Capitulo - 8 – Reconhecendo os sentimentos
No banheiro...
Gabrielle viu Tarine com a cabeça baixa com as mãos apoiadas sobre a pia, ela não havia percebido sua presença então aproveitou para observá la. “Porque tem que ser tão linda assim? Porque não consigo te tirar da cabeça? Porque cada vez que fujo de você mais próxima fico? Me ajude a entender Tarine...”
No bar...
- Então Paula. Há quanto tempo vocês trabalham no ramo dos eventos? - Perguntou Luiz despertando Paula de seus pensamentos diabólicos, já estava tramando uma desculpa para ir ao banheiro e acabar com aquela palhaçada.
- Hã! Ah sim... É... Dois anos apenas, nos formamos e resolvemos abrir a empresa. - Disse olhando para o relógio, aquelas duas já estavam demorando de mais para o gosto dela.
- Algum problema? - Interrogou a Luiz.
- Hã?
- Está apreensiva. Preocupada com algo?
- A Tarine que não volta. Está demorando não acha?
- Só tem... - Olhou no relógio. - Cinco minutos que saíram.
- Ah é? Então tá né. - Riu sem graça.
No Banheiro...
- Ta se sentindo bem? - Perguntou Gabrielle pousando a mão sobre o ombro de Tarine que se abaixou na pia para molhar a nuca. Estava com muita raiva.
Tarine sentiu um arrepio gostoso percorrer o lado direito de seu corpo quando Gabrielle a tocou. Virou se para ela, pegou um papel toalha e enxugou a nuca. Os olhos se encontraram... Os azuis nos negros, como se travassem uma batalha sem fim cujo o objetivo era ver quem se aproximava primeiro. Gabrielle... Foi ela quem deu o primeiro passo.
No inferno... Ops! No bar...
- Há quanto tempo são amigas? – Continuou interrogando.
- Quinze anos. – Respondeu automaticamente, não estava nenhum pouco a fim de continuar o papo. Estava mesmo era “preocupada” com a amiga...
- Nossa! – Disse impressionado. – É muito tempo... Você deve ta me achando um saco né? – Disse percebendo a cara de quem não se interessa pela conversa.
- Hã! Não... Eu só... Deixa pra lá.- Disse desistindo de repetir que Tarine estava demorando.
- Vai atrás dela.
- O que?
Luiz riu copiosamente.
- Do que está rindo? – Perguntou irritada.
- Com todo o respeito... Você é aérea assim mesmo, ou é só por causa da sua amiga?
Paula riu sem graça.
- Você é chato assim mesmo ou... Esquece. - Não quis iniciar uma discussão. Estava morrendo de vontade de ir atrás das duas e pegá las no flagra... Sim porque possivelmente estariam se agarrando, lá entro... Arg!
“Essa mulherzinha...” Seus pensamentos foram novamente interrompidos pelo tal homem á sua frente.
- Uau! Direta você. Quer beber alguma coisa?
- Não.
- Então... Sobre o que quer falar? – Perguntou tentando prender sua atenção.
- Sobre nada se não se importa.
- Ok... Ok... Só estava tentando ser educado, mas pelo visto você não está nenhum pouco a fim de conversar.
No banheiro...
- Vem aqui... Deixa que eu enxugue pra você. Pegou mais um papel e com um movimento ágil virou Tarine para que ficasse de costas para ela.
Afastou os cabelos negros da nuca suavemente. Tarine se arrepiou. "Não faz isso Gabrielle, não vou resistir...".
Passou o papel de leve sobre a nuca, com a outra mão firmou seu corpo pelo ombro. Sentia vontade de agarrá la alí mesmo. "Calma Gabrielle, se concentra...". Jogou fora o papel ainda com a mão sobre o ombro esquerdo de Tarine que sentia sua respiração próxima á nuca. Num movimento rápido virou se de frente para ela e aproximou seus lábios dos de Gabrielle...
- O que está fazendo Tarine? - Perguntou Gabrielle incrédula, esperando no fundo... Bem lá no fundo que ela se aproximasse... Mas ficaram imóveis se olhando dentro dos olhos...
No bar...
Paula estava inquieta... O silêncio entre ela e Luiz era no mínimo constrangedor, não queria mesmo conversar, mas não por ser ele, mas porque não conseguia parar de pensar no que estariam fazendo lá...
- Vamos começar novamente? – Perguntou...
Paula assentiu com um gesto.
– Bem... A Gabrielle, disse que queria que vocês organizassem o nosso casamento...
Aquele nome fazia Paula arrepiar se de raiva.
- Acho que sim... A Tarine comentou algo comigo. – Bebeu um gole do vinho para apaziguar seus instintos. – Vão casar quando? – Fazer o que? Teve que ceder e continuar com o papo.
- Daqui há dois meses. – Respondeu empolgado.
- Legal... – Continuou sem a mesma empolgação, não conseguia fingir, aquele cara era um chato... Na verdade não era chato apenas não estava a fim de conversar.
No banheiro...
Gabrielle ficou quieta, calada, não havia nada a dizer. Percebeu que... O seu pesadelo se tornava real... Pesadelos que se manifestavam todas as noites que tivera desde a primeira vez que a encontrou: Tarine aparecia em seu quarto e a beijava, apenas beijava... O que suspeitava se tornava uma certeza. Não quis ficar ali, devia fugir, sumir da face da terra. Não poderia olhar para Tarine depois de sua descoberta: Estava gostando dela...
- Luiz... – Disse como se lembrasse de algo.
Se esquivou de Tarine e saiu correndo, com lágrimas no rosto. Enxugou as antes de chegar á mesa e pediu ao noivo que a levasse para casa. Seu pedido foi atendido, se despediram e se retiraram.
Paula ficou sem entender... Viu Tarine se aproximar.
- O que houve Ta? - Perguntou levantando se indo em direção a amiga.
- Nada... Só me abraça. – Disse em meio á lágrimas.
Paula obedeceu, acolheu a em seus braços como sempre fez, porém desta vez com um sentimento diferente... Admitiu a si mesma que a amava.
- Vem vamos sair daqui. – Disse puxando a pela cintura em direção á saída do bar.
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