segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Por Amor IV

  Antes mesmo de fechar a porta do quarto, Larissa pôde sentir o os braços de Ruth a envolverem em um abraço apertado.
    - Eu quero você... Só para mim. – Larissa pôde sentir todos seus pêlos arrepiarem, com o sussurro quente em seu ouvido. As duas seguiram o caminho até a cama, tropeçando-nos poucos móveis que havia no quarto, Alicia era ágil, despiu a morena antes mesmo de chegar à cama. Larissa sentiu seu corpo ser jogado, depois o peso do corpo de Ruth sobre o seu, a loirinha beijava seus lábios com força, com vontade, com uma das mãos afastou as pernas da morena, para que pudesse se encaixar, pôde sentir o sexo molhado da promotora roçar no seu.
   - Como você consegue ser tão linda! – parou por um momento, para admirar a beleza incontestável de Larissa, voltou a acariciar seu rosto, contornando o formato de seus lábios com a ponta dos dedos. Para no final depositar um beijo doce, suave, lento. Larissa sentia Ruth diferente, estava mais carinhosa, embora a mulher adorasse ser a ativa da relação, seus toques estavam mais delicados, prazerosos até. As duas passaram horas naquela cama. Aproveitaram a banheira gigante que havia no quarto, e se deliciaram em um banho cheio de malícia. Larissa estava sentada com as costas apoiada na banheira. Ruth sentada na sua frente, os corpos encaixados, totalmente submersos na água transparente, a morena depositava beijos no pescoço da namorada, acariciava sua barriga com uma das mãos, e com a outra afagava seus cabelos. Era um momento de total entrega, não só para Larissa, mas para Alicia também. Naquele momento ela decidiu não lutar contra nenhum sentimento, se deixou envolver pelos carinhos da morena.
        Com os olhos fechados e a cabeça apoiada no ombro de Larissa, sentiu seus dedos traçarem um caminho vagarosamente até o centro de seu corpo, tocando-a carinhosamente, gemeu baixinho ao sentir a morena penetram-lhe, os movimentos eram lentos.
      - Que tortura! – foi um desabafo da loirinha.
         Sentia a outra mão de Larissa acariciar-lhe o seio esquerdo. Apertava o biquinho, apalpava-o, ao mesmo tempo em que acelerava as estocadas, Alicia gemia baixinho, tentando aproveitar cada segundo daquele momento, e por mais que tentasse prolongar aquelas sensações seu corpo já estava pronto para explodir em um gozo intenso.
        Voltou a relaxar o corpo, ainda meio tenso, passaram mais algum tempo dentro da banheira. Alicia já estava sentada na cama. Olhando pro nada, quando viu Larissa entrar no quarto, usava um roupão branco, a morena estava de costas, não percebeu que a loirinha olhava, deixou o roupão deslizar por suas curvas perfeitas até cair no chão, Alicia admirava o porte atlético da promotora, sentiu uma pressão em seu sexo. Seguiu seus instintos.
    - Psiu! – despertou a atenção da morena que lhe lançou um olhar curioso – Vem cá! – parecia mais uma ordem do que um pedido, ordem essa que Larissa acatou, deu passos lentos até chegar a Alicia, sentiu novamente seu corpo ser bruscamente jogado na cama.
   - Eu não consigo resistir a você! – mal sabia Larissa que aquilo era uma confissão – Alicia abriu as pernas da morena e se posicionou entre elas, escalou as coxas de Larissa depositando beijos, lambidas, mordidas... Á promotora gemeu alto ao sentir a ponta da língua de Ruth contornar o formato de seu sexo que já pulsava de desejo. 
   - Adoro quando você me chupa... – foi à última frase que Larissa conseguiu dizer, depois disso, a única coisa que se ouvia eram os gemidos altos da morena, pedindo cada vez mais. Sentiu a língua de a loirinha invadir-lhe, mexia o quadril de acordo com a velocidade determinada por Ruth que a chupava com vontade, com desejo, e ao mesmo tempo com doçura. Alicia lhe proporcionava um prazer antes nuca sentindo, penetrava a língua e massageava seu clitóris com a ponta dos dedos, alternando os movimentos, rápidos e fracos, não demorou muito para sentir o corpo da morena estremece, entrando em um orgasmo demorado. 
        Alicia agora admirava o rosto da namorada, completamente satisfeita, escalou seu corpo, distribuindo beijos, procurou seus lábios. Larissa a beijou, um beijo apaixonado, cheio de desejo, mas ao mesmo tempo ternura. Ficaram um pouco ali, depois a loirinha pediu para irem para casa não queria dormir naquele quarto de motel, queria o aconchego do apartamento da morena onde praticamente morava, já que passava mais tempo lá do que na sua própria casa.
  
Capítulo quatro

              Uma semana depois

          Os planos de Raul tiveram que ser interrompidos, pois havia a necessidade de voltar toda a sua atenção para um grande carregamento de drogas que estava para chegar da Colômbia. Depois de tudo resolvido, Raul voltou a pressionar Alicia. Os dias foram tensos, o homem começou a duvidar do envolvimento da mulher com a promotora, seus instintos criminosos o mandavam agir o mais rápido possível.
    - Sem desculpas! – gritava o homem – Quero pega aquela vadia o quanto antes. – a voz de Raul sai em tom de fúria, praticamente cuspia as palavras – E você vai fazer o que estou pagando para fazer, vai trazê-la para mim.
   - Eu já sei. – a voz de Alicia saiu apreensiva – Mas é muito arriscado, ela é uma mulher conhecidíssima, principalmente por aquela área, ela conhece pessoas muito influentes, pior, são seus amigos íntimos. Juízes, promotores, advogados, delegados. Você não tem noção. – tentava contra argumentar. – Todos sabem que estamos namorando Raul, a primeira pessoa que vão procurar serei eu.
   - Por isso mesmo você vai estar com ela, para que não desconfie, você ira levá-la até o pagode na barraca do Damião, bem distante do bairro dela, ninguém vai saber do paradeiro de vocês, não vamos te envolver nisso. As pessoas nunca vão descobrir ligação alguma entre nós!
   - Se você a quer morta, por que não matá-la de uma vez, sem isso de seqüestro. – questionou a lourinha.
   - Já disse que não. – gritou perdendo a paciência – Eu quero a vê-la sofrer, uma morte rápida seria como um presente, comparado à dor que me causou, não... – os olhos de Raul refletiam um ódio surreal, Alicia sentiu um nó na garganta.
   - Tudo bem. – disse, querendo acabar com aquela discussão.
   - Amanhã não passa Alicia.
        Alicia voltou para casa pensativa, começou a duvidar, não tinha absoluta certeza do que queria fazer. Apesar de todo o crime ser premeditado, cada passo friamente calculado por Raul, só agora conseguia enxergar o que realmente aconteceria á Larissa, um lado seu não queria se importa, mais a cada dia que passava na companhia daquela mulher... Preferia não pensar, não podia pensar, tarde demais, era apenas fazer o que lhe fora determinado e tudo ficaria bem.
      Alicia evitou falar com a namorada naquela noite, precisava ficar um pouco sozinha, seus sentimentos estavam em conflitos. Dias difíceis estavam por vir. Apesar de conseguir aparentar uma ingenuidade em suas expressões para Raul e Larissa, Alicia tinha seus planos, ainda secretos. Detalhou tudo em sua mente, cada passo que daria depois do seqüestro, é claro que não tinha plena confiança em Raul, então fez um plano B para si, afinal sua liberdade também que estava envolvida. Na manhã seguinte finalizou alguns detalhes. Ignorou todas as ligações da morena, isso era parte da tática que usaria para atraí-la até o pagode na periferia da cidade.
        A promotora por sua vez, não entendia o porquê da namorada não atender suas ligações, depois de uma longa insistência, resolveu deixar os problemas particulares de lado, e se focou no trabalho. O dia foi corrido, as horas passaram rápidas, o escritório estava praticamente vazio. O silêncio e a tranqüilidade foram interrompidos quando seu celular pessoal tocou. Um sorriso se formou em seus lábios ao ver o nome de Ruth no visor.
    -  Alô!
   - Oi.
   - Tudo bem com você?
   - Depende do ponto de vista do que você considera bem. – Larissa riu, se divertia com o humor de Ruth.
   - Tentei falar com você o dia inteiro.
   - Pois é! Esqueci o celular em casa, fui assistir a um julgamento com alguns amigos da faculdade. Atividade complementar você sabe.
   - Sério? Que bom amor. Algum colega que eu conheça? – Alicia queria cortar o papo, quanto mais rápido agisse, melhor – Ruth, ta me ouvindo?
   - Tô linda, onde você esta?
   - Ainda no escritório, acredita?
   - Imaginei.                                                                        
   - E você, onde esta?
   - Em casa, mas combinei com algumas amigas de ir a um pagode, estou precisando relaxar, dizem que é muito bom, pensei que talvez você quisesse me encontrar lá.
   - Pagode amor!? – criticou – Em plena a quarta feira você vai para um pagode, e a faculdade?
   - Semana de prova linda. Vou lá rapidinho, faço a prova e te espero no pagode, que tal? – apesar de querer parecer segura, sua voz saia um pouco tremula.
   - Tá bom, e me diz, onde fica esse tal pagode?

       Alicia passou o endereço. Duas horas depois, Larissa torceu o nariz quando chegou ao lugar, sabia dos lugares que a loirinha costumava freqüentar, mas aquele lugar era o fim da picada. Alicia ficou tensa quando viu o carro de Larissa chegando, Raul que estava próximo, afastou-se imediatamente. Um segurança apareceu, abrindo a porta para que a promotora descesse, Alicia lançou um olhar atônito em direção a Raul, que também ficou surpreso. A morena caminhou na direção da loirinha.

   - Você se superou? – falou a morena abismada com a precariedade do lugar, sem falar nas pessoas, Alicia deixou um sorriso amarelo transformar em uma expressão preocupada.
   - Vem, vamos sentar!
   - E suas amigas, onde estão?
   - Acho que me deram um bolo.
   - Espera! – Larissa deu uma olhada ao redor, percebeu olhos indiscretos seguindo seus passos, sentiu-se mal – Não podemos ficar aqui. – os olhos atentos de Alfredo observavam cada movimento dentro do bar.
   - Mas o pagode nem começou. – Alicia tentou demonstrar certa irritação – Larissa olhou a sua volta, algo lhe incomodava, Alicia estava vestida de forma um tanto vulgar, vários homens lançavam olhares de cobiça em direção a loirinha.
   - Vamos embora Ruth, eu não vim pra ficar, vim para te buscar.

         Alicia estava nervosa, sabia que Raul e seus capangas estavam atentos há seus movimentos. Além de tudo, ainda tinha o tal de Alfredo, que seguia as duas como se fosse um urubu em busca de comida.

   - Quem é ele?
   - Meu segurança.
   - E precisa andar com ele pra todos os lugares? – Alicia não conseguiu deixar o nervosismo de lado, as coisas não saiam como planejado. Para piorar seu celular tocou.
   - Não vai atender? – Alicia se afastou um pouco, deixando Larissa irritada.
   - Você está louco? – Alicia sussurrava
   - Siga o plano. – disse o homem
   - Você está cego, não está vendo o brutamonte veio com ela?
   - Olha aqui sua cadela, se você não quiser morrer junto com essa vadia, é melhor seguir o plano, deixa que do idiota meus homens cuidem. – ele desligou o telefone sem deixar que Alicia argumentasse.
   - Quem era? – Larissa perguntou deixando a namorada sem jeito.
   - Uma das meninas, confirmando o que já estava claro, elas não vão vir. Podemos ir. – caminhou na direção do carro de Larissa, deixando a morena sozinha dentro do bar – Vamos embora seu imbecil. – queria descontar sua raiva agredindo o segurança, já que as coisas não haviam saído como o planejado.
   - Fale direito com ele Ruth, isso são modos?
   - Esse idiota é pago pra quê?
   - Ele não é um idiota tão pouco seu empregado, já está na hora de você aprender a respeitar as pessoas. – as duas já estavam dentro do carro, sentadas no banco de atrás, Alfredo deu a volta no carro e entrou também – Podemos ir Alfredo, e me desculpe pelos modos dela.
   - Sem problemas doutora.
         Alfredo não estava preocupado com a discussão entre as duas, seus instintos o mandavam ficar em alerta, tinha algo de errado naquele lugar. Alicia estava nervosa, queria sair dali o quanto antes, não seguiria o plano, temia por sua própria segurança. Larissa parecia não desconfiar de nada.
 - o que há? – pensou Alfredo em seus botões. Havia algo de errado desde que tinham saído do bar, percebeu que um carro fazia o mesmo percurso que eles, não conseguiam ver com clareza o condutor do veículo, resolveu fazer um teste. Mantinha o carro em uma velocidade amena, tomou uma rua a direita, suas suspeitas se concretizaram, de fato estavam sendo seguidos.
- Algum problema Alfredo. –indagou Larissa ao ver que o homem tinha tomado um trajeto diferente, Alicia estava em alerta, Alfredo não respondeu. – Alfredo! – Larissa voltou a chamá-lo.
- Estamos sendo seguidos. – falou em um tom grave
- Como assim? – Larissa olhou para trás e pode ver um carro preto sem placa os seguindo.
        Alfredo aumentou a velocidade, a perseguição começou gerando medo nas duas mulheres. Alicia começou a entrar em pânico, seu nervosismo deixou Larissa ainda mais agitada. Não houve tempo para mais nada, Alfredo fazia movimentos bruscos de um lado para o outro, entrando e saindo de ruas e becos, chegaram a Av. Boa Viagem. Alfredo resolveu arriscar, diminuiu a velocidade, ficando lado a lado com o carro, um homem máscarado saiu pela janela do banco de trás, tinha uma pistola na mão.
  - Encosta a porra do carro! – gritou

Um comentário:

  1. Que alegria chegar em casa e ver que tem capítulo novo (:

    Pra variar a Alícia fez besteira de novo, né. Espero ansiosamente a continuação.

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