Cap. 3 – Aprendendo á esquecer.
Deu alguns telefonemas e durante toda á tarde continuou centrada no trabalho tentando aliviar a ansiedade, olhava de minuto em minuto para o celular sobre a mesa esperando noticias de Paula. Nada... No fim do expediente, já havia terminado alguns orçamentos, mas a pilha parecia não se esgotar. Quando ia ligar para Paula a porta de sua sala se abre.
- Ai! Nossa quer me matar de ansiedade? Então o que descobriu?
- Nada.
- O que?
- Isso mesmo. Nada.
- Mas... Você não foi ao restaurante? Perguntou pra alguém? Descrev...
- Tarine, eu fiz o que eu pude, perguntei, descrevi a mulher, ninguém sabe. Passam mais de mil pessoas lá todos os dias, não há como saber.
Uma desilusão tomou conta de Tarine naquele momento, sua feição era de tristeza e dor. Paula se perguntava como uma pessoa podia se sentir assim por outra se nem ao menos a conhece.
- Que loucura! – Pensou alto.
- O que? – Tarine saiu de seu estado de melancolia.
- Você aí sofrendo por alguém que nem conhece. É loucura.
- Eu sei. Mas tenho que encontrá-la Paula, você pode não entender, mas eu preciso, necessito.
- Ta eu sei que deve ser difícil, mas você tem que esquecer, não pode ficar nesse estado, talvez você não a veja nunca mais. E ai? Vai ficar assim pra sempre?
- Talvez você tenha razão. Mas, eu tenho que tentar encontrá-la não só pelo que sinto, mas quero me encontrar também. Talvez essa seja a oportunidade de me descobrir, de saber por que eu ainda não encontrei a pessoa certa pra mim.
- Eu ainda acho que o motivo de você ainda estar só é essa sua obsessão pelo perfeito. Ninguém é perfeito Tarine. E enquanto você não por isso nessa sua cabeça dura, não vai encontrar o amor.
- Eu já encontrei o amor Paula.
- Eu não consigo entender Tarine. Como pode amar alguém que você nem conhece?
Um silêncio se instalou entre elas. Paula ainda em seu intimo tentava entender aquele sentimento que sua amiga tanto nutria. Tarine por sua vez procurava de algum modo voltar no passado no dia daquele encontro uma pista que a levasse até Gabrielle. Nada. Resolveu desistir de tudo, suas esperanças se esvaíram.
- Bem! Pelo menos não tenho mais que fazer o seu trabalho.
- Você vai desistir?
- Vou!
- Você é quem sabe... Vem vamos! Já está tarde temos que fechar.
Saíram as duas, fecharam o escritório. Durante toda a noite Tarine não conseguiu dormir, levantou se da cama, assistiu á alguns filmes na sala. Durante a madrugada toda sem dormir, saiu na sacada e olhou a cidade:
- Onde será que você se esconde Gabrielle?
Adormeceu na rede da sacada. Novamente como todas as noites sonhou com Gabrielle. Que ela aparecia em seu quarto e a beijava, apenas beijava. Na manhã seguinte os raios de sol a despertaram. Pode sentir em sua intimidade a umidade que provavelmente seria resultado do sonho da noite anterior.
- Olha só o que você faz comigo Gabrielle. – Sorriu para si mesma, sentindo um aperto no peito ao lembrar-se das palavras da amiga: “Eu não consigo entender Tarine. Como pode amar alguém que você nem conhece?”. Paula tinha absoluta razão. Deveria dar um basta nesta história, sair, transar, enfim tentar esquecer essa mulher. Tantos homens por ai e ela perdendo tempo com uma mulher que mal conhece e que ainda por cima nunca mais viu. E passou assim um mês... Saia se esbaldava, homens, bebida, boates... Tudo para um só propósito: Esquecer Gabrielle.
cara , descobri esse blog ontem .. to adorando ... quem foi que escreveu isso?! é muito bom , mas ta me parecendo um trabalho profissional hein ...
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