sábado, 6 de outubro de 2012

Sei que é você X



TAMIRES

            Nos últimos dias minha mente estava congestionada de tantos pensamentos, pensamentos esse que nem conseguia discernir o que era real e o que não era. A falta de concentração prejudicava meu trabalho, Isabella por mais paciente que fosse se via obrigada a chama minha atenção diante de tantos erros. Essas centenas de imagens e vozes me deixavam muito irritada, vinham nos momentos mais impróprios aquilo se tornou freqüente tinha me adaptado, porém nos últimos meses se tornava insuportável.  Passei a ter uma terrível insônia mal conseguia dormi e quando conseguia tinha sempre o mesmo sonho. Sonhava um menino lourinho dos olhos azuis, o via chorando, ele era pequeno, parecia mais novo que nos primeiros sonhos que tive, eu estava tocando piano, uma melodia triste, ele chegava falava alguma coisa, seus olhinhos chorosos transmitia uma imensa tristeza, ele juntava suas mãozinha e me empurrava minhas pernas, parecia zangado comigo aquilo me fazia chorar. Acordava chorando de soluçar, o sonho dissipava. Isso quando não era assombrada com pesadelos que me causavam asco, estava vestida de forma vulgar transitando em motéis de luxo, me via praticando sexo com homens que me causavam asco, acordava sempre afobada ou chorando, me sentia tão suja que nem inúmeros banhos conseguiam sair essa sensação de sujeira do meu corpo, me senti uma prostituta. Logo em seguida as imagens, toneladas delas.
            Por mais que não quisesse pensar minha saúde me preocupava, meus flashes vêem de forma descontrolada me trazendo dores indescritíveis. Não queria trazer mais problema a minha família, não agora que finalmente estava conseguindo penetrar no coração daquela mulher que tanto me cativou. Felizmente nossa relação começou a evoluir, fazia meses que ela saiu do escritório cortando qualquer vinculo que o Guilherme, fiquei muito decepcionada quando vi que os dois estava se reaproximando, senti medo que ela fosse ceder as tentativas dele, mas Larissa era uma mulher muito decidida, confessou pra mim que ainda o amava, porém disse que queria ficar ao meu lado. Podia me senti mal diante da sua revelação pelo contrário estava disposta a tudo, o que eu e ela temos construído até hoje é muito sólido, sei que um dia ela irar me amar como eu a amo, enquanto isso estou feliz com seu carinho, respeito, companheirismo. Meu amor seria o suficiente pra nos duas. Uma coisa que nos surpreendeu foi o apoio e o respeito dos pais dela, embora eles não achassem que aquilo era muito certo, mas eles respeitavam, até porque dona Laura chegou e me confidenciou que tinha medo da Lary voltasse com o Guilherme, então preferia que ela ficasse comigo.
            Tive um dia longo no conservatório estava louca pra chegar em casa me sentia muito cansada.
   - Aqui esta Isa. – entrei as partituras a Isabella.
   - Ótimo. – ela folheava os papeis.
   - Bem vou indo.
   - Tamy me esqueci de te dizer, viu que vai ter um concerto na escola Dalls, maestro de vários países estarão aqui.
   - Pois é eu vi a Lúcia comentando, espalharam vários cartazes pela escola.
   - Então a escola ganho alguns convites para os professores.
   - Que bom! Deve ser um espetá-lo.
   - E você não quer ir?
Aquela pergunta me causou uma grande euforia, seria muito bom assistir um espetáculo daquele
  – Podemos ir juntas! - Isabella me olhou de um jeito insinuante. - Queria saber se você não quer ir comigo? – dei uns passos pra trás ela então completou – Seria bom pra você.
   - Agradeço seu convite, mas teria que ver com a Larissa. – Isabella no mesmo instante mudou de fisionomia.
   - Larissa sei... ok quando decidir me avise. – ela se virou e foi embora.

            Por um momento me senti em êxtase na possibilidade de ir nesse concerto, descobri que tinha uma verdadeira paixão por música clássica assim como arte em geral, mas esse entusiasmo foi se evadindo dentro de mim. Ver um concerto não era dos melhores programas que a minha esposa gostava de fazer, isso sozinha não era uma opção, embora eu e a Isa fossemos amigas é mais que óbvio o interesse dela por mim, ora ou outra ela me deixava encabulada com algum comentário insinuante. Isso me gerou até uma certa dor de cabeça já que a Lary cobrou ciúme dela. Assim que cheguei em casa encontrei com a Dora ela conversava euforicamente com a Larissa. Falavam sobre uma festa de carnaval fora de época que acontecia na cidade.
   - Oi Dora! – cumprimentei quando entrei.
   - Tamy tudo bem contigo? – indagou simpática como sempre.
   - Sim.
            Bem pedi licença e sair, fui até o quarto cumprimentei seu Augusto e dona Laura que viam TV, conversei brevemente com eles depois fui tomar banho, não parava de pensar no concerto, como gostaria de ir. Quando estava trocando de roupa a Larissa entrou estava animada.
   - Como foi o dia, linda? – ela puxou minha toalha trazendo meu corpo pra próximo do seu.
   - Sua mãe ver vai da certinho? 
   - E não posso nem dá um beijo na minha mulher não.
Beijamo-nos calorosamente meu corpo já desejava mais Larissa percebeu se afastou um pouco e fez doce.
   - Nem pensar. To naqueles dias.
Fiz uma careta ela riu.
   - A Dora já foi?
   - Foi amor tinha até esquecido no próximo final de semana vai ter o carnatal. – falava animada sobre essa festa - Estou vendo nossas finanças pra ver se dá pra gente ir.
   - E é muito caro?
   - Mais ou menos, mas arrumamos um jeitinho.
   - Estamos pagando o carro ainda. – estávamos no vermelho mais da metade das economias da Larissa ela gastou com o tratamento do pai e com meu tratamento já que o Guilherme se recusou a pagar minhas despesas médica, o processo ainda corria, Larissa achando um absurdo o gesto do ex-marido acabou me representando judicialmente, ou seja, ia ter que enfrentá-lo nos tribunais. Ela recebeu pouco com a sua saída do escritório menos do que realmente merecia, mas ela não queria brigar ainda mais. Fez um acordo com seu Cavalcante e pôs fim a sua carreira naquele escritório. Na época achamos melhor comprar um carro pra facilitar até mesmo em um caso de emergência.
   - O que foi? - esta tão pensativa – Você não quer ir? Não vai fugir do nosso orçamento. – afirmou.
   - Não, quer dizer sim. É que Isabella me convidou pra ir num concerto que vai acontecer na sexta-feira, os melhores maestros do mundo vão esta reunido. Já imaginou? – Larissa fechou a cara.
   - Se quer ir no concerto com a Isabella então vá. – falou com certa irritação.
   - E acha que vou deixar você ir sozinha a essa festa ai? Pode esquecer! – brinquei.
Larissa abriu aquele sorriso que tanto me encantava, mais uma vez nos beijamos carinhosamente.
            Dias depois meu mal estar tinha piorado, na quarta feira passei tão mal fui parar no hospital acabei pegando o resto da semana de folga, nada contei a Larissa ela estava muito animada com a micareta, nesses últimos dias meus pesadelos mudaram; Me via numa festa de rua, ladeiras, muita, muita gente, eu parecia perdida. Acordei muito angustiada um aperto no peito ao mesmo tempo uma ansiedade, frio na barriga.
   - Bom dia!
   - Bom dia minha filha.
   - Cadê a Larissa?
   - Saiu desde cedo com dona Severina, lembra dela? Você ajudou a se curar daquela infecção.
   - Apenas dei algumas sugestões diante de seus sintomas. – corrigir.
   - Suas sugestões são sempre bem aceitas.
   - Dona Laura a senhora tem que parar de me tratar como se eu fosse algum profissional da saúde. Eu posso machucar alguém, a senhora já reparou o montante de gente que chega aqui, isso tudo é culpa da senhora.
   - Minha filha você pode ter perdido a memória, mas Deus não deixou você perde o seu dom, ele não fica aqui – ela aponta na minha cabeça. – Ele esta aqui! – ela tocou meu peito sobre meu coração. Você não imagina o bem que faz essas pessoas.

            Contra tia Laura não tinha argumento certo acabou me promovendo a médica sem perceber o risco que posso esta causando a essas pessoas, inúmeras delas chegam aqui com dores, as vezes feridas, outras passando mal, aconselhava eles procurarem um médico mas so queriam a mim. Aquilo me causava uma angustia maior. Esses conhecimentos todos me sufocam.
  
   - A Lary? – perguntei mais uma vez.
   - Ela foi soltar o filho de dona Severina. Lembra dele?
   - Lembro sim aquele atrevido. E ele foi preso por quê?
   - Roubo minha filha andou assaltando turista por ai. Acabou sobrando pra coitada da Severina depois de velha ter que vive em delegacia por causa daquele homem.
   - Larissa não deveria livrar a cara dele. – falei com certa indignação.
   - Ela não faz por ele, Severina já é de idade vivi doente, chegou aqui aos prantos implorando pra Larissa ajudar. Sabe como minha filha tem o coração mole. Foi lá mesmo sabendo que esta fazendo errado.
   - Ele tem que aprender a pagar pelos seus erros.
   - As drogas tomaram conta do juízo daquele menino.
   - Entendo.
            Larissa chegou ao final da tarde o problema que o filho de dona Severina era maior que esperava, ela não conseguiu tira-lo da cadeia mesmo assim ia continuar com o caso. Eu não estava nem um pouco a fim de ir a essa micareta, festa de carnaval me trazia sentimentos estranhos, me sentia triste, não conseguia entender o motivo, não tinha motivo. Meu coração estava inquieto, estava com pressentimentos duvidosos. Mesmo assim fui. Como já era de se imaginar muita gente, pessoas de todos os lugares, aos poucos fui me contagiando com a alegria dos amigos, Larissa se acabava de dançar, contemplei sua figura fazia tanto tempo que não a via tão feliz. Perto da gente ocorria uma briga foi o maior alvoroço, pessoas correndo, um empurra-purra, acabei me perdendo, uma sensação de que já tinha vivido aquilo, os flashes, ando desnorteada quando estava próximo ao camarote, sinto um puxão. Era uma mulher, morena, seus cabelos longos e negros chamavam atenção, tinha um rosto delicado, seus olhos castanhos realçado com a fina maquiagem, era jovem, seus lábios carnudos, aquela visão me deu uma dor de cabeça quando baixei a vista vi inúmeras tatuagens em sua perna e seu pé. Ela puxava meu braço com força eu tentava caminhar, lembrei de Larissa, a mulher falava coisas que nem conseguia ouvir me segurando a força. Meu virei e a encarei nada falei dei um empurrão que ela caiu por cima de outras pessoas. Corri sem parar no meio da multidão.
Chegou ao outro lado, os fleshs grito de tanta dor, em seguida meu nariz começa a sangrar.
   - Você esta bem? – pergunta uma mulher desconhecida que vendia bebida.
            Balancei a cabeça em sinal de afirmação. Aos poucos as coisas vão se acalmando. Pego o celular e ligo pra Larissa por solte ela consegue me entender. Minutos depois o pessoal me encontra, já tinha me limpado.
   - Que susto, estava te procurando.
As lágrimas já tinham chegado ao meu rosto Larissa logo me abraça seu corpo estava tremulo.
   - Pensei que tinha te perdido. – ela sussurra em meu ouvido. – Que susto!

            Puxei pela cintura e dei lhe um beijo ardente, sentia uma necessidade tremenda de fazer isso, nossos amigos ficaram boquiabertos. Outras pessoas olhavam também. Quando terminamos o beijo Lary parecia envergonhada nunca tínhamos feito uma demonstração de afeto em público muito menos na frente dos amigos. Ma eu precisava daquilo estava me sentindo estranha demais, um segundo a imagem daquela mulher me voltou à mente, não lembro muito do seu rosto, mais... Minha cabeça estava confusa...
- Quero ir pra casa!
Larissa lançou um olhar de compreensão no mesmo instante nos despedimos dos amigos e fomos pra casa. Não imaginei que depois dessa noite muitas coisas mudariam em minha vida...


Novos tempos

            Existem perdas suportáveis e perdas irreparáveis difícil lidarmos com qualquer uma delas, não importa o apoio da família nem o carinho dos amigos, nenhuma palavra pode amenizar esse vácuo em nossa existência. Muitos conseguem prosseguir outros não. A morte chegou de formas devastadoras na vida da jovem Maria Eduarda, seu mundo tornou-se sem cores, Luiza se foi levando com sigo toda fé e esperança que a Duda tinha. Ela se trancou para o mundo, invés da companhia dos amigos preferiu o recluso de sua dor. Seus pais ficaram muito preocupados Duda grávida de oito meses estava entrando numa depressão profunda, nem com a ajuda de inúmeros terapeutas conseguia ajudá-la. As coisas foram mudando quando sua filha nasceu à pequena ganhou o nome de Maria Luiza, Duda queria homenagear a sua mulher. Com a chegada da filha e a tristeza do pequeno João Gabriel consegui trazer Duda a vida. Mas a morte parecia ter se infiltrado na vida dessa jovem. Não bastou levar a mulher que tanto amou, resolver de mais uma pancada na vida dela. No meio da madrugada o telefone toca insistentemente, meio sonolenta ela se levanta e vai até a sala. Um acidente. Se joga no sofá aperta o aparelho telefônico entre os dedos, falte-lhe ar. Mais uma vez a vida trata de lhe pregar uma peça.

   - Sinto muito senhora. – diz um homem do outro lado da linda.

            Ainda não acreditando no que acabara de ouvir ela coloca vagarosamente o telefone no gancho. Sua mão tremula as lágrimas saiam silenciosa. A pergunta não se saia da cabeça. – por quê? Por quê? Que mal é esse que fiz pra ter tamanho castigo?

            Um incêndio tinha tirado a vida de Antony e Eduarda Lins, além de quatro funcionários o restaurante da mãe de Duda virou cinzas. Não há explicação para morte ela vem quando menos esperamos, causando danos terríveis. Duda se sentia órfã, chorou copiosamente em silêncio cambaleando foi até o quarto dos filhos.

   - O que foi mainha? – perguntou Gabriel coçando os olhos ao ver sua mãe no pé da sua cama o observando.

            Duda enxugou as lágrimas, chamou o menino pra dormi em sua cama, ele como adorava dormi no quarto dela pegou seu travesseiro em formato de avião e correu pro quarto da mãe sem demora, Duda pegou seu bebê acariciou a pequena face. Deitou-se ao lado dos filhos como se buscasse uma energia que não possuía. A dor era indescritível, o sentimento de vazio ocupou seu coração, sentiu-se órfã. Chorou copiosament. Não conseguiu dormi naquela madrugada.
  
            Nas primeiras horas da manhã sua casa foi invadida por amigos e familiares, todos querendo presta condolência, mesmo que por dentro estivesse destroçada ela se mostrou forte diante daquelas pessoas. A morte dos seus pais saiu em todos os noticiários da TV, uma investigação foi aberta pra saber a procedência do incêndio. O velório foi muito doloroso, João Gabriel sentiu muito a perda dos avós de coração, principalmente do avô Antony com quem sempre foi muito apegado. As pessoas foram indo embora Duda e João Gabriel ainda estavam diante do túmulo.
   - Duda... – Amanda se aproximou abraçando a amiga.
   - Estou sozinha. – sua voz era chorosa Amanda sentiu o coração apertar.
   - Não esta! – Amanda procurou alguma palavra pra confortá-la.
   - Primeiro ela, agora eles...
   - Você tem a mim, mainha – o menino virou-se para mãe seus olhos estava molhado. – Tem a tia Camila a tia Amanda, tem também a Maluzinha e tem a vovó... – o menino não conseguia falar, Duda olhou pro filho o abraçou com força.
   - Porque caímos? – Amanda olhou nos olhos a amiga.
   -Estou cansada de me levantar, esta doendo tanto – Duda batia com força no próprio peito.
   - Você não esta sozinha. – Amanda segurou as mãos da amiga.
   - Ainda tenho vocês – disse abraçando a amiga.
Cair é sempre muito duro, difícil é ter força, coragem e perseverança para se levantar e tentar mais uma vez. Demorou muito para Duda conseguir lidar com todas essas perdas, na verdade ela nunca conseguiu lidar a mortes dos pais foi mais aceita do que a morte da esposa. Não que ela amasse menos os pais e mais a Luiza, o problema que seu coração conseguiu aceitar a perda deles. Já Luiza se mantém viva em seu ser mesmo quando ela trava uma lutar pra esquecê-la. Em seu íntimo ela esta viva como nunca esteve antes. O único jeito de lidas com todas essas desgraças que aconteceu em sua vida foi canalizar seu sofrimento, transformando em motivação. No percurso de três anos Duda se transformou numa mulher de fibra, dedicou-se de corpo e alma a seus filhos tornando-se numa mãe maravilhosa, atenta, presente na vida deles e muito amorosa.
            Tinha como espelho sua mãe, lembrava sempre dela, sentia uma saudade tremenda ora ou outra se pegava a chorar diante de uma fotografia, João Gabriel demorou pra superar suas perdas no início teve muito problema na escola, comportamento agressivo, tinha muitos pesadelos, mas Duda sempre esteve ao seu lado segurando sua mão, ajudando a superar sua dor aos poucos o menino hoje com 10 anos era um jovem mais tranqüilo, seu jeito travesso nunca esqueceu, ora ou outra vinha com uma nova novidade deixando a morena atarantada. Já a pequena Malu um criança cheia de vida, logo cedo já vem se desenvolvendo uma hiperatividade, conseguia sugar as energias de todos, muito se parecia com Duda quando pequena, embora fisicamente era muito parecida com o pai Lucas. Lucas ficou muito honrado quando Luiza o pediu pra ser o pai do filho de Duda, aceitou a proposta de imediato, sempre quis ser pai acabou sendo em dose dupla já que o filho da Amanda também era seu dessa vez foi ele quem pediu pra ser o doador. Hoje todos é uma grande família. Maria Eduarda ganhou grande destaque na vida profissional, segundo seu professor tinha uma carreira promissora, em seu segundo ano de residência era assistente de um ícone no mundo da medicina o neurocirurgião Dr. Luan Bernardo Souza Brito. Embora fosse um homem muito exigente e grosso raramente elogiava um residente confessou a sua amiga de longa data a Dra. Andréia Queiroz que sua assistente tinha futuro na neurocirurgia. Andréia sentia-se orgulhosa, tinha Duda como uma filha, seus laços ficaram ainda mais estreitos com a morte dos pais dela, uma vez quem em testamento eles pediram pra seus amigos tomarem conta do bem mais precioso de sua vida. Armando passou a administrar toda a fortuna que Duda herdou. Amanda também não ficava atrás tinha se tornado uma médica de da orgulho a mãe, ao contrário de Duda o interesse da Amanda era a cardiologia, assim como Luiza ambas queriam cuidar do coração de quem sofre.

Dias atuais.

   - Vamos Duda você precisa sair. – insistia Amanda.
   - Amanda estou cheia de paciente não posso me ausentar do hospital. Muito menos para pula micareta.
   - Deixa de ser chata, você sempre curtiu micareta vamos eu já fiz as reservas.
   - Já disse que não tenho pacientes pra cuidar e dois filhos pequenos.
   - Você precisa viver Duda.
Duda parou e encarou a amiga.
   - Minha vida é meus filhos e meu trabalho. O tempo de gandaiar passou esta na hora de crescer Amanda. 
   - Você fala como uma velha.
   - Não falo como uma velha, apenas aprendi a ter mais responsabilidade na vida, essas coisas não tem mais graça, eu cresci.
   - Desde que ela se foi tudo perdeu a graça. – se queixou.
   - Não tenho motivo pra achar graça de nada.
   - Luiza morreu, mas você continua viva. - tentou argumentar.
   - Nunca mais fale isso – vociferou.

            Duda saiu pisando duro deixando Amanda falando sozinha. Ela se tornou numa mulher muito solitária tinha perdido seu brilho existencial, sua vida apenas se resumia a trabalho e filhos, depois da morte de Luiza raramente saia com os amigos sempre arrumava uma desculpa, preferindo a sua solidão. Não voltou a se envolver com ninguém, Amanda tentava de todas as formas resgata a alegria da amiga, mas isso tinha se tornado numa tarefa muito difícil. Amanda apresentou-lhe inúmeras pessoas, mas Duda não dava chance, espantava o pretendente ou a pretendente logo de cara. Nunca se deu a oportunidade de conhecer ninguém, sua fidelidade a memória de Luiza chegava a ser obsessiva tinha colocado na cabeça que so conseguiria se senti completa com ela. Dois anos depois que Duda ficou viúva Pedro Henrique voltou a sua vida, depois dela ter esclarecido todo mal entendido do passado os dois passaram a ser amigos, claro que o rapaz demonstrava interesse por ela, chegou a confessar que nunca a esqueceu. Numa certa noite quando saíram pra jantar ele se declarou.

    - Você é um bom homem, mas não posso correspondê-lo Pedro.
    - Não entendo porque, é por causa da sua sexualidade?
Duda riu.
   - Não, claro que não, minha sexualidade esta bem definida, mas vou ser sincera não estou pronta pra me envolver com ninguém. É tudo muito recente.
   - Mas ela não morreu já há algum tempo?
   - Vai fazer três anos mais ainda a sinto viva dentro de mim. – Duda ficou triste – O amor que sinto pela Isa é único nunca conseguirei colocar outra pessoa em seu lugar.
   - Maria Eduarda você é jovem, tem 26 anos como pode dizer que não voltara a se apaixonar de novo? Duda não sabe o quanto me arrependo de ter te deixado escapar quero conquistá-la, me dê essa oportunidade. – pediu.
   - Vamos dá tempo ao tempo. – disse ela querendo encerra o assunto.

   Embora todas as investidas do Pedro e ela sentir um imenso carinho por ele, Duda não queria se envolver sentia-se bem sozinha. Suas noites eram preenchidas com as lembranças dos momentos felizes que ela passou com o grande amor de sua vida.

6 comentários:

  1. Duda linda demais *-*.
    eu como sempre no aguardo
    Carine.

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  2. uhul Duda, Amanda volto kkkkkkkkkkkkkkkkk ta ficando cada vez mais interessante, ja na expectativa dos proximos capitulos...
    Jéssica

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  3. Ahhhhhhhhh Duda ! *--*
    Nossa , eu sou apaixonada pelo jeitinho dela !
    Espero que ela e Luiza(Tammy) se encontrem logo !
    AInda bem essa turminha voltou !

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  4. Tenho q confessar q tenho medo do reencontro da Duda cm a Luiza(Tammy) tenho medo da Duda sofrer ao saber q sua amada esta gostando de outra...

    Vanny

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  5. A Luh teeeem q lembrar da Duda antes de encontrar com ela!! Meu deus essa historia ainda me mata

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