quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Sei que é você IX



TAMIRES

Fui ao mercado comprar algumas coisas a pedido de dona Laura, quando voltei o portão estava aberto Meg latia feito louca, algumas pessoas se a mútua na sala, fui pedido passagem, escutei os choros de dona Laura diante do corpo caído de seu marido.
   - O que houve? – pergunto.
   - Ele estava bem, de repente – difícil era entender o que ela dizia.
Num ímpeto gritei.
   - Saiam todos daqui. – agi por impulso pedi que todos se afastassem, peguei no pulso do homem e chequei sua pulsação que estava muito fraca, ele respirava com dificuldade, sentia uma forte dor so não sabia dizer onde exatamente.
   - Esse homem precisa de uma ambulância agora. – gritei.
   - Já chamamos. – disse um homem.
   - Se ele ficar aqui pode ter uma insuficiência respiratória. – dizia consigo mesmo. – Precisamos levá-lo a um hospital. - disse enquanto o examinava, sua pupila estava se dilatando a dificuldade de respirar aumentava, enquanto seu ritmo cardíaco diminuía.
            Não havia tempo de esperar a ambulância, com a ajuda de alguns homens conseguimos colocar senhor Augusto num carro e socorrê-lo. Dona Laura gritava de desespero, sentir uma angustia em meu peito, um medo ao mesmo tempo não conseguia entender meu comportamento tão frio nem entendia o que estava fazendo exatamente, assim que chegamos ao hospital acompanhei os médicos até onde podia.
   - A senhora não pode ultrapassar daqui. – disse um enfermeiro.
            Voltei até a sala de espera, dona Laura chorava desesperadamente, um amigo da família ligou para Larissa logo ela estaria conosco, tentei tranqüilizar dona Laura mais sua angustia era tamanha. Fui atrás dos médicos pra saber alguma informação mais até então nada. Angustia aumentava a cada avança do relógio, Larissa chegou meia hora depois. Ela estava na companhia do marido tentei me aproximar mais ele a puxou pra trás, ela se virou e correu até os braços da mãe.
   - O que aconteceu? – perguntou aquele homem que tanto desprezava.
   - Não se sabe com exatidão tudo indica que ele teve um principio de infarto. – respondi com os olhos direcionados a Lary.
   - Seu pai estava bem, estava vendo o jogo fumando seu cigarro, foi na sala pegar mais um prato de calabresa, de repente começou a se sentir mal, primeiro ele disse que era uma dor no estômago, foi subindo pro peito, quando vi já tinha caído no chão gemendo de dor... – falou dona Laura. Agora mais calma.
   - Vou ver se consigo alguma informação. – disse Guilherme se afastando.
            Aproximei-me das duas mulheres abracei bem forte a Larissa.
   - Vai dá tudo certo! – sussurrei.
Ela chorava. Demorou um tempo até Guilherme voltar acompanhado de um médico.
   - Estamos fazendo uns exames.
   - Mais ele esta bem? – perguntou a Larissa.
   - Esta estável agora, é preciso que aguardem mais um pouco.
   - O que ele tem? – perguntei.
   - Vamos esperar o resultado dos exames chegarem Dra. Lidia os manterá informados.
O médico pediu licença e saiu.
   - Estamos fazendo um exame de endoscopia assim que terminarmos o levará ao quarto, então poderá vê-lo. – disse a médica.
   - Endoscopia? – perguntei. – Ele ta com algum problema...
   - Assim que terminarmos voltarei. – disse a mulher saindo de imediato.
            Fiquei meio cismada nem sei por que, sair sem que percebesse e fui atrás da mulher, demorou um pouco pra eu achá-la, avistei seu Augusto saindo de uma sala, ele estava numa marca, foi conduzindo até um quarto.
   - Hei você não pode esta aqui.
   - O que ele tem?
   - Pronto Dra. Ligia. – disse um maqueiro que já tinha instalado seu Augusto no quarto.
   - Vou avisar a família que pode recebê-lo. – disse a ele, depois se voltou pra mim. – Dr. Alberto falará com vocês.
            A mulher saiu e continuei andando atrás dela, não entendia meu comportamento, ela avisou a todos que já podia velo, fomos até o quarto logo em seguida disse que Dr. Alberto iria nos ver. Essa espera demorou bastante, seu Augusto estava deitado na cama com um aparelho para ajudar da à respiração.

   - Pai! – disse Larissa ao abraçá-lo – O senhor me dá cada susto seu velho babão.
Mesmo diante daquela situação tão tensa ele conseguia manter o bom humor.
- ainda não foi dessa vez! – brincou. Seu augusto recebeu todos os mimos da mulher e da filha. Algo me aquietava.

Enquanto isso.

- Dr. Alberto os resultados do exame do senhor Couto ficaram pronto. – disse a médica.
O homem examinou o resultado por um tempo, seu semblante era pesado. Voltou-se para sua interna. - Vamos lá! - Dr. Alberto esta indo até o quarto de senhor Augusto quando avistou Tamires no corredor assim que ela o viu correu até ele.

   - O que ele tem? – perguntou. Seu tom era de aflição.
   - Você é da família?
   - Sou sim. – respondeu a mulher.
   - Melhor entrarmos.
   - o que ele tem?- seu tom de voz aumentou, ela mostrava uma angustia e ao mesmo tempo ansiedade.

            O médico não respondeu. Entrou no quarto, Tamires ficou extremamente irritada entrou no quarto também, num supetão tomou a prancheta que do médico carregava com as informações do paciente. Ela folheou os papeis seu rosto mudou de cor. Depois estendeu a prancheta de volta a Dr. Alberto que ficou sem reação.

Não podia acreditar no que acabei de ler, um arrepio subiu a espinha, uma onda de medo e pavor, de repente minhas dores voltaram na velocidade da luz, um misto de imagens, sons, conversa me veio à mente, tentei controlar. Balancei a cabeça como se quisesse espantar aqueles angustiantes filmes sem lógicas.

    - Você esta se sentindo bem. – perguntou o homem.
Lutei dentro de mim pra controlar aquela dor.
   - Estou. – disse. Larissa me olhou aflita ela sabia que eu não estava me sentindo bem, aproximou-se de mim.
   - Vem cá. – foi me puxando pra fora do quarto. – Você esta tendo aqueles fleshs.
   - Estou. Esta tudo bem.
Demorou cerca de três minutos até voltarmos o quarto.
   - Foi um ataque cardíaco. Então? - perguntou Guilherme.
   - Bem... Não foi bem um ataque cardíaco embora pelos sintamos leva a crer, estou esperando o resultado mais detalhado de uns exames..
   - A endoscopia? – agora foi Larissa que perguntou.
   - Você não tem o direito de esconder a verdade deles. – disse com o olhar fixo no médico.
   - Como?
   - Os resultados estão mais que claro. – contestei o médico.
   - Tamires do que você esta falando? – pergunta a Larissa.
   - Não é uma simples instabilidade cardíaca.
   - Você é médica? – perguntou o homem.
Fiquei em silêncio.
   - Dá pra dizer o que danado eu tenho- resmungou seu Augusto. 
   - O senhor esta com câncer. – disse o médico
Todos ficaram pasmos. Aproximei-me de Larissa.
   - Mandaram fazer uma biopsia que mostrou algo fora do normal. – continuou Dr. Alberto.
   - Cala a boca! – dona Laura gritou incrédula no que ouvia.
   - Ele esta com um câncer no esôfago que esta se espalhando para o estômago a única chance do tio sobreviver é se fizer uma cirurgia para remover o câncer, o senhor vai ter que se  submeter a quimo terapia e a radio terapia.
   - Sinto muito - disse o médico - O câncer esta em estagio três metastáticos.
   - É mentira... – falou Larissa. – Vocês estão enganados.
   - Meta... O quê? – perguntou Guilherme abraçando Larissa.
   - Metastático é quando as células cancerígenas migram do seu ponto de origem...
   - Cala a boca não quero ouvir mais nada... – era de parti o coração, Larissa e dona Laura choravam copiosamente, seu Augusto permanecia estático sem esboça reação. 
   - Lary! – Larissa soltou-se do Guilherme e me abraçou.
Tomei um pouco de fôlego então virei para médico.
   - É preciso mandar fazer um E.K.G pra se certificar se há alguma anormalidade, temos que ter certeza que ele ira sobreviver a cirurgia.
   - Já Fizemos. – disse a interna de Dr. Alberto. Ela me estendeu os exames, Dr. Alberto a olhou com olhar de reprovação.
   - Você... – ele tentou dizer.
   - Não pode ser. – Guilherme me puxou com força pelo braço.
   - Você não é médica. Pare de assustá-las.
   - Ele pode morrer. – gritei – PRE-OP ECO mostra que a válvula da aorta dele esta sangrando, ele não vai sobreviver à cirurgia de remoção do câncer com o coração dele sangrando é preciso trocar a válvula. – comecei a chorar mais uma vez as imagens claras vinham a minha mente não contive a dor absurda levei minha mão a cabeça, meu nariz sangrava. 
   - Você esta bem?
   - Estou. – sai do quarto.
   - Ela esta errada, não esta? Ela não sabe o que diz! – falou seu Augusto.
   - Ela não esta errada, eu sinto muito. Seu coração mostra que sua válvula esta debilitada e sangrando é preciso trocar essa válvula, apenas assim dando estabilidade a seu coração que é possível fazer a cirurgia de remoção do câncer.
   - Como ela sabe tudo isso? – perguntou Larissa.
   - Não sei senhor. Bem é aconselhado que o senhor descanse amanhã faremos os exames pré-operatórios. Quanto antes fizer a cirurgia melhor.
   - Obrigado doutor. – agradeceu dona Laura.
   O médico pediu licença e saiu.
Resolvi sair um pouco do quarto, precisar respirar caminhe para fora do hospital sentia-me sufocada não conseguia compreender como fui capaz de dizer todas as aquelas informações, um desespero consumia minha alma, sentei na calçada em frente ao hospital desabei á chorar. Aquela dor insuportável voltou para me fazer companhia, não tentei lutar contra aquilo apenas baixei a cabeça e esperei ela me possuir. Mas uma vez fui telespectadora de um filme se imagens sem nexos.
Finalmente minha mente se fixou num ponto.
            Me via em uma sala parecia mais um auditório cheio de pessoas, luzes eram direcionada para uma figura no meio do palco, um homem já maduro, ele fala sobre medicina, mas precisamente sobre cardiologia. Eu estava sentada ao lado de uma mulher morena, tinha meia idade, parecíamos nos conhecer ela ora ou outra falava comigo, não conseguir distinguem o que meus ouvidos captavam...
   - Você esta bem? – 
Senti um toque em meu ombro, era Dra. Lidia interrompendo meus fleshs que sumiam feito pavio de pólvora. Levantei a cabeça para encará-la.
   - Meu Deus seu nariz. – ela se agachou.
            A dor se intensificou de tal forma que gritei as imagens voltaram de forma acelerada, não conseguia ver com exatidão não sei quantos minutos duraram, entrei no vazio... Acordo numa enfermaria.
   - Você desmaiou. – disse Dra. Lidia.
Tentei me levantar minha cabeça ainda doía avistei os olhos aflitos de Larissa.
   - Você esta bem?- perguntou com a voz angustiada.
   - Estou sim. – sentei na cama- Os flashes!
   - Você acabou desmaiando a trouxemos para aqui.
   - Ultimamente ela esta assim sempre que tem esses flashes acaba desmaiando, sem falar na hemorragia que causa.
   - Tomei a liberdade de chamar Dr. Azevedo para examiná-la, ele é neurocirurgião.
   - Não é necessário já tenho um médico.  – disse categoricamente - Estou bem. – tentei ser convincente.
   - Tamy não custa nada deixá-lo examinar.
Não queria deixar Larissa mais preocupada por isso deixei que o médico me visse, minutos depois ele se aproxima. 
   - Boa noite. – cumprimentou o homem.
   - não respondi. – Boa noite disse as outras duas mulheres.
   - Doutor essa é a paciente que lhe falei.
O médico tentou ser gentil, mas eu não queria ser examinada. Estava cansada de ser carregada de um lado pro outro atrás de resultados inconclusivos. Mesmo com todos os meus protestos fui examinada, primeiro superficialmente, depois fui levada para uma tomografia.
   - O cérebro humano é incrível não é? – falava o médico enquanto me preparava pro exame. Permaneci calada – Você diagnosticou um paciente com câncer em estágio avançado e ainda por cima e ainda conseguiu explicar todos os problemas cardíacos que o paciente esta passando. Impressionante. – soltou o ar bem forte. – Como fez aquilo?
   - Não sei. – respondi seca.
Ele me olhou e sorriu.
   - Será que temos uma médica aqui? – tentou brincar.
   - Como vou saber se não tenho memória. Deveria ter visto meu histórico médico antes de querer me examinar – respondi grosseiramente. O homem permanecia de bom humor.
   - Apenas estou tentando lhe ajudar. – respondeu. - Em minha tese de doutorado estudei sobre a memória. Um mundo fascinante, complexo demais, confesso. Nem com todos os avanços da medicina não conseguimos desvendar todos seus mistérios. A mente humana é extraordinária. Pesquisas mostram que um indivíduo pode viver bem mesmo com sua perda total da memória, alguns nunca voltaram já outros depois de anos se passado conseguiram resgatar lembranças antigas. – o homem ficou uns segundo em silêncio depois continuou, o escutava atentamente - Perda de memória não quer dizer perda do conhecimento adquirido, você mostrou ter um conhecimento que poucos residentes que conheço possuir. – ele acenou com a cabeça, - Vamos lá! – ele saiu e deu início ao exame. 
            Os exames foram feitos mais os resultados não eram nada diferente do que já foi dito. Estava cansada. Voltamos ao quarto o Guilherme já tinha ido embora, ficamos na companhia do seu Augusto e de dona Laura, preferimos não falar nada sobre meu mal estar, não queríamos preocupá-los ainda mais.

   - Como o senhor esta se sentindo? – perguntei seu Augusto embora tivesse a fisionomia risonha, parecia muito cansado, respirava com dificuldade, mesmo em seu estado debilitado não perdia o bom humor.

   - Me sinto como um carro velho, numa oficina minha filha – ficou em silêncio – Passamos a vida fazendo o possível pra não levá-lo a uma revisão, maquiando o problema, mais uma hora ele dá pau, quando isso acontece vamos na certeza que é um problema no carburador. Pra surpresa da gente descobrimos que além do carburador temos sérios problemas no motor. – suas palavras pesaram nos nossos corações. Olhei no fundo dos olhos daquele homem que gostava de fazer graça com tudo, pude ver a tristeza em seu olhar. Larissa sentiu aquelas palavras ela se afastou um pouco, estava chorando.

   - Ainda bem que o senhor não é um carro velho – tentei brincar. O homem me olhou nos olhos e completou.
   - Sou minha filha, sou sim! Por causa de um prato de calabresa vim parar no hospital, nunca me preocupei com minha saúde, sempre fumei, sempre bebi sem se importar no mal que isso me causava, não liguei pela quantidade de colesterol, com a glicose, com nada, agora descubro que tenho um câncer nem sei bem onde e ainda por cima que meu coração esta jorrando sangue.
   - O senhor vai ficar bem, é comum a trocar da válvula aórtica. É so troca colocar um maca passo, depois poderá retirar o outro problema.
   - A Tamires esta certa. – disse dona Laura - é so uma trocar.
   Ele nada mais disse, deu um sorriso amarelo.
   - Vai da tudo certo. – repetiu dona Laura querendo acreditar no que dizia. – Larissa melhor vocês irem pra casa, seu pai precisa descansar.
   - Poderíamos ficar. – disse.
   - Não precisa Laura esta aqui comigo não vou morrer agora não podem ir tranqüilas.
   - Pai! – exclamou a Larissa olhando pro pai com cara feia. – Não diga isso! - repreendeu não gostando nada da brincadeira.
   - Desculpe filha.
   - Seu pai precisa descansar melhor irmos, amanhã voltaremos pra ver como ele estar.
   - Eu quero ficar. – birrou.

Mesmo a contra gosto conseguir convencê-la ir pra casa, sua presença iria acabar angustiando ainda mais o pai.

   - Vamos te deixou em seu apartamento. – falei enquanto nos dirigíamos a um ponto de táxi.
   - Quero ir pra casa Tamy. – ela me olhou – Pra minha casa. – enfatizou.

            Entendi o que queria dizer, entramos no táxi ela encostou sua cabeça no meu ombro, suas lágrimas quentes caiam em meu ombro, fomos o caminho inteiro calada.

   - Aqui?- perguntou o taxista.
   - Não, é a casa do muro de planta.

O táxi parou em frente de casa, descemos paguei o taxista Larissa abria a porta, entramos em casa ela mal dava atenção a cadela que ela tanto gostava, que ficava saltitando de alegria em sua presença.

   - Agora não Meg. – dizia ela a cachorra que pulava em seus pés.  – Vou tomar banho. – virou-se para mim.
   - Esta bem! Vou prepara algo pra gente comer.
   - Tá.

            Enquanto ela tomava banho enquanto fui para cozinha preparar o jantar. Meia hora depois ela apareceu já estava com roupa de dormi seus cabelos estavam molhado, para minha surpresa ela me abraçou por trás e sussurrou em meu ouvido.

   - Estou com medo... – sua voz era tristonha.

Virei pude encarar aqueles olhos negros, que tanto me encantava.

   - Vai dá tudo certo. – Nos abraçamos por alguns minutos depois nos afastamos.
   - Cheiro bom! – ela abriu a tampa da panela onde pode inalar o aroma da canja que tinha preparado.
   - Esta quase pronto você olha enquanto eu tomo um banho rapidinho? - indaguei.
   - Olho sim, so não demora muito.

            Fui pro banho, pude escutar o telefone tocando demorou um pouco pra Larissa atender não deu pra escutar direito, mas ela parecia discutir com alguém, podia até adivinhar que seria. Quando voltei, ela estava deitada no sofá parecia irritada, sua fisionomia estava fechada não quis perguntar nada, ela se levantou e fomos pra cozinha.

   - Esta tudo bem? – indaguei enquanto degustávamos da sopa.
   - O ogro do Guilherme! – depositou a colher no prato e me olhou – Sua insensibilidade é irritante.
   - O que ele fez dessa vez.
   - Não quero nem falar pra não me aborrecer ainda mais.

Demos por encerrado o assunto, conversamos pouco durante o jantar, Larissa estava muito triste, sentia muito medo pelo estado de saúde do pai, sentei no sofá ela apoiou sua cabeça em minha perna. Nada falamos apenas fiquei fazendo carinho em seus cabelos queria ter o poder de tirar suas dores. A campanhia tocava sem parar, me levanto e vou ver quem é supostamente algum vizinho querendo saber notícias. Deparo com o Guilherme que nem espera eu abrir a porta direito empurra o portão e entra alvoroçado. 

   - Cadê a Larissa!
   - Hei! – gritei.
   - Larissa, Larissa! – ele saiu gritando invadindo a casa.
   - O que é Guilherme? – falou se levantando do sofá, não parecia surpresa com a visita do marido. – O que você quer?
   - Como assim o que você quer? Vim te levar pra casa.
    - Aiiii – resmungou ficando impaciente, mas sem perde o tom de voz de serenidade. – Já disse não que vou dormi em casa.
   - E posso saber por quê? – continuou berrando. – Você esta com mentira agora é? Disse que ia ficar no hospital, mais invés disso veio pra casa com essa mulherzinha.
   - Guilherme é a última vez que peço pra você se referir a Tamires pelo nome e se não fiquei no hospital foi porque não deixaram.
   - E por que não foi pra casa?
   - Eu estou em casa Guilherme! – Larissa estava perdendo a paciência.
   - Não! Vamos pra casa agora. – ele subitamente a pegou pelo braço e saiu puxando bruscamente.
   - Ela não vai para canto nenhum. - acabei me metendo na discussão, puxei a Larissa pelo outro braço.
   - Como ousar sua...
   - Me solta! – gritou Larissa se desvencilhando de nos dois. – Não vou a lugar algum, vim pra casa da minha mãe e aqui ficarei.

O homem lançou um olhar de fúria. Estremeci.
   - Você vai pra casa e vai agora.
Guilherme mais uma vez segurou Larissa pelo braço com estrema força, ela tentou se soltar mais ele era bem mais forte.
   - Me solta Guilherme. – pedia enquanto ele a arrastava para fora. – Me solta...
Sem alternativa ela o mordeu no braço, ele deu um grito de dor.
  - Sua cadela... – não teve demora, Guilherme foi pra cima de Larissa com tudo dando socos e pontas pés. – Você quer ficar com essa mulherzinha não é...

            Ele estava fora de si, agia como um louco não podia acreditar no que estava vendo fui pra cima dele a luta foi grande ele acabou me derrubando com um chute, ele batia violentamente em Larissa que lutava contra seu agressor, me levantei sem demora fui no único ponto que poderia pará-lo juntei todas as forças tinha e chutei suas intimidades, foi certeiro, ele caiu de dor, Larissa estava muito machucada seu rosto estava sangrando, com raiva ainda pulei em cima dele e dei murros nas costa ele parecia sem força agora gemendo enquanto segurava sua intimidades.
   - Sai daqui... – Larissa falou em meios de choro. Guilherme saiu andando meio arreganhado.
            Corri onde ela estava fiquei abismada com o que acabara de passar, agora pude ter a certeza que aquilo vinha acontecendo há algum tempo, abracei-a com força, mais uma vez seu coração estava sendo dilacerado. Ajudei-a entrar dentro de casa, corri no quarto de dona Laura e peguei uma maleta de primeiros socorros consegui limpar o ferimento de sua face, mas nunca conseguiria curar o ferimento de sua alma.
   - Não é a primeira vez não é? – minhas palavras saiam em forma de critica coisa que não era propicia no momento – Como você pode suportar. – ela não me respondia suas lágrimas tinha sido engolida assim como a vergonha que estava sentindo. – Vamos a uma delegacia! – exclamei.
   - Não! – Larissa tinha o olhar vazio.
            Toquei em sua face com delicadeza levantei seu queixo para que ela me encarasse nos olhos. Gostaria de saber o que dizer, mas a momentos na vida que não é preciso dizer nada, meu olhar passava o conforto que minhas palavras não a calentava, ela assim o recebia e o agradecia. Olhando no fundo daqueles olhos negros antes eram tão brilhante, agora perdera o brilho mostrando um cinza em meio de seus infortúnios.
   - Faça isso por você!
   - Eu não sei se consigo... – sussurrou.
   - Porque caímos? – Larissa me olhou confusa com minha pergunta. Pensou por alguns instantes depois balançou em sinal de negação, pois não sabia a resposta. Mais uma vez busquei seus olhos tristonhos. – Para podermos nos levantar Lary – dei um sorriso afável - Não importa o tipo da queda! Não importa a profundidade do baque! Sempre temos a chance de nos levantar mais uma vez! – não sei a origem dessas palavras, apenas senti a necessidade em dizê-las.
            Larissa se trocou enquanto eu chamei um táxi, fomos na delegacia mais próxima. Ela hesitou um pouco antes de entrar na delegacia, sentia-se humilhada, dilacerada, preso no casulo de seu sofrimento. Entrou cabisbaixa falei com a recepcionista, ela mandou que aguardássemos. Ora ou outra Larissa me lançava olhar de suplica para que eu a tirasse dali, sua vontade era de fugir. Mas não estava disposta de deixá-la fazer isso. Violência contra outra pessoa são coisas inadmissível, meia hora depois entramos na sala da delegada. Uma mulher obesa do olhar amedrontador. Foi muito difícil para Lary, em mais de uma hora de depoimento pude saber o dantesco infortúnio que ela vinha passando, aos pouco a delegada de cara feia foi se mostrando mais solidária do que sua aparência demonstrava. Depois do depoimento fomos conduzidas para fazer o exame de corpo delito. Tudo feito dois policiais se ofereceu para nos deixar em casa.
Nada falamos, o silêncio era o melhor consolo de quem tem sua vida destroçada, assim que tomamos banho deitamos na cama, não sabia como agir, minha cabeça doía de tanto pensar numa forma de amenizar o que ela estava sentindo. Quando entrei no quarto ela estava sentada na beira da cama, mexia numa caixa, já tinha visto aquela caixa, ela costumava guardas bilhetes, fotografia e inúmeras coisas dela e do Guilherme, coisas que significavam muito. Seu corpo estava todo machucado, ela fazia careta ao se mover, colocou a caixa dentro de uma gaveta depois se deitou. Deitei-me também. O sono não vinha o choro baixinho dela acompanhou madrugada adentro, até se silenciado com o cansaço. Na manhã seguinte acordo em sobressalto, olho pro relógio e já são 9 horas da manhã, mas assustada fiquei quando vi que ela não estava na cama ao lado, desnorteada saio pela casa descalça ainda tentando acordar, escuto vozes na sala, saio cambaleando fiquei com os olhos estatelado quando deparei com o Guilherme sentado no sofá, estava de cabeça baixa. Larissa estava em pé de frente pra ele, ela percebeu minha presença. Fiquei na dúvida se ia pra cima dele ou se ficava quieta uma raiva subia a cabeça.

   - Esta tudo bem – Larissa parecia ler meus pensamentos antes que fizesse qualquer coisa disse – O Guilherme já esta indo embora.
            Dito isso ele se levantou pude ver seus olhos estavam vermelhos, seu rosto estava aranhado assim como seus braços, ele saiu sem dizer nada. Larissa esperou um pouco depois se virou pra mim.
   - Acabou! – ela parecia serena, diante do acontecido. – Eu o amo, Deus sabe o quanto o amo... – agora sua voz se embargava e seus olhos se enchiam de lágrimas – Nem so de amor segura um relacionamento, quando o respeito acaba... – ficou em silêncio, engolindo o choro – Tudo fica perdido.
Fui me aproximando fiquei de frente pra ela. Queria abraçá-la, confortá-la.
   - Preciso de um tempo Tamires... – disse ao percebe minha intenção.
Ela até tentou evitar, mas abracei com todo meu carinho... Seja qual foi à conversa que teve com aquele homem foi definitiva. Esperaria o tempo que fosse necessário apenas quero dá a tranqüilidade e o amor que ela merece...

Larissa

            Ainda parece irreal tudo o que aconteceu. Queria abri os olhos e perceber que foi tudo um sonho ruim. Não! Não foi sonho, olho minha fisionomia no espelho, levarei essas marcas por toda minha vida. A dor física pode ser suportada, mas a dor psíquica caminhara comigo por toda minha vida. Não apenas perdi o homem que amava perdi também a mim mesma. Guilherme saiu da minha vida levando muito, senti-me a ruína de Roma ainda é pouco, minha vida antes colorida se tornou num borrão. Um vendaval chegou destroçando-me.

   - Larissa! – chamava-me – Larissa! – gritava Tamires impaciente despertando-me dos meus pensamentos.
Sair do banheiro ela me olhava.
   - Você esta bem? – Tamires parecia aflita tinha me visto conversando com o Guilherme, não entendia nada.
   - Estou! – a ultrapassei e me dirigir ao meu quarto – Vai ficar tudo bem! – exclamei sem segurança alguma – Apenas preciso de um tempo! – frisei.
  
Tamires nada falou, seu comportamento era solidário a minha dor. Naquele momento não queria tocar no assunto tinha outra preocupação ainda maior. Meu pai se encontrava com suas emoções debilitadas se soubesse o que acontecera acabaria piorando. Meu desejo era visitá-lo naquela manhã, mas estava soterrada em minha humilhação, Guilherme se foi deixando marcas e feridas que iam além da minha pele.  Sentia-me presa na vergonha da submissão, sou culpada pelos meus próprios infortúnios. O medo de perde meu pai aumentava a cada segundo, um sentimento de impotência me possuía, sabia o quanto ele era forte pra enfrentar as mazelas da vida, meu pai era um guerreiro amávamos muito pra se deixar a abater nesse novo desafio.    
            Já eu não tinha sua força para suporta isso tudo, me tranquei no quarto me fechando no casulo de minha dor e decepção... Não podia esta no colo da minha mãe despejando dos os sentimentos que povoava meu coração pra que no fim ela me acalenta-se em seus braços e aliviasse meu desespero como uma menina. Não podia dividi essa mazela, seria num novo baque pra eles que tanto gostava do Guilherme, amava-o como um filho, ele soube cultivar seu carinho, respeito e sua admiração. Não podia dizer-lhes que aquele homem tão doce, inteligente, prestativo de um caráter invejável era no fundo um homem violento e possessivo quando contrariado. Seus sinais foram tão claros, o alerta tão assíduo, mas deixamos passar despercebidos. Preferimos a ilusão de que só foi um momento insano que ele mudará suas atitudes. Triste ilusão.
Vi tantas vítimas de violência em minha profissão, hoje faço parte das estatísticas. A violência nos mata como mulher. Sinto-me perdida...
    - Me deixa entrar – Tamires batia na porta, meus choros eram altos senti a angustias em sua voz. – Por favor, Lary me deixa entrar. – ela insistia. A solidão seria minha companheira, queria ficar sozinha nas vielas da minha miserável emoção. – Larissa, por favor, você não precisa passa por isso sozinha...
            Suas últimas palavras me paralisaram e me fizeram refletir brevemente, levantei e abri a porta, encontrei seu olhar terno, ela entrou ficamos de frente uma pra outra desci meu olhar, ela continha alguns hematomas também não tão feios quantos os meus.
   - Você não precisa passar por isso sozinha! – ela repetiu mais uma vez, sua voz era de ternura. – Você precisa de mim, assim como precisei de você um dia.
            Ela sentou-se oferecendo seu colo, despi de todas as minhas armaduras emocionais, encostei a cabeça em seu colo e chorei como uma criança. Abrir as janelas do meu coração em meios de choros e soluções, contei tudo o que me sufocava. Meus pesadelos, decepções e medos, chorei como nunca tinha feito antes, no fim pude senti certo alívio, Tamires nada falava suas palavras vim pelo olhar de total compreensão e apoio. Contei minha decisão jurei nunca mais chorar por aquele homem, disse a ela que tinha contado tudo ao Guilherme.
   - Como? – indagou incrédula.
   - Tivemos uma conversa clara, onde foi posto tudo que sentíamos, falei da minha decepção, da minha insegurança e das minhas dúvidas, confessei meu envolvimento com você. Contei-lhe tudo. Pra minha surpresa ele não se mostrou surpreso com a voz cortante disse:
   - Já esperava por isso! – pausou, sua expressão era de raiva e desprezo – Joguei você nos braços daquela mulher com minhas atitudes impensada, mas estou disposto a esquecer tudo, até seu adultério, não quero viver sem você. – mudou de expressão assim como te tom de voz soava mais doce.
   - Você me obrigou a fazer essa escolha Guilherme, ontem foi o fim... Você não só feriu meu corpo quanto destroçou minha alma, usou da violência invés das palavras. Machucou a Tamires e desrespeitou meus pais. Você me faltou quando eu mais preciso do seu apoio e da sua segurança, meu pai pode morrer e nesse momento tão critico da minha família você lapidou o mostro que estava adormecido dentro de você. – fiquei uns minutos em silêncio ele chorava – Não! Essa não foi à primeira vez nem será a última, você é um homem doente me iludir achando que você tinha curado desse seu ciúme possessivo, bastou sentir-se ameaçado pra você por pra fora aquilo que sempre me assustou.
   - Estávamos bem... Estou arrependido, eu te amo Larissa me dê uma nova chance! – implorava.
   - Você tem razão estávamos bem, mas não estamos mais, acabou Guilherme, dessa vez é sem volta nunca mais quero vê-lo. Você me mutilou por dentro lhe disse um dia agora repito nem so de amor segura um relacionamento... O respeito acaba o casamento acaba.
   - Nunca quis machucá-la, eu te amo...
   - Mas machucou... Não dá mais...
   - Me perdoa Larissa sei que você tem um bom coração, me perdoa. – implorava chorava copiosamente.

            Nos olhos de Guilherme pude ver seu arrependimento, mas ele era um homem doente, sabia que sofria. Meu coração gritava para perdoá-lo, me jogar em seus braços, esquece disso tudo. Mas não podia. Não mais. Não queria guarda mágoa do homem que tanto amava mesmo diante do mal que tinha me causado eu ainda o amava muito, com ele vivi momentos marcantes em minha vida. Guilherme levou muito, mais o pouco que deixou guardaria como tesouro em meu peito. Não sei quanto tempo passei no colo da Tamy, depois de desabafa me sentia como se tivessem tirado um peso das minhas costas. Ela falou.

   - Sua mãe ligou perguntando se estava tudo bem.
   - Preciso ir ver meu pai. – disse me levantando.
   - Melhor você não ir ao hospital hoje. Deixa que vou, dona Laura pediu que levasse umas coisas.
   - Claro que vou meu pai precisa de mim.
   - Ele precisa descansar ficar tranqüilo, você ainda esta com a boca inchada e cheia de hematomas. O que vai dizer a eles? A verdade nesse momento pode ser prejudicial à saúde de seu Augusto.
   - Ele precisa de mim, minha mãe também. Quer dá uma de forte mais deve esta sofrendo.
   - Ela irar sofre ainda mais ao lhe ver nesse estado.

            Tamires tinha razão não podia vê-los naquele estado. Ela foi visitá-lo logo após o almoço, falei com minha mãe por telefone conversamos um pouco, ela percebeu minha tristeza, perguntou se estava tudo bem, tentei disfarça o máximo que podia, não queria deixá-la mais preocupada, mas ela me conhecia bem demais sabia que eu mentia. No final da tarde Tamires voltou parecia mais animada, assim que entrou em casa a bombardeie de perguntas.

   - Como ele esta, perguntou por mim? O que os médicos disseram?
   - Calma ele esta bem, está estável, sua pressão esta ótima não precisa de ajuda pra respirar, o eco deu bom, marcaram pra sexta feira a cirurgia.
   - E se não suporta a cirurgia?
   - É um procedimento padrão, vão seda seu pai, depois o médico vai serra o esterno, primeiro sangrara um pouco até chegar a cartilagem óssea – Tamires se perdia no vazio suas palavras saiam com precisão, ela gesticulava com as mãos, como se tivesse fazendo o que falava – Uma vez chegado a cartilagem óssea vão inserir um retrator, vai abrindo o saco pericárdico, fazendo um eco cardiograma visual, eles vão observar o coração do seu pai Larissa – Tamires parecia fascinada com que ela própria dizia – Depois vão reparando e dando pontos... Nunca sabemos como corpo vai responder a cirurgia... Cada pessoa é diferente... Depois é apenas esperar e deixar que a natureza siga seu curso... – ela olhou para mim como se tivesse despertado – O que me preocupa é a remoção do tumor. – mudou o tom de voz demonstrando preocupação.
Fiquei pensativa com o que acabara de ouvir, Tamires parecia tão certa do que dizia que não ousava duvidar.
   - Como consegue? – queria entender.
   - Essa é uma pergunta que me faço a todo o momento – falou seriamente – Não sei como posso tocar piano se nunca tinha ouvido uma música clássica muito menos nunca tinha visto um instrumento uma partitura antes, como posso falar sobre arte se nunca visitei uma exposição. Como posso lembrar-me de letras de músicas cantarem-na com perfeição se nem lembro meu nome. Como posso ler laudos médicos, diagnosticar doenças, falar sobre o procedimento de uma cirurgia cardíaca se nunca vi um corpo de um ser humano aberto. Não sei como posso entender a linguagem da medicina se não consigo enxergar a escuridão de meu passado. Apenas sei. É uma sabedoria gritante dentro de mim. – ficou em silêncio respirou fundo depois repetiu em voz alta, com extrema frustração – Apenas sei!
   - A única explicação plausível é que você seja médica. Precisamos tentar descobrir quem você é, o que foi...
   - Sou Tamires – interrompei – Quem fui não importa mais, minha família é você, minha família são vocês. – ela seu um sorriso tímido.
  - Não é justo... Faz quase três anos...
  - Quero ser apenas Tamires.
  - Eu sei me diga você voltou a ter aquele fleshs?
   - Estou aprendendo a controlá-lo. Larissa não sou eu quem importa agora e sim seu Augusto, precisamos canalizar todas as nossas energias a ele. Uma longa e dura caminhada se aproxima.
            Não falamos mais sobre esse assunto, os dias seguintes foram difíceis para mim, mal conseguia dormi, não podia visitar meu pai devido meu estado, foram inúmeras desculpas por telefone, na manhã de quinta feira ao acorda dou de cara com minha mãe, ela me observava Tamires tinha ido pro trabalho. A conversa foi inevitável. Minha mãe pediu pra eu me levantar, ao fazer isso ela me olhou dos pés a cabeça, viu meus hematomas. Seu olha era de pura tristeza.
   - O que aconteceu com você?
Pensei em menti, mas ela me conhecia como ninguém, minha voz foi ficando tremula, meus olhos já lacrimejavam, contei-lhe tudo. Ela me ouvia com compaixão, ficou muito decepcionada com o Guilherme, chorou comigo. Depois de uma longa conversa, enxugamos as lágrimas.
   - Você prestou queixa? - minha vergonha impedia de encarar seus olhos – Você foi à delegacia Larissa? – perguntou mais uma vez.
  - Fui á Tamires me levou.
  - Não entendo filha, você é uma pessoa apaixonada pela justiça, conhece as leis como ninguém como foi tão conivente a uma violência? – suas palavras saíram como crítica.
   - Mãe... Nunca mais vou vê-lo. – não tinha argumento para debater com ela. Fui submissa como muitas mulheres.
   - Assim espero. – ela me abraçou com carinho.
            Depois da conversa acompanhei até o hospital esta morrendo de saudade dele, embora muito abatido painho não desfazia o sorriso nem perdia o bom humor. Conversamos bastante escutei com paciência suas piadas, demos altas gargalhadas. Foi bom. Estávamos precisando. Dora tinha vindo visitá-lo trouxe flores já que meu pai adorava flores, nas suas folgas ele tinha o hábito de ficava cultivando suas orquídeas no jardim. O clima estava bem descontraído, pena que minha amiga teve que ir embora cedo. Alguém entrou no quarto quando me virei gelei.
   - Como tem passado senhor Augusto? – perguntou Gui estava sério.
   - Bem meu filho chegue aqui mais perto tanto tempo que não o vejo.
Guilherme foi se aproximando sentir um calafrio, ele estava sério olhava pra mim me fuzilando.
   - Como você esta? – perguntou meu pai com ingenuidade.
   - Estaria bem se sua filha não tivesse me deixado por causa de uma mulherzinha de quinta. – meu pai olhou sem entender nada parecia duvidar do que ouvia.
   - Esta bêbado meu filho? – falou em tom de brincadeira.
   - Vai embora Guilherme – pedi educadamente.

            Guilherme começou a falar besteira á meus pais, discutimos feio, ele estava inconformado com o fim de nosso casamento, me acusou de tudo que não presta, me ofendeu de forma baixa, uma gritaria danada, tentei empurrá-lo queria que saísse, ele segurou meus braços com estrema brutalidade ao ver aquela cena minha mãe se assustou.

   - A solte Guilherme. O que é isso? Não é desse jeito que se resolve as coisas. –
Guilherme meio que caiu em si pediu desculpa, mas já era tarde chamei os seguranças e exigir que o expulsasse. Ele foi sendo arrastado pelos seguranças do hospital.

   - Nunca, mas chegue perto da minha família – gritei dando murro no peito dele enquanto estava sendo segurado pelos seguranças. - Nunca mais chegue perto da minha família.
Sai correndo de volta ao quarto, meu pai acabou passando mal.

   - Conseguimos estabilizá-lo ele precisa descansar. – disse uma médica.

Eu sair do quarto estava nervosa demais. Peguei meu celular e liguei pra Tamires desejei que ela estivesse aqui comigo.

   - Oiii.
   - Tamy.
   - O que aconteceu Lary?
   - O Guilherme esteve aqui! – comecei a chorar – Fez o maior escândalo meu pai acabou passando mal.
   - Mas ele esta bem? E você ele te machucou? – perguntou preocupada.
   - Esta, a médica disse que ele precisava descansar.
   - Estou indo pra ir.
   - Não precisa ele esta dormindo.
   - Qualquer coisa me liga ta.
   - Ta.

Desliguei fui à cantina bebi um pouco de água pra me acalmar, quando voltei ao quarto minha mãe estava sentada ao lado de painho, ela alisava seus cabelos grisalhos.

   - Mãe. – chamei.
Ela se dirigiu a mim.
   - Vá para casa. – disse num tom seco.
   - Prefiro ficar...
   - Vá para casa – repetiu num tom um pouco mais alto, ela parecia esta irritada não ousei desobedecê-la, me despedi e fui pra casa.
            Fui mais uma vez na delegacia, não ia permitir que o Guilherme se aproximasse de minha família de novo, nem que para isso eu pedisse uma ordem judicial.
Sentia tanta raiva dele que se pudesse nem quero pensar, meu pai tão debilitado passar por isso. Cheguei em casa desabei no sofá minha cabeça estava um turbilhão, decidir tomar um banho Tamires chegou era quase 19:00 tinha pegado um transito daqueles, parecia cansada, esperei que ela tomasse banho, jantamos juntas, ficamos horas conversando ela ficou indignada ao mesmo tempo amedrontada com o comportamento dela. No final da noite fomos dormi. Acordamos na manhã seguinte com as gritarias da minha mãe, ela estava furiosa.
   - Quero vocês duas aqui. – gritou do outro lado da porta.
   - Melhor irmos. – falei mais a Tamy estava morrendo de sono levantou resmungando. Quando chegamos à sala mainha estava com a cara feia.
   - Eu espero que seja a última vez que passo vergonha por causa de vocês – gritou – Não vou permitir que vocês nos exponham dessa maneira, seu pai esta doente...
   - Mãe...
   - Me deixa falar que não acabei. Vocês duas são maiores de idade já respondem pelos seus atos, mas não esqueça que eu e seu pai não somos acostumados a esse tipo de relação – ela olhou diretamente pra mim – Exijo respeito, respeitem quem esta próximos de vocês, respeite onde mora, seja lá o que for que vocês tenham sejam discretas. – depois de falar tudo que esta entalado ela completou – Outra coisa Larissa não quero vê-la perto do Guilherme ele esta fora de si, pode ser perigoso.
  - Mãe...
   - Mãe nada um homem rejeitado é pior que muitas coisas por ai.
   - Dona Laura – Tamires mal sabia o que dizer estava morta de vergonha, suas mãos suavam, suas pernas tremiam. – Desculpe não quis fazer passá-la por tamanho constrangimento.
   - Descrição menina, descrição. Augusto se opera hoje á tarde o médico achou melhor fazer logo a cirurgia para não se agrava seu estado, ele esta bem, melhor vocês se apressarem seu pai precisa de todo carinho possível.
            Não houve demora saímos em disparada para tomar banho e nos arrumar, minha mãe fez um café da manhã reforçado, depois seguimos pro hospital, nenhuma de nos duas comentamos sobre o que minha mãe disse. Meu pai parecia animado assim que nos viu tratou de brincar com a situação.
   - Espero que saibam o que estão fazendo. – disse ele nos deixando totalmente constrangida.
   - Faça minha filha feliz dona Tamires.

            Ficamos mudas, não sabíamos o que dizer, mas no fim senti mais aliviada. Meu pai entrou em cirurgia na hora marcada, horas angustiante sem notícias, consultava o relógio a cada minuto.
   - Por que demora tanto? - Resmungava.
   - É normal a taxa de espera numa cirurgia como essa é de 4 a 5 horas. – disse Tamires tentando nos tranqüilizar, minha mãe junto com minhas tias e minha avó rezava na capela.
            Realmente mais uma vez a Tamires estava certa a cirurgia demorou cerca de 5 horas, o médico disse que ouve um pequeno problema mais que graças a Deus correu tudo bem. Respiramos aliviadas, Dra. Ligia disse que ia nos levar pra vê-lo assim desse. Uma hora depois conseguimos permissão pra vê-lo ele estava dormindo, Tamires fazia inúmeras perguntas sobre os procedimentos da operação. Ficamos mais tranqüilas nos dias seguintes painho se recuperava satisfatoriamente.
            No domingo papai recebeu inúmeras visitas, nossos familiares e seus amigos da firma faziam uma festa por ele ta bem. No meio daquela agitação ele sente uma dor no peito fiquei logo nervosa, chamamos alguém uma mulher entrou as pressas.
    - Tirem essas pessoas daqui – disse ela a enfermeira, a jovem parecia perdida olhava pra enfermeira como se pedisse ajuda - Dê orepamil 5 mg. – ela falou.
Tamires ao ver o alvoroço entrar no quarto e pergunta o que esta acontecendo.
   - Meu pai...
   - O que você esta dando a ele a pressão esta caindo. – Tamires logo tem um comportamento inesperado tomando as rédeas da situação.
   - Orepamil 5 mg. – disse a mulher insegura.
   - Você esta doida, quer matá-lo? – falou com uma arrogância que nunca tinha visto, ela examinava meu pai - Ele esta tendo fibrilação átrio-ventricular – ela olhava pra um aparelho – Sem resposta ao orepamil tirem essa droga – gritou – Isso ira piorar – virou-se pra médica - Dê 100 mg de lidocaína – a mulher fez o que Tamy mandou – Agora coloque a mascara de oxigênio. Melhor chamar um médico de verdade. – gritou na cara da menina, ela então bipou para Dr. Alberto que logo chegou.
    - O que houve? – a menina olhou pra Tamires.
   - Ele esta tendo uma fibrilação já estão ministrando lidocaína para colocá-lo no ritmo normal.  – falou Tamires. 
   - Ótimo trabalho Dra. Cecília, salvou a vida desse homem. 
            Dr. Alberto examinou meu pai aos poucos ele foi se normalizando num ato inusitado minha mãe abraçou Tamires agradecendo por ter salvado a vida dele. Senti-me grata também. A médica na verdade era uma interna chamou o médico num canto e contou o que tinha acontecido.
   - Mas uma vez me surpreendendo senhorita Couto. – Tamires nada falou - Melhor deixá-lo descansar.
Atendemos seu pedido. Eu e Tamires fomos pra casa. Antes de dormi agradeci.
    - Obrigado! – nenhuma palavra ia expressar a gratidão que tinha por ela. – Você o salvou.
   - Eu...
   - Você o salvou Tamires, obrigado.

 Uma semana depois.
   - Olá, como esta se sentindo hoje. – perguntou Dr. Alberto.
   - Bom dia doutor, to me sentindo como um carro velho na oficina. – brincou meu pai, todos rimos.
  - Então esta na hora de ajeitar esse carburador, Dra. Lidia, - disse o médico automaticamente a jovem começou a falar.
   - Senhor Augusto Ferreira Couto, 62 anos status pós-substituição da valva cardíaca, raio-x torácico mostra nenhum alteração após a recuperação nos últimos dois dias. Excisão de tumor no esôfago marcada para amanhã de manhã.
   - Ótimo.  – disse o médico satisfeito.
   - Vão operar de novo o Augusto? – indagou mamãe.
   - O quanto antes fizer a excisão melhor.
   - E a quimo quando começa? – perguntou papai todo baratinado.
   - Depende senhor! – pausa – O protocolo depende de quando abrirmos o senhor.
   - Seja mais claro – falei. Desejei a Tamy nessa hora pra me explicar.
   - Os exames so nos deixam saber algumas coisas então precisamos ver por dentro, precisamos ver se o tumor não se espalhou.
   - O que isso muda em relação à quimioterapia?
   - Muda muita coisa, inclusive o tempo que fará a quimioterapia. Vou deixar o oncologista explicar melhor para vocês. Dra. Lídia fará a última bateria de exame pré-operatório. – o médico saiu pela tangente diante de nossas perguntas.
            As últimas informações me deixaram preocupada naquela tarde fui buscar Tamires no conservatório.

   - Que surpresa! – abriu um largo sorriso.
   - Precisava conversar com você. – estava muito preocupada.
   - Algum problema?
   - Melhor irmos pra outro lugar.
   Fomos até a orla sentamos num quiosque de côco, um lugar tranqüilo pra se conversar.
   - O que houve?
   - Não sei como você consegue, mas preciso saber sua opinião sobre a operação de painho.  – contei-lhe o que o médico tinha falado.
   - Larissa não sou médica como posso saber?!
   - Não sei a origem do seu conhecimento, mas confio nele, já ta mais que provado que você sabe das coisas apenas me diga com sinceridade os riscos que meu pai pode correr se o tumor tiver se espalhado.
            Tamires ficou em silêncio por alguns minutos parecia pensar no assunto depois com uma voz tranqüila falou.
   - Se o tumor tiver se espalhado e atingir outros órgãos não poderá proceder com a excisão porque se isso acontecesse comprometeria a habilidade do organismo de se recuperar.
   Ela me explicava tudo detalhadamente suas palavras pesaram ainda mais meu coração, um medo enorme me atingiu. Passei a noite em claro. Chorei descontroladamente não queria perde meu pai, Tamy me acolhia em seus braços tentando me tranqüilizar. O que era quase impossível. Chegamos ao hospital logo cedo, tentei ao máximo não demonstra meu medo. Quando meu pai entrou naquela sala me entreguei ao desespero. Depois de sete longas horas uma médica se aproxima trazendo notícia.

   - A cirurgia acabou. Foi uma cirurgia extensa, ele esta entubado para ajudar a respirar por sorte o tumor não se espalhou tanto conseguimos remover tudo. Vamos esperar algumas horas para dá uma posição melhor.
  - Podemos vê-lo.
  - Ainda não.
 So podemos o ver na manhã seguinte ele estava muito fraco, mas estava bem.
   - O tecido esta começando a lutar contra o câncer. – disse a jovem interna Dra. Lídia ela e Tamires cochichavam. – A maior preocupação para os próximos dias... – pausou.
   - A falência múltipla dos órgãos. – disse Tamy apreensiva.
   - É, a cirurgia foi muito intensa para que seus órgãos fracos agüentem.
   - Então é preciso observar os rins.
            Não entendia o que elas diziam, sussurravam para que meus pais não escutassem.
   - Precisamos observar os rins, Lary – ela pegou na minha mão – Se ele falhar todo resto falha.
            Aquilo me deu um calafrio. Mas graças a Deus deu tudo certo aos pouco o organismo do meu pai foram ganhando resistência, sentíamos mais confiante. Meu pai estava curado do tumor e isso era uma grande vitória.
   Impressionante como as coisas mudam não é? Seis meses depois, passamos por muitos momentos difíceis durante o tratamento do meu pai, a quimioterapia não so afetava a ele, mas a toda família nos sentimos impotente no meio de seu desespero, mas meu pai estava nos dando uma lição de vida, lutou bravamente hoje fez a última sessão da quimio. Uma semana depois que meu pai se operou fui procurada pelo tio do Guilherme, ele veio representá-lo pediu que retirasse as acusações de agressão, ameaça, coação ele não queria manchar o nome do escritório, achei uma afronta seu pedido. Recusei terminantemente ele então me demitiu como se eu fosse querer trabalhar naquele escritório depois de tudo. Com minha saída do escritório minha vida mudou bastante, vivia com minhas finanças apertada o tratamento do meu pai custou toda as economias da família, seus remédios eram caros. Recebi alguns propostas de emprego, mas no momento queria me dedicar a outros projetos, agora com tempo livre queria estudar mais pra presta concurso pra promotoria do estado, o que sempre foi meu objetivo, fui procurada por antigos clientes que faziam questão que continuassem representando eles em alguns processos. Aos poucos as coisas foram entrando nos eixo. Minha relação com Tamires mudou muito, seu carinho incondicional, seu apoio foram vitais para eu dá a voltar por cima. Aos pouco ela conseguiu ganhar meu coração, assumimos um relacionamento estável onde há respeito, companheirismo e muito carinho, tinha certeza que um dia ia conseguir amá-la como merece.
            Meus pais aceitaram bem, ela ajudou muito no tratamento dele, minha mãe praticamente a nomeou médica do senhor Augusto, era engraçado, meus familiares ainda torciam o nariz quando nos viam, outros nem se davam ao trabalho de esconder suas críticas felinas. Mas estávamos lidando bem com isso. Cada dia ficava mais envolvida com minha companheira, ela tem progredido bastante na escola de música, tornou-se muito amiga da Isabella, confesso que algumas vezes cheguei a ficar enciumada com a proximidade das duas, mas eu e a Tamy temos uma relação muito aberta ao sentimento uma dá outra, somos muito segura em nosso casamento. Numa certa noite quando fomos comemorar cinco meses ela cantou pra mim, fiquei envaidecida, nossos amigos brincavam com minha cara de boba Tamires é uma mulher encantadora.   Notei que não fui a única a se encantar pela loira, Isabella a olhava com cobiça, quando as duas cantavam juntas ai já viu. Percebi que elas conversavam e riam aquilo me irritou extremamente, nunca fui de ser aquela mulher ciumenta, mas naquele dia. Sair da mesa bufando de raiva.
    - O que foi? – perguntou Tamy.
A olhei ainda estava com raiva – Você esta dando bola pra ela. – falei sem pensar ela apenas sorriu.
  
Tamires me olhava de um jeito mergulhei naqueles olhos negros, como ela era bela, a raiva passou imediatamente uma alegria me subiu ao peito que besteira a minha ela era completamente apaixonada por mim seus olhos não negava.
   - Quero namorar... – sussurrei em seu ouvido, senti seus pelos arrepiarem, ela deu um sorriso bem safado.
  - Hum quer é? – ela me puxou pela cintura selou nossos lábios – Te adoro de paixão, morena – falou.
Tivemos uma noite incrível.
   Nas últimas semanas algo me aquietava, era num sábado estava em casa estudando um caso que tinha pegado, meus pais tinha ido à casa da minha vó, Tamires estava arrumando o guarda roupa, quando menos espero escuto uns gritos corro pra ver o que era ela estava com a mão na têmpora uma dor de cabeça chegou de repente trazendo com sigo uma hemorragia intensa, fiquei nervosa sem saber o que fazer ela cambaleava pelo quarto gritando dizendo coisas sem nexo.
    - Eu não tenho filho, você me prometeu... Não quero vê-lo... Não quero... – gritava demorou cerca de minutos até ela silenciar.
   Aquilo estava se tornando freqüente o que me preocupava muito, sempre que ela sentia essas dores acabava desmaiando. Pego algo pra inalar na esperança que ela acordasse, mas dessa vez foi diferente ela não acordava, fiquei apavorada, liguei pra emergência por sorte não demorou muito, já na ambulância o para-médico consegue despertá-la, ela acorda aos gritos como se tivesse tendo um pesadelo, chorava e gritava, esmurrava o para-médico, estava muito agressiva.
   - Tamires – tentei chamar sua atenção – Amor eu estou aqui! – nossos olhos se cruzam ela vai se acalmando – Esta tudo bem, ta tudo bem. – Tamires me abraçou com força, seu nariz sangrava muito, ela parecia muito assustada, o médico a sedou.
            Quando chegamos ao hospital ela foi atendida, o médico não sabia explicar com exatidão o que tinha acontecido, sugeriram inúmeros exames, mas a ela estava cansada demais, muito abatida, triste, pediu que eu a levasse pra casa. Em casa ela se tranca no quarto, estava deitada toda encolhida, sento ao seu lado, ela chorava, meu coração doía em ver seu desespero e não poder fazer nada.
   - Não consigo mais controlar... – sussurrou. – Queria fazer parar...
            Não tinha mais o que dizer, apenas deitei ao seu lado e a abracei. Velei seu sono, sentia muita pena da Tamires, não era nada fácil conviver com essa amnésia suas dores eram profundas, queria aliviar seu desespero, mas não tinha o dom de trazer luz aquela escuridão. Na manhã seguinte fui ao consultório de Dr. Raul.
   - Mas tem que haver uma maneira de ajudá-la. – dizia eu ao médico.
   - Entendo sua preocupação Larissa, mas já fizemos tudo que esta ao meu alcance. O quadro clínico da Tamires é muito complexo, sinto-me frustrado em não pode ajudar. Precisamos fazer exames mais detalhado mais nossa estrutura não nos permiti isso. Esse caso esta além do meu conhecimento acadêmico. – confessou.
   - As hemorragia tem piorado muito. Tenho medo...
   - O cérebro esta sobrecarregado toda vez que ela tem esses flash é como se ela acumulasse centenas de lembranças em fração de segundo. Perigoso por sinal. Larissa contatei um amigo ele é neurocirurgião especialista em déficit cerebral, tomei a liberdade de mostra-lhe o caso da Tamires. Ano passado ele estava num congresso de neurologia, ele tem inúmeras pesquisa sobre amnésia acho que ele pode ajudá-la.
   - Sério?
   - Sim, se quiser posso tentar marca uma consulta pra Tamires. Só que ele atende numa clinica em Recife. Sua agenda é muito apertada mais somos amigos de longa data.
   - Mas o senhor acha que ele pode realmente descobrir o problema da Tamires?
   - Acredito! Se houver qualquer indício de cura pro caso da sua amiga, Dr. Brito encontrar.
            Dr. Raul falou com tanta convicção que me enchi de esperança. Iria levar Tamires a essa clínica faria o possível para devolver a luz do seu passado.
  

5 comentários:

  1. que lindo gente saiu rapidinho *--*
    amo capitulos grandes, já ansiosa para o próximo
    Carine

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    Respostas
    1. Não vc não está ansiosa. rsrs

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    2. Será que haverá um reencontro entre Tamires (Luiza) e Duda, Andréia ou Amanda???
      #Ansiosa
      Que venha o próximo capítulo.

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    3. Se houver esse encontro sera mt legal mas ao msm tempo tenso.aaaah cm vc consegue deixar essa historia cada vez melhor em Luh?

      Vanny

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