato. Ordenou que preparassem a sala de cirurgia.
Larissa foi submetida ao uma cirurgia, mais uma vez Luiza surpreendeu a todos na mesa de cirurgia, agia com precisão e sabedoria, seus ensinamentos não se perderam na escuridão de sua memória, muito pelo contrário, a cirurgia houve muitas complicações. Muitos órgãos sofreram, ao longo de cinco horas, a equipe conseguiu reverter o quadro. Ela foi levada até a sala de recuperação.
- Ela não pode receber visita no momento, o estado dela é muito delicado, ela passou por uma cirurgia, mas está bem. – informava Dra. Andrea à família.
Luiza ainda esta vestida com o uniforme dos cirurgiões observava Larissa pelo vidro. A lourinha desabou no choro.
– Ela vai ficar bem. – fala Duda segurando no ombro da mulher.
Luiza procura seu abraço, chorando de alívio.
- Acabou amor, ela vai ficar agora. – confortava.
Luiza ficou ali por muito tempo, observando a mulher, checando seus batimentos. Depois se lembrou de Dona Laura e Sr. Augusto ainda não tinha os visto.
Os dois estavam aguardando notícia, no quarto Luiza sentou-se na cama da tia.
- Diga a verdade minha filha, como a Larinha ta? – perguntou à senhora.
- Ela ta bem tia. Ela ta bem. – Luiza emocionada, contou minuciosamente como tinha sido a cirurgia de Larissa e como estava seu estado físico, os dois senhores se corroíam em preocupação e alivio ao sabe ela estava à salva.
Queriam vê-la e Luiza não o privaram daquilo mesmo contra todas as recomendações médicas ela os levou, pelo vidro os três choravam.
Lá fora, Larissa é capa de todos os jornais, não só do estado como do país. Muitos repórteres ficam plantados em frente ao hospital.
Andréia a pedido da família da uma coletiva de imprensa.
- Ela está bem, está se recuperando... O estado... – Andréia da informação do estado clínico da paciente.
A uns 240 km dali numa cidade esquecida, Alicia chorava nos braços da avó, finalmente a morena estava a salvo. Seus dias de pesadelo acabaram pelo menos Larissa estava viva e a salva.
Dona Marli, acalmava a neta.
- Ainda não acabou minha filha. Você fez muito mal a essa moça – a mulher procurou os olhos da neta.
Alicia nada falou.
- Você precisa fazer o que é certo. – falou a idosa.
- Eu vou fazer vó, eu vou fazer.
Larissa se acordou três dias depois, seus olhos se incomodaram com a luz forte, o corpo dolorido. Sua mente ainda atordoada, aos poucos as lembranças foram ressurgindo. Tentou se levantar da cama, seu peito doía, olhou em volta, estava num hospital, arrancou a sonda do seu pulso, levou a mão até o peito, estava dolorido e enfaixado.
Parou um pouco levando a mão na cabeça, tentava raciocinar ainda estava confuso, até que seu olhar avistou alguém, seu peito encheu de alegria. As lágrimas foram tão rápida, no canto do quarto seu pai dormia numa poltrona, encolhido no lençol, próximo a sua mãe. Larissa não sabia dizer o que estava sentindo naquele momento.
As lágrimas invadiam silenciosas, aos poucos algumas lembranças foram surgindo.
Olhou ao redor. Estava livre. Agradeceu Deus por mais uma oportunidade. Seu corpo estava muito fraco ela não conseguia se levantar, logo dona Laura despertou. Olhou para sua filha, os olhos das duas se penetraram, a mulher levantou-se acordando o marido, meios desnorteado coçava os olhos, viu a sua filha abriu um imenso sorriso os dois foram ao encontro dela, um abraço demorado, um abraço de calento, de alivio, de alegria.
Os três permaneceram ali em silêncio abraçados, apenas chorando. Depois se afastaram um pouco.
Dona Laura com a voz tremula agradeceu, agradeceu a Deus por ter trazido sua Larissa de volta. Lary não conseguia dizer uma só palavra, queria uma única coisa, o colo dos seus pais.
Permaneceram ali durante longas horas.
Aos poucos Larissa foi recebendo visita, primeiro Luiza entrou emocionadas as duas amigas se abraçaram.
- Você não imagina o medo que senti. Pensei que tinha te perdido. – Luiza acariciava o rosto da amiga.
- Eu também! – Larissa sussurrava ainda chorando.
- Como você está se sentindo?
– Luiza estava preocupada com o estado emocional de sua amiga.
- Viva!
– deu um sorriso tímido.
– viva!
– repetiu.
- Quem fez isso com você Larissa? Você os viu? – Luiza queria saber tudo que tinha acontecido – há muitas lesões sérias.
- Eles não me estupraram! – afirmou Larissa.
- O exame sexológico deu negativo, tivemos que submeter você a um procedimento cirúrgico também, nada grave – Larissa tinha um semblante pesado, evitava falar, estava sempre com um olhar triste e perdido.
- Nem sei como te agradecer. – os olhos de Larissa estavam marejados, a morena nem tentou disfarçar, estava visivelmente abalada, Luiza a tomou em seus braços, deu-lhe um abraço apertado, sabia que naquele momento, depois de ter vivido um trauma tão forte, nenhuma palavra seria capaz de confortá-la.
Larissa estava fraca. Não se alimentava direito, apesar de ter todos por perto, senti-se só, todos evitavam falar sobre o seqüestro. Não deixavam que a promotora soubesse de nada que estivesse relacionado ao caso.
O psicólogo do hospital dava as orientações tanto à família quanto a polícia, o trauma havia sido muito forte e ainda não se sabia de que forma poderia ter afetado Larissa. Seria necessário ter bastante calma e paciência para tratar o caso.
Numa noite Larissa recebeu a visita de um médico.
- Boa noite doutora. – falou o homem com um jaleco branco. Larissa se virou para ver quem era seu coração congelou quando sentiu aquele perfume tão famíliarRaul tinha um sorriso na face, provavelmente furtaram a roupa de algum médico, seu olhar era ameaçador, parecia não se importar com os policiais que estava de guarda.
- Senti sua falta. – falou o traficante se aproximando de sua vítima.
- Socorro
– gritou à morena.
Raul correu até ela e tapou sua boca e seu nariz queria sufocá-la, ainda muito fraca a luta era perdida. Raul subiu na cama sentando em cima da barriga de Larissa, depois que a imobilizou ele tentou sufocá-la, a morena pode sentir seus pulmões arderem por falta de ar, lutou inutilmente.
Por pouco o traficante não conseguiu o queria. Larissa conseguiu chegar até a campanhia, chamando alguém, irritado Raul não quis correr o risco saiu de cima da mulher quem nem conseguia respirar, mas antes de fugir deixou um recado.
- Isso ainda não acabou vadia!
– ele ia saindo Larissa ainda tentava se recuperar sentiu um frio na espinha o homem havia voltado, seus olhos estavam cinzentos de ódio, suas palavras saíram carregadas de ira – você ainda gosta daquela vadia não gosta?
– Larissa sem encolheu na cama, seus estômago deu uma reviravolta
– lembra do que aconteceu com ela,
- Raul fixou no olhar apavorado de Larissa – se eu cair, ela cai também.
– ele deu um sorriso cínico
– se eu cair. Ela cai também... – repetiu mais uma vez, saindo do quarto. Raul conseguiu sair do prédio sem ser notado. Larissa de imediato teve uma crise nervosa, Andréia se viu obrigada a sedá-la.
Na manhã seguinte Larissa acordou muito agitada, as lembrança da visita de Raul e sua tentativa de assassiná-la era pequeno comparado ao seu medo pela vida de Alicia. Lembranças do cativeiro, eram reproduzidas cada segundo em sua mente, as imagem da violência contra Alicia era as que mais doíam, uma dor tão forte que a morena por mais que tentasse não estava conseguindo lidar.
Apesar de estar seguindo as recomendações dos médicos, Dr. Franco não concordava com aquele procedimento, estava ansioso para ouvir a vítima. Ia ao hospital todos os dias, tentava convencer os médicos que já estava na hora de liberar a promotora para dar seu depoimento. Sempre tinha respostas negativas, Dra. Andréia pedia que ele tivesse um pouco mais de calma, ela ainda estava se recuperando da cirurgia. O delegado não se conformava, e mesmo não tendo respostas positivas, sempre voltava no dia seguinte. Novamente voltou a ouvir da equipe médica que não era à hora para falar sobre o caso com a paciente, mas dessa vez o delegado questionou:
- Vocês já perguntaram a ela? – os médicos permaneceram calados, Dr. Girão, psiquiatra responsável informou que nesse momento ela não era capaz de tomar nenhum tipo de decisão. O delegado voltou a insistir que ao menos lhe perguntassem. O médico achou mais viável que dona Laura fosse falar com sua filha sobre isso.
- Filha – a mulher entrou no quarto, estava meio receosa, sabia que Larissa ainda não estava pronta – O delegado esta ai, querendo falar com você! – Larissa engoliu em seco, a imagem de Alicia veio nítida em sua mente, estava em um conflito interno, razão e emoção duelavam fazendo com que ela não soubesse como agir naquele momento. Sentiu seu corpo desfalecer. As lembranças de Alicia no cativeiro a perturbavam ainda mais. Tinha pesadelos com e cena violenta em que Raul estuprava a loirinha, seus gritos. Tudo que foi vivido naquele lugar ficou empregado em seu subconsciente, lembrava-se de cada momento, cada segundo. Apesar de sempre ter passado a visão de uma mulher forte e decidida, naquele momento sentia-se fraca e perdida.
- Isso ainda não acabou vadia! Você ainda gosta daquela vadia não gosta? Lembra do que aconteceu com ela? Se eu cair ela cai também. Se eu cair ela cai também. – Larissa lembrava bem daquela visita.
Não, não estava pronta para falar, precisava de mais tempo para organizar suas idéias. Luiza também estava no quarto, sentia a tensão no corpo da mulher, teve certeza depois de perceber o olhar aflito que a promotora lhe lançava, estava tão abalada que tinha dificuldades até para falar.
- Eu não quero falar com eles, não agora.
– balbuciou as palavras, lágrimas já percorriam seu rosto
- Calma minha filha, você não vai ser obrigada a fazer nada que não queira. Eles que esperem.
– Luiza se aproximou, deu um beijo na testa da amiga que estava encolhida no abraço da mãe.
- Deixa que eu falo com ele.
- a médica saiu do quarto e encontrou um delegado que estava ansioso para saber se finalmente poderia ver a ver a vítima. Luiza se aproximou:
- E como ela está doutora?
- O senhor não precisa fingir que se preocupa com seu estado.
- Pode parecer que não, mas é claro que eu me preocupo, ela é um ser humano antes de qualquer coisa.
- Pois a trate como tal, tenha paciência Dr. Franco, o estado emocional dela ainda está muito debilitado.
- Eu entendo, mas o depoimento da Dra. Couto e de extrema importância para as investigações.
- Sinto muito.
Dr. Franco ficou vermelho de raiva.
- Prometo não demorar muito, só algumas perguntas. – insistia o homem. Precisamos do depoimento dela o quanto antes, muita coisa só será esclarecida com esse depoimento. – Luiza estava tentando se educada, mas já estava perdendo a paciência com a insistência do delegado, Andréia que acompanhava a conversa dos dois de longe, achou que era à hora de intervir.
- Bom dia. Posso ajudá-lo? – interrompeu a conversa.
- Ele está insistindo em ver a Larissa
Não quero perturbá-la senhora, mas preciso do depoimento dela para conduzir minha investigação.
- O senhor terá o depoimento dela quando seu quadro clínico permitir, a paciente está tendo todo um acompanhamento médico e quando for à hora certa, ela mais que ninguém quer esclarecer os pontos obscuros desse seqüestro e o senhor poderá conduzir seu trabalho, o senhor será informado.
Andréia fez aquilo por que realmente era necessário, recebeu um olhar de agradecimento de Luiza que já não sabia como se livrar do delegado. Andréia foi até o quarto, cumprimentou a todos e deixou bem claro que não seriam mais incomodados pelo delgado.
Larissa só falaria com a polícia quando se sentisse segura. Apesar der ter sido assegurada de que delegado não lhe incomodaria mais, Larissa ainda estava preocupada, sabia que mais cedo ou mais tarde teria que dar explicações sobre o ocorrido. Ela melhor do que ninguém sabia da importância de seu depoimento, porém as ameaças de Raul a imobilizava. Seu corpo pouco a pouco ganhava força, logo se recuperaria fisicamente, sempre fora uma mulher forte, mas se perguntava como se recuperar da magoa causada por Alicia?
Pensou no processo, se denunciasse Raul como mandante do seqüestro logo chegaria a Alicia. O que fazer? Como acusar uma mulher que mesmo tendo participado do crime, Larissa tinha certeza que Alicia quem salvara sua vida. Quantas vezes a protegeu naquele cativeiro. Era culpada, mas vítima também. Onde estaria?
Seu coração mesmo no conforto de seu seio materno sangrava. Sentia-se perdida, ignorando seu coração Larissa sentia-se em débito com a sociedade, como ela que sempre acreditou na justiça poderia deixar a sociedade a mercê de um criminoso como Raul.
O tempo estava se esgotando.
Larissa acordou chorando naquela noite, havia tido um pesadelo, lembro-se mais uma vez das torturas sofrida, estava em soluços, perdida sem rumo, se encolhia na cama, abafando o choro para que sua mãe não acordasse. Tinha tido uma noite difícil, na manhã seguinte recebeu a visita da Dra. Andréia. Depois de examina - lá Larissa lhe fez um pedido.
- Doutora queria me recuperar em casa, estou me sentido bem melhor.
- Não vejo motivo para mantê-la aqui Larissa, mas preciso que você entenda a cirurgia que você se submeteu foi muito delicada, ainda precisa de cuidado médico e de muito repouso, as primeiras semanas são crucial para sua recuperação.
- Não se preocupe, apenas não quero ficar aqui, em casa estarei bem e farei tudo o que recomendar.
- Você é muito forte, acredito que sim, só vou pedi para fazer um raio-X, no início da tarde você esta liberada.
- Obrigado doutora.
Quando Dra. Andréia assinou a alta da paciente houve algumas contestações. Luiza discordava com a médica, mas não houve conversar Larissa saiu do hospital na tarde do sábado. Logo na saída foi abordada pelos repórteres, rodeava de segurança ela era conduzida ao carro. Sua imagem era passada em muitos canais de TV. Antes de entrar no carro, uma reporte fez uma pergunta que fez a morena congelar diante das câmeras.
- Dra. Couto, só uma pergunta? – a reporte tentava colocar o microfone na boca de Larissa – alguma informação da outra vítima. – Larissa olhou abismada – quem era a mulher não identificada que estava com a senhora no momento do seqüestro. Até hoje não se fala nela.
Larissa engoliu em seco, baixou a baixou a cabeça e entrou no carro. Sua mente fervilhava. Ao lado dos pais Larissa era levada a sua casa.
Não diferente do hospital, muitos reporteres aguardavam sua chegada ao prédio em que morava, o segurança entrou por trás evitando que aquelas pessoas se aproximassem da mulher.
Ao entrar em seu lar uma nostalgia lhe possuía, olhou cada cantinho daquele apartamento, tantas vezes pensou que nunca mais estaria ali, outra lembrança também lhe surgia. Larissa pediu para ficar apenas na companhia dos pais, aquela agitação toda ainda lhe perturbava. Naquela mesma tarde recebeu a visita de alguns amigos conversou um pouco mais todo evitava falar sobre o caso.
Os dias vão se passando e o estado emocional da promotora ainda era muito delicado, ela se via num duelo entre a razão e o coração, por mais que pensasse sentia-se perdida, sem saber o que fazer, sua preocupação com o processo lhe tirava o sono, nas poucas horas que conseguia dormi os pesadelos lhe viam fazer companhia, sonhava sempre com Alicia, as torturas, apesar de tudo que ela fez passá-la ela não desejava aqui, ao lado desses sonhos ruim viam a lembrança de como a lourinha lhe ajudou.
Um mês se passara Larissa andava muito agitada, estava ao ponto de explodir, em meio de seu desespero confessou a sua amiga Luiza toda a verdade por trás do seu seqüestro.
Luiza ficou chocada com a revelação, agora entendia a resistência da amiga em dá seu depoimento.
- Eu não posso! – falava a morena entre lágrimas – eu simplesmente não posso. Se falar o que realmente aconteceu ela pode passar o resto da vida dela na cadeia.
- Ela te fez muito mal. – argumentava Luiza.
- Ela foi espancada, estuprada na minha frente, você sabe o que é isso? – aquela indagação causou forte sentimento em Luiza que se calou. Larissa enxugou as lágrimas. – preciso encontrá-la antes que aquele homem a encontre.
- Quem não garante que ela não esteja com ele. Larissa você precisa ser racional, quem não garante que isso tudo foi encenação daquela mulher.
Larissa ficou calada. No final afirmou.
- É, pode até ser, eu a odeio mais a amo, ela salvou minha vida e isso eu tenho certeza. Vou encontrá-la, vou fazer ela paga pelo mal que me causou, mas da maneira certa, sem ferir seus direitos constitucionais. Ruth, ou melhor, Alicia sofreu graves violências, o que a faz vítima também.
Larissa tinha um novo desafio a seguir. Finalmente o delegado pode ter seu depoimento, para surpresa do o homem, Larissa foi muito evasiva em suas declarações. Ela que conhecia aquele processo, foi extremamente cautelosa em suas declarações. Deu poucos detalhes sobre os seqüestradores, o que irritou o delegado que tentava pressioná-la. Porém a morena conhecia bem aquele trabalho ao fim de cinco horas saiu do departamento.
Seu corpo estava pesado, sua consciência doía, embora não tivesse mentido, mas omitiu muitas coisas. Depois de sair da delegacia Larissa compareceu a seu escritório. Foi recebida por muitos aplausos, por ter sido uma guerreira, recebeu os cumprimentos dos chefes e o carinho dos amigos. Embora estivesse de licença insistia em voltar a trabalhar.
- Não sabe o quanto fico feliz que esteja de volta Dra. Couto.
- O bom filho a casa torna. – falou sorrindo.
- A senhora está melhor? – faz pouco tempo... – indagou a assistente Ingrid.
- Amo meu trabalho, ficar em casa só me cansa mais, estou bem não se preocupe.
- Qualquer coisa é só chama.
Larissa respirou fundo e soltou o ar com força. Olhou ao redor, sentiu certa alegria em esta ali. Como amava seu trabalho. Ligou seu computador, está ali com tanta rapidez tinha um motivo, jurou para si mesmo colocar Raul na cadeia e faria isso. Larissa voltou ao trabalho, embora não tivesse recuperada cem por cento. Insistia em seu retorno ao Ministério Público. No início apenas trabalho administrativo, Larissa então iniciou suas investigações contra Raul.
Puxou a ficha criminal do homem. Revisou todo processo contra seu pai. Eram 12 horas, sete dias na semana. Larissa estava obcecada por esse homem. Tinha muito que incriminar. Tráfico, homicídio, contrabando e muitos outros crimes, embora o jovem nunca tivesse sido fichado na polícia o que intrigava a promotora. Larissa foi até a sala de suas assistentes.
- Ingrid você conseguiu?
- Camila foi até a faculdade.
- Quero isso para hoje. – ordenou.
Larissa parecia irritada, estava ansiosa demais precisava descobrir quem na verdade Ruth era. Os dias seguintes depois da visita do traficante ao hospital quando a promotora estava internada foi quietos, Raul nunca mais voltou a incomodá-la, na verdade assim como Larissa Raul estava atrás de Alicia.
Camila aos logo dos anos muito se destacou na faculdade de direito, Larissa foi sua mentora. Aa jovem tinha um talento que Larissa admirava. Mesmo depois que foi para o Ministério Público a morena acompanhava de perto do crescimento da aprendiz, até que viu a oportunidade. Depois que Camila tirou a OAB a convidou para trabalhar com ela, a jovem passou por um rígido processo de seleção hoje era assistente Junior de Larissa. Larissa tinha uma grande confiança em Camila. Ela e Ingrid trabalhavam muito bem, eram jovens de futuro.
Larissa caminhava de um lado para o outro em sua sala lendo uns papéis, foi interrompida com a visita de Dr. Aguiar.
meu deus nao aguento essa espera.. quero sempre mais!! pq vc nunca responde??
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