quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Sei que é você XIII



Larissa falou tudo que tinha que dizer, saiu daquele hotel, mas tranqüila não sabia como as meninas reagiriam àquela situação, assim que chegou em casa Luiza estava nervosa perguntando onde ela tinha ido, abraçava de forma desesperada. Larissa a tranqüilizou. Camila e Duda pensaram muito no que Larissa tinha dito agiram pela primeira vez de forma racional. Voltaram a Recife.

QUANDO SE PERDE, COMO SE VOLTAR A CONQUISTA?

            Estava sendo muito duro lidar com aquela situação, as semanas se passavam e Luiza se mantinha firme em não querer contato com sua família, ela se sentia mais calma depois que toda aquela agitação passou até suas dores tinha amenizados. Uma vez por semana Luiza permitiu falar com a mãe e a irmã que sempre lhe ligava, graças a uma insistência tremenda de Larissa e seus sogros.

   - Mãe! – falou Isa.

            Heloisa ficou maravilhada era a primeira vez que a filha a chamava de mãe, surpresa ficou com o convite que recebeu.

   - Diga filha.
   - Gostaria de convidá-la para almoçar aqui em casa junto com Sra. Laura e Sr. Augusto, eu e a Larissa ficaríamos muito feliz em recebê-la junto com a Camila.
   - Claro claro. Sua prima Isabella chegou de viagem esta querendo vê-la, seus irmãos também – respondeu de imediato, felicíssima com o convite.
   - Melhor irmos com calma. – Tamy ficou receosa não queria conhecer mais ninguém.
   - Tudo bem. Iremos eu, Camila e Isabella se você permitir. – Heloisa não quis pressionar a filha que tinha dado um passo adiante.
   - Certo então.

            No domingo Camila, Heloisa e Isabella chegaram cedo a casa de Larissa, estavam muito ansiosa em ver Luiza, Isabella ficou muito emocionada ao ver a prima. Isa por sua vez teve uma grande simpatia pela prima, as duas conversaram horas, no fundo Luiza gostava da companhia delas. Heloisa sentia-se imensamente agradecido a Sra. Laura e Sr. Augusto por ter acolhido sua filha. Luiza conversava animada com Camila e Isabella. As duas contaram algumas historias sobre ela, arrancando-lhe inúmeras gargalhadas dela e da Lary. No final do dia o mais difícil era a despedida, Camila não queria larga da irmã. Deixando Larissa admirada com o apego imediato das duas.

   - Isa...
   - Tamy... – corrigiu. – Não sei quem é essa pessoa, me chame de Tamy. – pediu.
   - Isa... – dessa vez foi Larissa que falou – Você precisa se acostumar, seu nome é Luiza. Gosto de Isa... – Larissa sorriu.

Isa puxou a mulher pela cintura.

   - Você falando assim até que gosto. – tascou-lhe um beijo na frente de todas deixando Larissa extremamente constrangida na frente da sogra e dos pais.
   - Desculpem. – falou Isa rindo.
   - Vocês são legais. Gosto de vocês. – falou com sinceridade as três mulheres que antes parecia desconhecidas tinha conquistado muito pra quem não tinha nada.

            As três voltaram para Recife radiante, Camila contava minuciosamente tudo que tinha acontecido na casa da Isa. Inclusive do amor e do carinho que ela parecia ter por Larissa. Aquilo arrasada com o coração de Duda. Não se conformava de ter a mulher viva e não tê-la ao seu lado.

   - Fica assim não Duda... – falou Amanda.
   - Desculpa Du... Só contei o que aconteceu Isa parece tão apaixonada pela Larissa. Ela também é tão legal...
   - Eu sei, eu sei, mandei investigar a vida inteira dessa mulher e é mais limpa que água. Se não dormisse com minha mulher diria que era uma mulher admirável. Sem falar que é bonita.
   - Duda pensei numa forma de trazer Luiza pra cá.

Amanda e Duda olharam assustado pra Camila.

   - Isso mesmo nas últimas semanas estava pensando em trazer Isa pra cá. Impossível, ela construiu a vida dela naquela cidade, para ela a única família que tem são a família de Larissa.
   - Eu sei, estou pensando em mudar pra lá. – disse Duda.
   - Não acho aconselhado. Temos que ser inteligente Duda. – afirmou Camila - A única forma de você chegar na Luiza é chegando na Larissa.

Duda ficou ainda mais confusa Amanda já entendia o que a mulher pretendia.

   - Larissa e a armadura da Isa, ela a venera, precisamos trazer a Larissa pra cá.
   - Como se isso fosse fácil. – falou desanimada.
   - Não estou entendendo onde você quer chegar Camila?
   - Não é por nada não, mas me tornei posso dizer que amiga da Lary, agente conversa bastante, ela me dá autos toque sobre meus estudos. Larissa é advogada. Uma brilhante advogada, ela quer passar num concurso pra promotoria pública.
   - Audaciosa ela não é! – falou Amanda.
   - Ela pode! – disse Camila - Ela é uma fera, assim como você Duda andei investigando a procedência da minha nova cunhada, cara, meu patrão ficou doidinho, doidinho quando mostrei o currículo da Larissa. Ela tem uma boa experiência na área criminal já atuou com Dr. Cavalcante. – pausou.
   - Quem é esse homem? – falou com desdém.
   - Esse homem meu amor é um dos melhores advogado do país. Né pra qualquer uma não. Estava conversando com Dr. Pedro falei que Larissa tinha saído a pouco tempo do escritório porque estava querendo outros desafios.
   - Sim... Prossiga. 
   - E ele perguntou se ela estava trabalhando pra alguém. Disse que não que estava disponível no mercado, então não perdeu tempo vai convidá-la para trabalhar conosco.

            Duda arregalou os olhos agora entendia tudo. Abriu um sorriso dando abraço em Camila.

   - Então ela vem pra cá!
   - Bem é o que espero. Eu mesmo digitei a proposta que Dr. Pedro mandou. Larissa já deve ter recebido. Questão de tempo.
   - Hei vocês não estão muito animadinhas não, e se ela não aceitar a proposto afinal a família dela é de lá.
   - E se ela não aceitar? – indagou Duda desanimando de novo.
   - Impossível ela não aceitar. Afinal estamos falando de Dr. Pedro Moraes e outra minha sogra vai da aquela forcinha junto com Dr. Brito afinal Isa precisa de tratamento. Só unir o útil ao agradável.

            Camila ágil com astucia; Larissa ficou surpresa quando recebeu uma carta de escritório de advocacia, leu atenciosamente todos os elogios que o homem fazia ao seu trabalho, a proposta de fato era irrecusável.

   - Que felicidade é essa?- indagou Isa.
   - Amor, recebi uma proposta de trabalho.
   - Mais uma! – disse Isa – Você sempre recebe proposta de emprego, mas não aceita nenhuma.
   - Mais essa é diferente.
   - E o que de especial tem nela? Larissa você não estava pensando em abri seu próprio escritório. E o concurso vem se preparando?
   - Hei, eu sei amor, mas vamos ser realista nossas finanças estão muito apertada tem sua saúde também.
   - Larissa estou bem... Também trabalho até agora estamos conseguindo pagar nossas contas.
   - Não, não esta pensa que me engana? – Larissa mudou de tom estava séria. – Desde que voltamos de Recife você ora ou outra passa mal, não sou boba Luiza. – Tamires fez cara feia ao ouvir se chamada pelo nome verdadeiro. – Conversei com seu novo médico, Dr. Brito parece confiante disse que pode lhe curar. Mas essas coisas custam caro.
   - Larissa...
   - Luiza, chegar, não vamos discutir, acho que nossas últimas conversas so fizemos isso, você continuara com se consultando com Dr. Brito fará o que ele mandar. – falou decidida.
   - Não quero aquela médica perto de mim.
   - Ela é sua esposa.
            Luiza se irritou caminhou em direção a Larissa ficou frente a frente com ela, encarou aqueles olhos tão negros quanto o seu. Sua voz saiu firme e séria.
   - Minha mulher é você. – pausou - Espero que não se esqueça disso. Posso não ter memória, mas tenho coração, não sei o que aquela mulher representou em minha vida, mas sei o que você representa. Uma vez você me disse não importa quem eu fui e sim em quem me tornei. Espero que entenda isso. Porque Luiza seja quem foi ela não existe mais. Sou a Tamires. Sua mulher.
            Larissa engoliu em seco. Isa saiu pisando duro. Lary tinha um grande dilema. Estava feliz com a proposta, mas não sabia se podia aceitar afinal ela entendia a dificuldade que Isa estava tendo, conversaram com os pais pedindo conselho, eles também não demonstraram muita animação em saber que a filha teria que morar em outra cidade. Mas se sentiram orgulhosos. Larissa sempre foi muito batalhadora, formou-se aos 21 anos, lutou muito pra conseguir o que possuía hoje, sempre foi uma aluna dedicada e esforçada, dava sempre 100% em toda causa que pegava, pouco a pouco foi ganhando destaque entre seus colegas. Mesmo tendo saído do escritório Dr. Cavalcante inúmeros clientes faziam questão de obter seu trabalho, chegou a cogitar a possibilidade de abri seu próprio escritório tinha experiência e competência pra isso, mas era uma responsabilidade que ela não podia ter agora, a proposta desse escritório veio a calhar, era um escritório de nome. Larissa adorava um desafio. Pensou também em Luiza sabia que isso a deixava chateada, mas precisava ajudá-la, sua saúde era debilitada, ela realmente precisava de tratamento, Dr. Brito oferecia a única chance de curá-la. Larissa não iria perdee essa oportunidade tinha medo de perdê-la o carinho que sentia por Luiza crescia a cada dia. Mais uma vez conversou com ela.

   - Não quero ver aquelas pessoas.
   - Eu sei. Mas eu preciso desse trabalho. Meu pai ainda esta se medicando, são caros os remédios e você também precisa se cuidar.
   - Não quero ser um peso pra você. – Luiza estava muito triste.
   - Você não é um peso Tamy – Larissa levantou o rosto da mulher para encará-la –Faço por mim também, queria aceitar esse novo desafio seria importante para minha carreira. Mas não posso fazer isso sem você.
   - Sinto que se for para essa cidade vou te perde.
   - Não tema, as coisas apenas acontecem como tem que acontecer...

            Luiza finalmente cedeu. Larissa teve que prometer que não diriam a família dela não queria se sentir pressionada sabia que isso aconteceria. Larissa ligou pra Dr. Pedro agradecendo a oportunidade, disse que precisaria de um tempo para organizar as coisas ele deu um prazo de um mês, pois tinha pressa em tê-la em seu escritório. Foi tudo muito corrido, Luiza se comunicou pouco com a família, a mãe foi à única pessoa que ela contou sobre a mudança. Heloisa vibrou de alegria mais prometeu que não iria contar a ninguém no tanto que Luiza prometesse que não ia se afastar. Heloisa também ajudou as duas encontrarem um apartamento.

   - Mãe quero uma coisa simples é apenas pra mim e pra Larissa.
   - Mas filha vocês podem ficar lá em casa, depois que me mudei moro sozinha. Sua irmã mora com a mulher. Será um prazer recebê-la.
   - Já disse que não, eu e a Lary queremos um canto so pra gente.
            Heloisa não insistiu. Conseguiu um apartamento próximo da praia sabia que a filha era louca por praia. Na quinta feira os amigos delas se reuniram no bar que Isa costumava tocar, estava todos lá inclusive Isabela que tinha perdido sua assistente, o clima era de despedida entre choros e abraços Luiza e Larissa se despiram de Natal e foram em busca de um novo amanhecer. Chegaram a Recife na sexta feira pela manhã, ficaram hospedadas na casa de Heloisa pelo menos enquanto elas comprassem algumas mobílias para casa nova.

   - Não sabe o quanto fico feliz em tê-las aqui.
   - Agradeço sua hospitalidade senhora. – disse Larissa.
   - É por pouco tempo hoje mesmo vamos comprar algumas coisas. – avisou Isa.
   - Foi tudo muito rápido nem tivemos tempo.
   - Larissa, Isa não se preocupem. Aqui ninguém ira incomodá-las. Dou minha palavra.

            Heloisa sabia do voto de confiança que sua filha estava lhe oferecendo, não ousou em por em risco. Nada falou Camila nem pras meninas que Luiza tinha se mudado para cidade, a única que sabia era Andréia. Andréia e Heloisa se tornaram grandes amigas principalmente depois que ela começou a namorar Dr. Carlos pediatra dos netos dela. As duas mantinham vínculos estreitos principalmente agora com o surgimento de Isa.
            Luiza e Larissa passaram o dia entre lojas comprando móveis para sua nova casa, depois foram visitar o apartamento. Ele era bem localizado era perto de onde Heloisa morava e próximo do novo trabalho de Larissa.
   - E ai gostou? – perguntou Isa.
   - Adorei! – falou Larissa animada. – Vamos precisar fazer umas pequenas reformas mais vai ficar ótimo.
   - Vamos ser feliz aqui não vamos?
Larissa sorriu abraçando a mulher.
   - Vamos fazer o possível para que isso aconteça. – deu um beijo.

As duas voltaram para casa de Heloisa no início da noite.

   - Boa noite.
   - Filha. – Heloisa abraçou-a. – Larissa. – depois foi até Larissa e deu um abraço também.
   - Adoramos o apartamento é numa boa localização e bem próximo da praia.
   - Que bom. O preço é bem em conta também.
   - O que é melhor. – falou Isa.

   Larissa ficou conversando animada com a sogra enquanto Isa foi pro banho.

   - Não sabe o quanto estou feliz. – os olhos de Heloisa brilhavam.

            Isa passou a vista no apartamento da mãe, era um apartamento bem confortável tinha uma decoração impecável seus olhos foram fisgado diante de uns porta retratos. Tinham várias fotos.

   - São seus irmãos. – disse Heloisa. Isa continuou olhando Larissa se surpreendeu com uma foto especifica Isa também tinha captado a foto. Suas mãos ficaram tremula um misto de emoção foi tomando conta do seu corpo. Seus olhos se encheram de água, trouxe a foto sentou-se ao lado de Larissa ficou um tempo calada as palavras saiam com emoção.

   - É ele... – Isa olhava fixamente pra foto agora já chorava, não entendia a razão do choro. Larissa apertou os ombros. – É ele Lary. – virou-se para mulher e estendeu a foto. Larissa riu diante da foto. – O menino dos meus sonhos é ele. – repetia Luiza.
   - É seu filho Luiza. – Luiza levantou o olhar para a mãe parecia confusa. – Esse é João Gabriel seu filho nessa foto ele esta com quatro anos de idade. Espere. – Heloisa se levantou do sofá e saiu por alguns minutos, Isa não tirava o olho da foto. Chorava copiosamente.

   Heloisa voltou à sala trazendo um cd. Larissa abraçava a mulher dando-lhe força.
   - Hoje ele esta com dez anos, esta um rapazinho. Muito treloso por sinal. Puxou a sua irmã Camila.

            Isa deu um sorriso torto, lembrou da irmã e do seu jeito impulsivo uma saudade lhe abateu. Heloisa colocou o cd e apertou play de repente à tela da TV começou a roda um filme caseiro era uma peça teatral, Luiza aparecia no vídeo toda boba junto com o filho, ele estava fantasiado de Peter pan. Luiza ficou deslumbrada com a imagem que refletia na tela caminhou ficou em frente à TV, chorava ao mesmo tempo sorria ao ver o filme, João apresentava na peça de teatro da escola. Luiza aprecia rindo, brincando com o filho. Depois viu a Duda ela quem gravava a tudo.

   - Esta vendo aquele ali. – apontou pra João no palco contracenando - É nosso filhão – exibia a morena cheia de orgulho. - O mais gato, o mais esperto dos garotos – dizia Duda em tom de brincadeira Isa gargalhava abraçando a mulher e a beijando. Luiza não gostou do que viu. Pediu pra parar. Heloisa insistiu pegou um álbum de fotografia e entregou a ela, so tinha foto do neto. Isa folheava as fotos, seu olhar faiscavam em encanto.

   - Ele é lindo. – falou Larissa. – Seu filho é lindo amor.
- Luiza tinha um sorriso todo orgulhoso – É ele é lindo, ele é lindo. Parece comigo, parece comigo, veja. – ela ficava tocando a foto dele.
   - Ele sente sua falta filha, até hoje guarda uma foto sua desde que era pequenino.  
   - Eu não me lembro dele. – disse toda triste.
Isa enxugou as lágrimas, tinha caído na real.
   - Queria que o visse. – falou Heloisa baixinho.
   - A senhora me prometeu. – gritou Isa ficando mais agressiva. – não estou pronta ainda, não estou pronta. – repetia.
   - Calma. – pediu Larissa.

            Isa começou a passar mal inúmeros flashes foram surgindo imagens do garoto foi povoando sua mente sua hemorragia se intensificou Heloisa desesperada ligou pra Andréia, Isa foi parar no hospital. Horas depois.

   - Como ela esta, Andréia como minha filha esta?- perguntou angustiada.
   - Calma ela esta sendo atendida por Dr. Brito.
   - Não quero a Dra. Lins perto dela. – falou Larissa.
   - Fique tranqüila Duda esta de folga. Ninguém saberá que ela esta aqui.

            Isa passou a noite no hospital. Na manhã seguinte voltou para casa. Não queria falar com ninguém passou o dia deitada no quarto.

   - Ela não quer comer. – Larissa trazia a bandeja de volta.
   - Ela precisa se alimentar. – disse Andréia que tinha vindo com elas.
   - Eu sei. Mas ela esta com muito medo. Ela...
   - Ela o quê? – perguntou Andréia intrigada. – Qualquer informação que você tenha pode nos ajudar.
   - Antes de virmos já faz um tempo que Luiza passou a ter sonhos constantes com uma criança, durante noites e noites ela vem sonhando com esse menino. Esse menino – Larissa pegou a foto do João Gabriel – ela acorda no meio da noite chorando às vezes gritando esse nome João Gabriel, João Gabriel, agora tudo faz sentido. Não são sonhos que ela tem, são lembranças, ela esta lembrando mais de forma desordenada. Foi o que aconteceu quando sugeri que ela se chamasse de Isabella, ela disse que teve sensações estranhas diante desse nome. Foi o que aconteceu quando ela viu a Camila lembrou-se do seu nome mais não do que ela representa. Mas o menino. Luiza precisa ter contato com esse menino. Quem sabe assim...
   - Não. – falou Andréia. – O caso da Luiza é mais grave do que imaginamos as lembranças pode lhe trazer a morte. – Larissa e Heloisa olharam assustada pra Andréia. – difícil explicar agora. Luiza precisa ser operada o quanto antes.
   - Andréia...
   - Estou falando como profissional de saúde Heloisa, se querem salvar a vida de Luiza aconselho fazê-la aceitar se operada.
   - Ninguém vai abrir minha cabeça. Ninguém escutou bem? Não quero lembrar nada, nada. – gritou Luiza que escutava a conversa do corredor.
   - Luiza você precisa dessa cirurgia se não você pode morrer. – falou Andréia. 
   Uma onda de desespero lhe abateu.
   - Me tira daqui, me tira daqui. – Isa abraçou Larissa chorando parecia uma menina amedrontada.
  - Calma.
            Larissa tentou acalmar a loira mais estava difícil, a levou para da uma volta no calçadão. Depois de uma longa caminhada as duas voltaram pra casa Heloisa estava preocupada Isa pediu pra mãe deixá-la sozinha com a Lary. Presas no quarto, Isa caiu nos prantos.
   - Tenho tanto medo amor... – confessou Isa.
   - Vai ficar tudo bem.
   - Não, não vai. Essas pessoas querem me fazer lembrar a pulso. Não entende que quando esses lapsos vêm causam uma dor terrível. Eu não sei quem são, não sei quem sou. Estou mergulhada na escuridão será que não entende que não consigo ver a luz.

            Larissa sentiu o coração apertar, queria dividir a dor e a frustração que aquela mulher sentia. Isa levantou no meio da noite não conseguia dormi. Ficou na varanda olhando pro mar logo adiante. Sentia-se triste, perdida e com um imenso medo. Medo do futuro. Medo daquelas pessoas, medo de si própria. Mais uma vez pegou a fotografia do menino. Abraçou em seu peito. Chorou sozinha.

   - Eu queria me lembrar de você. – dizia diante do porta retrato. - Queria lembrar.

   Quando Larissa acordou percebeu que Isa não estava na cama, levantou assustada, caminhou pela casa ela dormia no sofá em seus braços tinha a fotografia.

   - Hei... – chamou Lary acariciando a face da mulher. – Vem pra cama. Seu corpo deve esta dolorido.
   - Que horas são.
   - Ainda é cedo.

Isa levantou sonolenta se apoio no corpo da mulher até o quarto não largou do porta retrato, Larissa preferiu não comentar nada. Isa colocou o porta retrato ao lado da cama em cima do criado mudo.

   – Quero conhecê-lo. – falou Isa, Larissa sorriu sentiu feliz era um grande passo que estava dando.
   - Na hora certa vamos conhecer seu filho.
   Isa sorriu, o apoio de Larissa era de suma importância em sua vida puxou a mulher para um beijo.

   - Melhor eu levantar hoje é meu primeiro dia de trabalho. – falou Larissa tentando se afastar, o beijo tinha ficado muito quente o corpo já dava sinal de excitação.
   - Quero você agora...

Luiza puxou o corpo da morena pra cima do seu, suas mãos tentava arrancar a camisola da morena.

   - Tamy... – sussurrou.  

             Larissa já estava entregue a paixão seu corpo reagia a cada toque ousado da loirinha. Rapidamente Larissa a despiu. Isa tentava um encaixe perfeito, puxou Larissa um pouco mais para baixo. Seu sexo entrou em contato com o dela. Uma onda de prazer povoou o corpo das duas que passaram a se movimentar uma para outra, os beijos eram intercalados entre lábios e seios. Larissa cravava as unhas nas costa da Isa deixando alguns arranhões. Os gemidos tomavam conta do quarto, Isa se levantou um pouco.

   - Quero chupar você... – disse no ouvido de Larissa a deixando toda arrepiada.

            Isa deitou na cama, Larissa sabia o que a mulher queria, foi caminhando de joelho pela cama, agachou bem no rosto da loirinha que prendeu com seus braços as pernas de Larissa que ao sentir a língua da loira começou a rebolar de prazer. Larissa entrou num orgasmo intenso falto-lhe força nas pernas, mas Isa continuava explorando o sexo da mulher que tanto desejava, fazendo entrar em orgasmos seguidos, quando se deu por satisfeita a soltou. Lary deitou ao seu lado não tinha força para mais nada, sua respiração esta irregular, seu coração batia acelerado, Isa sorria.
   - Como você consegue...
- Isa deu um sorriso safado. – Quero você Lary...
   Isa se jogou em cima de Larissa dando lhe beijos intensos, suas mãos apalpavam os seios da morena.
   - Fica de costas vai. – pedia Luiza cheia de desejo.
            Lary atendeu ao pedido da mulher ficou de costa, Isa levou seu sexo até o bumbum da morena que pode sentir sua excitação, Isa esfregava freneticamente com força, gemia gostosamente no ouvido da morena que ficou rebolando aumentando o atrito. Não demorou muito para senti o corpo da loira desfalecer em cima do seu, girou o corpo para que ela ficasse de frente, Isa gozou demoradamente, apoiou sua cabeça no pescoço da morena que estava suada.

   - Que gostoso... – sussurrou.

Ficaram encaixada por um tempo, Larissa ficou acariciando o corpo da mulher, desceu até seu sexo, estava molhado, começou a fazer movimentos circulatórios, podia sentir a respiração forte de Isa em seu pescoço.

   - Humm gostoso... – sussurrava Isa.

Lary foi aumentando o ritmo começou a penetrá-la com força, Isa gozou rapidamente. As duas ficaram trocando caricias e carinho. Até. Percebe que tinham perdido a hora.

   - Meu Deus, são 07h40min. – levantou Larissa em sobre salto.
   - Ah não, ficar aqui comigo. – Isa segurou a mulher.
   - Hoje é meu primeiro dia amor. Tenho que ir se não vou me atrasar.

            Larissa levantou as pressas correu pro banheiro, Isa invadiu o box estava num fogo daqueles, Lary até tentou mais não conseguiu resistir a loirinha fizeram sexo mais uma vez. Quando Larissa conseguiu se desprender de Isa já era quase nove horas. Dirigiu feito uma louca até o trabalho acabou se perdendo chegou atrasada. Dr. Pedro já a aguardava.

   - Por aqui Dra. Larissa. – a secretária levou Larissa até a sala de Dr. Pedro.  – Com licença – pediu a mulher ao entrar na sala do homem. – Dr. Pedro a Dra. Larissa chegou.
   - Ótimo a mande entrar. – disse o homem.

            Dr. Pedro era um homem maduro chegava na faixa dos 60 anos era um criminalista aposentado lecionava na faculdade federal onde conheceu Camila, sua jovem aluna. De imediato viu seu potencial costumava dizer que ela era um diamante bruto a se lapidado tinha um verdadeiro carinho pela menina. A conversa durante uma hora o homem elogiou seu trabalho e falou o que esperava dela. Larissa por sua vez ficou agradecida pela oportunidade. Ficou surpresa também quando Dr. Pedro disse que recebeu ótimas referências pessoais e profissionais do seu antigo patrão Dr. Cavalcante. Depois da conversa Dr. Pedro apresentou Dra. Maira sua esposa e sócia do escritório, a mulher foi bem cordial mostrou todo o escritório a Larissa e apresentou sua nova sala.

   - Depois que perdemos Dra. Cícera ficamos em desfalque no nosso quadro. Você responderá por toda parte criminal, pelo seu currículo tem uma vasta experiência?
   - Um pouco senhora.
   - Não seje humilde seu currículo tem grandes vitorias fiquei sabendo que você conseguiu inocentar o caso amaragi. Uma defesa impecável.
   - Tive bons profissionais trabalhando comigo.
 - Dra. Maira riu. – Fico feliz em tela em nosso escritório.  Bem você atuará com Dr. Alberto e Dra. Celina eles também responde por esse setor. Tem três estagiários a disposição.  Já mandei chamá-los para que os conheça.

   Dra. Maira apresentou Fabio e Douglas à outra estagiária não tinha chegado ela trabalhava na parte da tarde.

   - A outra se chama Camila Lafaiete, a mais briguenta, reclamona e a mais brilhante entre eles. – falou a mulher baixinho, rindo. Larissa também riu.

   Assim que Larissa ficou sozinha em sua sala sorriu.

   - Que menina astuciosa. – falou para sim mesma
  
Larissa logo juntou os pontos, seria confidência demais trabalhar justamente no mesmo escritório que Camila irmã de Luiza estagiava. Agora entendia a curiosidade da menina em saber sobre sua carreira profissional. Lembrou-se da última conversa que teve com ela quando veio visitar Luiza.

   - E porque você não procura um emprego em Recife, um currículo como o seu não é difícil encontrar.
   - Já disse que não tenho vontade de morar em Recife. A única chance de tal mudança será quando eu passar num concurso ou se recebesse uma proposta pra ganhar um salário bastante interessante.
   - Mas...
   - Camila amo o lugar onde vivo não tenho pretensão em me mudar, posso trabalhar aqui. To pensando até em abri um escritório pra mim. Quando você se forma quem sabe não podemos trabalhar juntas. – brincou.

            Camila ficou inconformada com a cunhada tinha que acha um meio de fazê-la mudar de idéia então teve uma idéia.
            Larissa gostou do seu novo escritório sentia-se a vontade, fez questão de ligar para Dr. Cavalcante. Não guardava rancor mesmo com o clima terrível que tinha ficado e as brigas nos tribunais sentia-se agradecida pela oportunidade que aquele homem tinha lhe dado. Era uma jovem que tinha acabado de se forma passou de estagiaria para advogada sênio, pouco a pouco Larissa foi conquistando seu espaço e respeito entre os colegas, Dr. Cavalcante apesar de ser um homem inflexível era justo. Reconhecia o potencial de Larissa sabia que ela tinha futuro. Fez questão de da boa recomendação quando recebeu a ligação de Dr. Pedro. Falou do trabalho e das conquista que ela tinha feito nos sete anos de trabalho em seu escritório. Dr. Pedro sentiu-se satisfeito.

   - Oi tio. – Guilherme falou.

            Larissa pode ouvir a voz do Guilherme do outro lado da linha seu coração disparou. Começou a tremer, sentiu uma imensa saudade do homem que tanto amará e que tanto a magoou. Despediu-se e desligou o telefone rapidamente.
            Sentiu-se tensa, milhões de lembranças surgiram, momentos bom que viveu com ele mesmo que tentasse ainda o amava muito, nem o relacionamento maravilhoso que estava construindo com a Luiza conseguiu apagar o amor que sente pelo Guilherme.    Larissa espantou esses pensamentos. Decidira seguir em frente, durante a manhã conheceu Dra. Celina era uma mulher jovem, casada e mãe de dois filhos era inteligente e dedicada, logo as duas simpatizaram, o mesmo não aconteceu com Dr. Alberto, Larissa descobriu o que o homem era filho de Dr. Pedro e Dra. Maira, tinha cerca de 35 anos, era desatento e desleixado não passava de apenas uma figura naquele escritório. Costumava deixar todo o trabalho nas costa dos estagiários. Isso gerava inúmeras discussões com Camila quem tinha um grande desafeto com ele.
            Amanhã passou rápida Larissa não agüentou e ligou algumas vezes para Luiza, estava preocupada com sua saúde, mas ela estava bem, sua mãe Heloisa a levou para seu ateliê que ficava no shopping. Heloisa depois que veio morar na cidade revolveu investi mais na carreira durante três vezes na semana dava aula na faculdade, nos outros dias dedicava a sua arte plástica, Luiza uma adoradora nata pela arte ficou deslumbrada com o trabalho da mãe.
            No início da tarde quando Larissa voltava do almoço deu de cara com uma figura familiar. Camila sorriu ao ver a cunhada. Larissa foi até sua sala. Meia hora depois Dra. Celina entra na sala junto com Camila.

   - Dra. Larissa essa é a Camila Lafaiete será sua estagiária.
   - Já nos conhecemos. – disse a menina.
Celina olhou surpresa pras duas.
   - Somos cunhadas, Larissa é esposa da minha Irmã.
   - Ah é! – falou Celina desconcertada.

            Larissa sentiu as bochechas queimarem ficou totalmente constrangida diante das duas, Camila percebeu o tamanho da sua indiscrição tentou contorna a situação.

   - Desculpe.
   - Tudo bem. – falou Larissa. – Já nos conhecemos.
   - Bem, que bom, Dra. Larissa. Recebemos um novo caso Dr. Pedro pediu que passasse para você. Camila ficará a sua disposição.

Camila permanecia séria.

   - Certo. – falou Larissa olhando para Camila.
   - Bem, Camila traga cópia do processo da Metalúrgica Aladim.
   - Sim senhora. – Camila pediu licença e saiu.
   - Pude perceber seu constrangimento diante do comentário de Camila. É difícil calar a boca dessa menina. – disse Celina rindo – Mas é uma jovem muito esperta, aprende rápido, responsável, muito perfeccionista, eloqüente e tem um poder de persuasão. – risos.
   - Isso deu para perceber. – respondeu Larissa bem humorada.
   - Bem vou deixá-la trabalhar. Qualquer dúvida estarei a disposição.
   - Obrigado Dra. Celina.
   - Me chame de Celina. – pediu a mulher.  
   - Tudo bem Celina.   
   - Até mais Larissa. E seja bem vinda.

            Larissa muito se simpatizou com a advogada sentou-se na cadeira olhou em sua volta, sentiu-se bem em esta ali. Minutos depois Camila bate na porta entra com um monte de papelada, colou na mesa de Larissa, que estava séria. Camila tentava adivinhar o que se passava na cabeça da cunhada imaginou que ela estivesse irritada por seu atrevimento, baixou a cabeça esperando um esporo.

   - Porque será que não me surpreendi em saber que você será minha estagiaria. – o tom de Larissa era de seriedade.  
   - Trouxe cópia do processo e algumas anotações pessoais que fiz ao analisá-lo, isso a ajudara se familiarizar com a causar. É um tanto trabalhosa. – Camila tentou desviar do assunto. Larissa levantou da cadeira e caminhou até Camila ficando a sua frente, sua expressão era um enigma para Camila que recuou.
   - Me desculpe. – falou Camila sua voz era firme encarou Larissa mesmo se tremendo por dentro.
            Larissa de divertia com a situação percebeu o nervosismo da menina, quis brincar ainda mais se fazendo cara de brava. Camila então desmoronou. Abraçou a cunhada, parecia nervosa.
   - Apenas queria a ter por perto. Desculpe-me esse era o único jeito. Agir de forma manipuladora. – sua voz era tremula.
   - Sua trapaceira. Mal entrou na faculdade e já aprendeu o lado obscuro do curso. – disse Larissa dando uma gargalhada abraçando com carinho a menina. O pavor se tornou alegria no rosto de Camila.
   - Isso é culpa sua tentei induzi-la a vim morar aqui por conta própria, mas você é dura na queda.
   - Se a Tamy descobre que meu emprego teve dedo seu quero nem saber.
O sorriso de Camila se desfez.
   - Esse emprego me causou muitas brigas entre eu e sua irmã. – se afastou mudando de tom.
   - Eu não pensei nessa parte.
   - Mas deveria, você esqueceu que eu e Tamires...
   - Luiza – corrigiu Camila.
   - Eu e a Luiza somos um casal qualquer atitude minha tem que levar em consideração ao que ela quer. Ela não queria vim pra cá e se veio foi pensando no que eu queria, agora já pensou se ela souber que meu emprego, emprego esse que ela não queria que eu aceitasse foi manipulação sua. Ela vai se senti pressionada.
   - Ela não precisa saber. Apenas falei que conheci uma advogada que tinha experiência na área e tinha o perfil para ocupar o cargo da Dra. Cícera, o escritório estava precisando de uma advogada e você de um emprego.
   - Eu não precisava de um emprego menina tinha meus trabalhos independentes.
   - Sem essa Larissa, você merece mais que meia dúzia de clientes muitos dele com dívida com a justiça. – falou Camila com certa arrogância. – Muitos nem lhe pagam os honorários.
   - Não são meia dúzias de clientes Camila. Aprenda uma coisa não é a quantidade de casos que se construir uma carreira e sim a qualidade de seu trabalho. Não me cabe julgar se ele tem divida ou não minha obrigação e defende-lo se for culpado a justiça o julgara de acordo com nossa constituição, todo mundo merece defesa, Camila primeira regra na carreira jurídica.  Por sete anos trabalhei num imenso escritório, mas isso não significou nada porque não me sentia bem lá e olha que representava pessoas importantes. Mas nos meses que trabalhei por conta própria foram melhor que aqueles sete anos. É nos pequenos trabalhos que se constrói uma imensa carreira foram defendendo pessoas humildes que obtive a maiorias de minhas vitorias nos tribunais e foram essas vitorias que me levaram até aqui.
   - Desculpe. – disse envergonhada.
   - Não existem causas pequenas ou grandes. Existe apenas um trabalho a ser feito. E quem disse que essas pessoas humildes não pagam meus honorários, claro que pagam não apenas o meu quanto o de muitos advogados por ai inclusive o seu. – Camila levantou o olhar para encará-la. – Você é uma estudante de uma universidade pública. E quem mantém as universidades públicas Camila. – Camila ficou em silêncio estudava na federal não porque era pública, mas porque além de ser a melhor tinha um certo peso no diploma. As palavras saiam em criticas. – São essas pessoas humildes, são os assalariados que não podem pagar um advogado às vezes pra resolver uma simples causa trabalhista que pagaram meus estudos e hoje paga o seu e de muitos outros profissionais. Então para mim não importa se estou defendendo um rico ou um pobre, independente da classe social do meu cliente ele merece respeito e total comprometimento de minha parte. É assim que venho construindo minha carreira. – Larissa soltou o ar com força. Encarou aqueles olhos azuis por alguns minutos. – É uma pena que você menospreze essas pessoas. O direito da justiça cabe a todos. Se hoje estou aonde cheguei. Foi porque tive ajuda daquelas pessoas humildes para pagar meus estudos. Sou grata a eles; e quem quer que seja precise dos meus serviços estarei sempre à disposição.

Camila se sentiu envergonhada diante do que disseram, nunca foi uma pessoa prepotente apesar de vir de uma  Classe Média Alta, nunca foi de agir com diferenças entre as pessoas, teve um pensamento infeliz e se arrependia por isso. Mas aquilo a fez ver uma porção de coisas que não enxergava. Admirou ainda mais a mulher e a profissional a sua frente, Larissa usou a mesma linha de pensamento que se velho professor de direito criminal usa nas salas de aulas. Ele também viera de família humilde a muito custo cursou a faculdade, mesmo depois de uma vida de conquista 50% de seu escritório representava causas de pessoas sem recursos, lá todos os clientes e mereciam ser tratados igualmente. Camila muito tinha a aprender, não era bastante ser a melhor aluna, nem a melhor estagiaria, Camila tinha o mais difícil a aprender.

   - Estou com vergonha. – confessou Camila humildemente. – Minha prepotência às vezes me cega.
   - Você é inteligente, tem todas as características de um bom advogado. A humildade é uma qualidade de poucos. Deveria praticar mais sua humildade. 
   - Tenho muito que aprender com você Dra. Larissa.
   - Aprenderemos junta Camila. – Larissa deu por encerrada a conversa. Iniciaram o trabalho.

Horas antes no hospital.

            As coisas mudaram na vida de Duda desde aparecimento de Luiza. A morena se sentia injustiçada diante daquela situação, não sabia como agir por mais que pensasse em arrancar Luiza dos braços de Larissa pensava nas conseqüências que aquilo traria. Estudava a fundo o quadro clinico de Luiza. Amanda se via doida com a pressão que a morena estava fazendo para ajudá-la.

   - Como pode? Minha mulher nos braços daquela advogadazinha de quinta – falava mal.
   - De quinta não amiga, de primeira, afinal não é pra qualquer uma trabalhar no escritório de Dr. Pedro Moraes.
   - Como assim? – indagou Duda confusa.
Amanda deu uma gargalhada.
   - Minha mulher é foda mesmo! Olha isso aqui.
            Amanda mostrou a mensagem que tinha recebido de Camila no início da tarde. Duda releu umas três vezes pra ver se acreditava.
“Minha morena safada, Larissa aceitou o emprego. Quando cheguei soube que ela já começou a trabalhar. Sabe o que isso significa? Liga-me assim que receber a mensagem. Te adoro de paixão... Milinha.
Duda berrou de tanta alegria, no mesmo instante ligou pra Camila. Que tendeu no primeiro toque.
   - Oi vida... – falou Camila carinhosamente.
   - É a Duda.
   - Ah! Oi Duda. Esta com o telefone da Amanda por quê?
   - Que conversa é essa? Isa esta aqui, me conta tudo Camila? – perguntou afobada.
   -  Calma guria!
   -Ela desconfiou de alguma coisa? Responde Camila.
   - Não. – Camila fez silêncio por uns instantes. - Duda ela teve certeza.
   - Como assim?
   - Larissa não é burra sacou na hora em que me viu. Mas ela não ficou chateada.
   - Que bom, a Isa onde ela está? Aqui ou em Natal?
   - Bem ainda não sei, mas acho que ela esta morando aqui. Duda pelo amor de Deus ver se não faz escândalo. Luiza esta com Larissa agora.
   - Luiza é minha mulher!
   - A Luiza pode até ser sua mulher, mas a Tamires não.

            Ao ouvir a última frase Duda explodiu de raiva jogou o celular no chão que foi aos pedaçinhos.
  
   - Sua louca. – gritou Amanda ao ver seu telefone todo espatifado do chão.
   - Vou recuperar minha mulher custe o que custar. – disse Duda saindo do refeitório.

            Duda passou a tarde estudando o caso de Luiza, Amanda a ajudava mas sem muita empolgação, via o desespero da amiga em arrumar uma solução para aquela situação.

   - O que você acha?
   - Não sei Duda. Os últimos exames que fizemos o Córtex cerebral esta sendo pressionado. Não foram encontrados lesões hemorrágicas ou tumores. Nunca vi resultados assim. – Amanda soltou o ar com força. - A hemorragia vem da camada externa do córtex cerebral onde fica a memória. Comparando com exames passados descobrimos uma grande reconstrução neural. – concluiu Amanda.

   Duda pensou um pouco diante daquele painel de radiografias da cabeça de Luiza.

   - A memória esta sobre carregando. Isso faz com que ela tenha tantas dores. So não consigo ver como podemos conter essa hemorragia, Dr. Brito acredita que se operarmos esta parte aqui podemos conter a hemorragia que sempre ocasiona quando sua memória é sobrecarregada. Mas... – continuou pensando.
   - A cirurgia tem muitos riscos Duda. Os danos cerebrais podem ser irreversíveis.
   - Você acha que não sei. Mas é a única esperança, Dr. Brito é o melhor cirurgião do país, já atuou em casos onde nem esperança havia, ele é o único que pode ajudá-la.
   - Duda mesmo se operarmos não temos a certeza que a memória dela possa voltar. Talvez Luiza nunca mais possa recuperar a memória. Nesse tipo de cirurgia temos 95% de probabilidade de não dá certo. – disse Amanda.
   - Você falou certo Dra. Amanda. Luiza tem 5% de chance, são nesses 5% que vamos acreditar. – disse Duda com firmeza.
   - Melhor mostrarmos o que conseguimos a Dr. Brito.

            Amanda e Maria Eduarda foram ao consultório de Dr. Brito. Por coincidência Luiza e Heloisa saíam da sala. Amanda puxou Duda para que não se aproximasse nem deixasse que elas as vissem.

   - Melhor esperamos.
   - Não. – disse Duda tentando se soltar.
   - Preciso falar com elas.
   - Não. – Amanda segurou-a com força, tentando evitar que ela criasse mais um tumulto.  – Você não vai fazer besteira de novo. Não estrague as coisas Maria Eduarda.

Apenas depois que Amanda se certificou que Heloisa e Isa tinha ido embora que deixou Duda seguir. Ela ficou extremamente irritada, entrou no consultório de Dr. Brito como um furação.

   - Boa tarde Dra. Lins, a que devo a sua impertinente visita. – disse o homem cheio de ironia. - Facilitou o trabalho de mandá-la chamar.
   - Trouxemos algumas pesquisas, veja isso. – Duda mostrou alguns pontos que eles não tinham reparado, à medida que ela e Amanda explicavam, o homem ficava mais interessado.
   - Ótimo trabalho Dra. Lins, Dra. Queiroz. - a fisionomia do homem mudou. Sua voz saia grave. – Dra. Lins agradeço sua ajuda, porém infelizmente você terá que ser afastada do caso. – Duda olhou para o homem incrédula.
   - Como assim? – perguntou.
   - A paciente pediu para mantê-la afastada.
   - O senhor não pode simplesmente me tirar do caso.
   - Sinto muito Dra. Lins, mas esta mais do que provado que sua presença causa certa instabilidade, não so a seu trabalho como no estado emocional da paciente. Você esta fora.
   - O senhor esta cometendo um erro, sou a melhor residente desse hospital, o senhor me escolheu para assessorá-lo não é justo simplesmente me tirar. Sei que tenho laços emocionais com a paciente mais sei separar as coisas.
   - Não, não sabe Duda!
Duda olhou para Amanda sem acreditar no que ouvia.
   - Sua presença pode prejudicar a paciente, como você mesmo sabe o estado de saúde da senhora Luiza é muito delicado, em vista do estado emocional que ela vem passando sua presença causa agitação...
   - Amanda – gritou Duda a interrompendo. – Como pode dizer que causo mal a Luiza. Nunca colocaria a vida dela em risco. Você não sabe o que diz.
   - Falo como médica Dra. Lins. Você nunca conseguiria separar as coisas, a prova disso foi a momentos atrás.
   Duda nada mais escutou, saiu do consultório furiosa, apensar da raiva já esperava por aquilo.
   - Dra. Queiroz. – chamou o homem antes de Amanda sair da sala.
   - Ela vai me odiar. – desabafou Amanda.  
   - Você agiu de forma correta, antes de qualquer coisa aqui somos médicos onde visamos unicamente à saúde do pacienta. E a paciente não quer que a Dra. Lins esteja por perto. – O homem ficou uns segundos em silêncio, abaixou os óculos para encarar Amanda nos olhos, depois continuou. – Sei que a senhora cuidara para que isso não aconteça. Também sei que sua pretensão é a cardiotorácica.
   - Estou aqui para aprender. Ainda não tenho o poder da escolha. Embora nunca tenha escondido minhas pretensões de seguir os mesmos passos da minha mãe. – disse Amanda séria. – diante da arrogância do professor.
   - Certo, mas peço um pouco da sua atenção para o quadro da nossa paciente, Sra. Luiza confia em você o que nos facilita o trabalho, quero que pegue todo o histórico médico com a Dra. Lins, amanhã faremos novos exames com a paciente vamos começar um novo tratamento.
   - A Duda esta fora mesmo?
   - O que não ficou claro Dra. Amanda?
   - Mas doutor... Desculpe, mas acho que o senhor esta sendo radical, ela sempre esteve por dentro de suas pesquisas, tem experiência nesse tipo de caso, ela pode ajudar de forma indireta.
O homem zangou-se.
   - Você conhece as regras Dra. Amanda. – disse o homem duramente. – Como você mesmo disse estão aqui para aprender, faça seu trabalho.
 


Um comentário:

  1. HAHAHA;;;; AMEI ASSIM COMO TODOS OS OUTROS CAPITULOS LUH VC É UMA OTIMA ESCRITORA VIREI SUA FÃ GURIA AH E NAO SOU GAUCHA MAS TENHO ESSE SOTAQUE BEM FORTE POR CAUSA DA FAMILIA E A LUIZA ME INSPIRA COM O SOTAQUE DELA HEHE;;;
    ADOREI!
    BJOO

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