domingo, 25 de novembro de 2012

Por Amor IX

Alicia sentiu um frio no estômago. Fechou a porta atrás de si.
           A morena não quis comer, embora estivesse faminta, ainda doía àquela revelação. Tentou canalizar sua dor, agora mais do que nunca precisava sair dali. Sua mente habilidosa estudava todas as possibilidades, tinha algo que não se encaixava ainda. Buscou em sua mente todas as pessoas relacionada à Ruth, mais não conseguiu lembrar ninguém, a mulher era de poucos amigos, nunca vira com Raul antes. Raul, Larissa focalizou em Raul, em seu rosto, estava tendo dificuldade, buscou algo mais antigo, ele parecia familiar. Até que uma luz acendeu.
    - Merda! É ele! – exclamou a morena, mais uma vez sua memória lembrou-se de um homem na platéia no julgamento de um réu. A memória de Larissa parecia um computador, em questão de segundos relacionou o homem que a torturava ao homem daquele julgamento. Era a mesma pessoa.
   - Porque você esta aqui doutora? – lembrou-se daquele olhar, diferente dos outros, Raul fazia questão de mostrar seu rosto. Havia um motivo para ela esta ali, mas a morena ainda não sabia qual é.
           Larissa tinha um grande trabalho a frente, por mais que tentasse não conseguia entender o motivo. Muito menos sobre o envolvimento da namorada naquele seqüestro, Larissa não era rica, Ruth sabia disso, então porque estava ali. Havia muitas perguntas, a morena sabia que a única chance de resposta seria Ruth. Precisava falar com ela, mas faltava coragem, aquilo ainda parecia surreal.
          Alicia estava ao desespero, não saia como agir, voltou no início da noite, trazia comida, percebeu que a morena não tinha tocado na comida, apenas o copo de água estava vazio. 
      - Você precisa comer.
 Larissa permanecia em silêncio sentada olhando para Alicia que se sentia desconfortável.
    - Por que estou aqui? – indagou à promotora deixando a lourinha surpresa. – você sabe que não sou rica. O que querem de mim?
   - Larissa, me perdoa...
Larissa deu uma risada irônica.
   - O único perdão que você vai ter que pedi é a um juiz quando eu te colocar na cadeia.
   - Você não entende – olhou já chorosa, deixando a morena mais irritada.
   - Eu não entendo, claro que não entendo – perdeu a paciência, puxou Alicia pelo braço com força – você está acabando com minha vida, nem mesmo sei por que – gritou sacudindo a mulher. – porque eu estou aqui, porque você fez isso comigo? – Larissa estava frustrada, diante daquela gritaria Lobo entra como um furação dentro do quarto.
- Solta ela sua cadela.
Ele é bruto da um chute no estômago de Larissa que a faz perder o fôlego.
   - Não faz isso.
     Alicia se coloca em frente ao homem. Impedido que ele volte a chutar a morena.
   - Sai daqui galega, essa vadia vai vê quem manda.
   - Não! – grita tentando puxa o homem para fora do quarto.
     Larissa fica se contorcendo de dor. Por fim a lourinha arranca o bandido do quarto.
   - Nunca mais encoste as mãos nela seu imbecil, nunca mais.
          Lobo não estava nem ai, virou-se para mesa pegou seu sanduíche e voltou à sala para seu jogo de vídeo game. Alicia voltou ao quarto. Larissa estava deitada chorava baixinho segurando a barriga, agora sangrava muito, Lobo acertou bem onde tinha um antigo ferimento, ao ver a presença da loura ela gritou.
   - Me deixe morrer sozinha. Saia daqui.
   - Não!
   - Preciso cuidar de você. – falou baixinho se agachando.
   - Não chega perto de mim. Vou te colocar na cadeia, vou te fazer pagar por tudo isso.
Alicia buscou os olhos da morena abriu o coração.
   - Eu nunca disse isso a ninguém – pausou – mas você foi à única pessoa em que amei em toda minha existência.
   - Você vai apodrecer na cadeia. – vociferou Larissa, disfarçando o peso das palavras de Alicia. – sai daqui, sai daqui – chorava.
   - Eu não tive escolha... Eu... Eu... Eu fiz por amor!
   - Por amor? – Larissa tinha um sinal de interrogação na testa, balançava a cabeça em um sinal de desaprovação...
   - Galega! – Lobo voltou a chamar a mulher.
   - Saia daqui... – pediu mais uma vez, não queria escutar nada.
   - Lary... Um dia você vai entender. – Alicia se aproximava, queria abraçá-la.
   - Nunca mais chegue perto de mim, você já conseguiu o que queria, destruiu minha vida. Acaba logo com isso Ruth.
   - Você pode não acreditar agora – Alicia se aproximou um pouco mais - mas você foi à única pessoa que eu já amei de verdade, tem mais coisa em jogo do que você pensa. Não medi as conseqüências agora estou pagando um alto preço.                                                                             
           Larissa levantou os olhos ficando frente a frente com a lourinha, tocou o rosto da garota como se quisesse fazer um carinho.
   - Se depender do meu amor, você vai apodrecer na cadeia. – vociferou Larissa deixando toda sua raiva sair junto com aquelas palavras. - Você conheceu meu amor agora vai conhecer minha ira, se eu sair viva daqui Ruth, você e seus cúmplices estarão perdidos.
   - Galega! – Lobo voltou a gritar, Alicia resolveu sair dali antes que ele entrasse.  Também não agüentaria sentir por mais nenhum minuto o olhar de desprezo de Larissa. Andou até a porta vagarosamente, antes de abri-la enxugou as lágrimas, não queria que Lobo a visse daquele jeito, quando sentiu que estava pronta deixando para trás uma Larissa completamente inerte.
           Seu coração doía mais que seu corpo. Pediu a inúmeras vezes a Deus para morrer naquela noite, preferia ser maltratada, torturada. Qualquer coisa a sofrer tamanha desilusão. Buscava uma explicação, sentia como se estivesse em um filme de terror, onde ela era a protagonista.
– Por quê? Por quê? – seus gritos mesmo sendo abafados ecoavam por toda a casa, Alicia do lado de fora do quarto, podia ouvir nitidamente o choro descompassado da promotora, a lourinha também chorava.
           Lobo gritava pedindo que as duas se calassem, estava impaciente com aquela situação. Larissa não conseguia se controlar, o mundo parecia girar rapidamente ao seu redor. O homem perdeu a paciência e entrou no quarto da mulher, aproximou-se e a viu sentada no colchão.
    - É melhor fechar o bico se não quiser levar uma surra daquelas. – apertava o maxilar da promotora, Alicia entrou no quarto, puxou o homem, fazendo-o largar Larissa.
   - Não a machuque. – berrou, Lobo se levantou e respirou fundo, estava cansado de tudo aquilo, não queria agredir nenhuma das duas, segurou Alicia pelo braço e saiu do quarto, deixando Larissa de sobre aviso para que não fizesse mais barulho. Naquela noite Larissa foi incomodada com todas as lembranças felizes que cismavam em atormentar sua mente, amaldiçoando cada uma delas.
          Os dias seguintes foram bem piores, a morena não reagia a nada, não queria comer, limitava-se a beber um pouco de água durante o dia, sua alma pesava toneladas... Esperava para morrer, esperava para viver, esperava por uma absolvição de nunca viria. Alicia já não sabia o que fazer. Sua preocupação aumentava à medida que entrava no quarto, o estado de Larissa era lamentável. Estava desnutrida, o medo aumentava à medida que o telefone tocava Raul queria saber a situação. Por sorte ele estava enrolado na cidade, ainda não tinha conseguido apagar um dos seqüestradores, o que o deixava apreensivo. A polícia começava a trabalhar com outras hipóteses, até o presente momento os seqüestradores não tinham entrado em contado, as autoridades já cogitava que o crime podia ser por vingança.
   - Merda! Quando der uma ordem quero que seja executada. – berrou Raul numa reunião com seus comparsas. – em 24 horas quero Marcão liquidado caso contrário, a limpeza começa por aqui. – ameaçou - cadê o Beto?
Os homens se entreolharam.
   - Cadê o Beto? – gritou.
   - Ele viajou senhor.
Raul bateu com os punhos na mesa.
   - Aquele filho da puta viajou sem me avisar e para onde ele foi? – os homens não souberam responder - saiam daqui e façam o que são pago para fazer.
         Os homens se dissiparam do escritório. Beto tinha outros planos, sabia que o cerco estava se fechando, precisava driblar a polícia, acionou uns amigos do Rio de Janeiro.

 O apartamento de Larissa estava tumultuado, seus pais parentes estavam de prontidão esperando algum contato dos seqüestradores, essa espera já faz 20 dias, apelos diários o tempo todo circulava na imprensa, tarde de quinta quinta-feira o telefone toca.
    - Estamos com a promotora queremos um milhão em 24 horas ou ela morre.  – desliga.
          Do outro lado da linha seu Augusto sente um supapo no coração, as suspeita se confirmaram, estavam com sua filha. Ocorre um alvoroço, diante daquela situação e de sua saúde frágil senhor passa mal e é hospitalizado, Henrique primo de Larissa, informa ao delegado da ligação. A polícia federal organiza uma operação.

     Raul soube dos planos de Beto, acho meio arriscado.
    - Isso pode dá em merda!
   - Merda já ta! Precisamos tirar esses canas de cena. Quando rastrearem a ligação vão descobri que foram originada daqui, o problema é descobri em que ponto dessa favela foi. Acaba logo com essa vadia. – aconselhou.
   - Não! – gritou! – quero o pai! Vou matá-lo, ela vai ter que conviver que essa dor. – disse Raul rancoroso. Lembrando do próprio pai. – coloca os caras na fita e volta para cá, quero Marcão morto. Tarefa dada tarefa comprida. – ficou um minuto em silêncio consultou o relógio - O carregamento? – indagou.
          Raul passou algumas intrusões a Beto, ele ia aproveita a estada do amigo no Rio para resolver algumas pendências de uns carregamentos de drogas. A polícia tinha mordido a isca, dois dias depois Raul vai fazer uma visita à promotora.
           Alicia, senti um pavor invadir seu corpo com a presença do amante. O homem chegou sério mal falou com ela, ele e os homens que faziam vigilância da casa ficaram durante uns trintas minutos conversando no lado de fora. A lourinha até que tentou mais não conseguiu escutar nada.
   - Leva a vadia até o outro quarto.
          Lobo acatou a ordem de Raul, a fraqueza da mulher impossibilitava de andar, ao ver o homem na porta já deduziu que iria ser torturada. Fechou os olhos e relaxou o corpo tinha se habituado, qualquer forma de resistência só aumentaria o martírio. O homem a colocou sentada na cadeira, amarrou seus pés e o seu tronco deixando suas mãos livres. Ficou longo tempo sozinha. Raul entrou, como sempre estava muito arrumado, calça jeans e blusa social, perfume francês, correntes de ouro, exibia sempre o sorriso vitorioso na face. Ficou de frente a mulher, outro homem estava trás dele, usava máscara.
   - Pega a câmera ve se está carregada, vamos fazer um filme - disse rindo.
                                                                                 
           O homem saiu voltou minutos depois, com a câmera na mão entregou ao patrão.
Raul então saiu do quarto, trouxe Alicia arrastada.
   - Vamos fazer um filme galega e você vai ser a câmera man.
            Alicia não entendeu o que o homem queria exatamente. Ele lhe entregou a câmera, ela olha para Larissa que tinha um olhar vazio.

   - Liga essa porra!
   - Raul...
                                                                                            
         Raul deu um puxão nos cabelos de Alicia a fazendo arquear seu corpo para trás. Larissa a se remexeu na cadeira, o homem foi até ela e lhe deu uma tapa.
   - Fique quietinha, sua miserável. – apertou o pescoço da mulher.
   - Raul... 
Ele então soltou.
   - Vamos fazer um vídeo. – falou no ouvido dela.
                                                                                        
            Alicia ligou a câmera, o quarto não tinha muita iluminação, Larissa direcionou a vista no ponto vermelho a sua frente. Raul então colocou uma máscara no rosto, ficou diante as câmeras.
    - Boa... – parou consultando o relógio. Era horário de verão então ele lembro-se da diferença de horário entre Recife e Rio, corrigiu-se antes de falar. Propositalmente ele queria que soubesse que era horário de verão – bem aqui já são 4 da tarde... - sua voz saia rouca, forçou um pouco – vou ser breve, quanto vale a vida de uma pessoa – levou a arma até a cabeça como se tivesse pensando – bem acho que vocês tão procurando essa aqui. – ele deu espaço para mostra Larissa.
                                                                                        
Alicia começou a tremer.
   - Vamos ver quanto vocês me pagam por ela, um milhão até as 4 da tarde de manhã, não quero gracinha, polícia envolvida meto chumbo, - Raul foi até atrás de Larissa puxou seu rosto bruscamente, fazendo a câmera foca bem.
            Depois se voltou para sua frente encarou fixamente os olhos na promotora, desceu até suas mão deu um sorriso diabólico, olhou novamente para uma bancada que estava do lado, pegou um alicate, Larissa arregalou, sua boca estava armodaçada. A imagem parecia uma cena de filme de horror, o homem levantou sua mão, pegando um dos seus dedos ia cortá-lo. Virou-se um pouco para a câmera foca.

   - Uma amostra para saber que não estou brincando! - ele arrancou a unha de Larissa que gritou de dor, Alicia não agüentou jogou a câmera no chão e foi para cima dele.

   - Não faz isso. – o puxou o deixando irritado.
   - Como é que é?

           Raul foi para cima de Alicia e começou a batê-la, depois a arrastou até o quarto espancou até não agüentar mais, deixou a mulher caída no chão toda machucada. Larissa ignorou a própria dor diante do desespero ao ver a forma brutal que o homem agrediu a mulher. Raul voltou ao quarto onde sua vítima estava.

   - Está vendo o que ela me faz fazer, logo eu que sou um bom homem. Peguem à câmera. – ordenou.
   - E a vadia?
   - Divirtam-se um pouco depois a deixem lá, dois dias gelo. Sem comida, nem trepem com ela, esse prazer terei primeiro.

           Quando Zé lhe entregou a câmera, Raul que foi embora. Estava furioso olhou indignado para a câmera, amaldiçôo a mulher por aquilo.

   - Se esse filme não pegar juro que acabo com aquela vadia de vez. – falou socando o volante do carro.

            Assim que chegou a Recife foi procurou por Tadeu especialista em eletrônica, pediu para que o homem recuperasse o vídeo. No dia seguinte o homem informou a Raul que o vídeo não foi danificado, lhe entregou dois CDs, depois de um bom pagamento o homem sumiu.
Raul assistiu inúmeras vezes, queria ter certeza de que não tinha ficado nada que pudesse identificá-lo e nem identificar o cativeiro. Tadeu teve que corta alguns pedaços mais tinha ficado ótimo. Seguiria com o plano, junto com uma carta mandou uma mula entregar o pacote. O rapaz estava vestido com um uniforme dos correios, na embalagem tinha selos do Rio de Janeiro, Raul precisava atrair a atenção da polícia para outro lugar, queria pegar o pai de Larissa e acabar logo com isso, mas o homem não tinha lhe oferecido uma oportunidade.
   - Bom dia correspondência – o homem pegou o pacote dentro da bolsa e entregou ao porteiro.
   - Obrigado.  – o porteiro nem olhou para cara do carteiro, pegou o pacote e colocou dentro da gaveta.
           Apenas no início da tarde que Luiz o porteiro percebeu que o pacote era para senhorita Larissa Couto, ficou pálido feito papel tinha sido alertado pela polícia para se informado qualquer coisa que chegasse endereçado à promotora. Sem saber o que fazer diante do deslize que acabou de fazer, subiu apressado até o vigésimo andar onde a mulher morava.
   - Pois não! – falou a empregada da casa.
   - Maria chegou esse pacote para dona Larissa.
           Maria pegou desconfiada para o pacote, a casa tinha sempre dois policiais de vigia. A mulher foi até dona Laura.
   - Estranho é do Rio de Janeiro. – falou. – mais não tem remetente. Ela abriu o pacote, era uma caixa de papelão, seu coração ficou em disparada, assim que abriu a caixa deu um grito. 
           Henrique ouviu o grito da tia do banheiro, todo ensaboado enrolado na toalha foi averiguar, dona Laura chorava em suas mãos segurava uma caixinha onde continha algumas unhas ensangüentada.                                                                                   
           O horror tomou conta daquela casa, o rapaz leu uma carta onde mandava checar o cd. A imagem era nítida, o seqüestrador falava dona Laura se agarrou nos braços do sobrinho ao ver a imagem da filha toda machucada sendo brutalmente torturada, os gritos dela ao ter suas unhas arrancadas. A polícia federal monta acampamento na casa de Larissa. No início da noite o telefone toca.
    - Devolvam minha filha, devolva – grita dona Laura.  
   - É a Luiza tia, algum contato?
            Henrique toma o telefone das mãos da tia, conta à amiga que aconteceu, a polícia continua as escuras.
    - Já faz dias que minha filha sumiu.
   - Senhora. Estamos trabalhando no caso, algumas pistas estão surgindo, tenha calma. – falava o delegado.
   - Vamos pagar a droga desse resgate – gritou Luiza também perdendo a paciência com a incompetência da polícia.
   - Vocês não entendem se pagar o resgate ela morre, a cada dez seqüestro que são pago apenas três as vítimas saem vivas.
     A discussão e interrompida com o som do telefone. Luiza correu para atender ao telefone.


   


4 comentários:

  1. Muitooo bom... Luh vc manda muito bem! Fico a semana toda esperando por um capitulo novooo.. Aff adoroo

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    1. Quem escreve o conto é a Arien :)
      Ela manda muito bem.

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  2. oi, eu pencei que a autora fosse a MICA BRITO,

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    1. São a mesma pessoa, primeiramente ela postou como Arien e depois como Mica Brito

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