terça-feira, 25 de setembro de 2012

Sei que é você VI




Um Dia, Um Adeus

Vanessa da Mata


Só você prá dar
A minha vida direção
O tom, a cor
Me fez voltar a ver a luz
Estrela no deserto a me guiar
Farol no mar, da incerteza...

Um dia um adeus
E eu indo embora
Quanta loucura
Por tão pouca aventura...

Agora entendo
Que andei perdido
O que é que eu faço
Prá você me perdoar...

Ah! que bom seria
Se eu pudesse te abraçar
Beijar, sentir
Como a primeira vez
Te dar o carinho
Que você merece ter
E eu sei te amar
Como ninguém mais...

Ninguém mais
Como ninguém
Jamais te amou
Ninguém jamais te amou
Te amou...

Ninguém mais
Como ninguém
Jamais te amou
Ninguém jamais te amou
Como eu, como eu

            A voz de Tamires saia calmamente acompanhada com o toque do piano, numa sintonia impressionante, nossos olhares permaneceram fixo um no outro. Um misto de emoções dentro de mim queria desviar daquele olhar que parecia que estava vendo minha alma, a cada palavra me sentia embrigada com aquela voz, doce, gostosa, tão afinada, Tamires contou com uma emoção que deixou a todos boquiabertos. Às vezes ela fechava os olhos como se tivesse sentindo a música voltava a abri e nossos olhares se afundaram um no outro, meu corpo estremeceu por completo quando ela cantou a quarta estrofe.
            Inexplicável o que eu estava sentindo naquela hora. A música acabou com aplausos, assobios e gritaria pedindo mais, so então conseguir me desprender daquela mulher. Tamires se levantou do piano, mas uma senhora pediu pra ela tocar mais uma, percebi a tentativa frustrada da Tamy em explicar que não sabia se ia conseguir. Agi por impulso me levantei da minha cadeira fui até ela pedi:

   - Cantar pra mim – disse num sussurro. Juro por Deus que não sei como fui capaz de fazer isso. Ela me enviou um sorriso tímido, voltei a minha cadeira tremendo mais que tudo.

Sentei de volta a cadeira Dora e Clara me olharam confusas já os outros sua atenção era voltada ao piano, Tamires começou a tocar as primeiras notas. Ela cantou, cantou pra mim, ela baixava a cabeça depois levantavam, seus cabelos caia nos olhos, ela já não olhava pra mim, olhava pra todos os rostos ali presentes.

Ela une todas as coisas

Jorge Vercilo

Composição: Jorge Vercillo / Jota Maranhão

Ela une todas as coisas
como eu poderia explicar
um doce mistério de rio
com a transparência de um mar ?

Ela une todas as coisas
quantos elementos vão lá …
sentimento fundo de água
com toda leveza do ar

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar!
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar

Ela une as quatro estações
Une dois caminhos num só
Sempre que eu me vejo perdido
une amigos ao meu redor

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar !
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar

Une o meu viver
com o seu viver
Ela só precisa existir
para me completar


            Mas quando chegava ao refrão ela buscava meu rosto, era quando nossos olhares se fundiam num só. A música acabou e os aplausos, assobios e pedidos, por mais e mais, eu queria que ela cantasse mais, queria ouvi-la. Acho que a Tamy gostou do carinho do público ainda cantou mais duas músicas lindamente, pra fechar ela começou a cantar uma música bem conhecida de Maria Rita. Danilo era fã dessa cantora Tamy ia bem até sua expressão mudou, as notas saiam erradas, ela levou a mão a cabeça, sair apressada até onde ela estava Tony olhou confuso.


 - Você esta bem? – me abaixei - As dores... – foi o que ela conseguiu dizer até fechar os olhos, elevou à mão à cabeça, os meninos logo se aproximaram a levamos ao banheiro. Ela começou a colocar a mão na cabeça, balançando, gemendo de dor, seu nariz começou a expelir sangue. Até que ela desmaiou em meus braços. - O que ela tem? – perguntou Clara assustada. - Ela desmaiou, pra trás – mandou Dora – Preciso de algo com um odor forte. Sair apressada do banheiro atropelando quem entrava, fui até o balcão falei com um rapaz ele me arrumou álcool, voltei à mesa peguei um lenço em minha bolsa, voltei ao banheiro Dora colocou a cabeça de Tamy em seu colo, entreguei o álcool, ela molhou o tecido depois colocou no nariz dela pra que aspirasse, demorou alguns minutinhos para que Tamires despertasse, seus olhos vão se abrindo aos poucos, olhou confusa. - Você esta bem? – indagou Dora, ela se sentou. - Melhor vocês esperarem lá fora, ela esta bem. – falei com a voz tremula ainda, Clara, Alberto e Danilo saíram do banheiro, me virei para Tamires, ela abaixou a cabeça. - Desculpa... - Tudo bem – a abracei – Você esta bem? – voltei a perguntar ainda assustada vendo seu nariz daquele jeito. - Estou umas imagens... - Não vamos falar sobre isso – interrompi a abraçando ainda com mais força. - Acho que sua noite de estrela acabou. – brincou Dora. Terminei o abraço Dora se levantou, ajudei Tamires fazer o mesmo, não escutei Dora saindo do banheiro, assim que fiquei frente a frente com a Tamires voltei abraçá-la ainda mais forte, não conseguia entender o porquê daquela atitude, mas a vontade que tinha era de protegê-la, cuidar, queria poder tirar essas dores que vem atormentando sua vida. Afastei um pouco peguei o lenço liguei a torneira, minhas mãos tremiam, senti um misto de emoções diferente dentro de mim, não conseguia traduzir tudo aquilo; limpei onde havia sangue, fui surpreendida com o toque delicado da mão dela sobre a minha, foi como se eu tivesse levado um choque, ela deu um passo a frente, nossos corpos ficaram próximos, senti sua mão deslizando pela lateral do meu corpo, primeira à direita depois à esquerda. Devia recuar, uma irracionalidade tomava conta da minha mente, parecia que tinha chumbo em meus pés. Minhas mãos criaram vida própria me vi acariciando aquele rosto tão angelical era como se nada existisse em nossa volta. Mais um passo a frente, senti seu corpo colando ao meu, fiquei mergulhada naquele olhar, tentei fechar os olhos, pois, não queria encarar aquele olhar de puro desejo. Na faculdade aprendi a decifrar olhares e gestos, há muito tempo percebi o interesse dela por mim, porém nunca me vi ameaçada, ela sempre me respeitou, na verdade nunca pensei que pudesse ficar numa situação como essa. A confirmação veio em cada melodia que saia daquela boca, ela cantava pra mim e isso estava mexendo comigo. Já conseguia senti seu hálito fresco em minhas narinas, sua respiração ofegante, ela iria me beijar e eu não queria fazer nada pra impedir. Suas mãos apertavam minha cintura, seu olhar buscava qualquer sinal de aprovação do qual não vinha, fechei os olhos por alguns segundos... Suspirei... Acho que esse era o sinal que ela tanto queria sem demora alguma selou nossos lábios... Sussurrou: - Preciso de você, como preciso respirar... Voltei a fechar os olhos, não sei explicar com exatidão o que aquelas palavras causaram dentro de mim, apenas entreabri meus lábios, onde pude senti a maciez dos lábios dela, sua língua passeava dentro da minha boca de forma alvoroçada, um beijo de puro desejo contido, quente, forte, a medida que eu chupava sua língua, ela imprensava meu corpo ao dela, seus beijos urgentes foram me arrancando imensos suspiros, seus lábios deslocava da boca para meu queixo, suas mãos arranhava levemente minhas costa, meu sexo já mostrava sinal de desejo latente. Estremeci a cada sussurro safado que ela dava, minhas mãos permaneciam em seus ombros. Aos poucos ela foi me empurrando até a parede o encaixe não foi perfeito porque eu estava com uma saia na altura do joelho, impossibilitando ela se encaixar nas minhas pernas. Tamires estava dominada pelo desejo de me possuir, seus beijos quentes intercalavam entre pescoço, queixo, suas mãos ágeis tentavam desabotoar minha blusa. Bem que tentei conte-la seus lábios já chegava ao meu colo. Ela por pouco não rasgou minha blusa. - Tamy...- tentava empurrá-la um pouco. Senti suas mãos levantando minha saia, ela apertada a minha coxa com força, ela levou a mão e abaixou meu sutiã, meu seio foi tomando com paixão, sentia seus dedos forçando a lateral da minha calcinha estava imensamente molhada, segurei sua mão ela levantou seu rosto para me encarar. - Eu não... Nem conseguir terminar a frase porque ela me calou com um beijo mais calmo e envolvente. Toda tensão se foi, estava totalmente entregue, mais uma vez ela voltou a acariciar meus seios, descendo os lábios nele, mordendo, sugando, sua mão esquerda arranhava minha coxa, isso estava me deixando muito louca, gemi baixinho. Até. Até escutarmos uma risada escandalosa que eu logo identifiquei. - Uiiiii- disse Dora ao entrar no banheiro e nos pegar no flagra, empurro Tamires com força ela se desequilibra um pouco. Não sei definir o grau de vergonha que estava sentindo naquele momento. - Agora se explicar o porquê de tanta demora, acho melhor fechar a blusa antes que a Tamires caia de boca. – caiu na risada. Dora sabia fazer piada até nas horas minha constrangedoras possíveis e imagináveis, me virei pro espelho meu rosto estava numa vergonha so, feche os botões que ainda restava na minha blusa, não conseguia encarar Dora que permanecia rindo, joguei um pouco de água em meu rosto, respirei fundo, Tamires permanecia no mesmo lugar, ela apenas me observava, seu rosto estava vermelho parecia uma pimenta, engraçado como ela ficar envergonhada, ela vinha em minha direção quando me afastei imediatamente saindo do banheiro deixando as duas pra trás. Caminhei até a mesa, tentei agir o mais natural possível, os meninos perguntavam se ela estava bem expliquei que sim, cinco minutos depois Dora e Tamires voltam à mesa, faço o possível para não encará-la, ao contrário dela que insisti em olhar pra mim, me sinto desconfortável. - Bem já esta tarde – disse ao consultar o relógio. - Também acho, amanhã tenho que visitar um cliente cedo. – concordou Danilo. - Então vamos pedi a conta. – Falou Alberto se virando e pedindo a conta ao garçom. - Danilo aproveita e deixa Larissa e Tamires em casa. - Claro, deixa só eu ir ao banheiro que já vamos meninas. Pagamos a conta e formos embora, sentei no banco da frente, Danilo conversava animado ao telefone, ora ou outra eu olhava pra Tamires pelo retrovisor, ela tinha o olhar fixo na paisagem, durante todo o caminho não falamos um so palavra. Danilo estacionou o carro e nos despedimos dele, segui na frente pra abri o portão. Tamires vinda atrás entramos ela se colocou em frente da grade, tremi na hora seu olhar era o mesmo de poucas horas atrás. - Me dá licença. – sussurrei, ela virou-se pra trás de mim. Sentia sua respiração em meu ombro Meg começou a latir, ela então se afastou de mim entrando casa adentro, dei um pouco de atenção a minha cachorra depois entrei. Cheguei à sala e me joguei no sofá, minha cabeça trabalhava arduamente, relembrei tudo que tinha acontecido naquele dia a parti do momento que levantei da cama, busquei um motivo pra tamanha loucura que havia cometido naquele banheiro, tinha traído Guilherme com Tamires, pior é senti que a traição não existiu, agi de forma irracional nem podia culpar a bebida por isso uma vez que apenas tomei duas caipirinhas nevada. Não devia me deixar envolver por Tamires, ela estava fragilizada, seu interesse sexual por mim estava mais que provado, tinha que esclarecer as coisas com ela. Levantei e fui ao quarto, quando cheguei, ela já estava deitada, não deu pra ver se dormia, pois seu rosto estava virado pra parede, resolvi tomar banho e dormi, afinal depois de uma boa noite de sono ia ajudar a espairecer, peguei minha toalha e sair do quarto. Depois do banho fui à cozinha tomar um copo de água, dou de cara com minha mãe. - Que susto menina. – disse a me ver. - O que a senhora faz acordada a essa hora da noite? - Vim pegar água pra seu pai tomar o remédio, chegou agora? - Não faz um cadinho de tempo. - Sei... E como foi lá, se divertiram muito, e a Tamires? - Foi divertido sim mãe, ela ta dormindo amanhã eu te conto tudo, vou dormi também que estou caindo de sono. – menti, sono era a última coisa que estava, mas conhecia bem a curiosidade de minha mãe, nunca conseguir esconder nada dela. - Esta bem filha, vai dormi mesmo que esta muito tarde. – minha mãe me deu um beijo na testa, fui embora pro meu quarto. Voltei ao quarto ajeitava a cama para dormi, vejo Tamires virando para me olhar. Sentando-se na cama. - Estou apaixonada por você... – silêncio – Tentei lutar mais foi mais forte... Fiquei paralisada, sua voz saia de uma firmeza, ela se levantou da cama e veio caminhando até a mim, minhas pernas perdiam a força, meu estomago ficou congelado, mais uma vez parecia que meus pés tinham chumbo. Nossos olhos grudados um no outros, não era aquela mulher tímida que chegou aqui em casa, ela tinha um olhar fascinante, embriagante, já pude senti nossos hálitos se misturando, ela foi logo puxando minha cintura. Mas uma vez me vi entregue aquela mulher, seus lábios quentes, em contato com meu pescoço já foram arrancando suspiros, nos beijamos mais uma vez... Um beijo ardente repleto de desejo tinha uma pressa foi logo me derrubando na cama. Mantínhamos sempre o contato visual, vislumbrei ela arrancando sua própria blusa deixando seus seios amostra, logo depois o short e a calcinha ela estava nua, minha vergonha não permitiu desce minha visão até suas intimidades, ela logo se encaixou em minhas pernas. Tamires demonstrava tem uma experiência grande sabia bem o que estava fazendo tinha precisão em seu toque, beijava-me enquanto tentava arrancar meu short, acabei ajudando a se livrar dele, fiquei apenas de calcinha nunca tinha me visto tão excitada como estava naquele momento, sentir seu sexo melando minha coxa, seu olhar era de pura devassidão. Sento-se no meu quadril, olhava pra mim, mordi os meus lábios inferiores de tanto desejo, confesso queria ser possuída pela aquela mulher não estava me agüentando de tanto excitação, ela abocanhou meu seios o sugando com força, depois soprava me deixando ainda mais louca, seus lábios foram descendo pelo meu corpo deixando rastro de saliva onde passava, parou no meu umbigo ela contornou com a ponta da língua, pude senti a ponta do seu dedo em meu sexo, gemi baixinho... A cada gemido que eu dava mais ela judiava de mim. Ela voltou a me beija pude senti sei sexo sobre o meu, abri mais as pernas pra facilitar o encaixe, ela se esfregou um pouco, cravei minhas unhas em sua costa. Ela se levantou do meu corpo olhei pra ela incrédula. Pensei por um momento que ela ia parar. Ela se aproximou do meu ouvido e sussurrou. - Gemi bem gostoso pra mim... – olhou-me com cara de cachorro pidão. Sorrir da cara de safada dela, ela me deu um beijo breve e voltou para meus seios, não demorou muito desceu até meu sexo, não esperou nem um instante o abocanhou com todo seu desejo, ergui meu corpo pra trás, gemi, gemi diante do prazer que aquela mulher me proporcionava, ela foi aumentando o ritmo até que não conseguir mais conter chegou ao êxtase. Minhas pernas ficaram dormente, Tamy continuava a sugar meu sexo, uma nova onda de prazer foi se gerando, eu não tinha força pra nada, ela levantou-se capturou meus lábios, um beijo profundo, minhas mãos aos poucos foram deslizando em suas costas, acariciando seus cabelos, senti novamente ela se encaixa entre minhas pernas, nossos sexos em contato um com o outro, aos pouco ela foi remexendo o quadril, fui seguindo seu ritmo, ela encostou sua testa na minha, mordia os lábios inferiores até não agüentar mais e começa a geme baixinho, eu puxava seu corpo pra mais contato com o meu nossos gemidos foram tomando conta do quarto, ela remexia rápido aumentando o atrito em nosso sexo, até sentir seu corpo treme ela me beijou com força, nossos esparmos misturados um no outros, chegamos ao êxtase juntas, Tamires caiu por cima de mim, seu corpo suado, sua respiração forte em meu pescoço, fiquei a acariciar seus cabelos, não trocamos nem uma palavra ficamos envolvida uma no corpo da outra até adormecermos. - Larissa... Larissa... – escuto uma voz no meu pé do ouvido, meus olhos vão abrindo vagarosamente, Tamires lança um sorriso tímido, logo me vem à memória toda lembrança da noite anterior, Tamires se afastou um pouco, pude me sentar na cama, passo as mãos em meus cabelos desdenhados. Voltei a encarar Tamires que tinha um olhar confuso, sinto-me envergonhada não sabia o que dizer naquele momento, é ela que resolve quebrar o silêncio. - Você esta atrasada. – disse ao se levantar da cama, meu olhar acompanha seu movimento, observo seu corpo nu, minha vista fixa em uma pequena parte um pouco acima das suas intimidades, finalmente consigo ver com exatidão a tatuagem que ela tinha, levanto um pouco a vista a vejo Tamires corar diante do meu olhar ao seu sexo. - Te adoro de paixão “Duda”. Quem será Duda? – perguntei. Tamires se virou e procurou sua calcinha logo vestiu, depois voltou a minha cama onde se sentou ao meu lado. - Sempre me olho no espelho e fico me perguntando quem será Duda, um homem ou uma mulher, será meu nome... Tento lembrar alguma coisa, mas nada me vem borboletas, gosto de borboletas. – sorriu. Ao olha apequena borboleta tatuada na pele. - Improvável ser seu nome, deve ser alguém, o nome é unisex, seja quem for deve ser uma pessoa importante pra você tatuar. “Duda” – repeti algumas vezes. - Ontem poucos minutos antes de passar mal, eu vi uma menina lourinha, ela vestia um vestido azul bem clarinho com um laço bem bonito na cintura, seus cabelos eram tão claros, estava amarrado num rabo de cavalo com um lulu de uma florzinha, seus sapatos eram branco, ela estava sentada diante de um piano – Tamires abriu um sorriso, seus olhos se fecharam – A menina tocava uma música linda, às quatros estações de Vivaldi, tocava numa perfeição. - Onde essa menina estava Tamires? – perguntei. - Não sei, era numa casa muito elegante tinha um piano de calda lindíssimo preto, eu via bastante gente homens, mulheres, crianças, não pessoa pareciam ser familiares, eles interagiam com certas intimidades, o que mais me chamou a atenção foi uma mulher sentada numa poltrona de coro preta, tinha no colo um lindo bebê, seus cabelos eram tão loiros, bem lisinhos, seus olhos eram tão azul, um azul vivo, “Milinha” era assim que a mulher chamava o bebê, a menina do piano parecia cansada, ela tocava música atrás de outra e um homem alto dos olhos azuis da cor do céu sempre mandava ela toca mais uma. Ele levantou da cadeira e veio se aproximando a menina pareceu ter medo daquele homem, ele se aproximou e á colocou no colo, os olhos daquela menina eram tão pretinhos parecia duas jabitucabas, tinha um medo que apagava seu brilho - “Essa é minha princesinha”. – se gabava o homem com a menina sentada em sua perna. - Era você?- interrompi com minha pergunta. - Não sei. Logo as imagens evaporaram como se fossem sugadas, milhares de imagens vieram como sempre coisas sem nexos. De repente me vi num lugar acredito que era uma praça ou algo parecido tinha muita gente, muita gente, me vi abraçada com alguém que não lembro o rosto, mas lembro so seu cheiro, tinha o odor de colônia de bebê, ao longe tocava a mesma música que eu cantei quando Danilo me pediu, “Num corpo só”, as dores aumentaram até que não conseguir mais conter e apaguei.... - Tamires sempre que você tem uma lembrança você passa mal, acho melhor irmos ao hospital ver Dr. Raul. - Para quê Larissa ele vai dizer a mesma coisa, estou cansada de ser observada por tantos médicos, ser carregada de um lado pro outro fazendo exames sempre com resultado inconclusivos, o que preciso é me adaptar a essas dores. - Não! Você precisa é ir num médico, eles saberá o que fazer pra isso acabar. - Estou bem – disse num tom mais alto, como quem quisesse encerrar o assunto, segurei sua mão e apertei com força, seu olhar era apaixonado. Era hora de ter uma conversa seria, não podia deixa aquela situação continua, percebi que ainda estava nua, vir aquele olhar de desejo mais uma vez, quando menos esperei, ela sentou-se em meu colo, seus lábios logo capturavam os meus, sua língua invadia minha boca sem permissão acabei me entregando aquele desejo que estava começando a surgi. - Tamy espera... – tentava conte-la. Levantei seu rosto para me encarar. – Você tem um olhar muito safado sabia! – brinquei, ela deu um sorrisinho e voltou a me beijar, correspondi ao beijo até faltar o ar, depois me afastei um pouco, tínhamos a respiração pesada – Precisamos conversar. – percebi que sua expressão mudou. - Se arrepende? – perguntou Tamires, sua voz estava rouca. - Não. – respondi de imediato. - Então o que há? – permaneceu seria olhando diretamente em meus olhos. - Tamires, não posso ser hipócrita dando uma de arrependida quando não estou, foi bom. Mas sinto-me na obrigação esclarecer as coisas, nunca tinha tido experiência com mulheres, não sei explicar com clareza o que aconteceu, sinto um carinho por você muito grande, mas acredito que não seja da forma que você espera. – fiquei em silêncio por alguns segundos Tamires continuava a me encarar, seus olhos não pestanejavam, confesso que me faltava palavras para continuar aquela conversa. Baixei o olhar, toquei de leve sua mão, porém ela retraiu evitando o contato. – Não quero magoá-la, mas acho que isso esta acontecendo... – silêncio - Amo o Guilherme, não posso enganá-lo dessa maneira, infelizmente não posso corresponder a seus sentimos, não é justo com você nem com ele. Tamy – busquei seu olhar, Tamires nada falou levantou-se da cama de imediato - Tamires... - repeti mas ela não deu ouvido, logo se vestiu e saiu do quarto sem dizer uma só palavra. Meu coração doía, sabia que tinha a magoado aquela mulher, mas não podia menti o que aconteceu entre agente não podia se repeti em hipótese alguma. Fiquei um tempo no quarto me sentia envergonhada, não sabia dizer ao certo porque, levantei e resolvi ir trabalhar, quando ia ao banheiro passei pela cozinha Tamires estava sentada na mesa, seu olhar era vago, minha mãe tagarela ela não parecia da atenção a conversa. Meia hora depois saio de casa e vou pro escritório. - Bom dia Dra. Larissa. – disse a secretária toda sorridente. - Bom dia Ingrid – respondi seca, entrei em minha sala e desabei na cadeira, me sentia completamente estranha um misto de sentimentos que não conseguia definir, raiva, arrependimento, vergonha, me sentia mal. – Ingrid, preciso entrar em contato com a Dra. Dora. - Sim senhora. Uma hora depois. - Dra. Larissa, Dra. Dora na linha dois. - Obrigado – mudei de linha – Preciso falar com você. – tinha uma angustia latente na voz. - Bom dia pra você também amiga. - Estou mal, quer dizer nem sei como estou, preciso falar com você. - hum brigou com o Gui né! - Não, posso ir ai? - Agora amiga? Estou com a agenda lotada. - soltei o ar com força - Certo – disse desanimada. Silêncio. - Quando larga o que acha de nos encontramos lá no bar da praia? - Falta muito. – disse ao ver o relógio eram 09h00min da manhã. - ahh amiga! É tão grave assim? - Depende do ponto de vista de como você ver as coisas. - Pelo visto a coisa é seria em, quando você vem com esse papo de ponto de vista. - Ta bom amiga, 18h00min lá no barzinho. - Esta bem, te cuida ta! - Você também. Passei o dia inteiro numa angustia, sentia-me sufocada, irritada, por pouco não discutir com um cliente, consultava o relógio a cada cinco minutos. Hesitei em ligar pra casa, embora minha cabeça estivesse lá. Não conseguia me concentrar no trabalho de jeito algum, precisava sair espairecer, mandei Ingrid cancelar todos os meus compromissos, sair do escritório pouco depois do meio dia, minha barriga já dava sinal de fome, resolvi para num restaurante perto do trabalho do meu pai. Ele ficou surpreso a me ver, almoçamos juntos, fiquei com ele até chegar a hora dele voltar ao trabalho. Não sabia pra onde ir, pra casa era o último lugar que gostaria, meus amigos estavam todos trabalhando, me vi parada de frente ao hospital, não sei o que me levou ali, entrei, andei de um corredor pro outro, cumprimentei alguns conhecidos, parei na ala infantil, fiquei a admirar um grupo de jovem que estavam vestidos de palhaço, eles brincavam com as crianças. Uma moça se aproximou da porta e pediu para entrar, fiquei meio sem jeito mais logo me juntei ao grupo, não demorou nada pra uma menina senta ao meu colo, sua pele era negra, sua feição delicada, estava tão magrinha, tinha uma pequena boina na cabeça escondendo sua cabeça desnuda, mesmo diante de toda tristeza de sua doença a menina sorria, logo me pediu para ler um livro que carregava consigo, olhei pra chefe das enfermeiras que acompanhava meus gestos, ela fez que sim com a cabeça, logo me aconcheguei numa pequena cadeira de plástico, as crianças foram se amontoando em minha volta. Comecei a narra a historia “Alice no país das maravilhas” esse era o livro. Aos poucos fui me soltando, narrava e fazia gesto dos personagens, as crianças morriam de ri, uma paz tomou conta do meu coração. Passei a tarde inteira ali, quando sair já era quase 17h00min acabei esbarrando com Dr. Raul. Cumprimentamo-nos ele logo perguntou pela Tamires, sem conter lhe contei o que tinha acontecido, ele pediu para trazê-la, mas fui clara que ela não queria. Depois de escutar as mesmas coisas de sempre de Dr. Raul, pego o ônibus e vou à orla. Fico perambulando pelo calçadão, consultando a cada minuto o relógio, Dora estava 40 minutos atrasada, sentei numa mesinha num quiosque de coco. - A senhora deseja alguma coisa? – pergunta um menino. - hum, não obrigado – agradeci, o menino se virou – Espere traga um côco bem gelado. - Sim senhora. Já tinha desistido de esperar por Dora, o relógio marcava 19h00min e nada, sempre que ligava ela dizia que estava chegando, a raiva so aumentou. Mas logo passou assim que a vi se aproximando toda afobada. - Desculpa amiga, o transito dessa cidade esta cada vez pior. - Pensei que não vinha. – abracei. – Preciso tanto conversar com alguém. - Meu Deus o caso é muito sério... - Vem senta aqui. – a puxei pra cadeira ao meu lado, logo o menino se aproximou. - Trás duas águas de côco. – pedi. - Não trás cerveja. – corrigiu Dora. O menino logo voltou com duas latinhas de cerveja e dois copos. – O que houve? – perguntou enquanto tomava um gole da cerveja. - respirei fundo antes de começa a contar – Eu transei com a Tamires ontem à noite. – disse sem rodeio, a boca de Dora fez um formato de “O” tamanha foi sua surpresa. Silêncio. Ela permanecia boquiaberta. - Como assim? - finalmente falou alguma coisa. - Nem eu sei, quando a vi passando mal a vontade que tinha era de protegê-la, sinto um carinho tão grande por ela. - Essa mulher é afim de você e eu sempre te disse isso você que não me deu ouvido, viu a declaração ontem no bar, todo mundo na mesa percebeu ela cantava pra você, seus olhos não iam à outra direção se não a sua. E pelo visto você também não é? Ou pensa que esqueci o que vi naquele banheiro. - Não, quer dizer, ontem eu realmente me vi embriagada pela voz daquela mulher, e quando estávamos no banheiro, nos beijamos, foi algo inexplicável sabe. Estava fora de mim, àquela mulher tem uma pegada nossa senhora... – brinquei Dora não pareceu gostar da brincadeira, ela me olhava seria, bebia sua bebida calmamente enquanto eu falava – Por pouco não transamos ali mesmo, nunca tinha visto Tamires daquele jeito, fiquei confusa, ou melhor, mexida com o que aconteceu, quando chegamos em casa nada falamos sobre o que aconteceu, pensei que ia acabar ali, mas nada, ela se declarou pra mim, confessou que me amava, começou com um beijo quando vi fizemos amor... – soltei o ar com força, passei as mãos nos cabelos. Dora então falou. - Você se apaixonou por ela? – indagou com certa insegurança na voz. - Não, claro que não, foi uma transa, não me arrependo, foi maravilhoso, mas eu amo o Guilherme ai é que esta o problema, não quero perde-los também não quero magoar a Tamires, ela realmente gosta de mim. Não sei o que faço amiga. – minha voz era de desespero. - Complicado Larissa, alguém vai sair machucado nessa historia isso é fato, e pelo visto é a loira lá, não era pra você ter dormido com ela. - Eu sei... Agir de forma irracional... Tenho vergonha de voltar pra casa. - Tem vergonha de ter transado com uma mulher? - Não Dora, isso nada me incomoda, foi uma experiência incrível, mas não quero repeti, gosto do Guilherme, sinto feliz e completa com o prazer que ele me proporciona, sinto vergonha é de encarar a Tamires, fui tão cachorra com ela, não quero que ela pense que a usei. - E não foi o que fez... – disse cheia de ironia. - Chega Dora, não foi o que fiz não, o que aconteceu, aconteceu não posso enganá-la fingindo um sentimento que não existe, amo o Guilherme. - Então qual é o drama? - Ahhii to começando a me irritar, o problema que estou com medo de que as coisas mudem em relação à Tamires, não quero que ela se afaste de mim, sinto um carinho muito grande por ela não o carinho de mulher entende, é de amiga, amiga de verdade, do tipo que sentimos uma pela outra, foi um equivoco o que rolou. - Ela vai ficar magoada de todo jeito, ela gosta de você Larissa, mas depois isso passa, acho que você estava fazendo uma tempestade num copo de água, afinal ela também queria, vocês duas são duas mulheres adulta, saberá lidar com isso. – virou o copo. De fato a Dora tinha razão, ficamos conversando mais um tempo até que resolvo voltar pra casa. Tamires Quanta pretensão a minha pensar que Larissa podia se interessar por mim. “amo o Guilherme” essas palavras evacuavam por minha mente; meu coração sangrava, queria ver em seus olhos algum indício de dúvida em relação ao que falava, mas palavras saiam com clareza tinha uma sinceridade e seriedade em sua voz, me senti desnorteada. Faltava-me ar diante daquela rejeição, queria chorar, meu coração estava espremido. Amava com todo meu coração e os momentos que passamos foram intensos, não queria que acabasse, levantei da cama rapidamente, não queria ouvir mais nada já tinha entendido o recado, procurei minhas vestis, logo sair do quarto a deixando-a sozinha. Segui até a cozinha, minhas mãos estavam muito tremulas apanhei um copo com água precisava me acalmar, dona Laura coava o café, perguntou-me se estava me sentindo bem, apenas meneei a cabeça ela tagarelava, não conseguia presta atenção no que dizia. Sentia-me sufocada não conseguia entende porque ela me rejeitou. Fazia-me mil perguntas ela estava tão entregue aos meus toques, embora não falamos nada, mas nossos olhares diziam tudo. Demorou cerca de 40 minutos até vê-la saindo sem falar comigo uma tristeza foi invadindo meu ser, precisava ocupar minha mente, tratei de fazer os serviços domésticos da casa, assim que terminei tomei um banho demorado. Não quis almoçar, sentia-me muito angustiada, não iria chorar, uma dor de cabeça chegava pra me fazer companhia. Tomei minha medicação minha mente insistia em reproduzir cada detalhe da noite anterior até ficar exausta e me entregar ao sono. Levantei era umas 17h30min avisei pra dona Laura que ia da uma volta na praça, precisava respirar um pouco, fiquei observando as crianças brincando, não parava de pensar em Larissa um só segundo. Fiquei imaginando como seria daqui pra frente. Tinha tomado uma decisão: Não ia insisti, por mais difícil que fosse iria respeitar a atitude dela, encontrei com seu Augusto quando ele voltava pra casa, conversamos um pouco no curto percurso até em casa. - Hum... Essa carinha triste é por quê? – indagou colocando as mãos em meu ombro. - Não estou triste, apenas com um pouco de dor de cabeça. – respondi sem encará-lo. - ele me olhou com cara de desconfiado arqueando uma sobrancelha – Sei... Você sabe que pode contar conosco pra tudo não é? - dei um sorriso amarelo – Agradeço sua preocupação mais estou bem. - Certo! – me deu um abraço de lado. Forcei um sorriso, chegamos em casa dona Laura assistia a novela. As horas passavam e Larissa nada de chegar, fiquei preocupada ela sempre chegava por volta das 18h00min ou 18h30min, já era mais de 21h00min e nada, o Guilherme ligou algumas vezes em sua procura sinal que ela não estava com ele como dona Laura sugeriu, não tinha coragem em ligar para seu celular, consumida pela ansiedade resolvi ler um pouco enquanto a esperava. Ela entrou em casa em silêncio sua expressão era séria cumprimentou com um leve sorriso e foi direto pro quarto sem dar maiores explicações. Dona Laura estranhou, foi até o quarto da filha pra ver se tinha algo de errado. - Filha... – disse ela ao abri a porta do quarto. - Oi mãe. - Esta tudo bem? – perguntou com certa preocupação, Larissa sempre costumava chegar em casa esbanjando sorrisos mesmo como tinha tido um péssimo dia. - Esta sim, mãe, so estou muito cansada tive um dia difícil. – se explicou. - Guilherme ligou. - Imaginei – fez cara de desanimo - Vou tomar um banho e já, já eu ligo pra ele. - Quer que traga algo pra você comer? - Mãe não precisa – se levantou e foi até a mãe – Estou bem, so um pouco exausta – deu um abraço e um beijo na mãe, depois se despiu e foi pro banho. Fiquei a ler o livro embora não prestasse a atenção, estava criando coragem para vê-la, ela não parecia muito bem, vi dona Laura levando uma bandeja pro seu quarto, mas voltou com a mesma bandeja, sua cara era preocupada, perguntei se a Larissa estava bem, ela disse que sim mais que tinha ido dormi, pois estava cansada. Quando entrei no quarto ela já estava dormindo, fiquei parada em frente a sua cama admirando-a dormi. Como gostaria aconchegar-me em seus braços, senti o calor do seu corpo, amá-la, ser amada por ela. Virei pro outro lado e olhei desapontada para minha cama, troquei de roupa me deitei. O sono custou a vi, meus olhos não desgrudavam da cama ao lado, aquela mulher dormindo tranquilamente virando de um lado pro outro na cama, seu corpo quase desnudo cobriu com uma fina veste de uma camisola de seda. Torturante vê-la. Torturante vê-la. Na manhã seguinte Larissa adotou um comportamento do qual não esperava, acordou sorridente, logo me chamou para corremos na praia como todas as manhãs, depois de uma hora de caminhada voltamos pra casa, não parava de tagarela me arrancando inúmeros sorrisos, tomarmos café juntas depois ela se aprontou e foi pro trabalho. Larissa agia como se nada tivesse acontecido, não voltou a falar sobre o que aconteceu então resolvi fazer o mesmo. A semana passou rápido, fazíamos o possível para amenizar certos desconfortos. Ela andava muito preocupada com o trabalho, vivia de mau humor, o relacionamento dela com o Guilherme também não ia nada bem, já fazia um tempo que ele não ia mais lá, a última vez os dois tiveram uma discussão terrível escutávamos as gritarias da cozinha, lembro dela chorando muito, senti ainda mais raiva daquele homem estúpido. - Seu egoísta – gritava Larissa – Estou ficando cansada Guilherme, cansada... Ele foi embora a deixando arrasada a grande custo conseguir acalmá-la, Larissa chorava muito. Dois dias depois desse episódio. Era um domingo estava lavando a louça do café da manhã, tínhamos acordado tarde, dona Laura e seu Augusto tinha ido passa o dia na casa de uns familiares, Larissa entra na cozinha. - Tamy... – chamou Larissa ao entrar na cozinha, ela pegou um copo abriu a geladeira, ficou olhando pro seu interior. – Cadê mainha que não a vi hoje? – indagou enquanto enchia um copo com leite. - Ela saiu logo cedo com seu pai, você ainda estava dormindo, disse que passaria o dia na casa da sua avó ela esta super animada com o aniversário de dona Glória. Larissa encostou-se na pia perto de mim ficou me observando. Parecia que ela queria algo. - O que você quer? - sorrir, sempre que ela queria algo me ficava rondando, aprendi conhecê-la também, depois daquele episódio muitas coisas mudaram em relação a nos duas, eu particularmente estava cada dia mais apaixonada, os hábitos dela continuavam os mesmo, sempre muito carinhosa e cuidadosa comigo, me tratava como uma irmã, embora eu deixasse claro meu interesse por sua pessoa, mas não voltei a insisti, guardava dentro de minha todo o desejo que sentia por aquela morena, acabei sendo adotada por toda sua família que me tratava tão bem, me sentia muito feliz, já não importava se minha memória fosse voltar ou não, foram seis meses desde que Larissa me acolheu em seu lar. - Imagino, mainha adora uma festa queria te pedi uma coisa Tamy. – disse cheia de dengo na voz. - E precisa fazer essa cara de cachorro pidão. O que você quer? – falei em tom de brincadeira, ela sorriu depois ficou em silêncio por alguns instantes. - Vamos comigo ao jantar de Dr. Calvacanti. – disse ela bem rápido. - Você esta de brincadeira não é? – a fitei. - Larissa fez uma cara, sempre usava desses artifícios pra me convencer de alguma coisa. – Por favor! – implorava. - Não Lary, não me peça pra ir nessa tal festa, primeiro o Guilherme não me suporta, segundo também não simpatizo nada com ele, você sabe disso então não insista. - Vocês dois precisam acabar com essa antipatia. Tamires vamos comigo, por favor. – insistia. - Sinto muito, seus pais me convidaram pra festa da sua avó. - afffzzz... – resmungou - O que tem demais me acompanhar? Não me dou muito bem com a família do Guilherme é um bando de gente metido a besta – fez uma careta engraçada. - Então não vai, deveria ir pra festa de dona Glória. - Bem que gostaria, Guilherme ia ter um AVC se não o acompanhasse, terá muitas pessoas importantes, ele não admitiria ir sozinho a esse jantar. - Sinto muito. Ela deu um suspiro de decepção, terminei de lavar a louça, Larissa as enxugava em silêncio. Ela tinha se chateado devido minha recusa, mas era fora de cogitação ir à festa da família do Guilherme, puxei conversa, mas ela parecia não querer mais papo, confesso que aquilo me entristeceu terminei de arrumar a casa e fui tomar banho quando sair do banheiro, ela propôs sairmos pra almoçarmos num restaurante. Já que o Guilherme tinha ligado e avisado que ia pro jogo do Sport que ia ter na cidade e independente do resultado ia beber com os amigos. Fiquei aliviada em não ter a presença daquele sujeito em casa, minha alegria era notória. Ela nos levou a um aconchegante restaurante que fica no shopping, foi uma tarde gostosa aproveitei aquele momento pra conversar sobre algumas mudanças que estava querendo fazer em minha vida. - Lary ! - chamei sua atenção – Preciso falar com você. – ela me olhou. - Diga! - Preciso trabalhar! – ela apagou o sorriso na face e ficou seria – Larissa; sinto-me uma inútil queria fazer algo da minha vida, ajuda também nas despesas. - Ela me fitou – Te falta algo Tamires? – sua voz era grave. - Não, claro que não mais... - Você ainda esta sem memória, esqueceu? - Continuarei sem ela, já aprendi a conviver com isso, a probabilidade da minha memória volta esta cada vez mais remota, me conformei, quero ter uma vida, um trabalho, um relacionamento! Essas coisas. Entende? – coloquei minhas mãos sobre a sua. Larissa ficou um tempo em silêncio como se tivesse estudando a situação gostaria de saber o que passava em sua mente, ela respirou fundo até voltar a falar. - Você pretende trabalhar em quê? Não sabemos o que você fazia antes do acidente. - percebi que tinha que ter bons argumentos pra convencer aquela mulher, ela não iria deixar-me trabalhar assim tão fácil. – Sei tocar piano – respondi com segurança. - Tocar piano Tamires! – balançou a cabeça em sinal de negação, com um sorriso frustrado nos lábios. - Sim tocar piano, Danilo veio me fazer uma visita ficamos conversando falei pra ele o desejo que tinha de trabalhar, ele disse que podia me ajudar, falou que tinha uma amiga que era dona de um conservatório de música. Ontem a noite ele me ligou disse que Lúcia sua amiga ficou interessada e marcou uma entrevista e uns testes pra ver como me saio. - Você pretende da aula de piano é isso? – ironizou aquilo me irritou. - É Larissa! – aumentei o tom de voz um pouco, ele percebeu minha irritação - Se eu passar nos teste sim, pra poucos alunos, não sei direito porque ainda não falei com a Lúcia. - Tamires uma coisa é você tocar num barzinho so pra descontrair outra coisa é você dá aula pra pessoas, você não tem memória como pretende fazer isso? Você também não tem documentos, ainda estou resolvendo essa questão... - Eu sei Larissa – interrompi - Você não entende quando estou tocando simplesmente meus dedos criam vida própria, as letras das músicas vêm como se eu já as conhecesse, não sei explicar apenas consigo, Danilo me levou numa loja de instrumento musical, bastou eu sentar diante de um piano pra tocar. - Sei não viu... Sei não... Você inventa cada uma, preciso pensar. – ela passou as mãos nos cabelos depois voltou a pegar o cardápio – Mainha não vai deixar você sabe do cuidado que ela tem com você, às vezes ela esquece que você é uma mulher adulta. – disse enquanto folheava o cardápio. - Já conversei com ela – Lary me olhou surpresa devolvendo a cardápio a mesa – Inclusive foi ela que me deu a maior força, disse que iria comigo quando fosse fazer os testes, mas antes queria sua opinião sobre o assunto, você acha ruim? - ela respirou fundo antes de falar - Confesso que não me agrada nada você trabalhando, mas se você se considera capacitada pra desenvolver tais atividades tudo bem, mas precisamos saber a opinião do seu médico. Abri um imenso sorriso levantei e abracei Larissa ela ficou assustada mais correspondeu, nossos corpos se colaram e uma corrente elétrica passou, nos encaramos olhos nos olhos, uma onda de desejo corria em meu corpo o doce perfume daquela mulher entorpeciam meus sentidos, automaticamente fui aproximando meu rosto. Não importava onde estávamos nem a quantidade de pessoas que nos observava, a respiração dela foi ficando ofegante, meu olhar descia a sua boca, acho que ela percebeu o que eu estava preste a fazer, tentei beijá-la sem pudor virou o rosto bateu no canto da boca. Depois ela me empurrou sutilmente. - Safada... – disse brincando, mas parecia muito envergonhada logo se sentou na cadeira, mesmo diante da sua pele morena bronzeada era perceptível seu rubor – Isso é assédio sabia. – gargalhou. Voltei a sentar me afundando na cadeira, fiquei azul de vergonha, Larissa sorria ainda mais, não conseguia entender porque ela reagia assim, tudo levava na brincadeira. - Desculpe-me. – gaguejei, abaixando o olhar para não encará-la. - Não precisa ficar que nem um pimentão. – apertou a pontinha do meu nariz. – Aquela senhora ali arregalou os olhos achando que você fosse me beijar. - permaneci calada. – Temos que evitar esse tipo de coisa, as pessoas não estão acostumada em ver essas demonstração de afeto não é mesmo? Dei um sorriso amarelo, ela fez sinal pro garçom e fizemos o pedido, almoçamos tranquilamente, conversamos sobre diversas coisas, ela contava com entusiasmo sobre o curso preparatório que pretendia fazer. Larissa era uma mulher de ambição maior, queria prestar concurso para promotoria do estado. Depois de um delicioso almoço resolvemos pegar um cinema, tomei a liberdade de convidar Danilo e Dora gostava muito da companhia deles, eram pessoas muito agradáveis, Dora chegou muito tarde por pouco não perdemos a seção, Lary ficou debochando dela. Vimos uma comédia romântica, nos acabamos de ri. - O filme foi ótimo – falou Danilo animado ao sairmos da sala. - É finalmente Larissa escolheu um filme que presta – zombou a Dora já que a Larissa não era muito boa para escolher filme, lembrei do episodio de quando ela resolveu ver um filme de terror, parecia uma menina de tão assustada que ficava. - A tarde foi boa, mas temos que ir embora. – disse Danilo. - Se vocês quiserem as levo para casa. - Ótimo, tchauzinho amiga – Dora nos cumprimentou, saímos do shopping até o estacionamento. Durante o percurso Danilo falava animado sobre o emprego no conservatório, fiquei animada, pois ele falou que estava tudo certo só dependia da entrevista a Larissa não gostou muito do que ouvia, pois sua cara estava seria ela já tinha deixado claro sua objeção sobre esse assunto, no caminho inteiro permaneceu calada olhando pela janela. Ao chegarmos em casa mal se despediu do Danilo, saiu do carro e nem me esperou, achei estranho sua atitude me despedi calmamente dele e depois entrei em casa; dona Laura e seu Augusto não tinha chegado ainda, Larissa estava na sala com seu computador no colo, me aproximei e sentei ao seu lado, ela continuava a olhar pra pequena tela. Perguntei o motivo pra sua mudança de humor tão repentina, ela apenas me ignorou, largou o computador no sofá e saiu para seu quarto. Fiquei um tempo a pensar, não sabia o que tinha feito pra tê-la chateado. Quando voltei ao quarto já tinha tomado banho, vestia apenas uma camiseta e um short de algodão, pegue minha toalha e fiz o mesmo. Nada melhor que um banho pra relaxar, volto ao quarto ela encontrava-se sentada na beira da cama estava cabisbaixa, viro-me para me trocar, sinto seu olhar a me observar, Larissa se levanta e vem em minha direção, continuo de costa ela coloca suas mãos em minha cintura, meu coração acelera dou um passo pra trás queria sentir o calor de seu corpo, pego uma de suas mãos e a beijo carinhosamente, sinto sua respiração em minha nuca ficando cada vez mais forte, Larissa afasta meus cabelos, seus lábios vão de encontro ao meu pescoço, recebo alguns beijos meu corpo todo treme, me viro, nossos olhares se cruzam sem demora puxo Larissa colando nossos corpos sem demora a beijo calorosamente, conduzo até a sua cama sem parar o beijo, deitando seu corpo com calma e pondo o meu por cima do dela, me encaixo entre suas pernas, o beijo calmo me da uma sensação de tranqüilidade e ternura... Ela corresponde a cada toque, cada movimento do meu corpo sobre o seu. Minhas mãos deslizam pela lateral do seu corpo, ela acaricia meu rosto, sinto seus dedos tocarem meus lábios ainda presos aos dela, interrompo o beijo e abro os olhos... Encaro os dela, meigos e carinhosos, estava totalmente entregue aquele momento... Volto a beijar-la, deslizando os lábios por seu pescoço e seus ombros, com minhas mãos vou retirando sua camiseta calmamente, ela não resisti em nenhum momento e até me ajuda e retirar a resto de sua roupa. Logo retira minha toalha... Nossos corpos agora completamente nus se encaixam, sinto meu sexo roçar levemente no dela que já me dá sinais de excitação... O beijo antes calmo e tranqüilizado torna-se provocante, sinto minha pele queimar, o desejo de possuí-la não me cega por completo, em um momento, penso em como ela reagiria na manhã seguinte, se voltaria a me rejeitar isso seria duro de mais pra mim... Antes de concluir meu pensamento sinto seu corpo girar sobre o meu, ela volta a me encarar, sorri... Um sorriso que ilumina toda e qualquer duvida que eu tenha... Ela se inclina e deposita um beijo na pontinha do meu nariz, um em cada lado do meu rosto, outro no meu queixo... E continua a seqüência de beijos pela pele frágil do meu pescoço, descendo por meus ombros, por meu colo... A ponta de sua língua tocar o bico do meu seio que já estava enrijecido, o calor de sua boca faz meu corpo tremer, seus toques delicados me levam a um grau de excitação antes nunca vivido por mim, nossos olhares permanecem conectados por todo tempo... Sua boca deixa um rastro de desejo por meu corpo... Dá pequenas mordidinhas em minha barriga... Tento mudar de posição, mas recebo um olhar de negação... Sua boca continua deslizando já esta bem próxima do meu sexo, lança olhares provocativos pra mim... Fiquei até um pouco sem jeito... Meio envergonhada, ela parecia se divertir vi um sorriso safado no canto da boca. Passou a ponta da língua sobre meu sexo que já estava bastante molhado, fazia movimentos calmos, explorava com delicadeza, começou a sugar com força, sugava e lambia... Coloquei minhas mãos sobre sua cabeça, dando pequenos puxões em seu cabelo, ergui um pouco mais o corpo para facilitar os movimentos, automaticamente comecei a movimentar meu quadril, senti uma língua me penetrar vagarosamente, gemi baixinho, arranhando sua nuca, forcei sua cabeça sobre meu sexo, pedi pra penetra-me com mais força, ela segurou minha cintura dando pequenos apertões, não demorou muito pra sentir o êxtase daquele momento mágico... Larissa escalou meu corpo, dando selinhos em algumas partes, deitou-se ao meu lado, minha respiração estava ofegante, ela beijou meu rosto e alinhou seu copo no meu. Minha mão fazendo carinho em sua cintura, deslizando ate sua coxa. Larissa estava calada, parecia pensativa... Pensei em dizer algo, mas tive medo de estragar tudo... Sua mão veio de encontro a minha, segurando-a, pós entre suas pernas... Surpreendi-me com seu gesto... Ela se alinhou mais ainda, roçando seu bumbum em meu sexo, passei a acariciar o seu, sentindo-a ficar molhada... Ela girou o corpo ficando de frente pra mim, pos a perna sobre meu quadril, me encarava de um modo como nunca havia feito antes... Voltei a acariciar seu sexo, ela continuava me encarando... Já estava completamente molhada, meus dedos deslizavam com facilidade, penetrei um deles e pude ver sua expressão de prazer. Não deixou de me encarar nem por um segundo, passei a fazer movimentos fortes e rápidos, ela cravou as unhas em meu ombro os segurava com força, passou a comandar a velocidade com que eu a penetrava... Apertava meu ombro, exigindo que fizesse mais rápido, aproximou seus lábios dos meus... Beijou-me com intensidade, não demorou muito também para sentir seu gozo entre meus dedos, no ápice do prazer, ela mordeu meu lábio inferior seu corpo relaxou, voltei a beijá-la... Contemple um sorriso delicado escapar ao fim do beijo... Voltamos a ficar abraçadas, quando achei que ela já havia pegado no sono, tentei desgrudar meu corpo do seu, mas ela me segurou... - Fica comigo... Até eu pegar no sono!

6 comentários:

  1. To com saudades da Duda da Amanda e da Camila! quero elas kkkkkkkkk, esperando os proximos capitulos!

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  2. Eu também quero elas. Bah, quando ela voltar pra história, vai dá peleia.
    Dahmer.

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  3. quando vc vai posta o proximo conto?? to loucoo pra ler..

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  4. ooii.. quando vamos ter o previlegio de ler o proximo capitulo?? fabia...

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  5. bom saber que nao sou a unica viciada na história xD, como sempre aguardo ansiosamente o próximo
    Carine

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