segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sei que é você XI



O DESTINO
            O que você faria se visse alguém que já morreu? Estaria tendo alucinação? Como isso se explicaria? A vida esta brincando com você? Difícil responder.

            A grande custo Amanda conseguiu convencer Duda a viajar com as amigas, iriam a uma micareta na cidade vizinha. Duda não parecia muito animada com os planos das amigas, mas se livrar da Amanda era mais difícil que ir nessa tal micareta.
            O tempo tinha passado para Duda, ela não conseguia ver graça nessas coisas, a noite tinha começado animada aos poucos ela foi entrando na alegria das meninas. Madrugada corria à solta, estava apoiada no parapeito, o trio tinha parado diante do camarote, Duda observavas a alegria das pessoas na avenida que mesmo depois de horas correndo atrás de um trio não demonstrava cansaço, sua visão estava voltada pra um grupo de pessoas la embaixo, uma mulher no grupo se destacou na visão dela, ela estava de costa, era loira, tinha os cabelos curtos e lisos a curiosidade foi movida, Duda se deslocou de onde estava e foi pro outro parapeito queria ver a mulher de um ângulo melhor. Seu coração parecia inquieto, de repente ela conseguiu ver seu rosto com exatidão. Se não tivesse se segurado na menina que estava ao seu lado ela tinha caído, seu coração palpitava, seus olhos estavam incrédulos na imagem lá em baixo.
   - Não pode ser... – sussurrou.
Um arrepio percorreu a espinha, suas mãos tremiam, seus olhos se fixaram naquela imagem.
   - É ela... – num ímpeto Duda saiu correndo escada a baixo.
            Atropelando as pessoas ela seguia até a avenida olhava de um lado pro outro, mas não conseguia encontrá-la começou a se apavorar. – Não pode ser! Estou ficando louca.
            Será que estaria mesmo ficando louca? Duda corria de um lado pro outro encarando as mulheres que passava em sua frente, até seus olhos avistaram o que parecia um fantasma ela estava de costa com a cabeça baixa uma mão em sua têmpora e a outra no joelho. Duda caminhou em sua direção a mulher se reerguia e caminhava pro lado oposto até que ela foi puxada pelo braço.
   - Luiza... – gritou Duda ficando ainda mais perplexa ao ver a mulher a sua frente. Faltaram-lhe as palavras.
   - Me solte. – ordenou Tamires.
   - Você... Luiza como... – Duda já estava com os olhos cheios de lágrimas seu coração batia tão acelerado que chegava a doer.
   - Me solte. – Tamires puxou seu braço.
            Por um instante seus olhos se cruzaram uma onda se sentimentos ocorreu nas duas, mas a loira saiu. Duda correu trás dela, mas ela sumiu no meio da multidão. Seu coração entrou em desespero corria de um lado pro outro sem parar não voltou a vê-la. Uma hora depois voltou ao camarote aos prantos.
   - Onde você estava amiga arrumou algum gatinho foi?- perguntou Estela sem percebe no estado da amiga. Duda foi até Camila a puxou de forma brusca. – Luiza está vida... Luiza está viva! – gritava. Camila e Amanda Ficaram atônita pensaram que a amiga estava bêbada, mas perceberam que ela estava chorando.
   - Calma. – pediu Amanda puxando a amiga pra um lugar mais afastado da zoada. – O que houve?
   - Luiza está viva acabei de vê-la.
Amanda fez cara feia achou que a amiga estava realmente bêbada.
   - Duda você andou bebendo o quê?
   - Estou falando sério. – gritou.
   - Fala baixo você esta muito nervosa. – Amanda tentou segurar no ombro de Duda, mas ela deu um passo pra trás.
   - Luiza esta viva e precisamos encontrá-la.
   - Encontrar quem Duda?
   - A Luiza! – insistia.
   - Luiza morreu! – gritou Amanda sacudindo a amiga. – Pare de falar essas coisas se não vou pensar que você esta ficando louca. – falou perdendo a paciência.
   - Eu sei que é ela. – defendeu-se. – Se vocês não querem me ajudar vou achá-la sozinha.
            Camila e Estela ficaram assustadas com aquele surto, olharam pra Amanda como se esperasse que ela fizesse alguma coisa. Amanda segurou Duda antes que ela descesse as escadas.
   - Duda espera. – pediu.
   - Ela esta viva, eu a vi, eu a vi. – insistia.
            Amanda balançava a cabeça em sinal de negação puxando Duda para seus braços, algumas pessoas olhavam pra cena curiosos.

   - A Isa morreu Du... – disse Amanda num tom baixinho, Duda caiu em pranto. Seu corpo estava muito tremulo, Amanda e as meninas resolveram levá-la pro hotel.
  - Como ela esta? – perguntou Camila e Estela.
  - Tive que forçá-la a tomar um calmante ela esta muito agitada.
  - Será...
  - Luiza morreu Camila – disse Amanda à mulher que estava muito nervosa diante do que Duda dizia.
Camila ficou muito triste lembrou-se da irmã e uma dor fina a abateu, começou a chorar.
   - Amor... Não fica assim. – Amanda abraçou com carinho a mulher.
   - Acho melhor ir dormi também. – disse Estela indo pro seu quarto.
            A noite tinha sido agitada Duda não conseguiu dormi. Seu coração doía de forma violenta, às lembranças de Luiza chegou de forma devastadora, uma restropectiva corria em sua mente, lembrou da última vez que viu a mulher pegou seu notebook um som foi tomando conta do local. Uma melodia triste invadia sua audição, ficou olhando as fotos delas.
  

Ana Cañas

Procuro a solidão
Como o ar procura o chão
Como a chuva só desmancha
Pensamento sem razão
Procuro esconderijo
Encontro um novo abrigo
Como a arte do seu jeito
E tudo faz sentido
Calma pra contar nos dedos
Beijo pra ficar aqui
Teto para desabar
Você para construir

Dundarundê aunde iê

            O dia tinha raiado Duda não conseguiu dormir naquela noite, fingiu tomar o remédio so assim sabia que sua amiga ia deixaria em paz. Tomou um banho gelado decidiu procurá-la sozinha, seus olhos não tinha visto uma miragem, ela a viu, a tocou tinha convicção disso. Alugou um carro e saiu pela cidade. Dirigiu pela cidade, foi inúmeras vezes no lugar onde tinha visto na noite anterior. Mais nada começou a se angustiar as horas foram passando até ela voltar ao hotel desanimada.

   - Onde você estava passei a manhã toda ligando pro seu celular e so dá desligado?

Duda tinha um olhar muito triste sua voz saia embargada. Uma dor no peito chegava a sufocar.

   - Preciso achá-la... – sussurrou.

            Amanda respirou fundo olhou pra amiga buscou força estava difícil lidar com as fantasias da amiga, ignorou a própria critica.

   - Tomar banho, vou pedir uma comida pra você comer provavelmente nem comeu nada. – Duda confirmou com a cabeça. – Ai conversamos amiga.

Duda concordou. Meia hora depois ela estava sentada na mesa almoçando com a amiga.

   - Onde está Camila?
   - Foi as compras. Aquela mulher ainda me leva a falência. – reclamou Amanda.
   - Bem empregado para você. – brincou Duda.
   - Duda por onde você andou a manhã inteira?
   - Queria ver se conseguia encontrá-la.
   - Encontrar quem Duda? – perguntou Amanda com medo da resposta que viria.
   - A Luiza – falou com segurança – Sei o que vi ontem. Não foi um fantasma, ela era real, a toquei. Falei com ela.

Amanda respirou fundo moderou a voz.

   - Você sabe que isso não é possível!
   - Amanda eu sei que é ela.
   - Me diga então como era essa mulher, como foi que aconteceu? Ela surgiu do nada, porque não a vi?
   - Bem eu estava lá no camarote vendo o trio passar tinha umas pessoas lá embaixo, um grupo algo me chamou a atenção. Houve um tumulto acho que briga, então fiquei observando percebi que a mulher tinha se perdido do grupo, lembrei de quando Luiza se perdeu, fui pro outro lado quando vi a mulher, ela era muito parecida com a Isa então corri até lá procurei por todo canto até que a encontrei. Amanda eu a segurei pelo braço, meu coração explodia de tanta felicidade que não conseguia falar nada.

   - Você falou com a mulher?
   - Eu fiquei nervosa... Falei nada, não conseguir falar nada... – confessou.
   - Como essa mulher era?
   - Era a Luiza. – Amanda olhou de cara feia esperando uma resposta mais completa – Loira, linda, estava bem bronzeada, seus cabelos eram bem curtos, era meio forte. Não melhor atlética tinha um corpo bem atlético.
   - É isso! – concluiu Amanda. – Duda você se enganou deve ter visto uma mulher parecida com a Luiza acabou se confundindo, juntando com o teor de álcool em sua corrente sanguínea...
   - Não estava bêbada Amanda mesmo que ninguém acredite sei o que vi. Até aquele sotaque gaucho pesado ela tinha.
   - Duda pelo que você diz, a mulher era parecida com a Isa, mas não era ela, Luiza tinha os cabelos longos não curtos, estava magra não forte, era uma branquela, sotaque olhe onde estamos muitas pessoas vêem de fora pra brincar micareta aqui. Luiza morreu e você sabe disso quanto mais você demorar pra aceitar mais você se machucará.

            Duda ficou muito pensativa com as palavras da amiga seu coração gritava que Amanda estava errada, mas sua razão dizia o contrário. Sentia-se muito confusa sua cabeça estava um turbilhão.

   - Você tem razão. – no final concordou com a amiga.
   - Até que enfim. – respirou mais aliviada. – Melhor voltarmos pra casa.
   - Não! – exclamou Duda. – Vamos ficar até o final da festa.

            Amanda acabou concordando. Não era pra Curtir a festa que Duda queria ficar tinha motivos maiores. Foi brincar nas noites seguinte mais animada ficou justamente no mesmo lugar que tinha ficado anteriormente tinha esperança de voltar a vê-la a mulher que tanto se parecia com sua amada, a noite foi longa, Duda se mantinha fixa na sua vigília, mas infelizmente nada aconteceu voltou pra casa arrasada. E foi assim nos dias seguintes, a festa tinha acabado e ela decidido ficar mais uns dias na cidade, saia exaustivamente pela cidade à procura da mulher, sua busca tornava obsessiva, Amanda estava irritada com o comportamento da amiga, não queria deixá-la sozinha naquele estado emocional tão delicado, mas era preciso voltar para casa além dos filhos tinha o trabalho.

   - Duda já chega dessa procura infundada voltamos pra casa hoje.
   - Preciso encontrá-la.
   - Você não vai encontrar ninguém, que inferno Luiza morreu Maria Eduarda morreu – Amanda gritou tão alto que dava pra escutar nos corredores do hotel.
   - Ela não morreu...

            Duda ficou enfurecida diante da afirmação da amiga foi pra cima dela com toda sua força Amanda até que tentou, mas estava movida pela raiva também, as duas saíram no maior tapa, as duas batiam uma na outra feio, os gritos escutavam do quarto ao lado Camila fica horrorizada com a cena vendo as duas amigas se engalfiando no chão, Estela chega pra ajudar a grande custo conseguem separá-las, tanto Amanda quando Duda estavam machucada e sangrando.

   - Luiza morreu. – Amanda continuou gritando Duda tentou ir pra cima dela, mas foi contida por Camila.
   - Cala boa sua vagaba...- xingou.
   - Luiza morreu. – Amanda se soltou de Estela parecia mais calma, sua voz saia suave, foi se aproximando de Duda repetindo a mesma coisa, sua amiga chorava Amanda também chorava - Ela morreu Duda...

            Maria Eduarda finalmente foi caindo em si aos poucos foi se deixando o corpo cair Camila a soltou Amanda se agachou e abraçou, a amiga começou a chorar copiosamente, Amanda a abraçava com força querendo tirar toda a dor que sentia, sofria por ela também, ela pediu pra ficar sozinha. Foram longas horas até que Duda consegue se acalmar.

   - Eu sinto tanta falta dela. – dizia Duda.
   - Eu sei miguxa, eu sei... – apertava com força em seus braços. – Sabe o que agente vai fazer agora? – indagou Amanda enxugando ás lágrimas do rosto da amiga. – Vamos beber, cair e levantar – Duda deu um sorriso torto.
   - Como nos velhos tempos? – perguntou.
   - É como nos velhos tempos.
Duda e Amanda saíram sozinha nessa noite tomaram o maior porre da vida delas.


ONDE OS CAMINHOS SE CRUZAM

Recife um mês depois...

   - Mãe o que faremos Duda insiste no assunto pretende até contratar um detetive particular para encontrá-la.
   - Marquei uma consulta com o psiquiatra.
   - Até parece que ela vai querer ir à senhora não a conhece.
   - Amanda isso eu resolvo traga-me os exames da senhora Sofia. –
Amanda saiu do consultório da mãe e foi trabalhar. Duda chegou minutos depois.
   - Oi tia mandou me chamar?
   - Mandei sente ai. – disse Duda estranhou a atitude da tia.
   – Algum problema?
   - Depende marquei uma consulta pra você com Dr. Romeu.
Duda encarou a tia.
   - E pra quê? – perguntou embora soubesse o que a tia pretendia.
   - Pra você! – respondeu num tom seco.
   - Não estou louca tia. Só porque vi a Luiza não quer dizer que estou louca.
   - Ver pessoas que já morreram põe em dúvida seu estado emocional.
   - Tia, me desculpe sei o quando a senhora gosta de mim mais não tem o direito...
   - Tenho todo o direito – interrompeu Andréia – Quero um parecer de um psiquiatra sobre seu estado emocional para praticar a medicina.
   - Já disse que não vou ver médico algum.
   - Se você não se consultar vou interdita-la.
   - A senhor não pode fazer isso.
   - Posso sim.
   - Sempre fiz meu trabalho.
   - Tive três reclamações de pacientes que você incomodou a confundindo com a Luiza.
            Duda calou-se um frio percorreu a espinha, desde que voltou de Natal não parava de pensar na mulher, passou a ver inúmeras imagens, estava chegando ao seu auge do desespero. Não tinha argumento teve que acatar a ordem da tia. Passou a se consultar com Dr. Romeu, se sentia muito incomodada em esta sendo avaliada por seu estado emocional, chegou acreditar que realmente podia esta adoecendo. A falta que sentia da mulher tornava cada vez mais insuportável, Duda estava se fechando ainda mais para o mundo. Desejava que os seus pais estivessem com ela, para ajudá-la superar essa dor que insistia permanecer dentro do seu coração. Passou a ter insônia, todas as noites passavam horas e horas chorando olhando fotografias e filmes caseiros do tempo que esteve com a mulher e com os pais. Dr. Romeu concluiu que embora Maria Eduarda passasse por um estado emocional delicado isso não comprometeria seu trabalho como médica, Duda acabou aceitando fazer terapia. Precisava se libertar dessa depressão. Passou a se dedicar ainda mais no seu trabalho. No final de um mês recebeu uma notícia que ficou muito feliz foi a primeira residente a conduzir uma cirurgia sozinha. A sala de cirurgia parecia um palco de teatro, ao centro sua equipe e os dois atores principais, ela e a senhora que estava sob seus cuidados. A mulher tinha 58 anos tratava de um aneurisma. Duda se sentia muito nervosa ao seu redor inúmeros olhos vigilantes de seus professores, lá em cima alunos assistiam sua atuação. A cirurgia tinha começado. Um clima de tensão tomava conta da sala de cirurgia.
    - Bisturi.. – Duda respirou fundo passou a vista em todos ali presente – É um bom dia de fazer o que é certo... – sussurrou baixinho. E começou.
   - O sugador esta pronto? – perguntou Duda.
   - Sim doutora! – disse outro médico.
A cirurgia prosseguia até algo inusitado aconteceu deixando Duda assustada.
  - Droga! - exclamou.
     Dr. Brito aproximou-se para mais perto. Observando rigorosamente.
    - O que aconteceu? – perguntou o médico.
- Duda sentiu um calafrio tentou manter a calma, respirou fundo por alguns segundos retomou o controle – PA é de 88 por 60. – disse Dr. Brito. – Qual o procedimento Dra. Lins.
   - Dê duas unidades de sangue. Traga o sugador. – ordenou Duda. – Meu Deus! – o sugador extraia muito sangue.
   - Pressão caindo! – informaram.
   - Ainda não terminei - gritou Duda. – Grampos provisórios.
   - Dra. Lins! – falou Dr. Brito.
Duda não deu ouvido ao médico.
   - Micro suturas, por favor.
   - PA é de 110 por 72. – falou seu professor.
   - O fluxo parece bom. – disse Duda.
No final Duda conseguiu contornar a situação a cirurgia tinha sido um sucesso. Muitos residentes chegaram para elogiá-la.
    - Arrasou amiga fiquei apreensiva quando a PA tinha subido.
   - Nem me fale. Fiquei nervosa um pouco mais conseguir.
   - Dra. Lins. – chamou uma enfermeira. – Dra. Queiroz a chama em seu consultório.
Duda olhou pra cara de Amanda desanimada.
    - Aposto que mainha vai reclamar de alguma coisa. Nada do que agente faz esta bom pra ela. – Amanda falou com uma certa tristeza.

            Andréia de fato era uma professora implacável cobrava mais de Maria Eduarda e Amanda do que de qualquer outro residente, não tolerava erro, por mais que as duas se esforçasse era difícil impressionar a mulher que sempre achava que elas poderiam fazer melhor. Na verdade Andréia era assim por que não queria que os outros residentes achassem que ela favorecia a filha e a afilhada sentia muito orgulhosa do profissionalismo das duas, Duda se destacava muito entre os outros residentes, Amanda não ficava atrás, mesmo sem perde o jeito meio louco de levar o trabalho Amanda se mostrava um grande pupilo, visava seguir os passos da mãe se dedicava muito a cardiologia, era sempre muito bem elogiada pela equipe e pelos pacientes. Duda chegou a sala da tia meio apreensiva pra sua surpresa, encontrou com Dr. Brito conversando com Andréia.

   - A senhora mandou me chamar?
   - Mandei sim. Entre. – Duda entrou na sala. Andréia a encarou – Queria da os parabéns, você deveria ter seguido o protocolo quebrou com algumas regras. Estou orgulhosa de você Maria Eduarda. – falou Andréia sem conter o orgulho que sentia.

   - Parabéns senhorita Lins, apesar do jeito atrapalhado conseguiu reter a hemorragia cerebral, bloquear o aneurisma e reparas os danos causados dando-lhe estabilidade.
   - Obrigado. – agradeceu humildemente era a primeira vez que ela recebia um elogio do médico. Sentiu-se muito feliz.
   - Maria Eduarda a chamei aqui porque temos um novo caso. – Andréia mudou de tom. – Escolhi os melhores residentes para auxiliar Dr. Brito. Trata-se de um caso especial. – Andréia fez sinal para que o homem explicasse.
   - Um amigo Dr. Raul Portela procurou-me pessoalmente apresentou o caso de uma paciente que vem tratando há algum tempo. Ele me fez um pedido pessoal para que atendesse essa paciente.
   - E o que ela tem? – perguntou Duda curiosa.

   Veremos. O médico saiu da sala acompanhando por Duda e Andréia, foram a outra sala conde tinha quatro residentes.

   - O que faz aqui? – perguntou Duda ao ver a amiga.
   - Mainha convocou agente, disse que tinha um caso novo.

Os burburinhos tomaram conta do lugar. Dr. Brito pediu silêncio.

   - Tamires Couto, 28 anos passou por estado vegetativo durante um ano desenvolveu perda total de memória, e déficit cerebral.

            Dr. Brito apresentou o caso aos alunos, à medida que ele falava mais confuso ficava. Duda se sentia inquieta por um breve momento lembrou-se de Luiza, afastou tais pensamentos que so lhe causaram problema nos últimos meses. O caso era muito complexo Dr. Brito informou que a paciente não reagiu a nenhum tratamento e que nunca conseguiram acha a raiz do problema. .
   - O que quero senhora e senhores que encontrem uma forma de curar essa mulher. – disse o homem.
  - Impossível os danos cerebrais aqui mostrados são irreversíveis.
  - Não existe impossibilidade de cura senhorita Queiroz. – falou ao homem dirigindo-se a Amanda. – Existem tratamentos ineficazes, então sugiro que comecem a procurar uma forma de ajudar essa mulher.

            Os alunos ficaram inquieto Dr. Brito continuava a falar sobre o quadro clínico da paciente. Os alunos achavam perda de tempo tratar dessa mulher. Ao terminar os alunos saíram da sala.

   - Dra. Lins. Por favor! – Dr. Brito convidou Duda – Dra. Queiroz você também. – Amanda olhou pro homem virando os olhos de contrariedade sua mãe olhou com reprovação. – Olhem pra esse quadro. –mandou o médico.
   - Amanda! – falou Andréia num tom mais forte.

Amanda e Duda passaram a olhar pro painel estudando todas as radiografias da mulher.

   - Isso aqui é muito doido. Olha para isso... Impossível... – falava Amanda e Duda concordava.

Andréia perdeu a paciência deu um beliscão nas duas. Que gritaram de dor.

   - Vocês são as melhores residentes do programa não me façam perde tempo. Olhem com mais atenção. – ordenou dessa vez as meninas olhavam cada detalhe da radiografia. Demorou alguns minutos até, concluir.
   - É muito complexo, os danos cerebrais são muito extenso. – falou Duda.
   - O cérebro dela esta acumulando informações de forma desordenada causando pressão no Córtex cerebral. – falou o homem.
   - Isso faz com que as hemorragias ocorram? – perguntou Amanda na dúvida.
   - Isso Dra. Queiroz. Agora olhem isso aqui. – Andréia apontou pra um ponto da imagem.
   - Se essa pressão não for contida o cérebro não suportara o fluxo de informação isso ira romper essa linha aqui – o homem apontou pra outro ponto.
   - Ela pode morrer. – concluiu as duas.
   - Exato.
   - Mas... O que faremos?
   - O que me preocupa não é esses danos da pressão no Córtex cerebral, mas sim o agente causador, segundo seu histórico médico essas pressão acontece quando um fluxo de informações ocorre, acredito que esses fleshs são na verdade lembranças, a origem da amnésia ainda não foi solucionada tenho feito uma vasta pesquisa nesse campo. Acredito que posso ajudar essa moça meus estudo mostra uma nova linha de tratamento, se conseguir reverter à pressão cerebrais podemos achar uma maneira de trazer luz a escuridão. Então é isso.
   - Certo.
   - Meninas! – as duas viraram pra trás. – Essa foi uma paciente encaminhada por um grande amigo meu. – pausou – Não costumo decepcionar um amigo. 

            Duda e Amanda engoliram em seco, sabia a pressão que isso traria, também tinha outras coisas envolvidas, Dra. Andréia e Dr. Brito estavam trabalhando há muito tempo numa pesquisa que  faria uma grande revolução em tratamentos para cura da amnésia e outros setores. O resultado positivo desse tratamento seria de extrema importância pro hospital que certamente seria destaque nas revistas cientificas, sem falar na publicidade que traria.

   - Estamos ferradas! – concluiu Amanda.
   - Concordo.
   - E ai vamos tomar uma! Acho que depois dessa precisamos relaxar.
   - Nem dá, já tenho compromisso. – falou Duda.
   - E com quem posso saber? – cruzou os braços.
   - Nem, nem. – Duda foi para casa deixando a amiga morta de curiosidade. 

            Amanda queria fazer as pazes com a mulher. Antes de ir pra casa passou numa joelharia tinha encomendado um anel lindo pra Camila.

   - Boa noite meus amores! – cumprimentou a morena sorridente.
   - Mainha... – gritou o pequeno Lucas de felicidade.
   - Até que em fim, olha o Lucas que vou tomar banho. – falou Camila saindo da sala.

            Amanda cobria o menino de beijos Camila levantou-se e foi pro quarto deixando a mulher com o filho. Amanda passou um tempo com o filho pacientemente escutou tudo que o pequeno dizia depois como todas as noites ajudou o menino a fazer seu dever de casa, depois colocou para dormi. Duas horas depois quando entrou no quarto Camila se arrumava, Amanda olhou cheia de desejo para mulher que estava magnífica num belo vestido super justo.

   - Vamos sair é? – perguntou abraçando Camila por trás.
   - Me solta se não vai amassa meu vestido.
   - Saudade loirinha... – Amanda passou a mão arranhando a parte interna da coxa da mulher causando-lhe arrepio. Camila conseguiu se afasta.
   - Trouxe para você. – Amanda estendeu o presente, Camila arqueou uma sobrancelha, pegou o embrulho da mão da mulher. Ficou maravilhada com o anel, mas continuou dura. – Isso não vai me comprar dona Amanda.
   - Mila... – Amanda falava cheia de dengo, fazendo cara de cachorro abandonado.
   - Vou sair com minhas amigas e você vai ficar em casa com o Lucas. – disse Camila dando as costas pra mulher terminando de se arrumar.
            Amanda olhava pra mulher, sentia- se toda boba por dentro, como se sentia feliz ao lado de Camila adorava esse jeito mandão. Sabia que a mulher estava chateada porque ela tinha saído para jantar com uma médica que tinha chegado á clínica. Amanda jogou todo o chame possível a mulher acabou cedendo, sua festa foi interrompida quando Camila apareceu no restaurante, ela não fez escândalo, pois não gostava disso, mas seu olhar causava um domínio sobre Amanda impressionante, não teve demora dispensou a médica e saiu correndo atrás da sua mulher. Desde que tinha se casado Camila mantinha a mulher as rédeas curtas, era muito apaixonada pela morena embora Amanda não tivesse perdido seu jeito cafajeste sempre se manteve fiel a lourinha e isso não era difícil pra morena, gostava de provocar suas pretendentes, mas nunca se atrevia a sair com nenhuma era mais para massagear seu ego de conquistadora. Era muito apaixonada pela sua loirinha mandona e nunca colocaria em risco perde-la por uma aventura inconseqüente. Camila saiu de casa, Amanda resolveu estudar um pouco. Sua mãe chegou lhe fazendo uma surpresa. Andréia passou quase uma hora conversando com a filha na verdade dando bronca queria mais empenho de sua parte. Amanda se sentia muito pressionada. Depois que Luiza morreu muitas coisas mudaram para ela também, Luiza era uma verdadeira pupila de Andréia, Andréia a tinha transformado na melhor médica residente da clínica, Luiza fazia por onde, era uma profissional dedicada e comprometida, Andréia sentia muito orgulho na cirurgiã que estava formando, Amanda e Luiza eram uma dupla perfeita, pra ela as duas trabalhavam juntas numa sintonia perfeita, depois que a loira morreu Amanda passou a ser mais pressionada pela mãe, que exigia muito dela, ora ou outra acabava sobrecarregando a filha sem percebe que aquilo a frustrava.
   - Mãe sou apenas uma residente não uma máquina. – reclamava Amanda.
   - Pare de choramingar, que tipo de cirurgiã quer ser se só sabe reclamar, dezenas de estudantes dariam tudo pra ocupar uma vagar naquele hospital. Quando a Luiza estava aqui você não reclamava tanto. – mesmo sem perceber Andréia sempre comparava a filha com Luiza, frustrando Amanda. Não por ciúme, mas porque até a mãe às vezes agia feito a Duda.
   - Mãe – respirou fundo – Quantas vezes vou dizer que eu não sou a Luiza, sei o quanto a senhora admirava o profissionalismo da Isa, mas tenho um ponto de vista diferente de levar minha carreira.
   - Você precisa...
   - Não mãe, eu não preciso de nada chega, não sou um robô, nada do que faço esta bom para a senhora, não sou a Luiza a senhora me colocou no lugar que ela ocupava naquele hospital sem ao menos me perguntar se queria, não sou ela tenho uma personalidade diferente, não sou uma máquina. A senhora é implacável comigo.
   - Filha – Andréia mudou de tom – Mainha apenas quer que você aprenda.
- Amanda olhou pra mãe. – E eu queria que fosse um pouco mais tolerante.

Andréia se aproximou e abraçou a filha.

   - Você tem um futuro brilhante. – olho nos olhos da filha - Você e a Duda não sabem o quanto me enchem de orgulho. – falou com extrema sinceridade. – Preciso manter-las na linha. Seu passado as condena. – Amanda e Andréia riam.
Amanda entendia a preocupação da mãe.

No restaurante. 
 
   - Ainda bem que você veio.
   - Desculpe a demora João queria vir a todo custo.
   - Saudade daquele guri, da Maluzinha também.

            A noite corria animada Camila e Duda jantara e conversaram, as duas tinham se tornado muito amigas, depois que Luiza morreu esses laços se estreitaram ainda mais, Duda via muito da Isa em Camila, que tinha se tornado numa mulher de fibra, aos vintes e um ano mostrava uma maturidade extrema, a maternidade também a fez amadurecer muito, hoje era uma jovem estudante de direito. Não teve jeito mesmo com toda a pressão da amiga e da mulher em fazê-la entrar na medicina Camila tinha outros planos sua personalidade forte, decidida, queria atua nos tribunais da vida. Aos 17 anos tirou o primeiro lugar na faculdade federal no curso de direito, era uma estudante muito aplicada assim como Luiza Camila herdou um bom QI, além de estudar já decidiu trabalhar, fazia estágio num escritório de advocacia importante da cidade, não quis ajuda de ninguém para arrumar esse estágio pediu para a família não se envolver com sua influência. Sentia-se orgulhosa de ter arrumado por conta própria, sua vida como dona de casa mudou muito embora tivesse brigas, tinha uma relação muito estável com a morena. As duas aprenderam a administras os problemas de um casal. Buscava um sempre apoio na outra. Dando estabilidade e segurança para seu filho.

   - E a Amanda! Percebi que ela esta meio assim... – Duda balançou a cabeça.
   - A coloquei de castigo. – falou Camila rindo.
   - E como?
   - Tirando o que ela mais gosta! – Camila riu.
   - Sério! – exclamou Duda na dúvida ainda do que seria.
   - A única coisa eficaz que faz Amanda ficar na linha é greve de sexo.
Duda deu uma gargalhada.
   - Agora isso se explica o seu mal humor. No hospital.
   - Amanda não toma jeito!
   - Camila não seja injusta Amanda faz tudo que você quer. Ela é um pau mandado.
   - Mas vive dando trela pra essas perdidas. Tenho medo de perde ela Duda. Gosto demais daquela morena devassa.
   - Perder ela, impossível Mila ela é louca por você. Amanda tem um ego daqueles gosta de ver um monte de mulher correndo atrás dela, mas ela não vai pra cama com nenhuma. Você conseguiu o que ninguém acreditava que fosse conseguir.

Os olhos de Camila explodiam de felicidade em ouvir as palavras da Duda.

   - Minha amiga é completamente apaixonada por você. Ela me confidenciou que nunca se sentiu tão completa como se sente com você. Ela nunca colocaria isso em risco. Amanda te conhece Camila, sabe que você não a perdoaria se ela a traísse.
   - Eu sei...
   - O amor de vocês é tão bonito. – disse Duda.
   - Você precisa abri esse coração. – Camila segurou nas mãos de Duda.
   - Sinto tanta falta dela. – os olhos de Duda ficaram lacrimejados.
   - Você precisa encontrar um novo amor.
   - Eu queria Camila, mas eu sinto Luiza tão viva dentro de mim. Não é como meus pais que eu sinto que eles se foram, sofro muito por isso, mas eu sei que eles foram... Já a Luiza meu coração nunca acreditou que ela estivesse morta, nunca...

Camila encarou os olhos de Duda. Sua voz ficou embargada.

   - Eu também – confessou Duda a olhou surpresa. – Não falo com a Manda porque sei que ela fica preocupada, mas nunca senti minha irmã morta, nunca, é como se ela estivesse viajando e não sabemos o paradeiro, mas ela não esta morta. Ela esta tão vida dentro de mim que cheguei a acreditar quando você disse a que viu.
   - Estamos loucas? – Duda deu um sorriso torto.
   - Acho que sim, ela se foi! – concluiu Camila. – Precisamos seguir em frente.
   - Camila eu não consigo me envolver com ninguém – as bochecha de Duda coraram – Já tentei. Na noite que eu e Amanda brigamos em Natal saímos pra beber lembra?
   - Sei.
   - Eu e Amanda bebemos todas, eu não parava de ver Luiza, Amanda então sugeriu em irmos numa boate, fomos numa boate de strip ficamos lá, era uma casa de mulheres na verdade, sabe como Amanda é safada, mas ela não ficou com ninguém – apressou-se em dizer ao ver a expressão de Camila – Era para mim, pedi para ela arrumar uma mulher pra mim – Duda ficou ainda mais envergonhada – Ela me apresentou uma loira, a mulher era um espetáculo, saímos de lá e fomos pra gandaia, depois Amanda voltou pro hotel e eu fiquei com a mulher. Eu não conseguir. Simplesmente não conseguir. A mulher era muito linda, para uma puta era bem inteligente, certo que estávamos bêbadas, quando ela me beijou me senti tão mal que parei o beijo. Senti-me enojada de mim mesma, pedi desculpa a paguei e mandei ir embora.
    - Duda você procurou uma prostituta? – criticou Camila – Ao invés de Amanda te apresentar uma mulher decente ela procura um prostituta.
   - Não foi porque era uma prostituta o problema e que eu senti que estava traindo a Luiza, eu não quero ter ninguém, não quero ser de outra mulher, não quero conhecer nenhum homem, apenas quero a Isa. Já tentei conhecer outras pessoas, mas não são interessante como a Isa foi. Não sinto falta de ter uma pessoa comigo sinto falta de tê-la comigo. Viver sem ela é tão difícil. Mas descobri que é bem mais difícil viver ao lado de outra pessoa. O amor que sinto é maior que a dor de tê-la perdido.
              Camila ficou comovida com a amiga entendia Duda, assim como ela Luiza nunca tinha morrido em seu coração, a sentia tão viva que chegava a dúvida da sua lucidez. Quando chegou em casa encontrou Amanda já dormindo. Tomou um ligeiro banho, subiu em cima da mulher, estava com o corpo ainda molhado. Amanda acordou sonolenta, seu corpo deu sinal de vida ao senti o corpo nu da esposa. Camila a olhou insinuante. A morena deu um sorriso safado à greve tinha acabado.
 Uma semana depois, Amanda, Duda e os outros dois residentes estavam agitados, passaram a semana inteira estudando o caso da paciente de Dr. Brito.
    - Quando ela chega?
- Duda consultou a agenda. – Sra. Tamires Couto segunda feira 09h da manhã.
   - Espero que seja gostosa! – brincou Amanda.
   - Vou dizer a Camila. – ameaçou Duda.
   - Quero você longe da minha mulher sua fofoqueira.
O bip interrompeu Amanda olhou e fez careta.
   - Tenho que ir!
             Duda estava muito ansiosa nos últimos dias estudava com afinco o quadro clínico da Sra. Tamires, consultou o relógio em breve a mulher estaria aqui.

7 comentários:

  1. geeeentee prepara o coração pq é no proximo.
    vou fazer plantão aqui .
    Carine

    ResponderExcluir
  2. poxa prepara mesmo fazendo plantão não maltrata em Luh posta rapidinho kkkkkkkkk se não infarto de ansiedade!!!

    ResponderExcluir
  3. Aaah to super ansiosa pro proximo rs *-*

    ResponderExcluir
  4. genteee que medo ta chegando a horaa

    ResponderExcluir
  5. Aaaah meu Deus nao vejo a hr desse encontro cm sera q vai ser Duda vai ver Tammy(Luiza) e vai falar e concerteza Larissa estara junto..

    Vanny

    ResponderExcluir
  6. Se der draminha eu não vou aguentar. E tem que sair logo. POR FAVOR.
    Dahmer

    ResponderExcluir
  7. Nossa ! Agora sim a coisa vai esquentar ! Fico imaginando a Duda , ciumenta como sempre , vendo a Tammy(Luiza) e a Lary juntas ! Fora o choque de saber que ela esta realmente viva ! Aguardando p proximo capitulo ! *---*

    ResponderExcluir