terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sei que é você IV

Larissa
- Dra. Larissa.
- Pois não Ingrid.
- Sei que a senhora pediu pra não passar nenhuma ligação, mas sua mãe insiste ela disse que é importante.
- Tudo bem.
Confesso que achei muito estranho minha mãe raramente me ligava no trabalho uma onda de preocupação me abateu.
- Alô.
- Larissa?
- Sou eu mãe o que houve?
- Essa moça ela não esta bem.
- Como assim? Ela está passando mal, o que houve mãe?
- Me deixa falar, sua vó veio pra cá junto com comadre Josefa, dona Socorro e dona Antonia que queriam ver a menina, estávamos conversando Tamires estava bem mais de repente começou a gritar, parecia uma louca andando de um lado parao outro com a mão na cabeça gritando me deixem em paz, me deixem em paz, todo mundo ficou assustado.
- Mãe o que fizeram com ela?
- Nada – gritou – Apenas estávamos conversando aquela mulher é doida.
- Ela não é doida mãe, como está agora?
- Não sei se trancou no seu quarto já bati tantas vezes, ela está gritando.
- Meu Deus abre a porcaria da porta.
- Vou arrombar? Olha filha vem pra casa.
- Eu não posso droga! Não tenho como sair daqui agora, mas assim que der eu vou pra casa.
- E eu faço o que, se essa mulher morrer?
- Mãe ela não vai morrer, não me deixa mais preocupada do que já estou.
- Invenção a sua trazer essa mulher pra dentro de casa.
- Mãe! Não começa, por favor.
- Tá filha, tá. Desculpe pobre coitada.
Não consegui me concentrar no trabalho depois da ligação da minha mãe, a vontade que tinha era de ir correndo pra casa, porém não podia fazer isso Guilherme estava cada vez mais irritado devido aos meus atrasos e ora ou outra saindo mais cedo, o que irritava era o motivo que me levava a isso, ele tinha uma antipatia fora do comum por Tamires sempre que estávamos juntos eu era proibida de tocar em seu nome, quando isso acontecia acabávamos discutindo, assim que o relógio marcou 17h peguei minhas coisas e sai do escritório apelando para não pegar nenhum engarrafamento, ilusão a minha num trajeto de 40 minutos gasto 1 hora e meia. Assim que entro em casa minha mãe estava sentada no sofá junto com meu pai vendo a novela, cumprimento os dois, mainha contou tudo que aconteceu em minha ausência, vou até o quarto por sorte a porta estava destrancada encontro Tamires deitada na cama com o rosto virado pra parede.
Falei com ela, mas não me respondeu, insisti e ela acabou gritando, seus olhos estavam muito inchados acho que chorou a tarde inteira, seu nariz parecia nariz de palhaço de tão vermelho que estava, me atrevi e sentei em sua cama a vontade que tinha era de abraçá-la meu deu um nó no coração quando falou que não sabia quem era, eu não sabia como agir diante daquela situação.
- Eu não sei quem eu sou... - dizia chorando.
- Você é Tamires! – tendei ser o mais firme possível ela me olhou parecia envergonhada.
Depois ela me contou o que tinha acontecido para amenizar a situação a chamei para dar uma volta na praça, ela precisava respirar um pouco, até que resistiu um pouco, mas acabou cedendo sair do quarto e fui tomar um banho antes liguei para minha amiga Clara pedi pra ela me encontrar, marcamos na pracinha, tomei um banho demorado meu dia tinha sido cansativo quando voltei ao quarto Tamires não estava, minha mãe disse que ela tinha ido tomar banho no banheiro que fica no quarto dos meus pais, me arrumei sem pressa, ela entrou no quarto enrolada na toalha, sabia que ela ficava envergonhada em se vestir na minha frente então sair do quarto fiquei esperando por ela na sala, meia hora depois ela chega a sala estava linda num vestido florido.
- uau ficou uma gracinha! – brinquei dando um apertão no nariz dela.
- Um pouco justo demais. – disse ela super tímida.
- Ficou ótimo. – disse minha mãe, nesse momento Tamires abaixou a cabeça acho que ela estava com vergonha.
- Me desculpe senhora por meu desequilíbrio emocional eu... – atropelavas as palavras.
- Tudo bem minha filha vamos esquecer né – interrompeu minha mãe a puxando para um abraço, fiquei super orgulhosa daquela atitude.
- Bem vamos lá que Clara esta ansiosa pra conhecê-la.
Bem fomos à praça tinha bastante gente, adolescentes conversando, crianças brincando no parquinho, optando ir a um barzinho bem tranqüilo um ambiente super agradável. Lá apresentei Tamires a minhas amigas.
- Tamy essa aqui é Clara – E essa é a Dora.
- Prazer.
- Estávamos morrendo de vontade de conhecer você, Larissa não parava de falar em você mulher. – disse Clara me deixando morta de vergonha.
Tamires abriu um sorriso, nos acomodamos à mesa, tinha alertado as meninas pra não a encher de perguntas, então conversamos sobre assuntos triviais, Tamires se mostrou bastante entusiasmada no papo com Dora que era fisioterapeuta as duas falavam sobre medicina, casos clínicos, achei engraçado porque às vezes Tamires falava como soubesse do assunto, ela também ficava confusa com suas próprias opiniões sobre o assunto, foi uma noite agradável tinha conseguido o que queria ela parecia estar adorando, as meninas também pareciam que tinham simpatizado bastante com a Tamy, no final acabamos marcando pra ir à praia no sábado não achei aconselhável a idéia de Dora em sairmos para dançar era muito agitado afinal ela tinha acabado se sair do hospital. Voltamos pra casa era quase 1 hora da manhã meus pais já estavam dormindo entramos no quarto fui logo me despindo, pude sentir o olhar dela ao me observar, era tão natural para mim sempre me troquei na frente das minhas amigas, mas ela ficava toda acanhada.

- Somos mulheres adultas – disse me virando pra frente estava apenas de calcinha não fiz pra provocar achei engraçada aquela situação – Tudo que você tem eu tenho – dei um passo à frente e toquei em seu nariz disse aquilo brincando mesmo ela deu um sorriso sem graça virou-se de costas para mim e tirou a roupa tão rápido vestiu a camisola e se deitou e se cobriu.
- Suas amigas são pessoas muito agradáveis. – disse ela já deitada na cama.
- Que bom que você gostou elas também simpatizaram muito com você.
- Boa noite Larissa e obrigado!
- Não precisa me agradecer por tudo.
Durante a noite Tamires acordou com muitas dores na cabeça começou a chorar descontroladamente, me senti impotente sem saber como ajudá-la seus gritos tomava conta da casa, meus pais acordaram assustados notei que o nariz dela sagrava muito foram apenas minutos até que ela desmaiar.
No dia seguinte.
- Bom dia! – disse ela toda acanhada entrando na cozinha.
- Bom dia – tentei sorrir – Como se sente?- falava enquanto lavava a louça
- Um pouco confusa...
- Ontem você passou mal, liguei pra Dr. Raul ele pediu pra te levar ao hospital para fazer alguns exames.
- Desculpe tamanha preocupação, tive um sonho não sei se era sonho minha cabeça doía, estava acordada inúmeras imagens vinham a minha mente como se fosse um filme diante dos meus olhos, tudo tão rápido, uma pontada tão forte eu não... – seus olhos encheram de lágrimas.
- Calma – enxuguei minhas mãos fui até ela a abracei com carinho.
- Eu sei não é fácil. – ela me apertava com força.
- Quando essa agonia vai passar queria tanto me lembrar de alguma coisa...
- Não precisa forçar a memória Tamires, você irar lembra no momento certo.
- Se eu não lembrar? Se eu tiver sido uma pessoa ruim?
- Não importa quem você foi e sim quem será de agora em diante, você nasceu de novo Tamires. Agora vem comer alguma coisa já vamos ao hospital.
Ela apenas acenou com a cabeça terminei de lava a louça enquanto ela colocava a mesa para o café da manhã, minha mãe logo chegou da feira evitou falar sobre o que tinha acontecido na noite anterior, não queria deixar Tamires ainda mais sem graça tomamos café juntas depois fomos nos arrumar 09h30min saímos fomos ao hospital mas antes tive que passa no escritório pra deixa uns documentos não ia trabalhar naquele dia tinha ligado logo cedo Guilherme.
- Oi amor! Milagre é esse me ligando tão cedo. –falou Guilherme.
- Bom dia paixão, pois é estava com muita saudade de você – brinquei.
- hum saudade é... – senti malicia em sua voz - Também estou morrendo de saudade.
- Gui hoje não vou poder ir trabalhar. – falei timidamente.
- E posso saber o motivo de não vim trabalhar – teu tom de voz já foi mudando.
- Tamires não se sentiu bem ontem a noite, liguei pro médico dela e ele pediu pra levá-la ao hospital, como meu pai foi trabalhar e minha mãe foi pra na casa de vovó então eu terei que levá-la ao hospital uma vez que ela não conhece a cidade. – disse sem rodeio.
- E desde quando você se tornou babá dessa mulher Larissa – gritou – Tenho sido muito tolerante com você, mas tens responsabilidade com esse escritório.
- Gui... Ela não sabe andar por ai sozinha.
- Larissa você esta cheia de trabalho, têm muitos clientes importantes para defender, além do mais você anda muito relaxada, agora vive faltando, quando não é isso chega atrasada, sai mais cedo, você têm uma carga horária a cumprir Larissa. – disse sério.
- Eu sei disso Guilherme não precisa jogar na minha cara, mas entenda, não posso deixar essa mulher na mão ela precisa ir ao médico você não imagina o susto que tivemos ontem.
- Você não têm responsabilidade com ela! – gritou.
- Tenho sim, não vou trabalhar e se tiver achando ruim demita-me. – desliguei o telefone na cara dele estava irritada. Ele voltou a me ligar.
- Larissa não desligue dessa maneira onde esta sua educação. Você está com um caso muito importante para nosso escritório precisa se dedicar mais, isso é importante para nós e ainda mais para sua carreira também.
- Até mais. – desliguei sem demora nem deixei terminar.
Por mais raiva que eu estava Guilherme ele estava no direito dele afinal independente do nosso relacionamento sou funcionária daquele escritório e tinha uma carga horária a cumprir por isso voltei a ligar.

- Escritório Medeiros Vasconcelos Vivian bom dia! – disse a secretária.
- Bom dia Vivian aqui é Dra. Larissa.
- Pois não senhora.
- Ingrid está ai?
- Esta sim só um minuto que passo a ligação. – segundos depois.
- Ingrid bom dia.
- Bom dia Ingrid.
- Bom dia Dra. Larissa. – reconheceu a voz dela.
- Ingrid quero que você cancele todos os compromisso que estiverem agendados para hoje e ligue pra dona Lúcia e pergunte se ela pode vir até o escritório agora pela manhã uma vez que não estarei ai a tarde, quero também que mande dar entrada no meu pedido de apelação na causa de senhor Firmino, ligue para mim assim que tiver falado com dona Lúcia estarei em casa. Ingrid preciso de uma resposta em dez minutos.
- Ok senhora.
Depois da ligação fui tomar um banho e minutos depois minha secretária ligou avisando que conseguiu marcar com dona Lúcia. Dona Lúcia é uma cliente muito importante para o escritório uma vez que a representamos numa ação que ela move contra o estado, um processo muito delicado dentre os 10 advogados do escritório ela escolheu a mim e ao Guilherme para representá-la, embora o processo seja bastante trabalhoso estávamos muito otimistas, pedi desculpas a Tamires e avisei que antes de irmos ao hospital teria que atender essa senhora, pegamos um táxi e fomos até o escritório durante o percurso inteiro Tamires foi calada 30 minutos depois chegamos.

- É aqui que trabalho Tamy – mostrei o imenso prédio que fica bem no centro da cidade - Não vou demorar muito antes de te levar ao hospital preciso atender uma cliente.
- Pode demorar o tempo que achar necessário. – disse ela.
Ela esperou que eu seguisse na frente.
- Bom dia Dra. Couto. – disso o ascensorista do elevador.
- Bom dia Alexandre. Essa aqui é minha amiga Tamires, Tamy esse velho aqui é o manda chuva nos elevadores desse prédio – disse brincando.

Sempre brinquei com os funcionários do prédio, tratava todos super bem Alexandre já era um senhor de idade trabalhava ali a mais de 20 anos, no primeiro dia que cheguei para trabalhar ele brigou comigo por chamá-lo se senho, subimos até o décimo andar entramos no escritório apresentei Tamires as meninas e a levei até minha sala pedi que me esperasse enquanto eu fosse falar com Guilherme, quando entrei na sala ele estava com uma cara feia, fui até ele e o cumprimentei com um selinho.
- Desamarra essa cara vai. – pedi o abraçando, não gostava desse clima terrível entre agente amava muito Guilherme e não queria que nosso relacionamento fosse afetado – Te amo – sussurrei no ouvido dele.
- Também te amo – disse ele com ternura na voz – mas me sinto incomodado com a presença dessa mulher na nossa vida, você anda muito ausente, não só no trabalho em minha vida. – falou com certo ressentimento.
- Eu sei amor – estava explicado a implicância toda com a Tamires, ele estava com ciúmes da atenção que dava a ela, desde que ela surgiu nossa vida como casal tinha se tornado inexistente, segurei seu rosto delicadamente selei nossos lábios depois sussurrei – Vou tentar melhorar, te amo Gui... – ele me puxou pro seu colo nos beijamos calorosamente, Guilherme já estava ficando animadinho também fazía semanas que não tínhamos intimidade.
- Amor... – dizia cheio de desejos quando tentava desabotoar minha blusa.
- Aqui não. – disse tentando levantar ele me puxava de volta queria manter o controle, mas a verdade que eu estava tão excitada quando ele, sempre tivemos uma vida sexual muito ativa, mas nos últimos meses foram esfriando, fomos interrompido com a batido na porta levantei rapidamente e me ajeitei.
- Entre. – disse ele.
- Com licença Dr. Guilherme, dona Lúcia acabou de chegar.
- Leve a sala de reunião.
- Ok.
- Respirei fundo sabia que a tarefa difícil que me aguardava. – As coisas estão se complicando.
- Mas já foi designado um juiz parao caso.
- Guilherme...
- se você não acredita que possamos ganhar essa causa, como vai convencer a sua cliente a continuar.
Guilherme tinha razão era um advogado brilhante, mesmo jovem ganhou destaque merecido no escritório, muitos duvidaram da capacidade dele só porque era sobrinho do dono, mas ele provou que realmente merece a posição que hoje ocupa, sair e fui até minha sala pegar umas anotações, entrei Tamires estava olhando a vista que dava pro centro da cidade, ela lançou um sorriso.
- Minha cliente acabou de chegar vou conversar com ela logo depois iremos ao hospital – fui até minha mesa e peguei uns papeis – Se quiser qualquer coisa peça a Ingrid minha secretária – fui até ela é apertei seu nariz de leve senti seu olhar descer até meu decote.
- Sua blusa esta desabotoada – disse ela realmente o Gui tinha desabotoado dando uma boa visão dos meus seios.
- E você não perdeu a chance de olhar né – falei brincando Tamires ficou toda desconcertada, continuei sorrindo – Adoro te deixar assim. – sai da sala.
Dona Lúcia era uma senhora na faixa dos seus 60 anos estava acompanhada pela neta uma jovem de 18 anos.
- Bom dia! – cumprimentei a todas.
- Bom dia!

Nitidamente aquela senhora não estava bem, bem mais magra que da última vez que a vi, seus olhos estavam tristes, parecia bastante angustiada, nas últimas semanas me ligava quase todos os dias pra saber se tínhamos alguma novidade sobre o processo.
- Espero que tenha boas notícias a nos dar – disse Janaina a neta dela, com o tempo ela conseguiu ganhar minha antipatia, era petulante demais, diferente da menina que entrou naquele escritório dois anos atrás – A senhora disse que tudo se resolveria logo esse tormento continua – ela falava alto, dona Lúcia chorava.
- Aproximei daquela senhora e segurei sua mão – A senhora está bem?
- Não ela não esta! - Gritou a menina - Quando isso vai acabar?
A vontade que tinha era de mandá-la se retirar, mas não podia fazer isso por causa da dona Lúcia.
- A senhora me parece um tanto nervosa, aceita um café, água...
- Obrigado doutora a senhora é sempre boa comigo, estou com muito medo ontem recebi isso. – a mulher tirou de sua bolsa uma folha de caderno escrito com letras de papel picotado “MORTE VOCÊ E SUA NETA” as mãos dela tremiam, ela chorava meu deu um aperto tão grande, peguei o telefone e pedi pra trazerem água, logo à secretária entrou Janaina tirou da bolsa o remédio da avó.
- Quero acabar com isso!
- Calma vó. – disse a menina – Ontem ela passou mal ficamos a noite toda no hospital, já disse para não dar importância só estão querendo nos assustar.
- Fiquei calma dona Lúcia.
A mulher só se acalmou 30 minutos depois.
- Se sente melhor?
- Sim doutora, perdoa essa pobre velha.
- Não tem o que perdoar entendo sua angustia, mas não tem porque ter medo os assassinos já estão presos. – segurei sua mão queria passar confiança – E outra felizmente já foi designado outro juiz para o caso, logo uma audiência será marcada estamos fazendo o possível para que tudo se resolva, precisa confiar na justiça.
- Não é por mim que me preocupo sou uma velha já agora minha neta é por ela que temo esse povo não vai nos deixar em paz.
- Entenda dona Lúcia, agora não tem mais nada a ver com os acusados eles já estão pagando pelo crime brutal que cometeram, essa ação é contra o estado, seu filho foi assassinado por policiais militares sei que isso não vai lhe trazer ele de volta, mas vai melhorar sua condição de vida.
Minha conversa com dona Lúcia foi muito tensa, ela estava com muito medo devido as constantes ameaças que vinha sofrendo, a grande custo consegui convencê-la a continuar com o processo; uma hora depois ela foi embora mais tranquila. Confesso que fiquei um tanto apreensiva, mesmo que eu não demonstrasse me sentia muito insegura com o andamento desse processo, Guilherme entrou na sala minutos depois eu ainda estava sentada na cadeira pensando.
- Não foi nada fácil não é? – disse sentando-se ao meu lado.
- Ela esta com muito medo quiseram desistir. – disse desanimada.
- Amor você não pode se deixar abater por meias dúzias de ameaças, você é uma advogada criminal Larissa essa não vai ser a primeira nem a última ao longo de sua carreira, a repercussão desse caso foi tamanha, não há só apenas policiais envolvidos também têm pessoas de poder aquisitivo muito alto – Guilherme tirou seu óculos e me encarou nos olhos – Vamos ganhar essa causa por aquela senhora que perdeu seu filho de uma forma tão brutal – era impressionante a segurança que ele tinha por mais complexo que fosse a causa ele acreditava no sucesso – Continuam te ligando?

Essa pergunta era referente às inúmeras ligações que eu recebia assim quem fui designada para o caso, eram pequenas ameaças pra eu abandonar o caso.
Vocês devem esta se perguntando que caso é esse? Simples: Anos atrás um senhor humilde procurou nosso escritório para representá-lo, ele tinha sido preso injustamente por policiais militares que o confundiram com um seqüestrador. Lucio Almeida da Silva era um homem de 45 anos viúvo, pai de uma filha, morava com a mãe e a filha numa comunidade carente chamada Parnamirim o trabalhador voltava pra casa depois de um logo dia de trabalho onde foi abordado por policiais militares que o revistaram depois o jogaram numa viatura Sr. Lúcio foi agredido, açoitado como um animal até confessar o crime, detido com a denuncia de ser um dos seqüestradores da filha de um vereador da cidade, permaneceu preso por cerca de 10 dias, porém foi provado que ele não tinha nada com o crime, isso gerou uma repercussão muito grande na cidade, pois o Sr. Lúcio sempre foi bem quisto na cidade, trabalhador e um pai de família exemplar, depois de toda humilhação que passou no período que esteve preso injustamente ele procurou nosso escritório para representá-lo num pedido de indenização e punição pelos policiais responsável por te agido sobre abuso de poder, mas ele nem teve tempo de levar esse processo adiante porque uma semana depois ele foi encontrado morto seu corpo estava irreconhecível, pois indicio de uma substancia química hidróxido de sódio foi encontrado por todo corpo da vítima, depois de um teste de DNA foi provado que se tratava dele mesmo, um crime de tal brutalidade, testemunha viram quando Lúcio foi abordado por policias militares que o colocaram numa viatura horas antes de seu desaparecimento, depois de um mês de investigação foi provado que 4 policiais militares foram praticantes do crime, só não foi provado a participação do vereador como mandante do crime. Dona Lucia e uma sobrinha procuraram doutor Arthur para pedi para representá-las, embora sejas - mos um escritório particular ele aceitou na hora, lembro desse caso estava na minha sala quando todos os advogados foram convocado pra um reunião, quando estava indo vi dona Lucia sentada na sala de espera ela chorava a soluça, não me parecia bem, me aproximei dela e perguntei se ela estava bem a mulher estava branca como papel logo corri e peguei um copo com água, obrigado moça foi o que aquela senhora disse.
- A senhora deseja alguma coisa?
- Vim falar com um homem ai mais até agora ninguém me atendeu.
- Com quem a senhora deseja conversar?
- Preciso de um advogado minha filha, minha sobrinha foi falar com uma moça mais até a gora não voltou.
Sentei ao seu lado logo a mulher explicou o que viera fazer ali, foi quando eu soube que ela era a mãe do tal homem que foi assassinado, lembro o quanto era importante esse caso e o quanto ele era complicado uma vez que esse crime saiu em tudo que é jornal, fui direto ao escritório de Dr. Arthur que já tinha saído pra sala de reunião, tinha até esquecido que tinham uma reunião extraordinária acontecendo, assim que entrei na sala recebi os olhares negativos por meu atraso, logo fui até Dr. Arthur, o chamei em particular, assim que eu disse que aquela senhora o aguardava ele saiu em disparada. Dito isso a reunião foi feita por Dr. Vasconcelos pensei que tinha algo importante a dizer mais era as mesmas tolices de sempre quando voltei não encontrei aquela senhora mais lá.
Sai apressada para uma audiência que tinha era uma causa importante fiquei super feliz quando fui procurada pela Sra. Mauricea ela acusou seu antigo patrão um deputado federal por assédio sexual nos seis meses que trabalhou em seu gabinete, contou-me uma historia muito convincente e ainda alegou que vinha sendo ameaçada se levasse essa historia a público, Dr. Arthur me alertou o quanto era delicado esse caso, pois se tratava de uma pessoa pública, mas estava muito confiante era meu primeiro caso importante depois de inúmeras audiências algumas testemunhas de última hora sugiram, revelações bombásticas, aconteceram naquele tribunal 4 horas exaustivas de audiência perdi a causa, a mulher mentiu o tempo todo me senti uma idiota por ter acreditado nela, ela mantinha um caso com o deputado e quando ele quis terminar ela quis extorquir dinheiro como não conseguiu veio com essa história de assédio, chego em casa completamente arrasada, pior ainda fiquei quanto a bronca que tomei do meu patrão por ter deixado tantas lacunas em minha defesa, me senti uma plena idiota, no dia seguinte faltou vontade de ir ao escritório me sentia fracassada demais, acreditei tanto na versão daquela mulher como pude me deixar enganar por tantas evidências, fui direto pra minha sala, fiquei a manhã toda.

Um comentário:

  1. Se esses contos fossem Artigos de Engenharia eu estaria em outro nivel na faculdade rrsrsrs...

    T

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