TAMIRES
Fui ao mercado
comprar algumas coisas a pedido de dona Laura, quando voltei o portão estava
aberto Meg latia feito louca, algumas pessoas se a mútua na sala, fui pedido
passagem, escutei os choros de dona Laura diante do corpo caído de seu marido.
- O que houve? – pergunto.
- Ele estava bem, de repente – difícil era entender o que ela dizia.
Num ímpeto gritei.
- Saiam todos daqui. – agi por impulso pedi que todos se afastassem,
peguei no pulso do homem e chequei sua pulsação que estava muito fraca, ele
respirava com dificuldade, sentia uma forte dor so não sabia dizer onde
exatamente.
- Esse homem precisa de uma ambulância agora. – gritei.
- Já chamamos. – disse um homem.
- Se ele ficar aqui pode ter uma insuficiência respiratória. – dizia
consigo mesmo. – Precisamos levá-lo a um hospital. - disse enquanto o
examinava, sua pupila estava se dilatando a dificuldade de respirar aumentava,
enquanto seu ritmo cardíaco diminuía.
Não havia tempo de esperar
a ambulância, com a ajuda de alguns homens conseguimos colocar senhor Augusto
num carro e socorrê-lo. Dona Laura gritava de desespero, sentir uma angustia em
meu peito, um medo ao mesmo tempo não conseguia entender meu comportamento tão
frio nem entendia o que estava fazendo exatamente, assim que chegamos ao
hospital acompanhei os médicos até onde podia.
- A senhora não pode ultrapassar daqui. – disse um enfermeiro.
Voltei até a sala de
espera, dona Laura chorava desesperadamente, um amigo da família ligou para
Larissa logo ela estaria conosco, tentei tranqüilizar dona Laura mais sua
angustia era tamanha. Fui atrás dos médicos pra saber alguma informação mais
até então nada. Angustia aumentava a cada avança do relógio, Larissa chegou
meia hora depois. Ela estava na companhia do marido tentei me aproximar mais
ele a puxou pra trás, ela se virou e correu até os braços da mãe.
- O que aconteceu? – perguntou aquele homem que tanto desprezava.
- Não se sabe com exatidão tudo indica que ele teve um principio de
infarto. – respondi com os olhos direcionados a Lary.
- Seu pai estava bem, estava vendo o jogo fumando seu cigarro, foi na
sala pegar mais um prato de calabresa, de repente começou a se sentir mal,
primeiro ele disse que era uma dor no estômago, foi subindo pro peito, quando
vi já tinha caído no chão gemendo de dor... – falou dona Laura. Agora mais
calma.
- Vou ver se consigo alguma informação. – disse Guilherme se afastando.
Aproximei-me das duas
mulheres abracei bem forte a Larissa.
- Vai dá tudo certo! – sussurrei.
Ela chorava. Demorou um tempo até
Guilherme voltar acompanhado de um médico.
- Estamos fazendo uns exames.
- Mais ele esta bem? – perguntou a Larissa.
- Esta estável agora, é preciso que aguardem mais um pouco.
- O que ele tem? – perguntei.
- Vamos esperar o resultado dos exames chegarem Dra. Lidia os manterá
informados.
O médico pediu licença e saiu.
- Estamos fazendo um exame de endoscopia assim que terminarmos o levará
ao quarto, então poderá vê-lo. – disse a médica.
- Endoscopia? – perguntei. – Ele ta com algum problema...
- Assim que terminarmos voltarei. – disse a mulher saindo de imediato.
Fiquei meio cismada nem
sei por que, sair sem que percebesse e fui atrás da mulher, demorou um pouco
pra eu achá-la, avistei seu Augusto saindo de uma sala, ele estava numa marca,
foi conduzindo até um quarto.
- Hei você não pode esta aqui.
- O que ele tem?
- Pronto Dra. Ligia. – disse um maqueiro que já tinha instalado seu
Augusto no quarto.
- Vou avisar a família que pode recebê-lo. – disse a ele, depois se
voltou pra mim. – Dr. Alberto falará com vocês.
A
mulher saiu e continuei andando atrás dela, não entendia meu comportamento, ela
avisou a todos que já podia velo, fomos até o quarto logo em seguida disse que
Dr. Alberto iria nos ver. Essa espera demorou bastante, seu Augusto estava
deitado na cama com um aparelho para ajudar da à respiração.
- Pai! – disse Larissa ao abraçá-lo – O senhor me dá cada susto seu
velho babão.
Mesmo diante daquela situação tão
tensa ele conseguia manter o bom humor.
- ainda não foi dessa vez! –
brincou. Seu augusto recebeu todos os mimos da mulher e da filha. Algo me
aquietava.
Enquanto isso.
- Dr. Alberto os resultados do
exame do senhor Couto ficaram pronto. – disse a médica.
O homem examinou o resultado por
um tempo, seu semblante era pesado. Voltou-se para sua interna. - Vamos lá! -
Dr. Alberto esta indo até o quarto de senhor Augusto quando avistou Tamires no
corredor assim que ela o viu correu até ele.
- O que ele tem? – perguntou. Seu tom era de aflição.
- Você é da família?
- Sou sim. – respondeu a mulher.
- Melhor entrarmos.
- o que ele tem?- seu tom de voz aumentou, ela mostrava uma angustia e
ao mesmo tempo ansiedade.
O médico não respondeu.
Entrou no quarto, Tamires ficou extremamente irritada entrou no quarto também,
num supetão tomou a prancheta que do médico carregava com as informações do
paciente. Ela folheou os papeis seu rosto mudou de cor. Depois estendeu a
prancheta de volta a Dr. Alberto que ficou sem reação.
Não podia acreditar no que acabei
de ler, um arrepio subiu a espinha, uma onda de medo e pavor, de repente minhas
dores voltaram na velocidade da luz, um misto de imagens, sons, conversa me
veio à mente, tentei controlar. Balancei a cabeça como se quisesse espantar
aqueles angustiantes filmes sem lógicas.
- Você esta se sentindo bem. – perguntou o
homem.
Lutei dentro de mim pra controlar
aquela dor.
- Estou. – disse. Larissa me olhou aflita ela sabia que eu não estava me
sentindo bem, aproximou-se de mim.
- Vem cá. – foi me puxando pra fora do quarto. – Você esta tendo aqueles
fleshs.
- Estou. Esta tudo bem.
Demorou cerca de três minutos até
voltarmos o quarto.
- Foi um ataque cardíaco. Então? - perguntou Guilherme.
- Bem... Não foi bem um ataque cardíaco embora pelos sintamos leva a
crer, estou esperando o resultado mais detalhado de uns exames..
- A endoscopia? – agora foi Larissa que perguntou.
- Você não tem o direito de esconder a verdade deles. – disse com o
olhar fixo no médico.
- Como?
- Os resultados estão mais que claro. – contestei o médico.
- Tamires do que você esta falando? – pergunta a Larissa.
- Não é uma simples instabilidade cardíaca.
- Você é médica? – perguntou o homem.
Fiquei em silêncio.
- Dá pra dizer o que danado eu tenho- resmungou seu Augusto.
- O senhor esta com câncer. – disse o médico
Todos ficaram pasmos.
Aproximei-me de Larissa.
- Mandaram fazer uma biopsia que mostrou algo fora do normal. –
continuou Dr. Alberto.
- Cala a boca! – dona Laura gritou incrédula no que ouvia.
- Ele esta com um câncer no esôfago que esta se espalhando para o
estômago a única chance do tio sobreviver é se fizer uma cirurgia para remover
o câncer, o senhor vai ter que se
submeter a quimo terapia e a radio terapia.
- Sinto muito - disse o médico - O câncer esta em estagio três
metastáticos.
- É mentira... – falou Larissa. – Vocês estão enganados.
- Meta... O quê? – perguntou Guilherme abraçando Larissa.
- Metastático é quando as células cancerígenas migram do seu ponto de
origem...
- Cala a boca não quero ouvir mais nada... – era de parti o coração,
Larissa e dona Laura choravam copiosamente, seu Augusto permanecia estático sem
esboça reação.
- Lary! – Larissa soltou-se do Guilherme e me abraçou.
Tomei um pouco de fôlego então
virei para médico.
- É preciso mandar fazer um E.K.G pra se certificar se há alguma
anormalidade, temos que ter certeza que ele ira sobreviver a cirurgia.
- Já Fizemos. – disse a interna de Dr. Alberto. Ela me estendeu os
exames, Dr. Alberto a olhou com olhar de reprovação.
- Você... – ele tentou dizer.
- Não pode ser. – Guilherme me puxou com força pelo braço.
- Você não é médica. Pare de assustá-las.
- Ele pode morrer. – gritei – PRE-OP ECO mostra que a válvula da aorta
dele esta sangrando, ele não vai sobreviver à cirurgia de remoção do câncer com
o coração dele sangrando é preciso trocar a válvula. – comecei a chorar mais
uma vez as imagens claras vinham a minha mente não contive a dor absurda levei
minha mão a cabeça, meu nariz sangrava.
- Você esta bem?
- Estou. – sai do quarto.
- Ela esta errada, não esta? Ela não sabe o que diz! – falou seu
Augusto.
- Ela não esta errada, eu sinto muito. Seu coração mostra que sua
válvula esta debilitada e sangrando é preciso trocar essa válvula, apenas assim
dando estabilidade a seu coração que é possível fazer a cirurgia de remoção do
câncer.
- Como ela sabe tudo isso? – perguntou Larissa.
- Não
sei senhor. Bem é aconselhado que o senhor descanse amanhã faremos os exames
pré-operatórios. Quanto antes fizer a cirurgia melhor.
- Obrigado doutor. – agradeceu dona Laura.
O médico pediu licença e saiu.
Resolvi sair
um pouco do quarto, precisar respirar caminhe para fora do hospital sentia-me
sufocada não conseguia compreender como fui capaz de dizer todas as aquelas
informações, um desespero consumia minha alma, sentei na calçada em frente ao
hospital desabei á chorar. Aquela dor insuportável voltou para me fazer
companhia, não tentei lutar contra aquilo apenas baixei a cabeça e esperei ela
me possuir. Mas uma vez fui telespectadora de um filme se imagens sem nexos.
Finalmente minha mente se fixou
num ponto.
Me via em uma sala parecia
mais um auditório cheio de pessoas, luzes eram direcionada para uma figura no
meio do palco, um homem já maduro, ele fala sobre medicina, mas precisamente
sobre cardiologia. Eu estava sentada ao lado de uma mulher morena, tinha meia
idade, parecíamos nos conhecer ela ora ou outra falava comigo, não conseguir
distinguem o que meus ouvidos captavam...
- Você esta bem? –
Senti um toque
em meu ombro, era Dra. Lidia interrompendo meus fleshs que sumiam feito pavio
de pólvora. Levantei a cabeça para encará-la.
- Meu Deus seu nariz. – ela se agachou.
A
dor se intensificou de tal forma que gritei as imagens voltaram de forma
acelerada, não conseguia ver com exatidão não sei quantos minutos duraram,
entrei no vazio... Acordo numa enfermaria.
- Você desmaiou. – disse Dra. Lidia.
Tentei me levantar minha cabeça
ainda doía avistei os olhos aflitos de Larissa.
- Você esta bem?- perguntou com a voz angustiada.
- Estou sim. – sentei na cama- Os flashes!
- Você acabou desmaiando a trouxemos para aqui.
- Ultimamente ela esta assim sempre que tem esses flashes acaba
desmaiando, sem falar na hemorragia que causa.
- Tomei a liberdade de chamar Dr. Azevedo para examiná-la, ele é
neurocirurgião.
- Não é necessário já tenho um médico.
– disse categoricamente - Estou bem. – tentei ser convincente.
- Tamy não custa nada deixá-lo examinar.
Não queria
deixar Larissa mais preocupada por isso deixei que o médico me visse, minutos
depois ele se aproxima.
- Boa noite. – cumprimentou o homem.
- não respondi. – Boa noite disse as outras duas mulheres.
- Doutor essa é a paciente que lhe falei.
O médico
tentou ser gentil, mas eu não queria ser examinada. Estava cansada de ser
carregada de um lado pro outro atrás de resultados inconclusivos. Mesmo com
todos os meus protestos fui examinada, primeiro superficialmente, depois fui
levada para uma tomografia.
- O cérebro humano é incrível não é? – falava o médico enquanto me
preparava pro exame. Permaneci calada – Você diagnosticou um paciente com
câncer em estágio avançado e ainda por cima e ainda conseguiu explicar todos os
problemas cardíacos que o paciente esta passando. Impressionante. – soltou o ar
bem forte. – Como fez aquilo?
- Não sei. – respondi seca.
Ele me olhou e sorriu.
- Será que temos uma médica aqui? – tentou brincar.
- Como vou saber se não tenho memória. Deveria ter visto meu histórico
médico antes de querer me examinar – respondi grosseiramente. O homem
permanecia de bom humor.
- Apenas estou tentando lhe ajudar. – respondeu. - Em minha tese de
doutorado estudei sobre a memória. Um mundo fascinante, complexo demais,
confesso. Nem com todos os avanços da medicina não conseguimos desvendar todos
seus mistérios. A mente humana é extraordinária. Pesquisas mostram que um
indivíduo pode viver bem mesmo com sua perda total da memória, alguns nunca
voltaram já outros depois de anos se passado conseguiram resgatar lembranças
antigas. – o homem ficou uns segundo em silêncio depois continuou, o escutava
atentamente - Perda de memória não quer dizer perda do conhecimento adquirido,
você mostrou ter um conhecimento que poucos residentes que conheço possuir. –
ele acenou com a cabeça, - Vamos lá! – ele saiu e deu início ao exame.
Os exames foram feitos
mais os resultados não eram nada diferente do que já foi dito. Estava cansada.
Voltamos ao quarto o Guilherme já tinha ido embora, ficamos na companhia do seu
Augusto e de dona Laura, preferimos não falar nada sobre meu mal estar, não
queríamos preocupá-los ainda mais.
- Como o senhor esta se sentindo? – perguntei seu Augusto embora tivesse
a fisionomia risonha, parecia muito cansado, respirava com dificuldade, mesmo
em seu estado debilitado não perdia o bom humor.
- Me sinto como um carro velho, numa oficina minha filha – ficou em
silêncio – Passamos a vida fazendo o possível pra não levá-lo a uma revisão,
maquiando o problema, mais uma hora ele dá pau, quando isso acontece vamos na
certeza que é um problema no carburador. Pra surpresa da gente descobrimos que
além do carburador temos sérios problemas no motor. – suas palavras pesaram nos
nossos corações. Olhei no fundo dos olhos daquele homem que gostava de fazer
graça com tudo, pude ver a tristeza em seu olhar. Larissa sentiu aquelas
palavras ela se afastou um pouco, estava chorando.
- Ainda bem que o senhor não é um carro velho – tentei brincar. O homem
me olhou nos olhos e completou.
- Sou minha filha, sou sim! Por causa de um prato de calabresa vim parar
no hospital, nunca me preocupei com minha saúde, sempre fumei, sempre bebi sem
se importar no mal que isso me causava, não liguei pela quantidade de
colesterol, com a glicose, com nada, agora descubro que tenho um câncer nem sei
bem onde e ainda por cima que meu coração esta jorrando sangue.
- O senhor vai ficar bem, é comum a trocar da válvula aórtica. É so
troca colocar um maca passo, depois poderá retirar o outro problema.
- A Tamires esta certa. – disse dona Laura - é so uma trocar.
Ele nada mais disse, deu um sorriso amarelo.
- Vai da tudo certo. – repetiu dona Laura querendo acreditar no que
dizia. – Larissa melhor vocês irem pra casa, seu pai precisa descansar.
- Poderíamos ficar. – disse.
- Não precisa Laura esta aqui comigo não vou morrer agora não podem ir
tranqüilas.
- Pai! – exclamou a Larissa olhando pro pai com cara feia. – Não diga
isso! - repreendeu não gostando nada da brincadeira.
- Desculpe filha.
- Seu pai precisa descansar melhor irmos, amanhã voltaremos pra ver como
ele estar.
- Eu quero ficar. – birrou.
Mesmo a contra
gosto conseguir convencê-la ir pra casa, sua presença iria acabar angustiando
ainda mais o pai.
- Vamos te deixou em seu apartamento. – falei enquanto nos dirigíamos a
um ponto de táxi.
- Quero ir pra casa Tamy. – ela me olhou – Pra minha casa. – enfatizou.
Entendi o que queria
dizer, entramos no táxi ela encostou sua cabeça no meu ombro, suas lágrimas
quentes caiam em meu ombro, fomos o caminho inteiro calada.
- Aqui?- perguntou o taxista.
- Não, é a casa do muro de planta.
O táxi parou
em frente de casa, descemos paguei o taxista Larissa abria a porta, entramos em
casa ela mal dava atenção a cadela que ela tanto gostava, que ficava saltitando
de alegria em sua presença.
- Agora não Meg. – dizia ela a cachorra que pulava em seus pés. – Vou tomar banho. – virou-se para mim.
- Esta bem! Vou prepara algo pra gente comer.
- Tá.
Enquanto ela tomava banho
enquanto fui para cozinha preparar o jantar. Meia hora depois ela apareceu já
estava com roupa de dormi seus cabelos estavam molhado, para minha surpresa ela
me abraçou por trás e sussurrou em meu ouvido.
- Estou com medo... – sua voz era tristonha.
Virei pude encarar aqueles olhos
negros, que tanto me encantava.
- Vai dá tudo certo. – Nos abraçamos por alguns minutos depois nos
afastamos.
- Cheiro bom! – ela abriu a tampa da panela onde pode inalar o aroma da
canja que tinha preparado.
- Esta quase pronto você olha enquanto eu tomo um banho rapidinho? -
indaguei.
- Olho sim, so não demora muito.
Fui
pro banho, pude escutar o telefone tocando demorou um pouco pra Larissa atender
não deu pra escutar direito, mas ela parecia discutir com alguém, podia até
adivinhar que seria. Quando voltei, ela estava deitada no sofá parecia
irritada, sua fisionomia estava fechada não quis perguntar nada, ela se
levantou e fomos pra cozinha.
- Esta tudo bem? – indaguei enquanto degustávamos da sopa.
- O ogro do Guilherme! – depositou a colher no prato e me olhou – Sua
insensibilidade é irritante.
- O que ele fez dessa vez.
- Não quero nem falar pra não me aborrecer ainda mais.
Demos por
encerrado o assunto, conversamos pouco durante o jantar, Larissa estava muito
triste, sentia muito medo pelo estado de saúde do pai, sentei no sofá ela
apoiou sua cabeça em minha perna. Nada falamos apenas fiquei fazendo carinho em
seus cabelos queria ter o poder de tirar suas dores. A campanhia tocava sem
parar, me levanto e vou ver quem é supostamente algum vizinho querendo saber
notícias. Deparo com o Guilherme que nem espera eu abrir a porta direito
empurra o portão e entra alvoroçado.
- Cadê a Larissa!
- Hei! – gritei.
- Larissa, Larissa! – ele saiu gritando invadindo a casa.
- O que é Guilherme? – falou se levantando do sofá, não parecia surpresa
com a visita do marido. – O que você quer?
- Como assim o que você quer? Vim te levar pra casa.
- Aiiii – resmungou ficando impaciente, mas
sem perde o tom de voz de serenidade. – Já disse não que vou dormi em casa.
- E posso saber por quê? – continuou berrando. – Você esta com mentira
agora é? Disse que ia ficar no hospital, mais invés disso veio pra casa com
essa mulherzinha.
- Guilherme é a última vez que peço pra você se referir a Tamires pelo
nome e se não fiquei no hospital foi porque não deixaram.
- E por que não foi pra casa?
- Eu estou em
casa Guilherme! – Larissa estava perdendo a paciência.
- Não! Vamos pra casa agora. – ele subitamente a pegou pelo braço e saiu
puxando bruscamente.
- Ela não vai para canto nenhum. - acabei me metendo na discussão, puxei
a Larissa pelo outro braço.
- Como ousar sua...
- Me solta! – gritou Larissa se desvencilhando de nos dois. – Não vou a
lugar algum, vim pra casa da minha mãe e aqui ficarei.
O homem lançou um olhar de fúria.
Estremeci.
- Você vai pra casa e vai agora.
Guilherme mais
uma vez segurou Larissa pelo braço com estrema força, ela tentou se soltar mais
ele era bem mais forte.
- Me solta Guilherme. – pedia enquanto ele a arrastava para fora. – Me
solta...
Sem alternativa ela o mordeu no
braço, ele deu um grito de dor.
- Sua cadela... – não teve demora, Guilherme foi pra cima de Larissa com
tudo dando socos e pontas pés. – Você quer ficar com essa mulherzinha não é...
Ele estava fora de si,
agia como um louco não podia acreditar no que estava vendo fui pra cima dele a
luta foi grande ele acabou me derrubando com um chute, ele batia violentamente
em Larissa que lutava contra seu agressor, me levantei sem demora fui no único
ponto que poderia pará-lo juntei todas as forças tinha e chutei suas
intimidades, foi certeiro, ele caiu de dor, Larissa estava muito machucada seu
rosto estava sangrando, com raiva ainda pulei em cima dele e dei murros nas
costa ele parecia sem força agora gemendo enquanto segurava sua intimidades.
- Sai daqui... – Larissa falou em meios de choro. Guilherme saiu andando
meio arreganhado.
Corri
onde ela estava fiquei abismada com o que acabara de passar, agora pude ter a
certeza que aquilo vinha acontecendo há algum tempo, abracei-a com força, mais
uma vez seu coração estava sendo dilacerado. Ajudei-a entrar dentro de casa,
corri no quarto de dona Laura e peguei uma maleta de primeiros socorros
consegui limpar o ferimento de sua face, mas nunca conseguiria curar o
ferimento de sua alma.
- Não é a primeira vez não é? – minhas palavras saiam em forma de
critica coisa que não era propicia no momento – Como você pode suportar. – ela
não me respondia suas lágrimas tinha sido engolida assim como a vergonha que
estava sentindo. – Vamos a uma delegacia! – exclamei.
- Não! – Larissa tinha o olhar vazio.
Toquei
em sua face com delicadeza levantei seu queixo para que ela me encarasse nos
olhos. Gostaria de saber o que dizer, mas a momentos na vida que não é preciso
dizer nada, meu olhar passava o conforto que minhas palavras não a calentava,
ela assim o recebia e o agradecia. Olhando no fundo daqueles olhos negros antes
eram tão brilhante, agora perdera o brilho mostrando um cinza em meio de seus
infortúnios.
- Faça isso por você!
- Eu não sei se consigo... – sussurrou.
- Porque caímos? – Larissa me olhou confusa com minha pergunta. Pensou
por alguns instantes depois balançou em sinal de negação, pois não sabia a
resposta. Mais uma vez busquei seus olhos tristonhos. – Para podermos nos
levantar Lary – dei um sorriso afável - Não importa o tipo da queda! Não
importa a profundidade do baque! Sempre temos a chance de nos levantar mais uma
vez! – não sei a origem dessas palavras, apenas senti a necessidade em
dizê-las.
Larissa se trocou enquanto
eu chamei um táxi, fomos na delegacia mais próxima. Ela hesitou um pouco antes
de entrar na delegacia, sentia-se humilhada, dilacerada, preso no casulo de seu
sofrimento. Entrou cabisbaixa falei com a recepcionista, ela mandou que aguardássemos.
Ora ou outra Larissa me lançava olhar de suplica para que eu a tirasse dali,
sua vontade era de fugir. Mas não estava disposta de deixá-la fazer isso.
Violência contra outra pessoa são coisas inadmissível, meia hora depois
entramos na sala da delegada. Uma mulher obesa do olhar amedrontador. Foi muito
difícil para Lary, em mais de uma hora de depoimento pude saber o dantesco
infortúnio que ela vinha passando, aos pouco a delegada de cara feia foi se
mostrando mais solidária do que sua aparência demonstrava. Depois do depoimento
fomos conduzidas para fazer o exame de corpo delito. Tudo feito dois policiais
se ofereceu para nos deixar em casa.
Nada falamos,
o silêncio era o melhor consolo de quem tem sua vida destroçada, assim que
tomamos banho deitamos na cama, não sabia como agir, minha cabeça doía de tanto
pensar numa forma de amenizar o que ela estava sentindo. Quando entrei no
quarto ela estava sentada na beira da cama, mexia numa caixa, já tinha visto
aquela caixa, ela costumava guardas bilhetes, fotografia e inúmeras coisas dela
e do Guilherme, coisas que significavam muito. Seu corpo estava todo machucado,
ela fazia careta ao se mover, colocou a caixa dentro de uma gaveta depois se
deitou. Deitei-me também. O sono não vinha o choro baixinho dela acompanhou
madrugada adentro, até se silenciado com o cansaço. Na manhã seguinte acordo em
sobressalto, olho pro relógio e já são 9 horas da manhã, mas assustada fiquei
quando vi que ela não estava na cama ao lado, desnorteada saio pela casa
descalça ainda tentando acordar, escuto vozes na sala, saio cambaleando fiquei
com os olhos estatelado quando deparei com o Guilherme sentado no sofá, estava
de cabeça baixa. Larissa estava em pé de frente pra ele, ela percebeu minha
presença. Fiquei na dúvida se ia pra cima dele ou se ficava quieta uma raiva
subia a cabeça.
- Esta tudo bem – Larissa parecia ler meus pensamentos antes que fizesse
qualquer coisa disse – O Guilherme já esta indo embora.
Dito isso ele se levantou
pude ver seus olhos estavam vermelhos, seu rosto estava aranhado assim como
seus braços, ele saiu sem dizer nada. Larissa esperou um pouco depois se virou
pra mim.
- Acabou! – ela parecia serena, diante do acontecido. – Eu o amo, Deus
sabe o quanto o amo... – agora sua voz se embargava e seus olhos se enchiam de
lágrimas – Nem so de amor segura um relacionamento, quando o respeito acaba...
– ficou em silêncio, engolindo o choro – Tudo fica perdido.
Fui me aproximando fiquei de
frente pra ela. Queria abraçá-la, confortá-la.
- Preciso de um tempo Tamires... – disse ao percebe minha intenção.
Ela até tentou
evitar, mas abracei com todo meu carinho... Seja qual foi à conversa que teve
com aquele homem foi definitiva. Esperaria o tempo que fosse necessário apenas
quero dá a tranqüilidade e o amor que ela merece...
Larissa
Ainda
parece irreal tudo o que aconteceu. Queria abri os olhos e perceber que foi
tudo um sonho ruim. Não! Não foi sonho, olho minha fisionomia no espelho,
levarei essas marcas por toda minha vida. A dor física pode ser suportada, mas
a dor psíquica caminhara comigo por toda minha vida. Não apenas perdi o homem
que amava perdi também a mim mesma. Guilherme saiu da minha vida levando muito,
senti-me a ruína de Roma ainda é pouco, minha vida antes colorida se tornou num
borrão. Um vendaval chegou destroçando-me.
- Larissa! – chamava-me – Larissa! – gritava Tamires impaciente
despertando-me dos meus pensamentos.
Sair do banheiro ela me olhava.
- Você esta bem? – Tamires parecia aflita tinha me visto conversando com
o Guilherme, não entendia nada.
- Estou! – a ultrapassei e me dirigir ao meu quarto – Vai ficar tudo
bem! – exclamei sem segurança alguma – Apenas preciso de um tempo! – frisei.
Tamires nada
falou, seu comportamento era solidário a minha dor. Naquele momento não queria
tocar no assunto tinha outra preocupação ainda maior. Meu pai se encontrava com
suas emoções debilitadas se soubesse o que acontecera acabaria piorando. Meu
desejo era visitá-lo naquela manhã, mas estava soterrada em minha humilhação,
Guilherme se foi deixando marcas e feridas que iam além da minha pele. Sentia-me presa na vergonha da submissão, sou
culpada pelos meus próprios infortúnios. O medo de perde meu pai aumentava a
cada segundo, um sentimento de impotência me possuía, sabia o quanto ele era
forte pra enfrentar as mazelas da vida, meu pai era um guerreiro amávamos muito
pra se deixar a abater nesse novo desafio.
Já
eu não tinha sua força para suporta isso tudo, me tranquei no quarto me
fechando no casulo de minha dor e decepção... Não podia esta no colo da minha
mãe despejando dos os sentimentos que povoava meu coração pra que no fim ela me
acalenta-se em seus braços e aliviasse meu desespero como uma menina. Não podia
dividi essa mazela, seria num novo baque pra eles que tanto gostava do
Guilherme, amava-o como um filho, ele soube cultivar seu carinho, respeito e
sua admiração. Não podia dizer-lhes que aquele homem tão doce, inteligente,
prestativo de um caráter invejável era no fundo um homem violento e possessivo
quando contrariado. Seus sinais foram tão claros, o alerta tão assíduo, mas
deixamos passar despercebidos. Preferimos a ilusão de que só foi um momento
insano que ele mudará suas atitudes. Triste ilusão.
Vi tantas vítimas de violência em
minha profissão, hoje faço parte das estatísticas. A violência nos mata como
mulher. Sinto-me perdida...
- Me deixa entrar – Tamires batia na porta,
meus choros eram altos senti a angustias em sua voz. – Por favor, Lary me deixa
entrar. – ela insistia. A solidão seria minha companheira, queria ficar sozinha
nas vielas da minha miserável emoção. – Larissa, por favor, você não precisa
passa por isso sozinha...
Suas últimas palavras me
paralisaram e me fizeram refletir brevemente, levantei e abri a porta, encontrei
seu olhar terno, ela entrou ficamos de frente uma pra outra desci meu olhar,
ela continha alguns hematomas também não tão feios quantos os meus.
- Você não precisa passar por isso sozinha! – ela repetiu mais uma vez,
sua voz era de ternura. – Você precisa de mim, assim como precisei de você um
dia.
Ela sentou-se oferecendo
seu colo, despi de todas as minhas armaduras emocionais, encostei a cabeça em
seu colo e chorei como uma criança. Abrir as janelas do meu coração em meios de
choros e soluções, contei tudo o que me sufocava. Meus pesadelos, decepções e
medos, chorei como nunca tinha feito antes, no fim pude senti certo alívio,
Tamires nada falava suas palavras vim pelo olhar de total compreensão e apoio.
Contei minha decisão jurei nunca mais chorar por aquele homem, disse a ela que
tinha contado tudo ao Guilherme.
- Como? – indagou incrédula.
- Tivemos uma conversa clara, onde foi posto tudo que sentíamos, falei
da minha decepção, da minha insegurança e das minhas dúvidas, confessei meu
envolvimento com você. Contei-lhe tudo. Pra minha surpresa ele não se mostrou
surpreso com a voz cortante disse:
- Já esperava por isso! – pausou, sua expressão era de raiva e desprezo
– Joguei você nos braços daquela mulher com minhas atitudes impensada, mas
estou disposto a esquecer tudo, até seu adultério, não quero viver sem você. –
mudou de expressão assim como te tom de voz soava mais doce.
- Você me obrigou a fazer essa escolha Guilherme, ontem foi o fim...
Você não só feriu meu corpo quanto destroçou minha alma, usou da violência
invés das palavras. Machucou a Tamires e desrespeitou meus pais. Você me faltou
quando eu mais preciso do seu apoio e da sua segurança, meu pai pode morrer e
nesse momento tão critico da minha família você lapidou o mostro que estava
adormecido dentro de você. – fiquei uns minutos em silêncio ele chorava – Não!
Essa não foi à primeira vez nem será a última, você é um homem doente me iludir
achando que você tinha curado desse seu ciúme possessivo, bastou sentir-se ameaçado
pra você por pra fora aquilo que sempre me assustou.
- Estávamos bem... Estou arrependido, eu te amo Larissa me dê uma nova
chance! – implorava.
- Você tem razão estávamos bem, mas não estamos mais, acabou Guilherme,
dessa vez é sem volta nunca mais quero vê-lo. Você me mutilou por dentro lhe
disse um dia agora repito nem so de amor segura um relacionamento... O respeito
acaba o casamento acaba.
- Nunca quis machucá-la, eu te amo...
- Mas machucou... Não dá mais...
- Me perdoa Larissa sei que você tem um bom coração, me perdoa. –
implorava chorava copiosamente.
Nos
olhos de Guilherme pude ver seu arrependimento, mas ele era um homem doente,
sabia que sofria. Meu coração gritava para perdoá-lo, me jogar em seus braços,
esquece disso tudo. Mas não podia. Não mais. Não queria guarda mágoa do homem
que tanto amava mesmo diante do mal que tinha me causado eu ainda o amava
muito, com ele vivi momentos marcantes em minha vida. Guilherme levou muito,
mais o pouco que deixou guardaria como tesouro em meu peito. Não sei quanto
tempo passei no colo da Tamy, depois de desabafa me sentia como se tivessem
tirado um peso das minhas costas. Ela falou.
- Sua mãe ligou perguntando se estava tudo bem.
- Preciso ir ver meu pai. – disse me levantando.
- Melhor você não ir ao hospital hoje. Deixa que vou, dona Laura pediu
que levasse umas coisas.
- Claro que vou meu pai precisa de mim.
- Ele precisa descansar ficar tranqüilo, você ainda esta com a boca
inchada e cheia de hematomas. O que vai dizer a eles? A verdade nesse momento
pode ser prejudicial à saúde de seu Augusto.
- Ele precisa de mim, minha mãe também. Quer dá uma de forte mais deve
esta sofrendo.
- Ela irar sofre ainda mais ao lhe ver nesse estado.
Tamires tinha razão não
podia vê-los naquele estado. Ela foi visitá-lo logo após o almoço, falei com
minha mãe por telefone conversamos um pouco, ela percebeu minha tristeza,
perguntou se estava tudo bem, tentei disfarça o máximo que podia, não queria
deixá-la mais preocupada, mas ela me conhecia bem demais sabia que eu mentia.
No final da tarde Tamires voltou parecia mais animada, assim que entrou em casa
a bombardeie de perguntas.
- Como ele esta, perguntou por mim? O que os médicos disseram?
- Calma ele esta bem, está estável, sua pressão esta ótima não precisa
de ajuda pra respirar, o eco deu bom, marcaram pra sexta feira a cirurgia.
- E se não suporta a cirurgia?
- É um procedimento padrão, vão seda seu pai, depois o médico vai serra
o esterno, primeiro sangrara um pouco até chegar a cartilagem óssea – Tamires
se perdia no vazio suas palavras saiam com precisão, ela gesticulava com as
mãos, como se tivesse fazendo o que falava – Uma vez chegado a cartilagem óssea
vão inserir um retrator, vai abrindo o saco pericárdico, fazendo um eco
cardiograma visual, eles vão observar o coração do seu pai Larissa – Tamires
parecia fascinada com que ela própria dizia – Depois vão reparando e dando
pontos... Nunca sabemos como corpo vai responder a cirurgia... Cada pessoa é
diferente... Depois é apenas esperar e deixar que a natureza siga seu curso...
– ela olhou para mim como se tivesse despertado – O que me preocupa é a remoção
do tumor. – mudou o tom de voz demonstrando preocupação.
Fiquei pensativa com o que
acabara de ouvir, Tamires parecia tão certa do que dizia que não ousava
duvidar.
- Como consegue? – queria entender.
- Essa é uma pergunta que me faço a todo o momento – falou seriamente –
Não sei como posso tocar piano se nunca tinha ouvido uma música clássica muito
menos nunca tinha visto um instrumento uma partitura antes, como posso falar
sobre arte se nunca visitei uma exposição. Como posso lembrar-me de letras de
músicas cantarem-na com perfeição se nem lembro meu nome. Como posso ler laudos
médicos, diagnosticar doenças, falar sobre o procedimento de uma cirurgia
cardíaca se nunca vi um corpo de um ser humano aberto. Não sei como posso
entender a linguagem da medicina se não consigo enxergar a escuridão de meu
passado. Apenas sei. É uma sabedoria gritante dentro de mim. – ficou em
silêncio respirou fundo depois repetiu em voz alta, com extrema frustração –
Apenas sei!
- A única explicação plausível é que você seja médica. Precisamos tentar
descobrir quem você é, o que foi...
- Sou Tamires – interrompei – Quem fui não importa mais, minha família é
você, minha família são vocês. – ela seu um sorriso tímido.
- Não é justo... Faz quase três anos...
- Quero ser apenas Tamires.
- Eu sei me diga você voltou a ter aquele fleshs?
- Estou aprendendo a controlá-lo. Larissa não sou eu quem importa agora
e sim seu Augusto, precisamos canalizar todas as nossas energias a ele. Uma
longa e dura caminhada se aproxima.
Não falamos mais sobre
esse assunto, os dias seguintes foram difíceis para mim, mal conseguia dormi,
não podia visitar meu pai devido meu estado, foram inúmeras desculpas por
telefone, na manhã de quinta feira ao acorda dou de cara com minha mãe, ela me
observava Tamires tinha ido pro trabalho. A conversa foi inevitável. Minha mãe
pediu pra eu me levantar, ao fazer isso ela me olhou dos pés a cabeça, viu meus
hematomas. Seu olha era de pura tristeza.
- O que aconteceu com você?
Pensei em
menti, mas ela me conhecia como ninguém, minha voz foi ficando tremula, meus
olhos já lacrimejavam, contei-lhe tudo. Ela me ouvia com compaixão, ficou muito
decepcionada com o Guilherme, chorou comigo. Depois de uma longa conversa,
enxugamos as lágrimas.
- Você prestou queixa? - minha vergonha impedia de encarar seus olhos –
Você foi à delegacia Larissa? – perguntou mais uma vez.
- Fui á Tamires me levou.
- Não entendo filha, você é uma pessoa apaixonada pela justiça, conhece
as leis como ninguém como foi tão conivente a uma violência? – suas palavras
saíram como crítica.
- Mãe... Nunca mais vou vê-lo. – não tinha argumento para debater com
ela. Fui submissa como muitas mulheres.
- Assim espero. – ela me abraçou com carinho.
Depois da conversa
acompanhei até o hospital esta morrendo de saudade dele, embora muito abatido
painho não desfazia o sorriso nem perdia o bom humor. Conversamos bastante
escutei com paciência suas piadas, demos altas gargalhadas. Foi bom. Estávamos
precisando. Dora tinha vindo visitá-lo trouxe flores já que meu pai adorava
flores, nas suas folgas ele tinha o hábito de ficava cultivando suas orquídeas
no jardim. O clima estava bem descontraído, pena que minha amiga teve que ir
embora cedo. Alguém entrou no quarto quando me virei gelei.
- Como tem passado senhor Augusto? – perguntou Gui estava sério.
- Bem meu filho chegue aqui mais perto tanto tempo que não o vejo.
Guilherme foi
se aproximando sentir um calafrio, ele estava sério olhava pra mim me
fuzilando.
- Como você esta? – perguntou meu pai com ingenuidade.
- Estaria bem se sua filha não tivesse me deixado por causa de uma
mulherzinha de quinta. – meu pai olhou sem entender nada parecia duvidar do que
ouvia.
- Esta bêbado meu filho? – falou em tom de brincadeira.
- Vai embora Guilherme – pedi educadamente.
Guilherme começou a falar
besteira á meus pais, discutimos feio, ele estava inconformado com o fim de
nosso casamento, me acusou de tudo que não presta, me ofendeu de forma baixa,
uma gritaria danada, tentei empurrá-lo queria que saísse, ele segurou meus
braços com estrema brutalidade ao ver aquela cena minha mãe se assustou.
- A solte Guilherme. O que é isso? Não é desse jeito que se resolve as
coisas. –
Guilherme meio que caiu em si
pediu desculpa, mas já era tarde chamei os seguranças e exigir que o
expulsasse. Ele foi sendo arrastado pelos seguranças do hospital.
- Nunca, mas chegue perto da minha família – gritei dando murro no peito
dele enquanto estava sendo segurado pelos seguranças. - Nunca mais chegue perto
da minha família.
Sai correndo de volta ao quarto,
meu pai acabou passando mal.
- Conseguimos estabilizá-lo ele precisa descansar. – disse uma médica.
Eu sair do quarto estava nervosa
demais. Peguei meu celular e liguei pra Tamires desejei que ela estivesse aqui
comigo.
- Oiii.
- Tamy.
- O que aconteceu Lary?
- O Guilherme esteve aqui! – comecei a chorar – Fez o maior escândalo
meu pai acabou passando mal.
- Mas ele esta bem? E você ele te machucou? – perguntou preocupada.
- Esta, a médica disse que ele precisava descansar.
- Estou indo pra ir.
- Não precisa ele esta dormindo.
- Qualquer coisa me liga ta.
- Ta.
Desliguei fui
à cantina bebi um pouco de água pra me acalmar, quando voltei ao quarto minha
mãe estava sentada ao lado de painho, ela alisava seus cabelos grisalhos.
- Mãe. – chamei.
Ela se dirigiu a mim.
- Vá para casa. – disse num tom seco.
- Prefiro ficar...
- Vá para casa – repetiu num tom um pouco mais alto, ela parecia esta
irritada não ousei desobedecê-la, me despedi e fui pra casa.
Fui mais uma vez na
delegacia, não ia permitir que o Guilherme se aproximasse de minha família de
novo, nem que para isso eu pedisse uma ordem judicial.
Sentia tanta raiva dele que se
pudesse nem quero pensar, meu pai tão debilitado passar por isso. Cheguei em
casa desabei no sofá minha cabeça estava um turbilhão, decidir tomar um banho
Tamires chegou era quase 19:00 tinha pegado um transito daqueles, parecia
cansada, esperei que ela tomasse banho, jantamos juntas, ficamos horas
conversando ela ficou indignada ao mesmo tempo amedrontada com o comportamento
dela. No final da noite fomos dormi. Acordamos na manhã seguinte com as
gritarias da minha mãe, ela estava furiosa.
- Quero vocês duas aqui. – gritou do outro lado da porta.
- Melhor irmos. – falei mais a Tamy estava morrendo de sono levantou
resmungando. Quando chegamos à sala mainha estava com a cara feia.
- Eu espero que seja a última vez que passo vergonha por causa de vocês
– gritou – Não vou permitir que vocês nos exponham dessa maneira, seu pai esta
doente...
- Mãe...
- Me deixa falar que não acabei. Vocês duas são maiores de idade já
respondem pelos seus atos, mas não esqueça que eu e seu pai não somos
acostumados a esse tipo de relação – ela olhou diretamente pra mim – Exijo
respeito, respeitem quem esta próximos de vocês, respeite onde mora, seja lá o
que for que vocês tenham sejam discretas. – depois de falar tudo que esta
entalado ela completou – Outra coisa Larissa não quero vê-la perto do Guilherme
ele esta fora de si, pode ser perigoso.
- Mãe...
- Mãe nada um homem rejeitado é pior que muitas coisas por ai.
- Dona Laura – Tamires mal sabia o que dizer estava morta de vergonha,
suas mãos suavam, suas pernas tremiam. – Desculpe não quis fazer passá-la por
tamanho constrangimento.
- Descrição menina, descrição. Augusto se opera hoje á tarde o médico
achou melhor fazer logo a cirurgia para não se agrava seu estado, ele esta bem,
melhor vocês se apressarem seu pai precisa de todo carinho possível.
Não houve demora saímos em
disparada para tomar banho e nos arrumar, minha mãe fez um café da manhã
reforçado, depois seguimos pro hospital, nenhuma de nos duas comentamos sobre o
que minha mãe disse. Meu pai parecia animado assim que nos viu tratou de
brincar com a situação.
- Espero que saibam o que estão fazendo. – disse ele nos deixando
totalmente constrangida.
- Faça minha filha feliz dona Tamires.
Ficamos mudas, não
sabíamos o que dizer, mas no fim senti mais aliviada. Meu pai entrou em
cirurgia na hora marcada, horas angustiante sem notícias, consultava o relógio
a cada minuto.
- Por que demora tanto? - Resmungava.
- É normal a taxa de espera numa cirurgia como essa é de 4 a 5 horas. – disse Tamires
tentando nos tranqüilizar, minha mãe junto com minhas tias e minha avó rezava
na capela.
Realmente mais uma vez a
Tamires estava certa a cirurgia demorou cerca de 5 horas, o médico disse que
ouve um pequeno problema mais que graças a Deus correu tudo bem. Respiramos
aliviadas, Dra. Ligia disse que ia nos levar pra vê-lo assim desse. Uma hora
depois conseguimos permissão pra vê-lo ele estava dormindo, Tamires fazia
inúmeras perguntas sobre os procedimentos da operação. Ficamos mais tranqüilas
nos dias seguintes painho se recuperava satisfatoriamente.
No domingo papai recebeu
inúmeras visitas, nossos familiares e seus amigos da firma faziam uma festa por
ele ta bem. No meio daquela agitação ele sente uma dor no peito fiquei logo
nervosa, chamamos alguém uma mulher entrou as pressas.
- Tirem essas pessoas daqui – disse ela a
enfermeira, a jovem parecia perdida olhava pra enfermeira como se pedisse ajuda
- Dê orepamil 5 mg. – ela falou.
Tamires ao ver o alvoroço entrar
no quarto e pergunta o que esta acontecendo.
- Meu pai...
- O que você esta dando a ele a pressão esta caindo. – Tamires logo tem
um comportamento inesperado tomando as rédeas da situação.
- Orepamil 5 mg. – disse a mulher insegura.
- Você esta doida, quer matá-lo? – falou com uma arrogância que nunca
tinha visto, ela examinava meu pai - Ele esta tendo fibrilação
átrio-ventricular – ela olhava pra um aparelho – Sem resposta ao orepamil tirem
essa droga – gritou – Isso ira piorar – virou-se pra médica - Dê 100 mg de
lidocaína – a mulher fez o que Tamy mandou – Agora coloque a mascara de oxigênio.
Melhor chamar um médico de verdade. – gritou na cara da menina, ela então bipou
para Dr. Alberto que logo chegou.
- O que houve? – a menina olhou pra
Tamires.
- Ele esta tendo uma fibrilação já estão ministrando lidocaína para
colocá-lo no ritmo normal. – falou
Tamires.
- Ótimo trabalho Dra. Cecília, salvou a vida desse homem.
Dr. Alberto examinou meu
pai aos poucos ele foi se normalizando num ato inusitado minha mãe abraçou
Tamires agradecendo por ter salvado a vida dele. Senti-me grata também. A
médica na verdade era uma interna chamou o médico num canto e contou o que
tinha acontecido.
- Mas uma vez me surpreendendo senhorita Couto. – Tamires nada falou -
Melhor deixá-lo descansar.
Atendemos seu pedido. Eu e
Tamires fomos pra casa. Antes de dormi agradeci.
- Obrigado! – nenhuma palavra ia expressar
a gratidão que tinha por ela. – Você o salvou.
- Eu...
- Você o salvou Tamires, obrigado.
Uma semana depois.
- Olá, como esta se sentindo hoje. – perguntou Dr. Alberto.
- Bom dia doutor, to me sentindo como um carro velho na oficina. –
brincou meu pai, todos rimos.
- Então esta na hora de ajeitar esse carburador, Dra. Lidia, - disse o
médico automaticamente a jovem começou a falar.
- Senhor Augusto Ferreira Couto, 62 anos status pós-substituição da
valva cardíaca, raio-x torácico mostra nenhum alteração após a recuperação nos
últimos dois dias. Excisão de tumor no esôfago marcada para amanhã de manhã.
- Ótimo. – disse o médico
satisfeito.
- Vão operar de novo o Augusto? – indagou mamãe.
- O quanto antes fizer a excisão melhor.
- E a quimo quando começa? – perguntou papai todo baratinado.
- Depende senhor! – pausa – O protocolo depende de quando abrirmos o
senhor.
- Seja mais claro – falei. Desejei a Tamy nessa hora pra me explicar.
- Os exames so nos deixam saber algumas coisas então precisamos ver por
dentro, precisamos ver se o tumor não se espalhou.
- O que isso muda em relação à quimioterapia?
- Muda muita coisa, inclusive o tempo que fará a quimioterapia. Vou
deixar o oncologista explicar melhor para vocês. Dra. Lídia fará a última
bateria de exame pré-operatório. – o médico saiu pela tangente diante de nossas
perguntas.
As últimas informações me
deixaram preocupada naquela tarde fui buscar Tamires no conservatório.
- Que surpresa! – abriu um largo sorriso.
- Precisava conversar com você. – estava muito preocupada.
- Algum problema?
- Melhor irmos pra outro lugar.
Fomos até a orla sentamos num quiosque de côco, um lugar tranqüilo pra
se conversar.
- O que houve?
- Não sei como você consegue, mas preciso saber sua opinião sobre a
operação de painho. – contei-lhe o que o
médico tinha falado.
- Larissa não sou médica como posso saber?!
- Não sei a origem do seu conhecimento, mas confio nele, já ta mais que
provado que você sabe das coisas apenas me diga com sinceridade os riscos que
meu pai pode correr se o tumor tiver se espalhado.
Tamires ficou em silêncio
por alguns minutos parecia pensar no assunto depois com uma voz tranqüila
falou.
- Se o tumor tiver se espalhado e atingir outros órgãos não poderá
proceder com a excisão porque se isso acontecesse comprometeria a habilidade do
organismo de se recuperar.
Ela me explicava tudo detalhadamente suas palavras pesaram ainda mais
meu coração, um medo enorme me atingiu. Passei a noite em claro. Chorei
descontroladamente não queria perde meu pai, Tamy me acolhia em seus braços
tentando me tranqüilizar. O que era quase impossível. Chegamos ao hospital logo
cedo, tentei ao máximo não demonstra meu medo. Quando meu pai entrou naquela
sala me entreguei ao desespero. Depois de sete longas horas uma médica se
aproxima trazendo notícia.
- A cirurgia acabou. Foi uma cirurgia extensa, ele esta entubado para
ajudar a respirar por sorte o tumor não se espalhou tanto conseguimos remover
tudo. Vamos esperar algumas horas para dá uma posição melhor.
- Podemos vê-lo.
- Ainda não.
So podemos o ver na manhã seguinte ele estava
muito fraco, mas estava bem.
- O tecido esta começando a lutar contra o câncer. – disse a jovem
interna Dra. Lídia ela e Tamires cochichavam. – A maior preocupação para os
próximos dias... – pausou.
- A falência múltipla dos órgãos. – disse Tamy apreensiva.
- É, a cirurgia foi muito intensa para que seus órgãos fracos agüentem.
- Então é preciso observar os rins.
Não entendia o que elas
diziam, sussurravam para que meus pais não escutassem.
- Precisamos observar os rins, Lary – ela pegou na minha mão – Se ele
falhar todo resto falha.
Aquilo me deu um calafrio.
Mas graças a Deus deu tudo certo aos pouco o organismo do meu pai foram
ganhando resistência, sentíamos mais confiante. Meu pai estava curado do tumor
e isso era uma grande vitória.
Impressionante como as coisas mudam não é? Seis meses depois, passamos
por muitos momentos difíceis durante o tratamento do meu pai, a quimioterapia
não so afetava a ele, mas a toda família nos sentimos impotente no meio de seu
desespero, mas meu pai estava nos dando uma lição de vida, lutou bravamente
hoje fez a última sessão da quimio. Uma semana depois que meu pai se operou fui
procurada pelo tio do Guilherme, ele veio representá-lo pediu que retirasse as
acusações de agressão, ameaça, coação ele não queria manchar o nome do
escritório, achei uma afronta seu pedido. Recusei terminantemente ele então me
demitiu como se eu fosse querer trabalhar naquele escritório depois de tudo.
Com minha saída do escritório minha vida mudou bastante, vivia com minhas
finanças apertada o tratamento do meu pai custou toda as economias da família,
seus remédios eram caros. Recebi alguns propostas de emprego, mas no momento
queria me dedicar a outros projetos, agora com tempo livre queria estudar mais
pra presta concurso pra promotoria do estado, o que sempre foi meu objetivo,
fui procurada por antigos clientes que faziam questão que continuassem
representando eles em alguns processos. Aos poucos as coisas foram entrando nos
eixo. Minha relação com Tamires mudou muito, seu carinho incondicional, seu
apoio foram vitais para eu dá a voltar por cima. Aos pouco ela conseguiu ganhar
meu coração, assumimos um relacionamento estável onde há respeito,
companheirismo e muito carinho, tinha certeza que um dia ia conseguir amá-la
como merece.
Meus
pais aceitaram bem, ela ajudou muito no tratamento dele, minha mãe praticamente
a nomeou médica do senhor Augusto, era engraçado, meus familiares ainda torciam
o nariz quando nos viam, outros nem se davam ao trabalho de esconder suas críticas
felinas. Mas estávamos lidando bem com isso. Cada dia ficava mais envolvida com
minha companheira, ela tem progredido bastante na escola de música, tornou-se
muito amiga da Isabella, confesso que algumas vezes cheguei a ficar enciumada
com a proximidade das duas, mas eu e a Tamy temos uma relação muito aberta ao
sentimento uma dá outra, somos muito segura em nosso casamento. Numa certa
noite quando fomos comemorar cinco meses ela cantou pra mim, fiquei
envaidecida, nossos amigos brincavam com minha cara de boba Tamires é uma
mulher encantadora. Notei que não fui a
única a se encantar pela loira, Isabella a olhava com cobiça, quando as duas
cantavam juntas ai já viu. Percebi que elas conversavam e riam aquilo me
irritou extremamente, nunca fui de ser aquela mulher ciumenta, mas naquele dia.
Sair da mesa bufando de raiva.
- O que foi? – perguntou Tamy.
A olhei ainda estava com raiva –
Você esta dando bola pra ela. – falei sem pensar ela apenas sorriu.
Tamires me
olhava de um jeito mergulhei naqueles olhos negros, como ela era bela, a raiva
passou imediatamente uma alegria me subiu ao peito que besteira a minha ela era
completamente apaixonada por mim seus olhos não negava.
- Quero namorar... – sussurrei em seu ouvido, senti seus pelos
arrepiarem, ela deu um sorriso bem safado.
- Hum quer é? – ela me puxou pela cintura selou nossos lábios – Te adoro
de paixão, morena – falou.
Tivemos uma noite incrível.
Nas últimas semanas algo me aquietava, era num sábado estava em casa
estudando um caso que tinha pegado, meus pais tinha ido à casa da minha vó,
Tamires estava arrumando o guarda roupa, quando menos espero escuto uns gritos
corro pra ver o que era ela estava com a mão na têmpora uma dor de cabeça
chegou de repente trazendo com sigo uma hemorragia intensa, fiquei nervosa sem
saber o que fazer ela cambaleava pelo quarto gritando dizendo coisas sem nexo.
- Eu não tenho filho, você me prometeu...
Não quero vê-lo... Não quero... – gritava demorou cerca de minutos até ela
silenciar.
Aquilo estava se tornando freqüente o que me preocupava muito, sempre
que ela sentia essas dores acabava desmaiando. Pego algo pra inalar na
esperança que ela acordasse, mas dessa vez foi diferente ela não acordava,
fiquei apavorada, liguei pra emergência por sorte não demorou muito, já na
ambulância o para-médico consegue despertá-la, ela acorda aos gritos como se
tivesse tendo um pesadelo, chorava e gritava, esmurrava o para-médico, estava
muito agressiva.
- Tamires – tentei chamar sua atenção – Amor eu estou aqui! – nossos
olhos se cruzam ela vai se acalmando – Esta tudo bem, ta tudo bem. – Tamires me
abraçou com força, seu nariz sangrava muito, ela parecia muito assustada, o
médico a sedou.
Quando chegamos ao
hospital ela foi atendida, o médico não sabia explicar com exatidão o que tinha
acontecido, sugeriram inúmeros exames, mas a ela estava cansada demais, muito
abatida, triste, pediu que eu a levasse pra casa. Em casa ela se tranca no
quarto, estava deitada toda encolhida, sento ao seu lado, ela chorava, meu
coração doía em ver seu desespero e não poder fazer nada.
- Não consigo mais controlar... – sussurrou. – Queria fazer parar...
Não tinha mais o que
dizer, apenas deitei ao seu lado e a abracei. Velei seu sono, sentia muita pena
da Tamires, não era nada fácil conviver com essa amnésia suas dores eram
profundas, queria aliviar seu desespero, mas não tinha o dom de trazer luz
aquela escuridão. Na manhã seguinte fui ao consultório de Dr. Raul.
- Mas tem que haver uma maneira de ajudá-la. – dizia eu ao médico.
- Entendo sua preocupação Larissa, mas já fizemos tudo que esta ao meu
alcance. O quadro clínico da Tamires é muito complexo, sinto-me frustrado em
não pode ajudar. Precisamos fazer exames mais detalhado mais nossa estrutura
não nos permiti isso. Esse caso esta além do meu conhecimento acadêmico. –
confessou.
- As hemorragia tem piorado muito. Tenho medo...
- O cérebro esta sobrecarregado toda vez que ela tem esses flash é como
se ela acumulasse centenas de lembranças em fração de segundo. Perigoso por
sinal. Larissa contatei um amigo ele é neurocirurgião especialista em déficit
cerebral, tomei a liberdade de mostra-lhe o caso da Tamires. Ano passado ele
estava num congresso de neurologia, ele tem inúmeras pesquisa sobre amnésia
acho que ele pode ajudá-la.
- Sério?
- Sim, se quiser posso tentar marca uma consulta pra Tamires. Só que ele
atende numa clinica em Recife. Sua agenda é muito apertada mais somos amigos de
longa data.
- Mas o senhor acha que ele pode realmente descobrir o problema da
Tamires?
- Acredito! Se houver qualquer indício de cura pro caso da sua amiga,
Dr. Brito encontrar.
Dr. Raul falou com tanta
convicção que me enchi de esperança. Iria levar Tamires a essa clínica faria o
possível para devolver a luz do seu passado.
que lindo gente saiu rapidinho *--*
ResponderExcluiramo capitulos grandes, já ansiosa para o próximo
Carine
Não vc não está ansiosa. rsrs
Excluirpq? :o
ExcluirSerá que haverá um reencontro entre Tamires (Luiza) e Duda, Andréia ou Amanda???
Excluir#Ansiosa
Que venha o próximo capítulo.
Se houver esse encontro sera mt legal mas ao msm tempo tenso.aaaah cm vc consegue deixar essa historia cada vez melhor em Luh?
ExcluirVanny