- Tudo bem senhor.
Amanda saiu daquele consultório
com um grande problema nas mãos, sabia a dor de cabeça que teria com a Maria
Eduarda, respirou fundo, procurou forças para enfrentar sua amiga briguenta,
saiu no hospital a sua procura. Não a encontrou, ela já tinha ido embora.
Amanda procurou a mãe, Andréia tinha a mesma opinião que Amanda, sabia que em
hipótese alguma Duda poderia continuar sendo médica de Luiza.
- Você apenas falou a verdade.
- Mas mãe Duda deve esta querendo me fuzilar, ela esperava pelo meu
apoio.
- Amanda parece que quanto mais falo mais vocês duas não aprendem. Aqui
tanto você quanto Maria Eduarda são médicas. Enquanto vocês estiverem com esse
jaleco e nas dependências desse hospital vocês são apenas duas profissionais
que visão unicamente o bem estar e a saúde do paciente. E a paciente em questão
pediu para Duda ser substituída por você.
Amanda entedia bem o que a mãe
queria dizer.
- Luan já tinha cogitado essa possibilidade, mas estava com uma
resistência, depois que Luiza fez o pedido ele não tinha mais desculpa, ele
confia no seu profissionalismo. Duda compreendera isso. – Andréia deu o assunto
por encerrado.
Amanda voltou ao trabalho,
o dia foi longo e cansativo acabou entrando numa cirurgia que durou horas.
Chegou em casa tarde da noite, estava exausta. Duda a esperava.
- Você é uma traíra. – disse Duda ao ver a amiga entrando na sala.
Amanda não tinha forças para
brigar, deixou que sua amiga jogasse toda raiva que estava sentindo, no final
abraçou a amiga com carinho dando seu ombro para que ela chorasse. Duda sofria,
sofria mais que nunca, aquela situação estava ficando insustentável, chorou
copiosamente.
- Vamos achar uma forma de fazê-la lembrar. – disse Amanda sua voz gerou
uma tranqüilidade na amiga.
- Mas eu estou fora, como posso ajudar?
- Duda! Como profissionais da saúde temos obrigação de aprender tudo,
mas todo mundo sabe que minha área não tem nada haver com nervos, cérebro nem
nada referente, quero entender isso aqui, venho dedicado toda minha residência
para descobrir o maior número de mistério que se passa aqui. – Amanda apontou
no peito de Duda. – Eu e Luiza sempre demos duro naquele hospital, assim como
você sempre deu pra conseguir o destaque que conseguiu, posso esta no caso da
Luiza, mas você é bem mais competente que eu, vamos fazer juntas esse trabalho.
- Vou te ajudar miguxa, em tudo. – disse Duda enxugando as lágrimas.
- So não se aproxime da Luiza, porque se isso acontecer você pode romper
o fio que as ligam.
- Tudo bem. Você me ajuda? – pediu – Não consigo sozinha.
- Você não esta sozinha... Somos uma única família Maria Eduarda. Você é
minha irmã esqueceu!
Amanda abraçou mais uma vez a
amiga. Ali seria o início de uma longa caminhada.
Enquanto isso...
Assim que Larissa chegou
em casa, Luiza aproximou-se estava muito agitada seu dia tinha sido cheio. Depois
do café, Heloisa levou a filha a uma consulta mesmo contra sua vontade. Saíram
de lá e foram ao shopping onde Heloisa tem seu ateliê junto com sua loja, Luiza
adorou o trabalho da mãe, sem menor constrangimento pediu a mãe para
empregá-la. Os funcionário pareciam ter visto fantasma ao ver Luiza entrando
pela porta, Heloisa já tinha alertado aos funcionários e pediu pra que eles
agissem com naturalidade. Isa passou a tarde inteira na loja da mãe, ria,
brincava, Heloisa chegou a chorar discretamente, seu coração nunca se sentiu
tão feliz como estava se sentindo. Ela conseguiu conquistar a filha por
completo, Isa a amava como nunca tinha amado a mãe antes, Heloisa tornou-se um
porto seguro, tinha carinho, confiança e muito respeito pela mãe. Isa chegou e
abraçou a mãe com carinho. Heloisa ficou emocionada.
- Te adoro de paixão mãe.
- Também te adoro de paixão guria.
Isa foi almoçar com
Isabella sua prima e com Lucas que não se agüentou e procurou a amiga de longa
data. O almoço não podia ser melhor, Lucas e Luiza agiam como muita proximidade.
- Quero que você conheça a minha mulher. – falou.
Isabella e Lucas se entreolharam
Isa percebeu.
- Sei que deve ser estranho pra vocês, dizem que eu era muito apaixonada
por aquela doutora. Mas não lembro.
- Você sempre foi apaixonada por Maria Eduarda. – disse Lucas.
- Na verdade Luiza, a Duda foi à única pessoa que você já amou na vida.
Isa não gostou do que ouviu, foi
pra casa cabisbaixa.
Adiando o inevitável!
Depois do
jantar as três conversavam animadamente, Larissa aproveitando a oportunidade,
já que Luiza estava tão bem humorada, resolveu falar com quem estava
trabalhando. Isa não gostou do que ouviu, logo mostrou sua indignação, no
momento de raiva chegou a culpar a mãe, dizendo que tinha armado toda aquela
situação para que ela e Larissa mudassem de vez para a cidade. Heloisa
calmamente explicou que não sabia das atitudes da filha.
- Camila desde pequena tem adoração por você, a muitas coisas do seu
passado que você precisa saber. – Heloisa tinha uma expressão triste - Na hora
certa, você saberá.
- Camila a ama Tamires, de uma chance a ela! – pediu Larissa.
- Aquela guria! – Luiza falou com um sotaque pesado, Larissa gargalhou.
- Eita que gaucha arretada! - Disse Larissa abraçando-a - Vamos convidá-la
para jantar conosco. - falou Lary, Isa olhou desconfiada. - Ela passou a tarde
inteira com a cara de gato abandonado só faltou se oferecer.
Heloisa sorriu, sabia que era bem
capaz de sua filha suplicar por isso.
- É serio amor!
Luiza estava
se sentindo pressionada, embora sentisse falta de Camila, não queria vê-la.
Ainda estava tudo muito confuso.
- Ainda não! – falou baixinho
Enquanto isso:
- É um absurdo, um grande absurdo!!! –Gritava Duda com Lucas.
- Não amoré, é antiético. – disse Lucas
- Sou médica daquela mulher, não podem me tirar no caso.
- Duda...
- Ela esta aqui, esta aqui e nem ao menos posso vê-la. –chorava
Os dias foram intensos na
vida daquelas pessoas, Luiza se sentia cada vez mais a vontade na presença da
mãe e da prima, durante uma consulta com Dr. Brito, tratou de manter uma certa
distancia por mais que Amanda tentasse ser simpática, ela entendia a frieza da
cunhada.
- Camila esta sofrendo muito com sua indiferença. –falava Amanda em
quanto examinava Luiza.
- Faça unicamente seu trabalho, Dra. Amanda. – disse seca.
Amanda parou o que estava
fazendo, e encarou a mulher a sua frente.
- Não Luiza, não posso fazer apenas meu trabalho, vejo minha mulher
chorando noite e dia, por sua causa, Camila sempre nutriu um grande carinho por
você. Não é possível que você não sinta nada.
Luiza começou a sentir-se mal,
teve flashes intensos, acabou desmaiando.
Horas depois...
Acordou, sentia-se fraca, a
cabeça latejava, seu olhos se focaram na pessoa a sua frente, seu coração
começou a bater de forma descompassada.
- O que vai fazer? – indagou Isa assustada.
- Quero apenas checar seus batimentos. – Duda
caminhou para o lado da cama, afastou um pouco do tecido e posicionou o
estetoscópio, Luiza sentiu sua pele queimar ao sentir o toque daquela mulher.
Seus olhos examinavam minuciosamente o rosto da médica, Duda pode ouvir os
batimentos acelerados de Isa. Ela ergueu o rosto de Luiza com um pequeno toque,
os olhos se cruzaram, um misto de emoções invadiu o corpo de ambas, Duda
procurou forças para não perder o controle, depois de examinar sua pupila
afastou-se, Isa ainda a encarava, seu olhar era confuso.
- Melhor descansar. – disse Duda, dando
passos para trás. – Sente alguma coisa?
Duda desviou o
olhar para o prontuário.
- Dor de cabeça. – respondeu - Onde esta a
Larissa?
Duda a olhou de
forma triste.
- Ela já foi avisada.
A conversa foi
interrompida por Dr. Brito. O homem a olhou surpresa.
- Ela esta cansada e sua pupila esta
dilatada. – apressou-se a dizer.
- Obrigada Dra. Lins, eu assumo daqui.
Duda saiu do
quarto, assim que fechou a porta, conseguiu respirar.
- Meu Deus, me dê forças. – pediu, Duda
engoliu as lágrimas e voltou ao trabalho, podia ouvir os cochichos de seus
companheiros de trabalho. – Vão trabalhar seus desocupados.
- Você esta bem? – perguntou Larissa
preocupada
- Estou!
- Camila esta ai, veio comigo, esta muito aflita.
- A mande entrar.
Larissa ficou surpresa,
esperava mais resistência de Isa. Camila entrou e sua irmã a recebeu com um
sorriso nos lábios.
- Saudades guria. – disse Isa.
Camila abraçou a irmã em quanto
chorava.
- Quero que você faça parte da minha vida. Gosto de você guria.
A loirinha não sabia se ria ou se
chorava.
- Janta lá em casa hoje á noite?
- Sim. –Luiza respondeu com um grande entusiasmo.
Isa recebeu alta,
sentia-se melhor, ao sair avistou Maria Eduarda que se aproximava dela. Larissa
conversou cordialmente com Duda enquanto Isa permanecia calada apenas
observando. O jantar foi agradável a loira ficou completamente encantada com o
sobrinho Lucas, quanto mais tempo ficava mais gostava da companhia daquelas
pessoas. Nas semanas seguintes Isa teve inúmeros pesadelos chegou a ser
socorrida umas três vezes, se recusava terminantemente fazer a cirurgia. Ela
sentia medo, medo da morte, medo do que viria caso recuperasse a memória. Sua
recusa gerou brigas intermináveis com sua mulher. Larissa não aceitava a recusa
de Luiza. O clima ficava mais tenso.
- Se vocês realmente gostam de mim como dizem que gostam vão ter me
aceitar mesmo sem memória, não quero saber quem fui. Estou feliz assim. Não vou
fazer cirurgia nenhuma. Esse assunto esta encerrado. – gritou Isa para seus
familiares durante um jantar.
Ninguém voltou insistir
nesse assunto, pelo menos por ora. Dr. Brito resolveu seguir outra linha de
tratamento que acabou dando certo. Isa já não tinha aquelas dores intensa, seus
flashes de memória se tornaram cada vez mais inexistente. Sentia-se mais
tranqüila. Três meses depois as coisas foi entrando nos eixos, finalmente ela e
Larissa se mudou pra seu apartamento. Isa começou a trabalhar no ateliê da mãe
o que lhe fazia muito bem, aos poucos foi se soltando entre os funcionários que
param de vê-la como um fantasma. Outra coisa que foi mudando foi seu
relacionamento com a Larissa que acabou sendo abalado. Em meio de sua
felicidade Isa se sentia insegura em seu casamento, notou que estava distante
da mulher. Larissa estava cada dia mais envolvida com o trabalho, no fundo ela
estava chateada por Isa não ter aceitado se operar.
- Oi!!! – falou Isa abraçando a mulher que estava cozinhando.
- Oi. - respondeu.
- Ainda chateada? – perguntou Isa mesmo sabendo da reposta.
- Até quando você vai se esconder? – perguntou Larissa encarando a
mulher. Isa recuou desviando o olhar.
- De novo não! - resmungou.
- É seu filho Luiza.
- Não estou pronta.
- Você nunca estará.
- Larissa as coisas não são tão fáceis.
- Passei a tarde inteira na companhia daquele menino, não sabe o que
esta perdendo.
- Camila não tem esse direito.
Larissa jogou o pano de prato na mesa e saiu
da cozinha. Estava irritada. Há três semanas ela acabou conhecendo o pequeno
João Gabriel, durante uma visita que fez a Heloisa o menino tinha vindo passa o
dia com a avó. João logo simpatizou com Larissa. Ele era um menino inteligente
e muito esperto. Muito se parecia com a mãe. Depois de longas horas Lary voltou
pra casa, lembrou-se de uma visita inusitada que recebeu dias antes em seu
escritório.
Dias antes...
- Olá! Boa tarde, gostaria de falar com a Dra. Larissa Couto.
- A senhora tem hora marcada?
- Não, mas diga é a Maria Eduarda Lins. Ela me recebera.
A secretária afastou-se e foi até
a sala. Minutos depois voltou.
- Senhora Maria Eduarda, por favor, Dra. Larissa vai recebê-la.
Duda acompanhou a secretária até a sala
de Larissa. Assim que entrou a morena se aproximou para cumprimentá-la. Duda
não pode deixar de olhar Larissa dos pés a cabeça. Sentiu-se desanimada Larissa
era uma mulher extremamente atraente, sua simpatia e sua simplicidade era o que
mais cativava as pessoas. Deu o braço a torce com o tempo acabou ficando mais
próxima dela, já que Larissa tinha se tornado além de professora uma grande
amiga de Camila.
- Confesso que estou surpresa com sua visita. – disse Larissa – Tudo
bem?
- Imagino! – falou Duda. – Espero que não esteja atrapalhando.
- Fique tranqüila, não esta atrapalhando. Sente-se.
As duas se cumprimentaram cordialmente. Depois Duda sentou Larissa
sentou-se na cadeira ao lado.
- Então?- indagou Larissa curiosa com aquela visita.
- Precisava falar com você. – Duda tinha um tom de voz de nervosismo
Lary percebeu.
- Falar comigo! Certo do que se trata?
A conversa foi longa,
Maria Eduarda abriu seu coração, Larissa escutou pacientemente tudo que a Duda
falava, ora e outra se mostrou surpresa ao saber do passado da mulher com quem
vivia, também ficou muito comovida ao saber dos infortúnios que ambas passaram
para poder ficar juntas. Larissa sentiu cada palavra que Duda lhe dizia, podia
ver o sofrimento e o desespero nos olhos daquela mulher.
- Sinto muito... – respondeu com sinceridade.
- Luiza não é apenas a única mulher que amo, mas também a mãe dos meus
filhos. – dizia com a voz embargada. – Não
é fácil criar dois filhos sozinha. Mesmo tendo todo apoio do Lucas é que pai da
Maria Luiza ainda é muito complicado. João Gabriel nunca se recuperou da perda
da mãe, até hoje ele sofre por não ter Isa por perto. Ultimamente ele tem
muitos problemas de relacionamento, tem pesadelos constantes. Ele chama por
Luiza em seus delírios. Não sei como, ele a viu no shopping. Tentei dizer que
era uma pessoa parecida com a mãe. – pausou Larissa ofereceu um pouco de água. –
Aconteceu com meu filho o mesmo que aconteceu comigo. Ele viu Luiza, agora o
pequeno esta achando que esta louco. João Gabriel tem dez anos, sempre foi uma
criança saudável, mas ultimamente anda muito triste.
- Não deve ser fácil pra ele que é tão pequeno.
- Desde que Luiza reapareceu tenho o preparado para lhe contar que sua
mãe na verdade não esta morta. Vou contar pra ele, Larissa. Meu filho tem o
direito de saber.
- Isa não se sente pronta para conhecê-lo. – ficou em silêncio -
Embora...
- Embora o quê?
- Luiza tem vontade de conhecer o
menino, mas esta com medo.
- Você precisa me ajudar. – pediu.
- Não sei como posso ajudá-la Maria Eduarda, não posso obrigar Tamires
aceitar uma família que ela desconhece.
- Quero minha mulher de volta Larissa!
Larissa engoliu em seco.
- Você a ama? – perguntou Duda, estava séria.
-Tamires é muito especial para mim, temos um relacionamento...
- Fiz uma pergunta clara e objetiva, você a ama?
- Eu gosto...
- Estou perguntando se a ama Larissa? – Duda aumentou o tom.
Larissa não sabia o que
responder, sentia um imenso carinho por Luiza, até uma paixão arrebatadora mais
toda aquela atração, todo aquele carinho estava longe de um amor de verdade.
- Eu a amo mais que minha própria vida. – disse Duda – Ela também me
ama, pode esta esquecida, mas aquela mulher me ama. Ela mais que ninguém lutou
bravamente pra ficar comigo... O destino não nos colocaria duas vezes no mesmo
caminho se não tivesse uma razão para isso. Posso fazê-la enxergar Larissa,
posso fazê-la me amar como sempre me amou.
- Eu... Eu... – as palavras de Duda causaram uma turbulência na emoção
de Larissa.
Duda percebeu o impacto de suas palavras. Enxugou
as lágrimas e falou claramente.
- Preciso que você a deixe.
- Não posso fazer isso. – contestou Lary.
- Você pode sim. Se não a ama deixe que eu faça isso. Luiza é uma mulher
sofrida, a muito custo voltou a acreditar no amor, ela merece que alguém a ame
com toda a força do seu ser. Você não pode fazer isso.
- Eu amo ela. – faltou segurança na voz.
- Não ama! – gritou Duda. – Pode gostar dela, mas não a ama. Luiza esta
ludibriada por você, confundiu a gratidão com amor, você é a única pessoa que
pode fazê-la olha para dentro. Dentro dela. Larissa dê uma chance a Luiza...
- Porque você acha que ela não pode ter esquecido definitivamente você.
Porque acha que ela não pode me amar de verdade? Os sentimentos mudam Maria
Eduarda. – tentou argumentar.
- Você tem razão Larissa, os sentimentos mudam. Mas amor de verdade apenas
se ama uma vez. Aquele que bate e que fica, não importa quantas pessoas passem
em nossa vida. Se tenho essa certeza toda, foi porque aquela mulher que hoje
nem lembra meu nome me ensinou a isso. Acredito no amor que me uniu a aquela
doce prostituta.
Larissa ficou sem argumento, sua
cabeça fervilhava.
- Maria Eduarda não sei o que pensar. – se entregou.
- Luiza só começara olhar pra sua família se você a deixar. Deixe pelo
menos ela ter certeza do que realmente sente.
Duda e Larissa encerram a
conversa. Desde desse dia as coisas mudaram para Larissa. Larissa sentia-se
confusa, sentia-se triste diante de toda aquela situação começou a colocar em
dúvida seu relacionamento com a Tamires. O sofrimento daquela jovem mulher a
incomodava se colocou em seu lugar inúmeras vezes. Não sabia o que fazer. Num
final de semana viajou a Natal, precisava da mãe, tinha difíceis decisões a
tomar. Isa ficou apreensiva, algo a deixava em alerta. Queria
viajar com Larissa mais Larissa pediu para viajar sozinha.
- Não sei o que fazer mãe!
- Você sabe o que fazer, minha filha.
Larissa sentiu seu coração
pesado. Embora as dúvidas já tinha decidido seu destino no instante que deixou
se aproximar de Amanda e da Duda. Buscou força para o que estava por vi. Sua
decisão causaria muita tristeza. Diante desse impasse percebeu a importância
que Luiza representava em sua vida. Era apaixonada por Isa, mas sabia que
aquela mulher merecia mais. Chegou em casa no domingo teve uma surpresa, o
apartamento estava muito desorganizado estranhou lembrando da mulher que era
extremamente organizada. Escutou os choros abafados. Foi até o quarto Isa
estava encolhida na cama, chorava.
- O que aconteceu? – perguntou Larissa se assustando.
Isa abraçou Larissa que força.
- Não me deixa... – implorava. – Eu não quero te perder...
O coração de Larissa ficou
apertado, há minutos atrás tinha decidido ter uma conversar definitiva com Tamires.
Mas agora vendo ela assim tão indefesa não tinha coragem de deixá-la. Larissa
demorou a noite toda acalmando a mulher, as duas acabaram fazendo amor.
Na manhã seguinte tinha um clima
estranho. Isa olhava para Larissa com cara toda desconfiada.
- Esta se sentindo melhor? – indagou Lary tentando quebrar aquele clima
estranho.
- No sábado eu o encontrei.
A morena olhou confusa. Os olhos
das duas se cruzaram então ela entendeu.
- Não estou entendendo.
- Sábado eu o vi Larissa. – os olhos de Isa encheram de lágrimas. – Estava
sozinha me sentia muito triste, estava com medo de que você me deixasse, queria
conversar com alguém. – tomou fôlego – Então resolvi fazer uma visita a minha
mãe, so que ela não estava em casa, o porteiro disse que tinha saído para casa
da Camila junto com a Bella. Acabei indo pra lá ia fazer uma surpresa. So que
quando cheguei lá tinha uma festa de aniversário. Aniversário de um primo da
Amanda. De longe avistei um garoto loirinho, dos olhos azuis, assim que me viu
ele parecia assustado, se escondeu atrás da Maria Eduarda. Naquele mesmo instantes
milhares de flashes tomaram conta da minha mente, muitas lembranças daquele
menino foram ficando clara. Acabei desmaiando. Sai da casa da Camila transtornada.
Lembro do menino correndo atrás de mim me chamando de mãe. Já não tinha o olhar
assustado.
- Amor! - Larissa abraçou a loira.
- Senti tanto medo quando meu olhar cruzou com o olhar daquele menino.
Uma força maior me mandando recuar. Se você estiver comigo eu posso vê-lo.
- Estarei sempre como você Tamires. – Larissa abraçou Isa com carinho.
Depois do café Larissa
deixou Isa no trabalho e seguiu pro escritório, assim que chegou encontrou com
a Maria Eduarda no saguão ela parecia muito nervosa.
- Bom dia. – cumprimentou Larissa ao chegar.
- Bom dia. – respondeu à recepcionista - Larissa! – chamaram.
Larissa mais uma vez não se
mostrou surpresa ao ver Maria Eduarda ali.
- Bom dia Duda.
- Oi, bom dia, preciso falar com você!
- Eu sei... Vamos para minha sala.
Larissa e Duda subiram até o escritório.
- Acabei de saber. Ela o conheceu.
- É. Agora o rejeita.
- Ela não o rejeita so esta com medo.
- João Gabriel já foi rejeitado antes por Luiza e não imagina o
sofrimento que aquele menino passou. Agora estou vendo acontecer à mesma coisa,
não posso deixar acontecer. Larissa agora mais que nunca você precisa se
separar de Luiza.
- Sinto muito Duda mais não posso fazer isso.
- Porque não?
- Porque eu prometi que nunca a deixaria. – falou Larissa num tom alto,
sentia-se frustrada. – A deixa ela ser Feliz comigo.
- Eu deixaria Larissa se eu tivesse certeza que você realmente a ama. –
os olhos de Larissa ficaram cheios d’água, estava ficando cansada. – O amor que
sinto é tão grande que a felicidade dela esta a cima da minha, se a felicidade
dela é você eu abriria mão do meu amor por ela.
- Eu não a amo. – confessou Larissa sua voz saia embargada. – Tamires é
uma mulher extraordinária, nos damos bem como casal, nos damos bem na cama, mas
é só pele. – Duda fez uma cara feia ao ouvir a última frase – Sinto um carinho
imensurável por aquela mulher, uma gratidão por te ajudado a salvar meu pai.
Sou apaixonada por sua pessoa mais não a amo. Quero ficar com ela, mas não sei
se serei capaz de amá-la como você a ama. Não posso magoá-la Maria Eduarda. Ela
gosta de mim.
- Termina com ela Larissa. Devolve-a pra mim. – implorou Duda.
Larissa não ia
perpetuar aquela situação só estava adiando o final. Enxugou as lágrimas e
olhou bem nos olhos da Duda.
- Deixarei que ela decida. Mas Duda se ela escolher ficar comigo, juro
por tudo que é mais sagrado, vou mover céus e terra pra amar aquela mulher como
merece.
- Se ela me escolher? – perguntou Duda parecendo àquela menina de 20
anos que se apaixonou por Isa.
- Se o amor de vocês for tão forte como todos dizem que é. Vou me sentir
a mulher mais feliz do mundo por ter devolvido a Luiza pro seu verdadeiro amor.
Duda deu um sorriso torto, foi
até Larissa e abraçou. Seu coração sentia-se aliviado.
- Você
terá que conquistá-la sozinha. – informou Larissa. – Não posso deixá-la, não
necessariamente.
- Larissa.
- Duda, você terá que agir com calma, farei o possível para introduzi-la
na vida da Tamy. Você terá que conquistá-la.
- Tudo bem já fiz isso uma vez. So queria te pedi uma coisa. – Duda
fitou.
- O quê?
- Não durma mais com minha mulher.
Larissa deu uma gargalhada.
- Meio difícil não é?
Duda fez uma cara feia. Larissa
então a tranqüilizou.
- Tudo bem.
- Sem sexo Larissa. Conheço a Luiza muito bem, sei do fogo daquela
mulher. – Larissa deu outra risada, o pouco que conhecia a Duda percebeu que
ela era uma mulher bem ciumenta.
- Vou tentar! – respondeu.
- Como assim vai tentar? Como Isa vai te esquecer se você continua transando
com ela.
- Como você mesmo disse...
- Larissa não me faça bater em você.
Larissa riu.
- Esta bom vou tentar resistir a Tamires.
Ali Larissa e Duda selaram uma
grande amizade lá na frente.
Larissa tinha um grande desafio a seguir,
não seria nada fácil introduzir Duda na vida da Tamires, mas para isso contava
com a ajuda da família. Os dias se passaram as coisas foram esfriando entre a
morena e a loira, Larissa já não sedia os desejos da Luiza, o que gerava
algumas brigas. Isa não conseguia entender a frieza da mulher. Sempre tiveram
uma vida sexual tão ativa. Agora ela mal podia tocar na morena que ela sempre
vinha com uma desculpa.
-O que esta acontecendo Larissa? – perguntou
Luiza irritada.
- Não estou afim Isa... Estou morrendo de
dor de cabeça... – tentava se desculpa.
- Você nunca esta afim. Me diz o que esta
acontecendo que não estou entendendo. Sempre nos damos tão bem agora... – Isa
tinha tristeza na voz. – Você esta fria comigo. Já não somos aquele casal...
Larissa encarou
aqueles olhos negros triste.
- Acho que não esta dando mais certo Tamy...
– a voz de Larissa estava tremula. Há muito tempo vinha adiando aquela conversa.
- Não faz isso... – pediu recuando.
- Acho que precisamos de um tempo. – falou
Larissa segurando o choro.
- Não...
- Tamy, as coisas mudaram não finja que não
se importa com sua família que eu sei que se importa. Você precisa se
reaproximar do seu filho, das pessoas que fizeram parte de sua historia. – Lary
se referia a Duda.
- Você esta terminando comigo por causa deles?
- Não Luiza! Estou terminando porque as
coisas mudaram só você que não quer aceitar isso, mesmo que não queria nem
goste você é casada com a Duda. Teve uma historia com ela, isso muda as coisas.
Me sinto mal diante dessa situação, sinto como se estivesse roubando você.
- Eu gosto de você Larissa. – gritou - Não
pode me obrigar gostar daquela mulher.
- Talvez até goste, mas tenho dúvidas
Tamy... Sinto muito... – Larissa já não segurava as lágrimas que foram
invadindo sua face.
- Mesmo que você me deixar não vou voltar
com aquela mulher. Não vou... – esbravejou saindo do quarto.
A separação foi inevitável. Luiza saiu daquela
relação ressentida, estava extremamente magoada por Larissa ter desistido dela.
Criou ainda mais raiva por Maria Eduarda, Isa acabou indo morar com a mãe. Nas
semanas seguintes Isa entrou numa tristeza profunda estava inconformada por ter
perdido a Larissa. Larissa também não ficou nada bem com o rompimento percebeu
que gostava da loirinha mais do que imaginava.
- Me arrependi sabia. – falou Larissa
enquanto almoçava com Camila e a Duda.
- Nem venha Larissa Luiza é minha mulher.
- Deus sabe o quanto estou me segurando para
não procurá-la e pedi que me perdoasse.
Uma onda de
pavor tomou conta de Duda.
- Você gosta da minha irmã não é Lary?
- Descobrir que gosto mais do que eu
pensava, Camila. Sinto falta das gargalhadas, das brigas devido minhas bagunças,
de nossas corridas no calçadão, sinto falta da companhia, sinto falta do sexo.
Aii como é bom.
Duda deu umas
tapas nas costa de Lary.
- Sua pervertida, pare de falar de como
minha mulher é boa na cama.
Camila e
Larissa deram uma gargalhada.
- Eu espero que você a faça feliz viu. Se não
vou pegar ela de volta pra mim. – ameaçou Larissa em tom de brincadeira, mas
Duda ficou em alerta.
Na
semana seguinte Luiza foi à clínica tinha uma consulta marcada. O destino lhe
fazia algumas reservas, depois que saiu da sala de dr. Brito foi movida pela
curiosidade, saiu caminhando pelos corredores dos hospitais, aquilo lhe parecia
tão familiar. Chegou à pediatria, seu coração foi acelerando. Um menino corria
pelo corredor e esbarrou nela. Os olhos de ambos se cruzaram, Isa sentiu seu
coração acelerar de forma desordenada, um filme foi passando em sua frente,
inúmeras imagem daquele menino sugiram tão claras. Ele deu um passo pra trás,
seus olhos pareciam hipnotizado, refletiam medo, alegria. Sua voz saia rouca.
Um misto de emoções ocuparam o coração dos dois.
- Mamãe Isa...
– disse o menino seus olhos já enchiam de lágrimas.
Luiza
permanecia perplexa.
- Mamãe Isa...
– repetia o menino dessa vez abraçando o corpo da mãe com toda sua força que
possuía.
Ao
senti aquele pequeno corpo contraído com o seu Isa desabou num vendaval de
emoções, abraçou o menino e chorava copiosamente. A alegria que sentia era
indescritível. Ambos choravam sem parar. Duda não podia acreditar no que seus
olhos estavam vendo. Segurou na parede para não cair. Ficou observando aquela
cena que parecia surreal. Foi se aproximando vagarosamente. Isa percebeu a
presença de Duda. Levantou o olhar para encará-la.
- É o meu filho – perguntou ainda com a voz
chorosa.
Duda abriu um
sorriso que iluminou a escuridão dos olhos de Luiza. Que mergulhou naquele
sorriso.
- É sim, é o seu filho.
João Gabriel não parecia confuso
embora estivesse um pouco assustado com aquela situação. Um mês antes Duda com
a ajuda de Heloisa contaram ao pequeno o que aconteceu de verdade. A psicóloga
ajudo-as explicar para o menino. Depois
de muitas sessões de terapia, muito dialogo com a Duda o menino finalmente
conseguiu entender. O difícil era conter o seu desejo de ver a mãe já que Luiza
tinha resistência. Duda sentiu medo de que o filho fosse rejeitado mais uma vez
pela mãe biológica já que ele desenvolveu grandes problemas psicológico em
rejeição.
- Ele esta doente? – Isa teve uma atitude
inusitada. Ajoelhou-se e começou a examinar o menino Duda achou muito
engraçado.
- Já estou bem mãe! – falou o menino de
desvencilhando da mãe. Isa olhou envergonhada. – mainha Duda me disse que a
senhora sofreu um acidente e que perdeu a memória. Nem se lembra da gente. –
disse o menino seus olhos brilhavam e felicidade, voltou a abraça Luiza.
- Tia Larissa disse que a senhora me ama
muito mesmo que não se lembre de mim.
- Ele conhece a Larissa. – explicou Duda.
- Pelo visto a Larissa conquistou a família
inteira. – disse Isa sarcástica.
- Não é a toa que você foi fisgada por ela.
– ironizou Duda.
João Gabriel
permanecia abraçado a Luiza, parecia que tinha medo de que ela fugisse.
- O que ele tem?
- Uma virose apenas. Esse pivete anda
tomando muito sorvete vai ficar gordo.
- Mamãe quando é que a senhora vai voltar
para casa?
Isa sentiu um
embrulho no estômago. Não sabia o que responder.
- Quando você vai voltar pra casa? – foi
Duda quem perguntou dessa vez.
- Preciso ir. – Isa tentou se soltar.
João Gabriel
começou a chorar, Isa sentiu seu coração doer ao ver aquele menino chorando.
- Moro na casa da sua avó, quando sentir
saudade vá me visitar. – falou.
- A senhora não me quer não é! – falou o
menino cheio de raiva. – vá embora então... - o menino empurrou Luiza e saiu
correndo. Nesse mesmo instante Isa teve uma lembrança que lhe deixou apavorada,
lembrou de um menino de quatro anos idade, ela estava sentada no piado ele se se
aproximou seus olhos estava vermelho de tanto chorar.
- não quero que
seja minha mamãe... – dizia o menino empurrando suas pernas.
Naquele mesmo
instante Isa foi atrás do filho, Duda a segurou pelo braço.
- Ele já foi rejeitado por você uma vez. Não
vou permitir que faça de novo. – disse Duda seriamente. Isa então recuou. Duda
saiu atrás do filho.
Aquele encontrou abalou muito Luiza,
ela voltou pra casa muito triste chorou a tarde inteira, sentia falta de
Larissa. Por ironia do destino Larissa lhe ligou, percebeu o quando Tamires
precisava dela. Saiu do escritório mais cedo, Isa foi para seu apartamento.
Passaram a tarde inteira conversando. Isa chorava copiosamente, descreveu tudo
que sentiu ao ver aquele menino. Contou da lembrança que teve, lembrança essa
que lhe deixava um gosto amargo na boca.
- Luiza. Vá morar com a Maria Eduarda. Fique
perto do seu filho.
Isa encarou
Larissa confusa não entendia o que ela quis dizer.
- Prove para si mesmo que seu passado não
tem mais importância. Se dê a certeza de suas novas escolhas. Olhe pra dentro Tamires.
- Larissa.
- Sabe o que penso. Que você esta com medo
de se redescobrir. A médica dedicada que sempre foi. A mulher apaixonada que é
pela Duda. A mãe extraordinária... Você esta com medo de se conhecer.
Isa ficou
longos minutos em silêncio.
- Não sei se consigo.
- Você é mais forte que pensa.
Pelo amor de Deus eu quero mais ;-;
ResponderExcluirDahmer.
Que dê certo isso né, Isa e Duda pfvr. (of luh cade voce n vejo seus comentarios mais)
ResponderExcluirCarine.
LINDO LINDO LINDO E LINDO
ResponderExcluirAHHH TO LOKA PRA VER A ISA MORANDO COM A DUDA NO MINIMO VAI SER EXCITANTE HAHA;;; A DUDA NA MSM CASAA QUE A LUIZA E NAO PODER NEM DAR UM BJINHO NELA HAHA;; ESSA EU QUERO VER..PF POSTE RAPIDO.BJOO
AH MAIS UMA COISA NEH EU SOU NOVA AQUI NESSA HISTORIA PQ DESCOBRI O BLOG A POUCO TEMPO MAS POSSO DIZER QUE JA AMEI TUDO JA LI ''MINHA DOCE PROSTITUTA'' E ESSA HISTORIA ATE HJE COM CERTEZA É A MAIS LINDA QUE JA LI PARABENS PARA A AOUTORA DE VERDADE!
ResponderExcluirVOU COMENTAR OS CAPITULOS MAIS RECENTES DESSA AQUI
BJOOO
nada até agora ;-;
ResponderExcluirdahmer.
De quanto em quanto tempo vc costuma postar as continuaçoes da sua historia?
ResponderExcluir(Mary)