- Alô! – Luiza – tente manter o maior tempo possível na ligação. – sussurrou o delegado.
- Espero que tenha visto o vídeo.
- Devolva Larissa vamos pagar.
- Ótimo. Se eu sentir cheiro de cana envolvido eu arranco os olhos dela e mando para vocês.
- Não a machuquem. – se desesperou Luiza.
- Entrarei em contato para dizer quando e onde pagar.
Desligou.
- Saiam daqui, saiam daqui – gritou Luiza – se eles souberem que vocês estão aqui vão matá-la.
- Senhora...
Luiza foi para cima do delegado o puxando pelo palito.
- Eles vão arrancar os olhos dela, saiam.
Luiza estava muito assustada, o delegado entendeu, Duda tentava
acalmar a mulher, essa altura Sr. Augusto e dona Laura estavam dopados. A
polícia tentava descobrir de onde tinha vindo à chamada.
- Vamos dar
o que eles querem. – informou Maria Eduarda, não queremos a polícia
envolvida mais, esse tempo todo vocês não fizeram nada, agora vai ser do
nosso jeito.
- As coisas não são bem assim – Henrique interveio era primo de Larissa mais também policial.
- Localizamos!
Antes de uma discussão começa o técnico informou.
- A ligação foi originada do estado do Rio de Janeiro.
O delegado começou a agir.
Na manhã seguinte para surpresa da própria polícia o vídeo vazou na internet a população cobrava justiça.
- Como isso
foi acontecer – gritava o delegado andando de um lado para o outro
contra seus subordinados. Quero saber quem colocou aquele vídeo na
internet agora. – gritou.
Larissa passou dois dias naquela cadeira amarrada, não era
alimentada, a cada hora levava um banho de água de gelo, as roupas
molhada, sua fraqueza já davam sinal de pneumonia. Alicia parecia
inquieta na velha rede onde estava deitada, parecia procurar uma posição
boa, movimentava-se de um lado para o outro, estava na verdade tendo um
pesadelo há dois dias era proibida de ver a mulher, acordou com os
gemidos dela. Levantou ainda meio assustada, foi até a porta do quarto,
tentou abrir, mas estava trancada, ordenou que abrissem a porta, apesar
de estar um pouco relutante, Lobo abriu. Alicia encontrou a morena
tremendo, seu corpo queimava, estava delirando. A loirinha não sabia o
que fazer Lobo se recusava a ajudar.
- Meu Deus!- se apavorou. – precisamos...
- Não precisamos nada, a deixa morrer de uma vez, quero ir para casa – resmungou.
- Se ela morrer eu te mato Lobo, juro que te mato. – enfrentou o homem.
- Você não mata nem uma mosca. – debochou.
- Você tem
razão eu não mato, mas o Raul quando chegar aqui e ver essa mulher morta
morre nos dois. – alertou. – ele a quer viva.
Mesmo resmungando Lobo se levantou do sofá e foi até o quarto.
- O que quer que faça, nem sonhe em tirá-la daqui.
- Precisamos dá banho frio só assim pra baixar a febre.
Lobo gostou da idéia pegou um balde de água e jogou em cima de Larissa, que passou a tremer ainda mais.
- Olha ai – gargalhou o homem cruelmente.
- Seu imbecil. – Alicia foi pra cima dele. Começou a batê-lo.
- Você tem sorte de ser mulher dele. – falou saindo do quarto.
Alicia o acompanhou.
- Vem cá. –
Alicia chamou Zé que fazia segurança da porta do quarto – preciso que a
leve até o banheiro - ele pegou Larissa no colo.
Lobo observava de longe.
- Se não quiser ficar mal com Raul trate de colocar um colchão decente naquele quarto e lençóis limpos. – ordenou.
- E onde vou arrumar, acha que aqui é hotel é? – ironizou.
- Tires os seus. – Alicia saiu.
Lobo fingiu que não escutou, porém sabia do quanto Ruth era
manipuladora se falasse mal dele para Raul, era bem capaz de ficar mal
com ele, acabou acatando a ordem da mulher.
Alicia tirou as roupas de Larissa, Zé lhe ajudava.
- Que está
olhando. – ela percebeu o olhar de cobiça do homem diante do corpo nu da
mulher. – se não quiser que eu arranque seus olhos sugiro olhar pro
outro lado.
O
homem ficou de cara feia, Alicia mandou esperar lá fora. Larissa estava
sentada numa cadeira debaixo do chuveiro, não reagia a nada, a loirinha
murmurava em seu ouvido que tudo ficaria bem, Larissa balbuciava
palavras sem nexo, chamou muitas vezes pelo pai e pela mãe.
- Me tira daqui... – sussurrou. – me tira daqui. Eu não agüento mais...
Alicia buscou os olhos antes negros e brilhantes, mas encontrou um cinzento, mórbidos...
- Se eu tirar você daqui, ele mata meu filho.
Suas
palavras saíram triste. Larissa, apesar de fraca, continuava ciente.
Sabia definir o que estava ocorrendo ao seu redor, não entendeu o que
Alicia quis dizer com aquilo. Não conseguiu dizer mais nada depois
daquilo, a loirinha lhe deu um banho demorado, lavou cada centímetro do
corpo agora magro e fraco. Depois de tudo, a envolveu em uma toalha e a
ajudou a voltar para quarto. Larissa cambaleava não se surpreendeu ao
ver no canto esquerdo do quarto um colchão novo e lençóis limpos. Deitou
a morena que se encolheu toda, estava com frio.
- Espera
que vou buscar uma roupa. – beijou sua testa e saiu do quarto, não viu
que Lobo estava atrás da porta, se aproximou da morena, a toalha deixava
a mostra o par de coxas definidas da promotora, apesar de ter perdido
peso, a mulher continuava irresistível. O homem não resistiu, tocou o
corpo dela, era possível ver o desejo em seus olhos, logo lhe arrancou a
toalha, Larissa estava tão fraca que nem ao menos conseguia lutar
contra as investidas do criminoso. Alicia, já estava na porta do quarto,
seu corpo ficou inerte ao ver a cena macabra a sua frente. Lobo estava
em cima do corpo nu de Larissa, beijava seu pescoço, suas mãos
acariciavam as coxas, Alicia entrou no quarto, pegou a primeira coisa
que viu em sua frente, um pedaço de madeira e bateu nas costas do homem
que arqueou de dor. Xingando a mulher de tudo que era nome.
- Não faça isso. – alertou inclinando o pedaço de pau como fosse machucá-lo mais uma vez.
- Até que ela é gostosa. – falou se levantando.
Larissa encarou a lourinha com os olhos aflitos, não tinha força para se defender.
- Se tocar
nela, vou contar para o Raul. Pior vou dizer que você me tocou também. –
Alicia pensou rápido precisava fazer o homem recuar.
Lobo saiu de cima de Larissa nos pulos, encarou Alicia, não pensou
duas vezes em sair do quarto. A morena ainda delirava, pedia por
ajudava, chorava... O coração de Alicia estava partido, ver a mulher que
amava naquela situação era um tormento, um verdadeiro castigo. Pior
sabia que tinha uma grande porcentagem de culpa sobre todo aquele
sofrimento, aproximou-se da mulher que tentava se afastar, seu corpo
tremia, estava com medo, Alicia a abraçou:
- Não irei
deixa que nada ruim te aconteça... – Alicia a abraçou com carinho.
Larissa chorava muito seu corpo tremia. – não vou deixar nada te
acontecer... Alicia a beijou com carinho, um beijo demorado, com o sabor
salgado das lágrimas de ambas.
– Porque
você... – falava Larissa nos lábios de Alicia, entristecendo ainda mais.
Alicia se afastou um pouco, levantou o queixo da mulher, procurou seus
olhos – fiz isso por amor a meu filho, você não entende agora, mais um
dia vai entender. Não contava que fosse me apaixonar por você Larissa,
eu te amo mesmo que não acredite. Eu te amo. – ela levou os lábios no
ouvido da morena – você foi à única pessoa que já amei na vida. A única
pessoa que me tocou além do Raul.
Depois daquela revelação passaram-se longos minutos em silêncios até que a lourinha falou.
- Vou busca algo para você comer. – ela se levantou.
Na
verdade Alicia precisava fugir daquele olhar quer a matava por dentro.
Voltou meia hora depois, trouxe uma canja, não houve dificuldade para
morena se alimentar. Ela tomou tudo depois tomou um copo de suco de
laranja, a lourinha observava penalizada. Larissa se encolheu no
colchão, sua mente fervilhava, as palavras de Alicia viajavam em sua
cabeça, sentiu uma imensa vontade de chorar.
- Raul é
pai do meu filho – Alicia quebrou aquele silêncio, não podia mais se
calar - somos casados há seis anos – continuou sua voz saia baixa, porém
bastante clara - ele não conhece o filho. Quando fugir pela primeira
vez, nem sabia que estava grávida. Soube mês depois. Fiquei surpresa, de
início sentir raiva de mim mesma, mais logo que minha barriga foi
crescendo percebi que estava tendo a oportunidade te ter uma vida de
verdade, as coisas foram muito difíceis. Tive que me separar do meu
filho quando ele ainda mamava; mas não me arrependo, fiz o que considero
melhor para ele – Alicia procurou o olhar de Larissa mais não o
encontrou – nada do que eu possa lhe dizer pode aliviar seu sofrimento.
Fiz escolhas ruins em minha vida, deixei que o dinheiro me cegasse, mais
há muitas coisas por debaixo dessa capa – ela falou referente ao seu
corpo – o Vinicius meu filho tem o direito de ter uma vida diferente da
minha e do pai dele. Ele é uma criança inocente, não tem culpa de sua
genética, hoje sua segurança está ameaçada. Tentei sair desse jogo mais
foi tarde de mais, hoje não é apenas minha vida que está em jogo, mais a
vida daquela criança também. Sinto muito, Deus sabe o quanto sinto
muito.
- Sente muito. - Larissa a encarou. – parecendo não acreditar no que acabara de ouvir.
- Ele me
ameaçou. Sei que me odeia e mereço seu ódio, mais a única coisa que
quero é ver meu menino bem. – ela começou a chorar. – eu o amo, você
nunca vai entender Larissa, porque você nunca teve um filho, mais eu o
amo, se qualquer coisa ruim acontecer com ele serei a culpada. Eu te amo
Lary...
- Por mais
que você me explique, eu nunca vou conseguir entender. E que amor é esse
capaz de causar tanto sofrimento a quem só te deu amor, carinho...
Diga-me, que amor é esse? – Larissa mantinha um tom de voz calmo, queria
respostas e queria tê-las naquele momento, Alicia permaneceu calada, as
lágrimas já invadiam sua face de forma indesejada. - Não pense que suas
lágrimas vão me comover. – Larissa se levantou com certa dificuldade.
- Eu nunca quis te fazer mal... Não esperava que fosse me apaixonar por você...
- Mas fez
Ruth, você não imagina o mal que me causou. Você não imagina – sua voz
expressava nada além de tristeza e decepção - Como você pode falar em
paixão, em amor? Tudo que eu vivi com você não passou de uma farsa, de
uma mentira... – Larissa estava perdendo o controle, segurou Alicia
pelos braços, estava fraca, se quisesse a loirinha poderia ter se
livrado, mas tudo que ela queria era sentir novamente o toque da morena.
Mesmo que fosse daquela forma. Larissa a sacudia. Queria respostas em
meio aquilo tudo. Os corpos se uniram um meio abraço. Um movimento
involuntário, os braços de Alicia envolveram a cintura da morena grudou
os lábios no ouvido da mulher...
- Você foi
única na minha vida. Verdadeiramente a única pessoa a quem eu quis
amar... A única que eu realmente amei. Você me teve por completo em seus
braços Lary, e por mais que me odeia, você sabe disso – Larissa tentou
não se abalar com as palavras da loirinha, mas era impossível. Apesar de
tudo ainda sentia muito amor por aquela mulher, não entendia o que
estava acontecendo e naquele momento não quis entender, apenas queria
sentir um pouco mais seu corpo, seu cheiro, seu toque.
Mas
não duraram muito, mesmo estando completamente envolvidas pela
circunstância, as lembranças vieram fortes, depois as dúvidas, infinitas
dúvidas, dolorosas dúvidas. Como saber que ela não estava mentindo.
Pensou em gritar, queria ofendê-la, mas apenas foi se afastando
vagarosamente se desvinculou dos seus abraços. Alicia entendeu o que ela
queria dizer com aquele gesto, não podia culpá-la. Seguiu para a porta.
- Tudo que
eu fiz se antes foi por dinheiro hoje é por amor, amor a vida do meu
filho Larissa, meu filho! – as lágrimas ainda deslizavam pelo rosto de
Alicia quando ela saiu do quarto, deixando a promotora perplexa e
completamente confusa, mil coisas começaram a passar por sua cabeça,
tentava analisar a situação, mas não conseguia chegar a uma explicação
concreta. Sentiu-se tonta, voltou a sentar no colchão, não conseguiu
mais dormir.
O dia amanheceu frio, já não chovia. Por volta das 10h00 Raul chegou de mau humor como sempre.
- E como
foram as coisas por aqui? – Lobo parecia meio receoso – To esperando...
Fala. – o capanga contou tudo que havia se passado, Raul que já não
estava em seus melhores dias, ficou ainda mais furioso ao saber que
Alicia havia passado a noite com a promotora.
- A vadia
ta bem agora... Talvez se ela não tivesse cuidado já estaria até morta.
As duas passaram a noite juntas. A galega saiu do quarto quase de manhã.
– a cada palavra que o homem dizia, o sangue de Raul fervilhava em suas
veias. Deixou Lobo falando sozinho e caminhou até a cozinha, onde
Alicia comia um pedaço de pão. A loirinha se assustou ao vê-lo parado na
porta.
- Por que está me olhando assim? – encarou o olhar frio do ex-amante.
- Quer dizer que você passou a noite com a vagabunda? - sua voz era assustadoramente calma.
- Você
devia me agradecer por não deixá-la morrer. – falou Alicia fingindo
indiferença, embora por dentro estivesse entrando em pavor.
Raul
encarava Alicia sem piscar, sem dizer uma só palavra sua cabeça
fervilhava, a única coisa que conseguia lembrar naquele momento era as
insinuações de Beto, afirmando que Alicia havia se apaixonado pela
promotora. Seu sangue ferveu, aquilo jamais iria tolerar. A loirinha
sentiu a mão de Raul tocar-lhe o ombro, iniciando um carinho
aproximou-se um pouco mais, os corpos já estavam colados, Alicia sentiu
um embrulho no estômago não conseguia reagir à investida de Raul. Ele
insistia sentia uma necessidade extrema de possuí-la. Alicia não disse
uma palavra, mas não era necessário, seu corpo não reagia aos toques do
homem. Raul perdeu a paciência, empurrou a loirinha contra uma parede,
antes que ela pudesse se recuperar deu-lhe um tapa no rosto que veio
seguido de vários outros.
- O que
aconteceu você sempre foi uma cadela fogosa! – falou irritado tentando
apalpar suas intimidades, Alicia num ato de auto defesa impedia o toque.
- Eu não vou ser humilhado por você – puxava os cabelos da mulher,
tentava beijá-la – Você é minha, só minha! – voltou a estapeá-la ao ver
sua negação, o rosto de Alicia já estava vermelho, havia um pouco de
sangue do lado esquerdo de seu lábio inferior, as súplicas feitas a Raul
não eram ouvidas, o homem estava fora de
si.
- Lobo! Vem aqui, agora! – gritou – Amarre a vadia em uma cadeira.
- Como senhor? – indagou o homem na dúvida.
- A promotora seu imbecil. – retrucou.
Depois de ouvir a ordem o homem saiu em disparada para o
quarto onde Larissa estava. Alicia tentava imaginar o que se passava na
cabeça de Raul, dez minutos depois Lobo voltou, já havia feito o que o
chefe ordenou. Raul pegou Alicia pelo braço arrastava a loirinha pelo
pequeno corredor até chegar ao quarto.
- Eu não quero ser interrompido, entendeu? – Lobo apenas fez um sinal positivo coma a cabeça.
Raul jogou Alicia dentro do quarto, a mulher caiu no chão, já não
tinha forças, estava fraca. Larissa estava no canto esquerdo, sentada
toda amarrada e com a boca armodaçada. Seus olhos se arregalaram ao ver a
mulher, Raul tinha um sorriso faceiro na face comprimento Larissa como
de costume.
- Porque esta aqui doutora? – indagou o homem.
Larissa já chorava seus olhos estava fixado em Alicia que ainda
estava caída no chão, parecia machucada. Raul tirou a jaqueta que
vestia, aproximou-se de Larissa.
- Bom
dia senhora promotora. Ainda sem minha resposta! – Larissa estava
assustada, se remexia na cadeira e tentava falar. - Vou aceitar seu
silêncio como um sim. – Raul percebeu o olhar de Larissa para a
loirinha que ainda se recuperava. – Tá vendo essa mulher ai... Tem
muitas coisas que você não sabe sobre ela. – Raul se aproximava de
Alicia, a mulher tentava se esquivar dos chutes e pontapés que Raul lhe
dava. Larissa estava em pânico. – Já contou pra ela qual é seu
verdadeiro nome? – Raul parecia se divertir com a situação, Alicia
permanecia calada – O nome dela e Alicia e ela enganou você direitinho,
olha que eu duvidei que fosse capaz, mas ela fez o trabalho direitinho.
– Alicia lançava um olhar de ódio para Raul, não tinha forças para
lutar contra ele, sabia que se tentasse fazer qualquer coisa seria pior.
Larissa permanecia calada com um olhar desesperado - Não se engane com
essas lágrimas, ela é uma ótima atriz. – Raul continuava envenenando a
cabeça de Larissa – Sabe o que ela me dizia... Que sentia nojo de ficar
com você. – Nesse momento, Alicia conseguiu se levantar, mas Raul voltou
a empurrá-la.
- Mentira – gritou ela. – eu fazia amor com você Lary, não sexo. Mas amor...
Aquela negação o irritou ainda mais.
- Mentira –
foi se aproximando – você esta dizendo que estou mentindo? - em um
movimento rápido deitou a mulher e ficou por cima dela, Larissa assistia
a tudo, era como se fosse um pesadelo em tempo real. Alicia se debatia,
mas Raul era mais forte logo conseguiu dominá-la. – Vou mostrar pra
você do que ela gosta! – virou-se para Larissa que começou a se sacudir
na cadeira, não poderia deixar aquilo acontecer, só então pode ver como
cruel e violento aquele homem era. – vou fazer amor com a sua
namoradinha promotora Couto. – ironizou Raul.
Raul
rasgou as roupas de Alicia que se debatia, o homem beijava, lambia,
mordia sua pele, vez ou outra lançava olhares de provocação para
Larissa. À promotora estava desesperada, mas nada podia fazer. Os
gritos de Alicia foram abafados pela mão de Raul, o homem baixou as
calças e antes de penetrá-la voltou a olhar para Larissa.
- Ela é
minha... – Larissa apertou os olhos com força, ainda podia ouvir os
gemidos abafados de Alicia, as lágrimas já se faziam presentes em seu
rosto.
Raul
possuía a loirinha com vontade, não parecia se preocupar com mais nada.
Alicia lutava em vão, por todo o quarto podem-se ouvir seus os gritos
de dor, de desespero. Larissa se sacudia na cadeira ver aquilo lhe
causava uma dor antes nunca sentida, ver a mulher que amava sofrendo
aquele tipo de violência foi doloroso demais. A tortura durou quase 40
minutos, depois de se saciar, ele saiu de cima da mulher que parecia
hipnotizada, Alicia não se movia, não chorava, a respiração estava
lenta, mantinha os olhos abertos. Raul se recompôs, vestiu a jaqueta,
aproximou-se de Larissa, deixando um sorriso escapar pelo canto da boca
disse:
- Eu sou o
homem dela espero que isso tenha ficado bem claro! – aproximou-se um
pouco mais, deslizou a ponta do dedo sobre a face da morena – Não fique
com inveja, logo será você! – Larissa sentiu todo seu corpo amolecer, o
sangue parecia ter congelado em suas veias. Raul saiu do quarto como se
nada tivesse acontecido.
Durante alguns minutos Alicia permaneceu ali completamente nua, o
corpo estendido no colchão, havia sinal de sangue em suas pernas, seu
rosto estava machucado. Não se movia e aquilo desesperava Larissa que
não sabia se a mulher estava desacordada. João entrou no quarto foi até
Larissa retirou o adesivo que tapava sua boca.
- Ruth – gritou à morena, não obteve resposta, seu grito de agonia tomava o quarto. Alicia de fato estava desacordada.
João
aproximou-se da mulher estendida no chão, ficou um pouco espantado com
aquela brutalidade não entendia como Raul podia fazer aquilo com a
própria mulher. Imaginou o que ele faria com quem não acatasse suas
ordens. Ele a cobriu com um lençol depois a pegou no colo.
Antes de sair escutou.
- Não a machuquem mais, não a machuquem... – implorava.
O homem parou na porta e olhou para trás.
- Ela vai
ficar bem dona, ela vai ficar bem. – o homem apesar do tamanho
monstruoso, da imagem ameaçadora tinha uma compaixão na voz. – não faça
nada, pra ele não fazer a mesma coisa com a senhora.
Larissa
permaneceu ali toda amarrada, chorando, já não sabia o que pensar,
sentia-se confusa, penalizada com Alicia. O que Raul disse já não
importava, não naquele momento. Passou horas presa a cadeira, seus
pulsos estavam ficando roxo, João entrou no quarto e desamarrou a levou
até o outro cômodo onde ela ficava.
- Ela está bem, tomou um banho e está dormindo agora.
- Me ajude a fugir – pediu Larissa – você parece ser um homem bom... – Larissa tentou persuadir o homem.
- Moça a senhora não conhece mesmo o patrão, desobediência para ele resolve na bala, tenho cinco filhos para criar.
- Você sabe quem eu sou, devem está me procurando, você pode ser preso, posso ajudá-lo...
- Coma isso. – homem deixou comida no colo dela depois saiu.
Passaram-se três dias, Larissa não voltou a ver Alicia, ela se
recusava levar sua comida, Lobo se irritava, sempre que entrava no
quarto era bombardeado de perguntas que não estava a fim de responder.
- Você não
entendeu mesmo cadela, a galega é mulher do chefe – gritou Lobo
irritado, dando um chute em Larissa. – não foi difícil se apaixonar por
ela não é? Gostosa daquele jeito. – o homem riu.
Passaram-se mais uma semana, Lobo havia viajado junto com João,
Raul enviou dois homens para ficar de olho nas duas, à vigilância era
serrada, mesmo possuída em vergonha Alicia entrou no quarto, trazia
comida logo encontrou aqueles olhos negros apagados.
- Pensei
que nunca mais fosse te ver – Larissa num ato impulsivo levantou-se e
correu até a lourinha a abraçando, não foi correspondida.
Alicia estava pálida, abatida, tinha marcas roxas pelos braços, pescoço. Abaixou a cabeça dando passos para trás.
- Pegue,
ontem não deixaram eu te trazer comida – sua voz saia em sussurros.
Colocou a badeja com um prato de comida e um copo de água perto do
colchão, ergueu o corpo já caminhava em direção à porta.
- Ruth! – Larissa chamou. A lourinha se virou agora encarava seus olhos.
- Meu nome é
Alicia, não me chame de Ruth, meu nome é Alicia! – parou diante da
porta, Larissa caminhou, parando em frente à loirinha, com muito custo.
Alicia levantou os olhos para encarar os da morena, havia um vazio neles
nunca visto antes, Larissa sentiu uma pontada no peito.
- Aquele
homem é um sádico... Precisamos sair daqui! – foi mais uma suplica do
que um pedido.
- Eu... Eu... Eu não posso.
Alicia
saiu do quarto o mais rápido que pôde, tinha ordens para não passar
muito tempo lá dentro. Sentia-se suja. Mal conseguia encarar os olhos
assustados de Larissa. Sua alma estava em pedaços, não se preocupava com
a violência que havia sofrido, até por que não era a primeira vez, mas
ter acontecido na presença de Larissa a machucou muito. Não sabia mais
como reagir, sentia-se perdida. As visitas de Raul ao casebre
tornaram-se constantes, não violentava mais nem batia, mas obrigava a
mulher a ficar por perto, sempre pedia para que massageasse seus pés.
Olhava para a loirinha com um olhar vitorioso, como se fosse o dono do
mundo. Em uma dessas visitas, Alicia fingia cozinhar, Raul e Beto
estavam no terraço. Ela pode ouvir a conversa dos dois. Falavam do pai
de Alicia. Raul encomendava o Beto o seqüestro do homem.
- Vou
matá-lo e ela vai assistir a tudo. Apenas assim saberá o que sentir, só
assim minha vingança estará completa. – Raul tomou o último gole de sua
vodka.
- Vai matá-la depois? – indagou Beto, também virando o copo.
- Não! –
Beto quase se engasgou, ao perceber a surpresa só amigo explicou - Vou a
deixar conviver com a culpa de ter matado o próprio pai. Por que foi
isso que ela fez quando condenou meu pai. – sorriu – Quero a ver sofrer
dia após dia, lamentando sua morte.
Um frio percorreu sua espinha.
- Meu Deus! – exclamou Alicia. Se afastando antes que eles percebessem sua presença.
Alicia corria contra o tempo, a situação estava se piorando Raul
esta preste a concluir sua vingança, a lourinha precisava impedi-lo. O
homem entrou na cozinha ela fingia cozinhar ele pegou uma cerveja na
geladeira.
- Essa porra não fica pronto não?
- Falta fazer o purê apenas. – disse.
Raul observava a mulher tinha um olhar enigmático, Alicia queria
saber o que se passava na cabeça daquele homem que se mostrava cada dia
mais cruel. Depois de almoçar ele exigiu que a mulher transasse com ele,
horas depois foi embora deixando ordem restrita para que Alicia não
tivesse contato com Larissa.
- Trouxe a comida dela! – disse a mulher – abra! – ordenou.
O menino olhou desconfiado já tinha sido alertado para não acatar ordem dela.
- Se vai
deixá-la com fome mais um dia problema é seu depois você se resolve com o
Raul. – disse a mulher com ar de que não estava nem ai, o menino
vacilou.
- Espera dona!
Rapidamente ele abriu a porta e ela entrou.
Larissa estava deitada, olhava para o buraco no teto estava perdida
em seus pensamentos não notou alguém entrando. Seu estômago roncava,
seus lábios secos pediam por água, havia dois dias que recebia
alimentação, nem água. Algo de estranho estava acontecendo, do outro
lado da porta um silêncio absoluto, se perguntara tantas vezes onde
estaria Alicia, havia partido. Como? No fundo a morena tinha esperança
de que a mulher fosse a tirar dali.
Alicia estava angustiada principalmente depois do que escutou, não
sabia o que fazer lá fora tinha dois homens fortemente armado que não
hesitaria em matá-la caso cometesse alguma loucura. Larissa finalmente
captou um aroma diferente aquele perfume despertou de seus devaneios
levantou de sobressalto. A lourinha nada falou lhe entregou a bandeja e
saiu rapidamente, alguns dias ela vinha evitando entrar ali, na verdade
as coisas pioraram muito depois da violência que sofreu em frente à
promotora. Naquele mesmo instante ela agradeceu a própria sorte, assim
que saiu do quarto escutou os gritos do homem que acabara de voltar ao
casebre. Raul estava muito nervoso, pela primeira vez desde que tinha
seqüestrado a promotora não sabia o que fazer. Alicia tentou aproximar
queria saber o que estava acontecendo, jogou todo seu charme. Mas ele
não queria nem vê-la, o jogo havia mudado. Raul passou dias no casebre,
sua raiva e frustração foram descontadas em Larissa que era torturada
dias pós dias, da forma mais variada possível. Alicia não agüentava ver
aquilo, levou uma surra daquelas por se colocar na frente da mulher
evitando que ela tomasse um banho de água fervente, Raul furioso
arrastou Alicia voltando a possuí-la na frente da mulher que amava. Mais
uma vez ele tomou uma atitude inusitada, horas depois do estupro,
Alicia já tinha se banhado estava encolhida na cama, chorava como
ninguém. Raul a arrastou até onde Larissa estava a jogou lá dentro como
se jogasse um saco de batata.
- Olha ai se comam agora – rosnou o homem as trancando no quarto.
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