sábado, 1 de setembro de 2012

Minha Doce Prostituta XXXIV

- Ele é meu irmão! – gritou, Duda olhou sem entender nada, sua mãe apertou a mão, Luiza começou a andar de um lado para o outro, chorando gritando.
- Porque você está fazendo isso porque? Você me prometeu.
- João Gabriel está doente e seu pai achou melhor você...
- Eu não tenho pai e não tenho filho.
- Filha!
- Não me chama de filha, não tenho mãe... – Luiza foi para cima da mãe, mas Bella a segurou.
Heloisa chorava, Luiza procurou novamente o olhar de Duda e viu que a sua morena chorava.
- Você não queria saber por que eu odeio meus pais, não queria saber por que me tornei uma prostituta, por culpa dela, por culpa dela... – gritou.
- Luiza não...
- Não ? Luiza passou a mão no rosto – Quer saber Maria Eduarda minha doce história quer saber?
Resolvi ser uma prostituta depois que meu próprio pai me comeu - Duda tapou os ouvidos, não queria ouvir, não queria, porém sua mãe baixou as suas mãos
- Precisa se forte filha – sussurrou em seu ouvido Luiza baixou o tom de voz
- Eu era tão pequena, aquele maldito roubou minha inocência, minha dignidade, ele era sempre carinhoso, um pai dedicado, sempre presente na minha vida, eu o via como meu herói, é ele era o meu HERÓI, pra que? No início ele sempre ficava me olhando tomar banho, às vezes ajudava dizia que eu não estava tirando a sujeira direito, como eu ia saber que ele se aproveitava para tocar em mim. Eu era só uma menina, não tinha mais que 7 anos, só tinha 7 anos, mas o tempo foi passando fui ganhando formas femininas e também o desejo daquele doente, então comecei a ver atitudes diferentes, ele tinha a mania de ficar pelado em minha frente mexendo em suas “coisas”via suas mãos meladas, que nojo, era só na minha frente, eu tapava os olhos mais ele dizia, - Veja minha princesinha, veja - fui crescendo ele começou a bolinar, os primeiros toques foram os mais dolorosos, lembro dele entrando no meio da noite em meu quarto, quando o vi pensei que ele fosse me cobrir como costumava fazer, mas pude senti aquela mão melada, quente puxando minha calcinha, ele me tocou Duda... Não pude evitar acordei assustada, pude ver seu membro duro, ele colocou aquela mão imunda tapando minha boca dizendo – Se falar alguma coisa corto sua língua – senti um medo imenso, meu irmão viu falou que era errado, sabe o que ele fez deu uma bofetada nele e mandou se calar se não ia ser pior, escutei seu choro abafado, depois desse dia suas visitas eram diárias, ele levou Vagner pra dormir no quarto com Mateus com a desculpa que eu era uma menina e que era para eu ter um quarto sozinha, ele estava sempre por perto, quantas vezes me culpei por ter despertado esses desejos nojentos no meu pai, do pai que eu amava tanto, do homem que me levava para aula, que me ajudava com a lição, quantas vezes procurei um lugarzinho dentro de mim para me esconder. Sabe por que eu insistia tanto em ir com você quando a senhora saia mãe? Porque nesses dias eram piores, ele trancava meus irmãos no quarto, depois mandava eu ir no escritório dele, lá me obrigava a ver filmes pornô, pedia pra eu tocar nele, fazer o que a mulher fazia nos filmes, eu era obrigada a masturbar meu próprio pai, eu tinha 12 anos quando ele me pediu pra a fazer sexo oral nele – Duda se agarrava mais nos braços da mãe chorando não queria escutar mais nada Luiza continua perdida no vazio sua voz saia fraca – Eu chorei tanto, tanto ele não me obrigou porque ele dizia que me amava eu era a princesinha dele então ele mandou eu sentar em cima da mesa com as pernas aberta, me tocou com seus dedos, aquilo doeu, eu gritei ele mandou eu calar a boca se não ia me bater, não queria apanhar lembro das surras que ele dava nos meus irmãos, eram horas de tortura, eu saia daquela sala acabada, me trancava em meu quarto chorava tanto me sentindo culpada por que desde de pequena ficava andando de calcinha para cima e para baixo dentro de casa, sou culpada por sentar de perna aberta em sua presença, sou culpada por fingir que não via que ele me observava enquanto tomava banho, sou culpada por sempre ter aceito seus doces, suas moedas, seus sorriso, aqueles abraços, sou suja. Mas não precisava estarmos sozinhos para ele se aproveitar, até diante dos olhos das pessoa isso acontecia, bastava ele pedir pra senta em seu colo, -Vem cá princesinha senta aqui no colo do papai- Ou um simples abraço, sabe o que mais me dói era saber que todos sabiam que tinha um tarado na família e tratá-lo como se fosse a pessoa mais maravilhosa do mundo, que família hipócrita a minha, os odeio por isso, quantas vezes minha tia o via ele olhando as meninas trocando de roupa, nem por isso falava nada, eu não era a única Duda, ele se esfregava as meninas que iam lá em casa brincar comigo, mas elas gostavam, quantas vezes fui portadora de recados indecentes, lembro de uma vez quando minha maravilhosa mãe veio saber porque eu não queria ter mais amigas, eu disse pra ela tudo, ela nunca acreditou dizia que eu mentia, fechar os olhos para o que estava diante dos próprio nariz é inaceitável, eu estava sozinha, - Filha não minta, não importa o que os pais façam, não importa o que aconteça, pai é sempre pai, você tem por obrigação amá-lo e respeitá-lo – Foram essas as palavras da minha mãe, tentei fugir tantas vezes ele sempre me achava, era pior quando fiz quinze anos estava no ponto, ganhei corpo tão rápido, sabe qual foi meu presente de aniversário? Ser estuprada pelo meu próprio pai, ele disse –Já esta no ponto, não vou criar filha gostosa para outro comer - ele me comeu, ele me comeu – gritou - Depois disso cai no mundo passei uma semana perâmbulando pelas ruas de Porto Alegre até que conheci uma prostituta, ela disse que eu era bonita e conseguiria ganhar muito dinheiro, foi o que fiz, fiz uma escolha queria ganhar dinheiro para sair daquela maldita cidade fugir dele. Porém ele me achou, quantas vezes mãe você deve ter tapados os ouvidos pra não escutar meus gritos, ele me comia todas as noites, e aos domingos ia a missa posando de bom homem, de pai de família, a única coisa boa que ele fez por mim foi a educação requintada que ele me deu, é Duda aulas, de piano, artes, etiquetas e línguas estrangeiras eram obrigatórias para mim e meus irmãos, ele dizia que tínhamos que ser cultos como minha doce mãe, investiu muito na nossa educação estudamos sempre nos melhores colégios, durante o dia eu fazia programas e a noite meu pai me comia, você deve esta se perguntando porque não denunciou, porque não fugiu, meu pai ele é um homem respeitado na cidade, tido com exemplo, na faculdade era de se dar nojo o quanto aquele hipócrita pregava a moral e os bons costumes, alunos e professores que o bajulavam, não sabem o mostro que ele é, todos falam maravilhas dele, ele disse que se eu abrisse a boca ninguém ia acreditar numa vadia como eu e que ele ia mexer com Camila. Não podia deixar ele tocar na minha irmã, ela era tão pequena, ele a obrigava a assistir toda minha violência, por culpa dele ela tem sérios problemas psicológicos, quando fiz 18 anos resolvi sair de casa, não suportava mais, porém as ameaças continuavam, tinha medo, tinha imenso medo, não aguentei muito tempo, fui morar com Bella, Camila foi passar um tempo na casa dos meus avós, você deve estar se perguntando sobre meus irmãos, coitados só Deus sabem como eles sofreram, Mateus principalmente não ele nunca abusou deles, eu era a favorita, ele tinha obsessão por mim, dizia que era porque eu era a versão feminina dele, é Duda quer saber como era meu pai olhe pra mim, sou terrivelmente parecida com ele, sai de casa finalmente, sumi por uns tempo sempre me comunicava com meus irmãos, passei dois anos sem vê-los, mais soube que Milinha tinha voltado a morar com eles, um medo terrível me abateu, Camila tinha crescido e como você pode perceber ela muito se parece comigo, o desejo de protegê-la foi mais forte que o medo que tinha dele, voltei a Porto Alegre tive discussão terrível com eles, minha mãe dizia que eu mentia, lembro dos olhos dele brilhando em alegria e cobiça ao me ver, eu tinha mudado tinha me tornado numa mulher atraente, voltei para casa de Bella ia morar com minha prima, horas depois escuto a porta bater, abro era ele, ele saiu invadindo a porta, no início com um papo de arrependimento, depois vi, vi em seus olhos o mesmo desejo desde que tinha desde meus 7 anos, ele disse que eu estava boa demais tinha que me provar, estava com saudades – pausou, um silencio pesado tomava conta do local, Luiza soou o nariz depois voltou a falar com a voz cada vez mais baixa - Ele veio me agarrando, lutei contra ele, porém ele era mais forte que eu, rasgou minhas roupas, ele parecia esta possuído, tentava me beijar, eu arranhava, lutei amor juro que lutei mais não consegui, ele me violentou, transou comigo da forma mais bruta possível, parecia um animal selvagem no cio, me batia toda vez que eu tentava me sair, me bateu tanto que fiquei inconsciente.
Todas choravam, Luiza parecia perdida seu olhar era vago.
- Lembro de Bella me levantando do chão chorando, fui denunciá-lo, ia por um fim naquilo tudo, cheguei à delegacia e fiz a denuncia depois Bella me levou ao hospital, não deu meia hora para toda família estar lá, foi uma confusão tão grande, minha mãe me matou naquele dia, ela me matou, foi ela que me deu o tiro de misericórdia, ela me pediu para retirar a queixa, isso mesmo, eu cedi, eu cedi... Ela me prometeu que nunca ia deixá-lo chegar perto da minha Milinha, ela cumpriu sua palavra, minha irmã estava a salvo, não sei por que mais eu acreditei nas palavras dela. O pior estava por vir, dois meses depois, descubro que estava grávida, não, eu não podia, eu não tinha feito programas com ninguém, era dele, enlouqueci, sinceramente enlouqueci odiava o ser que crescia dentro de mim, ele era a prova viva da minha desgraça, queria o aborto mas ela mais uma vez me impediu, usou de golpe baixo, usou os meus irmãos para me fazer desistir, assim que esse menino nasceu o rejeitei, não quis vê-lo esse era o trato. Duda, olhar para mim é o mesmo que olhar par o meu pai, aprendi a conviver com isso, mas esse menino não, olhar para ele é o mesmo que me vê e esses olhos são iguais aos dele – Luiza se levantou, enxugou as lágrimas e olhou para mãe que chorava a soluçar.
- Você prometeu que eu nunca ia ter contato com esse menino, que nunca ia vê-lo, não tenho filho Heloisa, vou continuar mandando a despesa dele como tenho feito todo esse tempo, mas eu não o quero, nunca o quis.
- Não posso ficar com ele Luiza, seu pai esta morrendo.
- Eu não tenho pai, quero que ele morra, que morra dolorosamente, sinto um ódio que consome minha alma, um ódio mortal por ele, ele morreu quando invadiu meu quarto naquela noite, você morreu quando entrou naquele quarto de hospital, só tenho meus irmãos e a minha esposa, você não tem o direito de me obrigar a ficar com esse garoto.
- João Gabriel ele tem problemas cardíacos, sopro no coração mixoma, um sopro inocente porém é delicado o estado dele, Ricardo esta arrependido...
- Arrependido? Agora é tarde eu quero que ele morra aquele desgraçado, que vá para o inferno se eu pudesse eu mesmo o matava...
- Luiza, João Gabriel é seu filho goste ou não, ele veio para ficar não pense que é uma decisão fácil para mim, ele está crescendo e pergunta por você, apesar de você odiá-lo ele a ama mesmo admirando uma foto, pede que eu fale de você sempre, depois que Camila foi embora ele vive adoentado, o coração dele é frágil de mais e você sabe disso, ele esta tendo sintoma de insuficiência cardíaca.
- Você me prometeu, ele não é meu filho é meu irmão... – Luiza gritou saindo correndo do apartamento, Duda ficou assustada e correu atrás, ela descia alvoroçada pelas escadas.
- Isa espera...
Luiza olhou pra cima, errou o degrau e caiu e rolou as escadas, por sorte ela estava próxima de outro, Duda entrou em desespero, correu até a mulher logo depois as outras três chegam, Luiza se arranhou toda, gritava de dor. Com ajuda de Jéferson o motorista Luiza é levada para a clínica lá ela é atendida por sorte não foi nada demais, só alguns arranhões e uma perna quebrada, porém seu coração estava massacrado, sentia uma dor imensa, não queria ver ninguém ficou presa em suas amargas lembranças, tentava encontrar um lugar dentro dela mesma aonde ela pudesse mais uma vez deixar todas a lembranças e tentar curar suas eternas feridas.
Duda entrou no quarto de Luiza que ainda chorava presa em sua dor, ela não teve coragem de encarar aquela menina, sentia uma imensa vergonha de si mesma, Duda também nada falou, sabia que naquele momento as palavras podiam piorar, apenas subiu na cama e a abraçou, era um abraço com imenso carinho, um abraço de apoio, de amor, um abraço dizendo que Luiza podia contar ela que ela estava ali. Luiza se afogou naquele abraço chorou toda sua dor, seus fantasmas voltaram a se aproximar, mas era diferente, não estava mais sozinha tinha alguém que iria ajudá-la a se levantar mais uma vez lembrou das palavras de Eduarda.
- Luiza porque cairmos? Para aprendermos a nos levantar, não importa o tipo de tombo, nem a profundidade da queda, sempre existirá a chance de nos levantarmos mais uma vez.
Ela ficou internada por três dias, não pelo estado físico e sim pelo emocional, ela passou a ter pesadelos constantes, acordava no meio da noite aos gritos, chorando, Duda ficava assustada sem saber o que fazer. Luiza não falava com ninguém, não queria ver ninguém, no momento de sua dor ela preferia se isolar, era um momento dela, Duda entendeu isso, deu o tempo que ela precisava, afinal foi tudo tão rápido, assim que saiu do hospital ela foi direto para a casa da sogra, Eduarda achou melhor, durante esses dias muitas coisas mudaram, pois é a vida da gente pode tomar outro rumo no piscar de olhos, Heloisa, teve uma conversa séria com Eduarda e Maria Eduarda, tinham que decidir a situação de João Gabriel, explicou o motivo dela trazer ele a vida da filha, o menino como já foi dito tem sopro cardíaco, ele sempre teve uma vida saudável, mas depois que Camila foi embora o problema foi se agravando começando com anemia, logo depois ele teve uma febre reumática causando uma anormalidade em uma das válvula do coração, o problema foi se agravando, ele chegou a fase de insuficiência cardíaca, por motivos que só Deus sabe Ricardo decidiu que era hora dele ser criado pela mãe, mãe que ele nunca viu, já que assim que o menino nasceu Luiza nem quis vê-lo, a única coisa que ela fez foi escolher seu nome, seu pai estava com câncer no rins, que estava espalhando, segundo Heloisa ele se dizia arrependido, recebeu seu diagnóstico como castigo, no inicio ela era contra tinha feito uma promessa a filha de que se ela deixasse o menino nascer ela nunca o veria, porém ao ver a tristeza daquele pequeno achou que ele seria mais feliz em um lar de verdade perto da mãe que sempre admirou mesmo por uma foto e ao lado da irmã que sempre o cobriu de carinho e amor, não que ela não o amasse, ela amava o menino como se fosse seu, ela errou uma vez e não queria errar de novo, Duda chegou a questionar a conivência diante de todo sofrimento da filha a mulher simplesmente não quis falar, seja qual for o motivo que fez Heloisa fechar os olhos diante disso tudo nunca saberemos. Nessa tarde Maria Eduarda tomou a maior decisão de sua vida, disse que João Gabriel ia ficar com elas, sabia que seria difícil convencer Luiza, porém não queria abrir mão do filho da mulher que ela tanto amava, só em olhar para o rostinho daquele pequeno o coração da morena dava saltos de alegria, sempre quis ter filhos, assim que se casaram Duda pediu pra Luiza engravidar, porém ela virou uma fera, na época não entendia porque, mas agora estava claro, ele era filho dela e era isso que importava, jurou a sim mesmo que ia fazer a mulher enxergar que ele não tinha culpa de nada, depois de tudo acertado Heloisa voltou a Porto Alegre. Fazia mais de uma semana da confusão toda, no domingo Duda arrumou Gabriel e juntos vão à casa da mãe visitar Isa, assim que chegaram o menino ficou doido pelo cachorro, ele que sempre gostou de bichos, soltou a mão de Duda e correu para perto do cachorro sentando em cima do coitado fazendo de cavalinho, Duda se acabou de rir.
- Ele vai te morder... – alertou Duda risonha.
O menino olhou para ela com cara de desconfiado, saiu de cima do cachorro e correu para perto de Duda, que deu vários beijinhos na face dele depois pegou em sua mão e entrou na casa.
- Pelo visto esse moleque já te ganhou. – disse o pai pegando Gabriel no colo.
- Acho que não fui à única, mas fica tranquilo painho que eu divido ele com o senhor – brincou – Até deixo o senhor levar ele para ver o jogo do Sport.
- Filha teu pai já comprou meio mundo de camisa do Sport para Joãozinho, ontem fomos jantar com Armando e Andréia ele ficou se gabando que tinha ganhado um neto primeiro que seu tio fez o coitado ligar para Amanda mandando ela lhe dar um neto logo.
- Faltam 4 em Duda!
- Pode ficar tranqüilo pai, assim que Isa se levantar eu vou fazê-la engravidar, ela me deu um, ela me dá mais outro e eu tenho os outros 3 ai formam cinco, como é meu sonho.
- Pensa que criar filho é fácil é...
- Hei moleque o vô aqui comprou um presente. Vamos lá ver. – Antony saiu levando o menino para ver o carro que tinha comprado.
- Teu pai ta bestinha com esse menino, comprou um minibug para ele o menino nem sabe andar de bicicleta quanto mais pilotar um troço daquele. – brincou.
- Só eu meu pai que está doido por ele ? – riram.
- Já cuidei de tudo filha, colégio, escolinha de futebol, natação Heloisa disse que ele adora água.
Mãe não vai atolar o menino de atividades não viu. Cadê ela?
- Ta no jardim lendo, acabei de vir de lá, ela não ficou muito satisfeita ao saber da sua decisão não.
Luiza vai ter que aceitar mais cedo ou mais tarde, ele é meu filho agora, ela não disse que o que é meu é dela e o que é dela é meu.
Duda foi até onde Luiza estava, a loira abriu um largo sorriso era a primeira vez em semanas que sorria, estava morrendo de saudade pediu logo um beijo, Duda assim o fez.
- Pensei que tinha esquecido que tinha uma esposa.
- Amor não fala assim, esses dias foi de uma correria danada, médicos, faculdades, compras, João Gabriel teve que fazer uma série de exames, mas tia Déia disse que ele vai ficar bom. – Luiza apagou o sorriso na hora Duda percebeu a mudança brusca de humor da loirinha, mesmo assim continuou – Sua mãe disse que problemas cardíacos na sua família são muito comuns.
- Maria Eduarda chega, não quero saber...
- Pois trate de querer saber dona Luiza, principalmente agora porque você sabe que Gabriel mora conosco, ele é seu filho goste ou não e tem outra coisa já mandei a empregada arrumar suas coisas e hoje mesmo você voltará para sua casa.
- Não faz isso Du... Será que você não vê que isso só me causa ainda mais dor, conviver com isso não é tão fácil como vocês pensam...
- Faço sim Luiza... Nunca neguei a vontade de ter filhos, 5 de preferência você casou comigo sabendo disso, pensa amor bem ou mal você já me deu o primeiro, gosto tanto daquele moleque, ele tem teu jeitinho, não cometa o mesmo erro que sua mãe cometeu com você, não feche o coração ele não tem culpa, não tem.
- Claro que tem, porque ele tinha que nascer ? Porque tinha que parecer tanto comigo, com ele, falar é fácil quero ver quando ele crescer e souber que o pai dele é o avô, que ele foi fruto de mais de 12 anos de abuso, não o quero perto de mim, eu o odeio .
- Não fala asneira isso é mais um motivo para cobri-lo de amor e protegê-lo, mostrar para ele que ele é querido e amado.
- Você tem o coração mole demais, queria ver se fosse tu no meu lugar duvido que pensarias assim, nunca tive filho Maria Eduarda vivi dessa maneira até aquela maldita vir acabar com minha vida de novo.
- Não adianta discutir com você, isso já é uma decisão tomada, aliás o quarto dele já foi decorado, ele vai estudar no mesmo colégio que Camila, meu pai faz questão que ele faça aulinhas de futebol, minha mãe quer ele na natação, como você é quem cuida da nossa casa quero que contrate um motorista e uma pessoa para cuidar dele enquanto eu estiver na faculdade.
- Não faz isso Du...
- Um dia você vai me agradecer por isso Luiza. Um dia você vai enxergar a luz que esse menino pode lhe trazer e uma felicidade que pode preencher esse vazio que você está sentindo, por mais que se negue você se importa com ele, se não, porque você mesmo quis escolher o nome dele, porque durante todos esses anos você fez questão de mandar a despesa dele, ele sempre esteve presente dentro de você, agora ele estará presente aqui, não será apenas um nome, você tem razão tenho um coração mole, eu só não meus pais também porque ficam se gabando que tem um neto para todos os amigos, ganhei um filho Luiza, ganhei seu filho.
O almoço estava marcado pras 13h logo depois Amanda e Camila chegaram, seus pais também, as meninas se juntaram as amigas, Luiza pediu para mudarem de assunto, Duda insistia em continuar falando de Gabriel agora com o apoio da cunhada.
- Cade Biel?
-Está com painho Mila, deixa eu te contar uma coisa ontem depois que fomos levar ele para se consultar com tia Déia fomos dar um passeio no shopping e esse pirralho fez um auê tão grande quando viu um avião na vitrine ficou doidinho, meu pai mandou trocar todos os carros que tinha dado a ele por todos os tipos de avião, o quarto dele está entupido.
- Ele é louco por avião, deve ter puxado ao Mateus que tem uma coleção enorme de aeronaves
- Como anda o colégio Camila? – interrompeu a conversa Luiza, ela estava extremamente incomodada, quis mudar de assunto, mas Duda e Camila ignoraram e continuavam contando como tinha sido os dias com o menino, Amanda percebeu o desconforto da loira.
Mainha está pegando no pé dela não é Camila – as meninas olharam para Amanda – Aliás mainha está pegando no pé de nós duas você acredita que a partir de segunda feira eu vou ter que trabalhar, eu Amanda Queiroz tendo que trabalhar isso é um absurdo – as meninas caíram na risada com o jeito que a morena falava totalmente inconformada. – chorei horrores, mas a mulher não cedeu, até para painho apelei e ele até disse que eu era nova demais para trabalhar, mas mainha não quis conversa.
- Já era hora né – disse Isa brincando.
- Não cunhadinha não era hora não, poxa estou nos meus plenos 22 anos, estou muito nova para ficar socada dentro de um hospital, ainda faltam 2 anos para eu me formar, até sugeri que se tivesse que trabalhar eu podia ir trabalhar na boate, um lugar bem mais agradável não acha? Porém a minha maravilhosa esposa buzinou nos ouvidos da minha mãe e ela nem quis saber.
- Se você quisesse trabalhar na boate tinha estudado administração, até hoje ainda não consigo entender o que você foi fazer na faculdade de medicina, pior como consegue passar de ano tendo a vida tão bandoleira como você tem.
- haha meu amor genética, está no sangue.
As meninas caíram na risada a conversa rolava a solta, quando o almoço foi servido foi um momento muito tenso, Antony chegou com o menino no colo ele sentou a mesa do lado de Duda, seus olhinhos não saiam de cima de Luiza que fazia ao máximo para não encará-lo ficava difícil principalmente porque ele ficava apontando para ela e chamando de mamãe Isa com tanta alegria na sua voz e um lindo sorriso na face, a vontade da loira era evaporar dali, mas com a perna quebrada ela iria para onde, o almoço terminou as meninas voltaram ao jardim, Luiza perguntava tudo o que estava acontecendo na faculdade enquanto Amanda narrava tudo minuciosamente Gabriel foi se aproximando ficou curioso com o gesso da perna da mãe meteu as mãozinhas quando Isa sentiu aquelas mãozinhas tocando em sua pele olhou e viu o menino deu um grito que assustou o garoto que começou a chorar, Duda ficou irritadíssima começou a brigar com ela.
- Não grite com ele sua estúpida - pegou o menino no colo que chorava – Não chora filho...
- Vem cá Biel – o menino se jogou nos braços de Camila que saiu com ele, Amanda foi atrás dela sabia que as coisas iam esquentar com as amigas.
Enquanto isso Andréia e Eduarda conversavam na varanda.
- Luiza esta tão abatida – comentou Andréia.
- Foi um tombo feio que essa menina levou sugeri que ela fosse a um psicólogo, mas ela se nega.
- Luiza é muito cabeça dura, o tempo que estamos trabalhando ela se mostra uma profissional impecável, mas é muito fechada, todos os estagiários acabam se envolvendo emocionalmente com os pacientes, já ela não, não perde a postura de jeito algum, essa menina tem tudo para ter uma carreira brilhante, o aproveitamento dela na clinica é maravilhoso. Ela já sabe que João Gabriel é meu paciente?
- Sabe! Não gostou nadinha embora já esperasse, pois a cabeça dessa menina está um nó.
- Quero ver se ela vai manter a mesma postura diante dele. Nem te contei coloquei Amanda para trabalhar, vou fazer essa menina crescer na marra igual o pai fez com André, no instante ele tomou jeito a mesma coisa vai ser com ela, agora você sabe Armando fica passando a mão na cabeça dela, queria até que ela fosse trabalhar na boate agora vê se esse homem tem juízo Amanda trabalhando em uma casa noturna é o mesmo que dizer vai filha caia na gandaia.
- Eduarda riu – Andréia você também... Aproveita e arrasta Maria Eduarda junto.
- Nem se preocupe com isso vou pegar ela de jeito também, agora não devido esses últimos acontecimentos, apesar de que com a chegada dessas irmãs na vida dessas duas elas mudaram muito.
- É verdade.
Assim que o pessoal foi embora Duda arrumava as coisas de Isa para voltarem para casa, a loira até que tentou argumentar, contudo não teve jeito, foi o caminho todo calada, Duda estava entre ela e o menino que olhava com a carinha de medo.
- Será que ela não percebe que não posso conviver com esse guri, é uma dor tão grande em meu coração, ele é fruto de tudo de pior que me aconteceu, não posso amá-lo, quero esquecê-lo é muito fácil dizer que ele não tem culpa de nada, difícil é sentir, difícil é não me odiar, busquei durante tanto tempo resposta porque eu? Dentre tantas meninas porque ele escolheu logo a mim que sou sua filha, eu gosto tanto dessa guria, não posso perdê-la por culpa desse... – Luiza olhou pelo canto do olho Biel brincava com um aviãozinho, Duda estava entretida no telefone. – Por culpa dele... - pensava.
Assim que chegaram ao apartamento Luiza foi direto para o quarto, Duda ficou triste, sabia que a mulher sofria, mas nem por isso ia deixar que ela maltratasse aquele garoto inocente, os dias foram passando Isa de fato contratou uma babá e um motorista como a mulher tinha pedido, Maria Eduarda deu ordens expressas para que Sara não deixasse João Gabriel incomodar Luiza, principalmente porque o humor da loirinha piorava cada dia mais, ele já tinha começado a estudar a primeira semana de convivência foram as mais difíceis, o menino era uma pimentinha, fazia tudo que Luiza mais odiava, bagunceiro que só ele, deixava os brinquedos espalhados pela casa, mexia em tudo que era objeto, uma vez ele saiu correndo do banheiro pelado rindo correndo do banho Sara ficava doidinha, ele sentou no banco do piano e começou a bater fazendo uma zuada danada Duda ria, Luiza foi ver o que era, viu o menino batendo com mas mãozinha no piano com uma graça ela se esforçou muito, engoliu o riso, tentando manter aquela postura de séria, Sara se aproximou.
– Desculpe senhora, ele fugiu enquanto eu pegava a toalha.
- Ta vendo amor, seu filho gosta de música clássica igual a você – caçoou Duda. Luiza balançou a cabeça em sinal de negação e voltou à cozinha. Na cozinha sozinha sorriu, sorriu de verdade.
A chegada de João Gabriel a vida da morena trouxe uma mudança extraordinária, ela abandou de vez a vida mundana passou a se dedicar ao filho, ficou super emocionada quando no meio da noite o menino acordou assustado tinha tido um pesadelo, acalentou o menino em seus braços Gabriel fez um pedido inocente que encheu o coração de Maria Eduarda de felicidade pediu para ela ser a mamãe dele, imagina como Duda ficou boba, Isa assistia tudo com um pesar no coração, ela foi praticamente obrigada pela esposa a fazer terapia, Eduarda tinha marcado inúmeras vezes consulta para ela que sempre arrumava uma desculpa para não ir, mas agora não tinha mais jeito Eduarda a acompanhou até o consultório de Dra. Ana, a loira não estava nervosa foi apresentada a psicóloga, entrou na sala e se acomodou respondeu algumas perguntas feitas pela mulher que eram de praxe olhava para mulher esperando que ela falasse alguma coisa mais como não falou também ficou calada, as sessões seguintes não foram diferentes Luiza passava os 50 minutos da sessão praticamente calada, era isso que acontecia, havia uma resistência da parte de Luiza o que era normal, sempre que chegava em casa a esposa perguntava como tinha sido recebia a mesma resposta o silêncio. Passou-se um mês assim, Luiza chegou ao consultório agitada, olhou para a mulher a sua frente era a primeira vez que de fato que ela falou.
- Não acredito nisso sabia? – disse Luiza com um certo nervosismo na voz – Para mim isso tudo é uma perda de tempo, vocês são um bando de interesseiros que ganham dinheiro as custas do sofrimento dos outros – sua voz foi aumentando ela começou a andar de um lado para o outro na sala e virou-se para Dra. Ana e a encarou nos olhos – Cutucam as feridas até fazê-las sangrarem, falar não ajudar em nada, só faz doer ainda mais, me diz o que você quer saber, fala alguma coisa acaba logo com essa tortura. – disse Luiza aos gritos. Dra. Ana falou em tom de voz bem baixo.
- Não quero saber nada Luiza...
Luiza olhou para mulher curiosa, sentou-se no divã.
- Como assim não quer saber nada? Você não quer me curar?
- Se você veio aqui procurando a cura acredito que veio ao lugar errado, você não está doente para ser curada, também não sou médica.
- Se não vai me curar o que vai fazer então?
- Estou aqui para aliviar seu sofrimento, administrar seus medos, seus anseios, estou aqui para ajudá-la a se libertar desse sentimento de culpa, de invasão, enfim para que isso aconteça você precisa querer, porque você esta aqui Luiza?

4 comentários:

  1. AAAAAHH que historia envolvente! maiissss!

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  2. Um capitulo inteiro sem sexo, impressionante, mas desanimador

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    1. KKK Nem percebi que não teve sexo , Vihs !! Fico em outro mundo lendo a História ..
      (Simplesmente...Eu)

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    2. Safadinha a outra anônima kkkkk

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